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CENTRO DE ESTUDOS FIRVAL

ANA CAROLINA DE V. L. RAMALHO


SANDRO ROBERTO R. DINIZ

COMBINAÇÃO DE TRATAMENTOS ESTÉTICOS


TRADICIONAIS E TÉCNICAS ORIENTAIS NO COMBATE À
ACNE

Monografia apresentada à Faculdade


de Educação, Ciência e Tecnologia
UNISAÚDE/CENTRO DE
ESTUDOS FIRVAL- como requisito
a conclusão do Curso de Formação de
Especialistas em acupuntura.
Orientada pela Prof(a) Romana
Franco

São José dos Campos


2009
1 Introdução

A pele é um órgão de revestimento externo do corpo, que apresenta inúmeras

funções, tais como: proteção, nutrição, pigmentação, termo-regulação, transpiração,

perspiração, defesa e absorção. Sua arquitetura é constituída por epiderme, derme e

hipoderme.

A aparência da pele depende de uma série de fatores, dentre eles: idade, sexo,

clima, alimentação e estado de saúde do indivíduo. A classificação de cada pele é realizada de

acordo com a produção sebácea dela, seu grau de hidratação, poros perceptíveis ou não e da

sua elasticidade. Segundo esta classificação, existe pele normal ou eudérmica, seca ou alípica,

mista e oleosa ou lipídica.

A acne desenvolve-se em peles lipídicas e trata-se de uma das doenças

dermatológicas mais comuns afetando cerca de até 90% dos adolescentes. Sua incidência

chega a ser de 7% entre as afecções cutâneas mais freqüentes e pode continuar durante toda a

vida adulta.

As glândulas sebáceas estão distribuídas por todo o corpo com exceção das

palmas das mãos, planta e dorso dos pés. Na face estão localizadas as maiores glândulas como

também, na linha média do dorso e do tórax, que são as regiões mais afetadas pela acne,

também conhecida com “acne vulgaris”.

A acne pode ser causada por vários fatores, dentre alguns: hiperatividade de

glândulas sebáceas, infecção bacteriana (Propionibacterium acnes) e queratinização do ducto

sebáceo.
Seguindo os passos da patogênese da acne, observam-se as manifestações clínicas

mais comuns: oleosidade excessiva, comedão (aberto e fechado), pápulas, pústulas, nódulos e

abcessos.

A acne pode ser classificada, didaticamente, em cinco graus: acne grau I, apenas

comedogênica e não inflamatória, acne grau II, pápulopostulosa e inflamatória, acne grau III,

nódulo-cística e inflamatória, acne grau IV, conglobata e inflamatória, acne grau V,

fulminante, extremamente rara e mais freqüente no sexo masculino.

Segundo a medicina ocidental, a faixa etária de aparecimento da acne para as

mulheres é em torno dos 13 anos e dos homens aos 15, estendendo-se em alguns casos até os

21 anos e não raro podendo chegar aos 25 anos.

A acne surge também por causa do desequilíbrio hormonal transitório, pelo

estímulo aumentado das glândulas sebáceas, (a enzima 5 alfa redutase, responsável pela

transformação da testosterona livre em dehidrotestosterona, agindo perifericamente levando à

hipersecreção sebácea).

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, o calor presente no canal de energia do

estômago (Wei) e pulmão (Fei), provoca estagnação de sangue (Xue), na parte superior do

corpo, afetando principalmente a face. A umidade-calor, presente no canal de energia do

estômago (Wei) é o fator causador da acne no tórax e na face. As lesões de acne que se

localizam nas regiões da mandíbula e próximas ao pescoço surgem em decorrência das

desarmonias do fígado (Gan) e da vesícula biliar (Dan), enquanto que aquelas localizadas no

mento são decorrentes de acometimento dos rins (Shen).

A ingestão de alimentos ricos em gordura leva ao acúmulo de calor no estômago

(Wei), comprometendo os fluxos energéticos do baço e do pulmão, provocando e favorecendo

a instalação da acne.
Fatores emocionais, principalmente emoções reprimidas podem causar plenitude

do fígado (Gan), afetar o baço (Pi) e o pulmão (Fei), prejudicando as funções de purificação,

transporte e transformação de descida desses órgãos.

A acne surge em decorrência da desarmonia das funções energéticas do baço-

pâncreas (Pi) e estômago (Wei), o que resulta na estagnação do Yin turvo na parte superior do

corpo, que se dirige para a pele.

Com a deficiência de purificação do fluxo energético do pulmão (Fei), prejudica o

fluxo do fogo do coração (Xin) para a região inferior do corpo, o que impede que a água dos

rins (Shen), possa subir para esfriar a parte superior, causando vermelhidão no rosto das

pessoas e gerando ansiedade.

O objetivo principal dessa pesquisa foi apresentar como as técnicas chinesas

puderam auxiliar no tratamento da acne, visto que a maioria dos tratamentos realizados no

ocidente, quando feitos por médicos são à base de medicamentos e ou tratamentos invasivos

que podem resultar em inúmeros efeitos colaterais.

Já os tratamentos tópicos realizados em clínicas de estética, muitas vezes

melhoram o quadro clínico, sem provocar os efeitos colaterais, porém se a causa da acne não

for tratada, o problema pode novamente se manifestar.

As técnicas chinesas quando empregadas como tratamento único ou auxiliar na

recuperação de uma pele com acne, tratam o problema e as chances de uma recidiva são

menores.
2 Revisão de Literatura

2.1 Pele Orgânica

Segundo Hib (2003), a pele é um órgão que reveste a superfície externa do corpo,

de modo que separa o organismo do meio ambiente. Termina nos limites com a boca, as

fossas nasais, as conjuntivas, as membranas timpânicas, a uretra, a vagina e o ânus. É o órgão

mais extenso do organismo, constituindo o maior órgão sensorial para a recepção de estímulos

táteis, térmicos e dolorosos, variando sua estrutura de um local para outro de acordo com as

suas funções.

Assim a pele representa 12% do peso seco total do corpo, com peso

aproximadamente de 4,5 quilos, e espessura variando entre 1.5 e 4 mm. Um pedaço de pele

com aproximadamente 3 cm de diâmetro contém mais de 3 milhões de células, 100 e 340

glândulas sudoríparas, 50 terminações nervosas e 90 cm de vasos sangüíneos.

(GUIRRO; GUIRRO, 2004).

2.1.1 Funções da pele

Segundo Guirro e Guirro (2004), as funções da pele são:

- Base de receptores sensoriais, localização de sentido do tato;

- Fonte organizadora e processadora de informações;

- Mediadora de sensações (dor, calor, frio, tato, pressão, cócegas, etc);

- Barreira entre o organismo e o meio ambiente;

- Fonte imunológica de hormônios para diferenciação de células protetoras;


- Proteção contra efeitos de radiação;

- Barreira contra materiais tóxicos e organismos estranhos;

- Regulação da temperatura corpórea;

- Síntese de vitamina D;

- Proteção contra agentes químicos, físicos e biológicos do ambiente;

- Metabolismo e armazenamento de gordura;

- Reservatório de alimento e água;

2.1.2 Camadas da pele

A pele é composta por duas camadas principais, a epiderme e a derme e uma

terceira camada variável, a subcutânea (STEVENS; LOWE, 2001).

A camada mais superficial da pele compõe células epiteliais, é denominada

epiderme e está em contato com o meio externo. As invaginações desta camada produzem as

glândulas sudoríparas, os folículos pilosos e outros anexos epidérmicos.

(STEVENS; LOWE, 2001).

De acordo com a espessura da epiderme, distingue-se pele fina e espessa, sendo

a espessa encontrada na palma das mãos e na planta dos pés. O resto do corpo é protegido por

pele fina (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004; STEVENS; LOWE, 2001).

A derme é composta por uma porção conjuntiva, sendo uma camada média de sustentação,

que contém os anexos cutâneos, os vasos sangüíneos, os nervos e os terminais nervosos.

(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004; STEVENS; LOWE, 2001).

A junção entre a epiderme e derme é irregular, caracterizando-se pela presença de

saliências e reentrâncias das duas camadas que se ajustam entre si, formando as papilas

dérmicas, aumentando assim a adesão entre as duas camadas.


(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004; STEVENS; LOWE, 2001).

Por sua vez, a derme se apóia sobre a hipoderme (tecido subcutâneo), que é uma

camada de tecido conjuntivo frouxo, rico em células adiposas, interposta entre a pele e as

estruturas subjacentes (músculo, ossos, etc). A hipoderme forma uma camada espessa de

tecido adiposo, não pertencente à pele, com funções de adesão e suporte aos órgãos

subjacentes, além de permitir a pele uma considerável amplitude de movimentos.

(JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

Figura 1: Camadas da pele


Fonte: cienciahoje.uol.com.br

- Epiderme

Segundo Guirro e Guirro (2004), a epiderme é formada por um epitélio

estratificado pavimentoso queratinizado, sendo a porção mais profunda da epiderme

constituída de células epiteliais que se proliferam continuamente para que assim seja mantido

o seu número. Tipicamente em todos os epitélios, não há vasos sangüíneos, embora a derme

subjacente seja vascularizada.


As células da epiderme obtêm alimento através da difusão dos leitos capilares da

derme, sendo suficiente para estas células, que estão mais próximas, mas à medida que as

células se dividem e vão para superfície, ficam longe da fonte de alimento e morrem.

(GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A epiderme apresenta quatro tipos de células: os queratinócitos que constituem a

população predominante, os melanócitos, as células de Langerhans e as células de Merkel. A

camada superficial da epiderme é composta de placas de proteína (queratina), densamente

sobrepostas que repelem a água (estrato córneo) (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Os melanócitos são células que se originam das cristas neurais do embrião e

invadem a pele entre a 12ª e a 14ª semana de vida intra-uterina, estas células produzem o

pigmento melanina (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A espessura da epiderme é muito delgada, menos de 0,12 mm, na maior parte do

corpo, mas particularmente espessa e altamente diferenciada na palma da mão e planta dos

pés, áreas sujeitas a constante pressão e fricção. A pressão contínua causa espessamento da

epiderme gerando as calosidades (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

- Queratinócitos

O epitélio estratificado da epiderme é composto por cinco camadas que

apresentam características morfológicas particulares, no entanto, todos correspondem a um só

tipo celular, que passa por sucessivos estágios de diferenciação. O estrato basal produz

permanentemente novos queratinócitos, os quais à medida que se diferenciam, transladam

para o estrato espinhoso e deste para o granuloso, passando finalmente, para o estrato córneo,

onde morrem e descamam. Essa diferenciação que o queratinócito sofre deve-se

primordialmente ao açúcar em seu citoplasma de filamentos, já que se trata de um dos


componentes normais de seu citoesqueleto. Sendo o queratinócito uma célula epitelial, estes

filamentos são de queratina (HIB, 2003).

- Camadas celulares da epiderme

- Camada Germinativa (basal)

- Camada Espinhosa

- Camada Granulosa

- Camada Lúcida

- Camada Germinativa

Figura 2: Camadas da epiderme


Fonte: www.forp.usp.br

- Camada Germinativa (basal)

É constituída por células prismáticas ou cubóides, basófilas, repousando sobre a

membrana basal que separa a epiderme da derme. A camada basal, rica em células tronco

(stem cells) da epiderme, é também chamada de germinativa. Apresenta intensa atividade

mitótica, sendo responsável em conjunto com a camada espinhosa pela constante renovação

da epiderme. Calcula-se que a epiderme se renova a cada 15 ou 30 dias, dependendo do local

e da idade da pessoa (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).


Harris (2003), diz que a camada basal é constituída por células matrizes e células

proliferativas, que são células germinativas. A cada mitose aproximadamente 50% dessas

células contribuem para a renovação da epiderme.

Na camada basal existem estruturas responsáveis por sua ancoragem à membrana

basal: os hemidesmossomos, compostos por fibras de queratina. Nesta camada também

encontram-se células com funções diferentes: os melanócitos, células de Langerhans e células

de Merkel (HARRIS, 2003).

O estrato basal (Basale = base), é uma camada única de células cubóides e

colunares que possui células capazes de divisão celular continuada. As células se multiplicam,

produzindo queratinócitos, os quais migram para a superfície tornando-se parte das camadas

mais superficiais (queratinização) (TORTORA, 2004).

- Camada Espinhosa

É formada por células cubóides ou ligeiramente achatadas, de núcleo central. O

citoplasma com curtas expansões contêm feixes de filamentos de queratina denominados

(torofilamentos). Possui de quatro a dez camadas de queratinócitos (células espinhosas), com

a função de manutenção da adesão entre as células da epiderme e conseqüente resistência ao

atrito, que vão se diferenciando à medida que se migram para a superfície. O número de

camadas varia em diversos locais da pele, embora seja sempre maior ao nível das cristas

epidérmicas. As células espinhosas vizinhas, ao estrato basal dividem-se duas ou três vezes,

fornecendo assim novos queratinócitos à pele (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

- Camada Granulosa

É a terceira camada da epiderme que é constituída por cerca de cinco fileiras de

células planas, com grânulos de cor escura. Caracteriza-se pela rica presença de grânulos de
queratina nas células. Após a maturação das células espinhosas, há perda do núcleo e

achatamento dos queratinócitos, com formação de placas de queratina. As células adjacentes

são unidas pelas mesmas fibras (desmossomos), que as células espinhosas.

(TORTORA, 2004; HARRIS, 2003).

As células do estrato granuloso contêm maior número de grânulos revestidos por

membrana do que as do estrato espinhoso. O conteúdo destes grânulos é liberado por

exocitose, formando uma camada de substância rica em lipídeos sobre as membranas

plasmáticas. Esta cobertura serve como barreira resistente à água, constituindo assim uma das

funções da pele (MAIO, 2004).

- Camada Lúcida

É exclusiva da pele áspera, desprovida de pêlos nas palmas das mãos e na planta

dos pés. É constituída por uma delgada camada de células achatadas e intimamente ligadas,

cuja maioria apresenta limites indistintos e perde todas as suas inclusões citoplasmáticas,

exceto as fibrilas de queratina (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Origina-se pela fricção e aparentemente exerce a função de proteção mecânica.

(GUIRRO; GUIRRO, 2004; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

- Camada Córnea

Esta camada é constituída por de cerca de trinta fileiras de células achatadas,

mortas e sem núcleo. (Corneum = endurecido). Na pele saudável, os corneócitos possuem

altas concentrações (até 10% do seu peso seco) de fator de hidratação natural (Natural

Moisturizing Factor – NMF), composto por moléculas de baixo peso molecular,

higroscópicas e que se ligam, à água, evitando a sua evaporação.

(TORTORA, 2004; HARRIS, 2003).


- Melanócitos

Segundo Hib (2003), os melanócitos são células poliédricas que possuem

inúmeros prolongamentos citoplasmáticos. Os corpos celulares se assentam sobre a membrana

basal da epiderme de modo que se encontram entre os queratinócitos do estrato basal e os

prolongamentos se dispersam entre as células das camadas profundas do estrato espinhoso.

O núcleo do melanócitos é redondo e o citoplasma tem características idênticas às

das células secretoras, apresentando um sistema de endomembranas bastante desenvolvido. O

citoplasma possui também elementos vesiculares chamados pré-melanossomos. Estes se

convertem em melanossomos imaturos próximos à raiz dos prolongamentos citoplasmáticos e

em melanossomos maduros quando alcançam os prolongamentos. Os melanossomos maduros

possuem um pigmento de cor parda, chamado, melanina (HIB, 2003).

Aparentemente, a melanina protege o DNA dos queratinócitos de eventuais

mutações causadas pela exposição prolongada da pele aos raios solares. Quando as mutações

afetam os genes vinculados à proliferação celular, podem ser produzidos tumores benignos ou

cânceres de pele (HIB, 2003).

- Células de Langerhans

Elas se originam na medula óssea, de onde partem continuamente para substituir

as que morrem na pele. São chamadas de células dendríticas devido aos longos

prolongamentos citoplasmáticos que têm origem na superfície (HIB, 2003).

Embora estas células possam ser visualizadas em outros estratos da epiderme,

inclusive na derme, a maioria reside junto aos queratinócitos do estrato espinhoso, com seus

prolongamentos estendidos entre as células epidérmicas (HIB, 2003).


- Células de Merkel

Existem em maior quantidade na pele espessa da palma das mãos e planta dos pés,

especialmente na ponta dos dedos. Localizam-se na parte profunda da epiderme, apoiadas na

membrana basal e presas aos queratinócitos por meio dos desmossomos. Estas células são

mecano-receptores (sensibilidade tátil) (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

- Derme

É uma espessa camada, localizada abaixo da epiderme, responsável por 90% da

espessura da pele. É um tecido conjuntivo no qual se apóia a epiderme. A presença de papilas

permite dividi-la em duas camadas; a camada papilar, mais superficial que se vincula à

epiderme e a camada reticular, mais profunda que repousa sobre a hipoderme (HIB, 2003).

De acordo com Guirro e Guirro (2004), na derme situam-se fibras elásticas e

reticulares, as quais são supridas por vasos sangüíneos, vasos linfáticos e nervos. Contém

glândulas sudoríparas e sebáceas que ajudam a produzir a “capa” ácida da pele, além dos

receptores nervosos, sensíveis às condições de pressão, temperatura e dor.

Cabe salientar que a derme apresenta uma variação considerável de espessura em

diferentes partes do corpo, sendo aproximadamente 2 mm. Sua superfície externa é irregular.

(GUIRRO; GUIRRO, 2004).

- Camadas celulares da derme

- Derme Papilar

- Derme Reticular
Figura 3: Camadas da derme
Fonte: www.saudeparavoce.com.br

- Derme Papilar

É composta por tecido conjuntivo frouxo com fibras colágenas tipo III

(reticulares) e fibras elásticas, que em conjunto, formam uma rede tridimensional irregular.

(HIB, 2003).

As papilas dérmicas são saliências que acompanham as reentrâncias da epiderme e

têm a função de aumentar a aderência entre a derme papilar e a epiderme, trazendo maior

resistência à pele. Esta camada estende-se pouco abaixo das bases da papila, onde se une a

camada reticular. Algumas papilas contêm alas capilares, outras contêm receptores sensoriais

especializados que reagem a estímulos externos, como mudanças de temperatura e pressão.

(GUIRRO; GUIRRO, 2004).

- Derme Reticular

É mais espessa e constituída por tecido conjuntivo denso, contendo fibras

colágenas que se entrelaçam formando uma rede. A derme papilar apresenta um suprimento

sangüíneo, de forma que os capilares se estendem para dentro do tecido conjuntivo,

protegendo-se para dentro da epiderme, fornecendo nutrição e atua na regulação térmica. As

vênulas compõem outro grupo que formam uma camada plana sob as papilas. Na camada

reticular, os capilares são raros (JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).


- Hipoderme

Hipoderme (tela subcutânea), é formada de tecido conjuntivo frouxo, adiposo ou

denso (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

A hipoderme se conecta a pele e a fáscia do músculo subjacente, o que permite a

contração muscular. Esta camada não faz parte da pele, porém é responsável pela fixação das

estruturas subjacentes. A camada de tecido gorduroso tem variação dependendo da região,

não sendo uniforme à distribuição de gordura em todas as regiões do corpo.

(GUIRRO; GUIRRO, 2004).

O tecido adiposo exerce várias funções, tais como: reservatório energético,

isolamento térmico, modela a superfície corpórea, os coxins adiposos, tecidos de

preenchimento e auxiliar na fixação de órgãos (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Seu metabolismo produz hormônio de crescimento, glicocorticóides, insulina e

hormônio tiroideano. A porção mais superficial do tecido adiposo é areolar, composta por

adipócitos volumosos em disposição vertical, onde os vasos sangüíneos são numerosos e

delicados (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Uma fáscia muscular separa a camada areolar da mais profunda. É composta por

uma lâmina fibrosa de desenvolvimento variável, que leva o nome de camada lamelar, na qual

ocorre aumento de espessura, no ganho de peso, com hiperplasia de adipócitos. A proporção

destas camadas depende de vários fatores: espessura da pele, sexo e idade (a camada areolar é

mais espessa em adultos) (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

As mulheres independente da idade apresentam sempre uma camada maior de

gordura em relação aos homens. A mobilização de gordura se diferencia em velocidade nas

regiões femoral e abdominal, sendo mais lenta na região femoral, já que os adipócitos são
maiores e sofrem influência dos hormônios sexuais femininos, que são mais resistentes a

lipólise (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

- Anexos da pele

Na pele são observadas algumas estruturas anexas: pêlos, unhas e glândulas.

Os pêlos se originam de uma invaginação da epiderme, os folículos pilosos que

são visíveis pela sua haste e estão espalhados por todo o corpo. Exibem atividade cíclica, com

períodos de atividade, alternados com períodos de inatividade (GUIRRO; GUIRRO, 2004).

Segundo Guirro e Guirro (2004), as glândulas sebáceas são anexas aos pêlos,

mantendo com estes um desenvolvimento inversamente proporcional, sendo mais numerosas,

mas de menor volume, nas regiões onde o pêlo é mais abundante. Estão localizadas na derme

e sua secreção é uma mistura de lipídeos, cuja função é a de lubrificação, além da ligeira ação

bactericida.

O sebo impede o ressecamento dos pêlos, previne a evaporação excessiva de água

na pele e mantém a pele macia. Quando as glândulas sebáceas da face se tornam aumentadas,

devido ao acúmulo de sebo, os cravos se desenvolvem. Sendo o sebo nutritivo para

determinadas bactérias, resultam as espinhas e os furúnculos (TORTORA, 2004).

Segundo Junqueira e Carneiro (2004), a atividade secretora destas glândulas, é

muito pequena até a puberdade, quando é estimulada pelos hormônios sexuais. Elas são

exemplo de glândulas holócrinas, pois a formação do sebo resulta na morte da célula.

Qualquer distúrbio no fluxo da secreção para a superfície da epiderme pode causar uma

inflamação nos ductos obstruídos, denominada acne.


As glândulas sudoríparas encontram-se em quase todo o corpo, com variação do

número em função de cada região do corpo. Reduz-se com o avanço da idade e são numerosas

em indivíduos de raça negra. Estão divididas em dois tipos:

Apócrinas (Apo = extremidade), que são encontradas nas axilas, região púbica e

áreas pigmentadas como a aréola das mamas. Elas começam a funcionar na puberdade,

produzem uma secreção viscosa e são também estimuladas durante o estresse emocional e a

excitação sexual (TORTORA, 2004).

Écrinas (Ekrinein = secretar), distribuem-se por toda a pele, exceto na área dos

lábios, leitos ungueais e tímpanos. Estas são mais numerosas, na pele da palma das mãos e

planta dos pés, funcionam durante a vida toda e produzem uma secreção mais aquosa.

(TORTORA, 2004).

A transpiração ou suor é a substância produzida pelas glândulas sudoríparas, cuja

principal função é a de auxiliar na regulação da temperatura corporal e na eliminação de

impurezas. O suor secretado é uma solução diluída de proteína, sódio, potássio, cloreto, uréia,

amônia e ácido úrico (TORTORA, 2004; JUNQUEIRA; CARNEIRO, 2004).

Segundo Guirro e Guirro (2004), a camada córnea e a lúcida, são intensamente

corneificadas, formando as unhas. Estas são lâminas córneas, ligeiramente convexas no

sentido longitudinal e fortemente no sentido transversal. Na sua extremidade proximal, uma

estreita prega da epiderme se estende sobre a superfície livre, originando o eponíquio

(cutícula). Apresentam coloração rosada devido à rede capilar que existe abaixo dela e a unha

cresce a partir de uma matriz de células situadas junto à sua raiz, na proporção de 1 mm por

semana.
Figura 4: Glândulas e Folículo piloso
Fonte: viagem.hsw.uol.com.br

- Vascularização da pele

De acordo com Nakano e Yamamura (2005), as artérias subcutâneas percorrem a

fáscia superficial e enviam ramificações laterais para a derme e hipoderme. Na junção dermo-

hipodérmica forma-se um plexo do qual saem colaterais terminais para as glândulas

sudoríparas e pêlos. As artérias que se dirigem perpendicularmente à derme superficial

formam as grandes arcadas, onde observa-se o plexo subpapilar. Deste plexo originam-se as

arteríolas pré-capilares, com um trajeto ascendente às papilas dérmicas, surgindo às vênulas

pós-capilares. A epiderme não é vascularizada e é nutrida pelos meridianos das papilas

dérmicas.
Figura 5: Sistema vascular
Fonte: www.culygirl.naturlink.pt/circulcao.htm

- Sistema linfático da pele

O sistema linfático é composto por um sistema vascular, linfonodos e órgãos linfóides. O

líquido intersticial quando está dentro dos capilares linfáticos recebe o nome de linfa,

apresentando composição parecida com a do sangue, porém não contém células sangüíneas.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Este é responsável pelo retorno e absorção de líquidos não reabsorvíveis pelo

sistema capilar. Constituem tubos endoteliais, com paredes finas e com muita luz. O líquido é

transportado dos capilares para a grande circulação linfática. O sistema linfático é composto

por um sistema vascular, linfonodos e órgãos linfóides. O líquido intersticial quando está

dentro dos capilares linfáticos recebe o nome de linfa, que apresenta uma composição

parecida com a do sangue, não contendo células sangüíneas.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).


Figura 6: Sistema linfático
Fonte: www.levimadeira.com.br/medicina_estetica.html

- Nervos cutâneos

A pele tem relação com o sistema nervoso central, contendo receptores para

sensações de dor, pressão e temperatura. Também possui outras terminações nervosas, as

vegetativas, das glândulas, músculos, folículos pilosos e meridianos energéticos.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Figura 7: Nevos faciais


Fonte: www.medicinageriatrica.com.br
2.2 Pele Energética

Segundo Nakano e Yamamura (2005), Dumitrescu (1996), relatou que a mudança

de perda de água pela pele garante o equilíbrio homeostático e elétrico. São as glândulas

sudoríparas as grandes responsáveis por esse equilíbrio energético. Aumentando a atividade

psíquica e metabólica em situações de solicitação, são produzidas descargas elétricas, e a pele

se torna um veículo (antena) de recepção e emissão de informações eletromagnéticas.

Nas formas primárias dos seres vivos, a pele é responsável, pela maior parte das

funções biológicas, como: respiração, alimentação e excreção, mas com a evolução dos seres

os órgãos assumiram as respectivas funções. Hoje a pele estabelece uma relação com o meio

ambiente, e os órgãos se interiorizaram (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

- Alterações da pele sob o ponto de vista da Medicina Tradicional

Chinesa, relacionadas à Medicina Ocidental.

A Medicina Tradicional Chinesa (MTC) considera o mundo como um todo,

resultando da contradição dos princípios Yin e Yang (princípio da existência de tudo que há no

universo) (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

O Yin não vive sem o Yang e para os chineses antigos: “Onde há o Yin, há o Yang,

que se chama Dao”, o que quer dizer o Céu e a Terra, que são opostos complementares e um

se transforma no outro e vice-versa continuamente (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

As alterações da pele são agudas e de característica Yang, sendo que alterações

mais crônicas têm características Yin (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

A acne, nas regiões mais altas do corpo, com aparecimento rápido,

desaparecimento e recidivas têm característica Yang (NAKANO; YAMAMURA, 2005).


“A Água e o Fogo são a comida e a bebida do povo. O Metal e a Madeira são os que
produzem. A Terra é o que gera os dez mil seres, o que é útil ao homem.”Esses cinco
elementos estão em constante equilíbrio por meio da lei da geração e dominância.
(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Figura 8: Yin e Yang


Fonte; www.alposters.com/sp/yin.yang

A epiderme tem relação com o pulmão que representa o elemento metal, com a

função de purificação e retorno a si. A pele, também se comunica com o baço-pâncreas que

representa o elemento terra, com a função de nutrir e sustentar o seu filho, metal.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

A derme sustenta e nutre a epiderme já que esta não é vascularizada, estabelece-se

a relação: mãe-filho, terra-metal, sendo que a epiderme relaciona-se com o metal e a derme

com a terra (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

A epiderme tem relação com o Qi (energia) e com o Jing Ye (líquidos orgânicos).

Já a derme se relaciona com o Qi, Jing Ye e Xue (sangue). De acordo com o que foi publicado

por Nakano (2005) “[...] epiderme é a primeira a sofrer do Xié (Energia Perversa), [...]”.

O Wei Qi (energia de defesa) protege a superfície do corpo humano contra as


agressões externas, controla a abertura das glândulas sudoríparas, regula a
temperatura do corpo, aquece os órgãos internos, dá brilho à pele e lustro aos pêlos
(NAKANO; YAMAMURA, 2005).
2.3 Pele Emocional

Segundo Nakano e Yamamura (2005), os conflitos emocionais são alguns dos

fatores que causam o adoecimento no ser humano.

Ainda, Nakano e Yamamura (2005) relatam que Azambuja (2000), acredita que a

pele é um órgão que tem capacidade de comunicação tanto com o meio interno quanto o

externo.

A relação com o sistema nervoso central, deixa a pele altamente sensibilizada e

reativa as emoções, assim todos os problemas relacionados a ela independentes da causa têm

impacto emocional, é o que escreve Nakano e Yamamura (2005), segundo o especialista em

psicodermatologia Grossbart de Boston.

A pele tem inervações que se originam no sistema sensorial e no sistema nervoso

autônomo. As fibras do sistema nervoso estão ligadas às células da pele, o que estabelece uma

conexão neuro-imunológica, com bases químicas, pela liberação de neuropeptídeos e neuro-

hormônios (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

A existência de uma rede neuro-imuno-endócrina-cutânea é a prova de que há

relação entre nervos, células da pele imunitárias, secreção de neurotransmissores,

neuropeptídeos, neuro-hormônios e citocinas, sendo a partir dessa rede que se processa a

ligação entre a pele e a mente (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Alterações da pele podem ser causadas por emoções negativas. De acordo com o

que foi publicado por Nakano e Yamamura (2005) segundo Azambuja (2000), “[...] a

percepção da realidade, por meio do filtro de crenças, torna-o competente ou incompetente

para superar situações, com conseqüente estado emocional, que é o que vai gerar as alterações

cutâneas [...]”.
A doença gera uma emoção reativa que necessita de cuidados. Um exemplo é um

indivíduo que sente rejeição, ele pode desencadear um quadro de acne, levando ao

isolamento, sentimento de tristeza e depressão (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

O pulmão segundo a MTC, é o órgão da vida. Ele reflete a capacidade de absorção

e exteriorização, pois representa o elemento metal, ligado a purificação. A saúde dos pulmões

está intimamente ligada à vontade de viver (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Quem se mantém aberto às emoções, a vida, mantêm os pulmões saudáveis.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

2.4 Pele Espiritual

Falar de espírito é falar de algo sutil, de energia e que não existe ainda

comprovação cientifica, mas muitas vezes é sentido. Mente, emoção e espírito muitas vezes

são confundidos, principalmente quando se trata da parte ligada ao pensamento. A pele tem a

função de proteção, inclusive espiritual. Segundo a MTC, não podemos isolar o corpo da

mente, mente do espírito e vice-versa (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Segundo a Medicina Tradicional Chinesa, a Alma Vegetativa (Hun) é parte da


manifestação do Shen (Espírito), que se aloja no Xue (Sangue) e é armazenado no
Gan (Fígado). O Hun tendo esta relação assegura-lhe boa circulação de Xue e a
facilidade dos movimentos, enfim a difusão da alma.
(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

A alma etérea é o vai e o vem da mente. É através dela que se recebe intuição,

inspiração e os sonhos. A alma corpórea é responsável pelas sensações relacionadas à pele.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

A comunicação da pele com o meio externo é realizada através dos cinco sentidos.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).


2.5 Tipos de pele- Ponto de Vista Ocidental

De acordo com Ribeiro (2005), a classificação clássica da pele, distingue os

quatro tipos principais: normal, seca, oleosa e mista.

- Pele normal

Apresenta secreção sebácea e sudorípara em equilíbrio, o aspecto é suave, a

coloração e textura são normais. A superfície é discretamente brilhante e apresenta óstios

finos. Suporta razoavelmente o contato com saponificantes e sol (RIBEIRO, 2005).

- Pele seca

Uma pele deficiente de gordura é considerada alípica e uma pele que tem

deficiência de água na camada córnea é considerada seca e desidratada, contendo um

potencial de Hidrogênio (pH) mais ácido. A pele alípica tem espessura fina, pouco ou nenhum

brilho e poros finos. A textura é suave ao tato, com tendência a descamação com o

envelhecimento e tem propensão ao aparecimento de linhas de expressão. Ela é sensível ao

contato com sabões, à variação ambiental e tem tendência ao surgimento de eritemas e

queimaduras solares (RIBEIRO, 2005).

Já a pele seca desidratada, possui aspecto fino, com a coloração branca rosada e

algumas rachaduras. A pele é fina, mas com textura áspera ao tato, apresentando secreção

sebácea e sudorípara diminuída, com muita tendência a formação de rugas. Pouco resistente a

sabões, descama freqüentemente e é muito sensível ao sol, desenvolvendo com facilidade

eritemas e queimaduras (RIBEIRO, 2005).


- Pele oleosa

A pele oleosa é classificada como: oleosa hidratada, oleosa desidratada, oleosa

com nítida hiper secreção sebácea (RIBEIRO, 2005).

A pele oleosa normal ou considerada hidratada é aparentemente espessa e

brilhante. Os óstios são profundos e visíveis, com secreções sebáceas abundante, sendo mais

freqüente em pessoas jovens. Suporta bem os fatores climáticos, bem como o contato com

saponificantes (RIBEIRO, 2005).

A pele oleosa desidratada é aparentemente espessa e brilhante. Apresenta os óstios

profundos e abertos, a secreção sebácea é abundante e a sudorípara diminuída com tendência

a formação de rugas e descamação (RIBEIRO, 2005).

Já a pele oleosa seborréica, tem secreção sebácea extremamente aumentada, brilho

opaco e tato rugoso devido à presença de micro cistos, comedões e tendência ao estado

acnéico. É uma pele que se irrita facilmente sendo sensível às mudanças climáticas e a

exposição solar (RIBEIRO, 2005).

- Pele mista

Possui uma zona específica que é mais gordurosa e brilhante, geralmente chamada

de zona T, pois abrange a área da testa, nariz e mento. As outras partes do rosto são

consideradas normais ou secas e os níveis de hidratação aparentemente são normais e

uniformes (RIBEIRO, 2005).


3 Acne- Visão Ocidental

O paciente que apresenta um quadro clínico de acne, nem sempre consegue

superar a condição que para muitos é considerada normal, o que acaba constituindo um

verdadeiro problema, levando aos conflitos pessoais, familiares e sociais.

(BECHELLI; CURBAN, 1988).

Na prática dermatológica são observados numerosos problemas desta ordem, com

repercussão negativa tanto na personalidade como no comportamento da pessoa afetada,

sendo de absoluta necessidade a valorização da queixa deste paciente.

(BECHELLI; CURBAN, 1988).

3.1 Definição

Segundo Lima (1996), o nome acne vulgar foi dado por B.Bloch em seus estudos,

que correlacionavam a presença de comedões com a acne propriamente dita. O adjetivo

“vulgar” foi agregado com a conotação de comum.

A acne é uma afecção crônica da pele que atinge a unidade pilossebácea, levando

a formação de seborréia e de lesões polimórficas na face e no tronco. Caracteriza-se pela

presença de comedões, pápulas eritematosas e pústulas. Nas formas mais graves apresenta

cistos, abscessos e cicatrizes em graus variáveis, comprometendo assim as áreas anatômicas

ricas em glândulas sebáceas da face e das regiões anterior e posterior do tórax. A evolução

ocorre geralmente na adolescência, podendo se estender até a idade adulta (terceira década),

com o pico entre 14 e 17 anos no sexo feminino e dos 16 aos 19 no sexo masculino.

(LIMA, 1996).
Em grau mínimo, a acne pode ser considerada como normalidade, pois segundo

Bork e Bräuninger (1998) “[...] ela se manifesta com diferentes graus de severidade em

aproximadamente 75% dos adolescentes [...]”. Estima-se que 8% dos adultos entre 24 e 34

anos, apresentem acne e que essa porcentagem caia para 3% na idade entre 35 e 44 anos.

(KEDE; SABATOVICH, 2004).

De acordo com Lima (1996) a acne é uma pré-disposição genética cujas

manifestações dependem dos hormônios sexuais e é por essa razão que ela surge geralmente

na puberdade, época em que os hormônios começam a serem produzidos pelo organismo. A

acne pode afetar a formação psicológica e a conduta do adolescente, dependendo do local que

ela atinge, dos aspectos clínicos e da evolução das lesões.

Na figura abaixo: Comedões, Pápula e Pústula.

Figura 9: Acne
Fonte: www.aafp.org/afp20001015/1823_f1.gif

A) Conjunto, Folículo Piloso, Pêlo e Glândula Sebácea;

B) Comedão aberto;

C) Comedão fechado;

D) Pápula;

E) Pústula
3.2 Etiopatogenia

São múltiplos os fatores que podem ser citados, entre os principais estão:

hereditariedade, transmitida pelos genes autossômicos dominantes, produção de sebo

aumentada (seborréia), que leva a formação de ácidos graxos e a colonização bacteriana do

folículo, estimulação das glândulas sebáceas por hormônios androgênicos, queratinização do

folículo e os fatores psicológicos (KEDE; SABATOVICH, 2004).

- Seqüência etiopatogênica da acne vulgar

- Folículo pilossebáceo + hormônios andrógenos = hipersecreção sebácea, pele

oleosa (BRAUNINGER, 1998).

- Pele oleosa + influência genética = hiperqueratinização com obstrução do

folículo pilossebáceo = comedões fechados e abertos (BRAUNINGER, 1998).

- Comedões + flora bacteriana alterada = liberação de substãncias irritantes +

resposta imunológica = pápulas, pústulas, cistos e abscessos.

(BRAUNINGER, 1998).

- Rompimento das lesões = fístulas + reparação = cicatrizes.

(BRAUNINGER, 1998).

3.2.1 Ação hormonal

Os hormônios relacionados com o surgimento da acne são os andrógenos, os quais

regulam a produção de sebo. O aumento da produção desse tipo de hormônio promove

conseqüente aumento da produção de sebo originando a acne (THIBOUTOT, 2004).


Os hormônios androgênicos principalmente a testosterona, causa hipertrofia das

glândulas sebáceas, com conseqüente aumento de sebo, o qual depende mais dos hormônios

androgênicos gonodais, ao passo que no sexo feminino, depende dos androgênicos adrenais,

visto que o hormônio feminino, como o estrogênio, tem efeito inibidor na produção da

glândula sebácea (THIBOUTOT, 2004).

Na circulação sangüínea, principalmente na forma ligada à proteína transportadora

de esteróides sexuais (SHBG), ela é convertida em dehidrosterona e após a entrada na célula,

liga-se ao núcleo celular, onde começa a ação androgênica em diferentes alvos.

(KEDE; SABATOVICH, 2004).

Na unidade pilossebácea, esse hormônio age no crescimento e na pigmentação dos

pêlos, produção de ácidos graxos, aumento do colágeno e facilitação na formação de cultura

de microorganismos cutâneos (KEDE; SABATOVICH, 2004).

3.2.1.1 Síndrome do ovário policístico (SOP)

Na mulher o maior produtor de andrógenos é o ovário. A SOP é uma doença que

tem a característica de anovulação crônica e intermitente, ocorrendo devido à produção

excessiva de andrógenos. A ovulação depende do funcionamento do eixo hipotálamo-hipófise

e qualquer fator que possa bloquear e interferir em qualquer nível desse eixo pode provocar a

SOP. A administração sistêmica de testosterona aumenta o tamanho e a secreção das

glândulas sebáceas, o que pode ocasionar o surgimento de acne.

(KEDE; SABATOVICH, 2004).

Quando existe um quadro de seborréia (S), acne (A), hirsutismo (H) e alopecia

difusa (A), denomina-se SAHA, o qual pode estar associado ao quadro de ovário policístico.

Esse tipo de acne geralmente tem a característica das lesões serem localizadas no terço

inferior da face, acometendo também o pescoço (KEDE; SABATOVICH, 2004).


Figura 10: Acne decorrente de Síndrome de SOP Figura 11: Síndrome de SAHA
Fonte: www.belezzen.com.br Fonte: www.belezzen.com.br

3.2.2 Aumento da secreção sebácea

Os indivíduos portadores de acne apresentam níveis de secreção maior que as dos

indivíduos não portadores. Em áreas acnéicas, as características do folículo pilossebáceo,

consistem na glândula sebácea hipertrofiada e no pêlo atrofiado. O sebo é constituído por:

triglicérides, ácidos graxos e colesterol, cuja proporção varia de acordo com cada pessoa. Não

existe diferença nos níveis sangüíneos de andrógenos em pacientes com ou sem acne, o que

ocorre, é um aumento da sensibilidade da pele acnéica a estes hormônios, cuja resultante é o

estímulo da atividade da glândula sebácea (BRAUNINGER, 1998).

3.2.3 Hiperqueratinização do folículo pilossebáceo

A hiperqueratinização é o principal mecanismo de formação de comedões abertos

(preto) ou fechados (branco). O comedão é o produto da queratinização anormal que

associado ao sebo origina uma massa no canal pilosebásseo. Na fase inicial ele é mais

palpável que visível, com um discreto ponto branco (comedão fechado). O engrossamento

deste, que se torna mais visível pelo enegrecimento da sua porção exposta, em decorrência da
oxidação da gordura e da queratina (comedão aberto) causa a dilatação do folículo. Esse

distúrbio obedece a uma influência genética, ou a um problema congênito, induzindo a

hiperqueratinização do folículo, resultando na formação do comedão (BRAUNINGER, 1998).

3.2.4 Alteração e participação da flora bacteriana

Os principais microorganismos isolados da superfície da pele e dos ductos

pilossebáceos nos pacientes com acne são: Propionibacterium acne, Propionibacterium

granulosun e Propionibacterium avidum (difteróides anaeróbicos), Staphylococus epidermis

(coagulase negativo) e o Pityrosporum ovale (levedura) (MAIO, 2004).

Segundo Maio (2004), o germe predominante na flora folicular é um difteróide

anaeróbico denominado de Propionibacterium acnes, com capacidade de hidrolisar os

triglicerídeos do sebo, liberando ácidos graxos livres. A difusão pelo folículo irrita a parede

folicular promovendo hiperqueratoses. Com o aumento da pressão que é gradativa dentro do

folículo, bem como a liberação de ácidos graxos e microorganismo na derme o processo

inflamatório esta iniciado.

Figura 12: Infecção bacteriana por P. acnes


Fonte: www.belezzen.com.br
4 Descrição clínica da acne

Segundo Maio (2004), a acne se localiza predominantemente na face, ombro e tórax,

diversas lesões compõem quadro clínico da acne. A partir do predomínio de uma ou mais

lesões, estabelece-se uma classificação em quatro graus:

- Grau I- Predominância de comedões sem reação inflamatória;

- Grau II- Lesões papulopustulosas, com reação inflamatória;

- Grau III- Nódulos, cistos e abscessos com intensa inflamação;

- Grau IV- Cicatrizes profundas, severa reação inflamatória e todas lesões citadas

anteriormente e em alguns casos existência de lesões queloidianas inestéticas e permanentes;

- Crau V- Também conhecida como fulminans. Um tipo muito raro de acne que

apresenta lesões nódulo-cistíticas, acompanhada de outros sintomas, como aumento de

temperatura corpórea e dores em geral.

Esta classificação é de grande importância para a conduta terapêutica, porém nem

sempre podemos enquadrar os pacientes em um determinado grau, principalmente quando

ocorrem as fases de transição, ou de passagem evolutiva ou regressiva de um grau para outro.

(MAIO, 2004).

4.1 Comedão

É uma estrutura temporária. Estudos comprovam que os comedões de cabeça

branca têm seu ciclo em 12 dias e os de cabeça preta de 2 a 6 semanas. O comedão aberto ou
preto é um nódulo firme, geralmente de 0,1 mm a 0,2 mm de diâmetro e quando não existe o

rompimento deste pode surgir uma reação inflamatória local.

(CUNLIFFE; HOLLAND; JEREMY, 2004).

Figura 13: Comedão fechado Figura 14: Comedão aberto


Fonte: dermat.com.br/images/comedao_branco Fonte: dermat.com.br/images/comedao_preto

4.2 Pápula, pústula e nódulo

Ocorrem quando a porção epitelial do comedão é totalmente destruída gerando

uma inflamação localizada que persiste por algumas semanas. Segundo Bechelli e Curban

(1988), a pápula é rósea ou cor de pele, centrada ou não por um comedão e mede de 1.0 mm a

2 mm de diâmetro. É consistente, e pode ser pouco ou muito saliente em casos mais graves.

A desintegração de uma parte do epitélio do comedão inicia a formação de um

abscesso intrafolicular, com reação inflamatória perifolicular. A presença de pústulas deixa a

pele com a aparência muito inflamada e o rompimento dessas lesões, forma crostas e

cicatrizes (KEDE; SABATOVICH, 2004).


A secreção sebácea e os pêlos geram uma reação inflamatória crônica que pode

tardar semanas ou meses. O rompimento da parede celular gera a formação de nódulos

(KEDE; SABATOVICH, 2004).

Figura 15: Pápula, Pústula e Nódulo


Fonte: 100riscos.cvg.com.pt/acne.html

4.3 Graus de acne

- Acne Grau I

Segundo Maio (2004), a acne grau I se caracteriza pela presença de comedões e

raras pápulas e pústulas. Apresenta comedões fechados e abertos, que traduzem um aumento

de corneócitos no infundíbulo folicular.

- Acne Grau II

Maio (2004) caracteriza este tipo de acne, pela presença de comedões, pápulas e

pústulas. O quadro pode ser bastante variável, ora com muitas lesões, ora sem.
- Acne Grau III

Além de todas as outras lesões citadas anteriormente, são encontrados nódulos e

cistos, devido à ruptura da parede folicular. O interior destes nódulos está repleto de

corneócitos e pode ocorrer a formação de pus e estes nódulos são chamados de cistos.

(MAIO, 2004).

- Acne Grau IV

Segundo Maio (2004), este grau segue a mesma evolução dos graus anteriores, e

apresenta também nódulos purulentos, numerosos e grandes, levando a formação de abscessos

que geram lesões queloidianas. Também pode ser chamada de acne conglobata. Esta forma

pode atingir a face, o pescoço, tórax também a região glútea.

- Acne Grau V

Também conhecida como Fulminans, é muito rara e quando associada à acne

nódulo-cistíca ou conglobata observa-se febre, leucocitose, poliartralgia. Este tipo de acne

ocorre mais freqüentemente no sexo masculino e pode ser fatal (MAIO, 2004).

Figura 18: Acne Grau I Figura 19: Acne Grau II


Fonte: www.dermatologia.net Fonte: www.dermatologia.net
Figura 20: Acne Grau III Figura 21: Acne Grau IV
Fonte: www.dermatologia.net Fonte: www.dermatologia.net

Figura 22: Acne Grau V Figura 23: Cicatrizes de Acne Fulminans


Fonte: www.belezzen.com.br Fonte: www.uv.es/~vicalegr/clindex/clacne

4.4 Tipos de erupções acneiformes

- Acne Neonatal

Comedões e pápulas acometem a face de recém nascidos e segundo Kede e

Sabatovich (2004) o mecanismo etiopatogênico ainda é desconhecido. A hipótese mais

provável é que a acne neonatal seja causada pelos andrógenos maternos circulantes e

alterações hormonais intrínsecas específicas do recém nascido. É um tipo de acne passageira,

mas deve ser tratada para não deixar cicatrizes.


- Acne Infantil

São os casos que persistem após o período neonatal. Acomete as crianças na

primeira infância, do terceiro ao sexto mês até os quatro anos de idade. O quadro clínico

apresenta lesões papulosas, comedões e eventuais pústulas. A etiopatogenia está associada aos

hormônios andrógenos adrenais, alterações de hormônios luteinizantes (LH) e da testosterona

livre. É mais comum no sexo masculino e em alguns casos pode surgir em decorrência de

alterações hipotalâmicas, o que se leva a pensar em puberdade precoce. (MAIO, 2004).

De um modo geral duram alguns meses e pode haver remissão espontânea. Nos

casos mais resistentes o tratamento baseia-se nas causas.

(KEDE; SABATOVICH, 2004; MAIO, 2004).

Figura 24: Acne Infantil


Fonte: www.belezzen.com.br

- Acne Cosmética

É uma forma de Acne Venata, freqüentemente observada em mulheres de 30 a 40

anos, em decorrência do uso de algum cosmético com características comedogênicas,

produtos que são ricos em óleos. As lesões ficam restritas a área de aplicação do produto.

Observam-se comedões, pápulas e pústulas e o tratamento impõe o abandono do uso do

cosmético (KEDE; SABATOVICH, 2004).


Figura 25: Acne Venata
Fonte: www.belezzen.com.br

- Acne Escoriada

Segundo Maio (2004), este tipo é mais comum em mulheres, jovens que agridem

a pele de maneira destrutiva e obsessiva, provocando escoriações e cicatrizes no local. A

etiopatogenia está relacionada a um quadro neurótico e psicótico. Este tipo de acne apresenta

lesões papulosas sem comedões. Além do tratamento tópico o paciente deve ser encaminhado

ao médico psiquiatra.

Figura 26: Acne Escoriada


Fonte: www.belezzen.com.br
- Acne Ocupacional

Corresponde à erupção acneiforme ocupacional que surge em decorrência do

manuseio de produtos peculiares a determinadas profissões, dentre estes produtos estão os

pesticidas, fungicidas, inseticidas, petróleo, compostos clorados orgânicos e graxas.

(MAIO, 2004).

- Acne Mecânica

Também conhecida como oclusiva, é um tipo especial de acne provocada pela

ação de traumas físicos repetitivos na pele. É o caso do uso contínuo de bonés, capacetes,

faixas, que provocam lesões na fronte. As forças mecânicas exercidas nas áreas seborréicas

levam ao aparecimento de pápulas e pústulas no local. O diagnóstico é feito pelo padrão de

distribuição das lesões (KEDE; SABATOVICH, 2004).

- Acne Tropical ou Estival

É observada em pacientes que se submetem a uma longa exposição solar,

sobretudo no verão e é agravada quando associa-se o uso de cremes comedogênicos. Também

é observada em pacientes com excessiva sudorese, desaparecendo assim nos meses mais frios.

A fisiopatologia está relacionada com edema de folículos pilossebáceos, obstrução dos ductos

e ação inflamatória subseqüente (KEDE; SABATOVICH, 2004).


Figura 27: Acne Estival
Fonte: www.belezzen.com.br

- Acne Medicamentosa

A erupção acneiforme é causada por medicamentos, geralmente corticóides

sistêmicos, anticoncepcionais, Vitamina B12 e elementos halogênicos (iodo, bromo, flúor),

hidantoína, rifampicina, carbonato de lítio, hidrato de cloral e outros. São encontradas pápulas

eritematosas e pústulas que se distribuem pelo tronco, ombros e braços e com menor

intensidade em face, nádegas e coxas (KEDE; SABATOVICH, 2004).

Figura 28: Acne Medicamentosa


Fonte: www.dermatologia.net

- Acne Endócrina

Induzida por hiperandrogenismo cutâneo feminino, a acne endócrina é observada

com maior freqüência em mulheres na pós-adolescência. Nem sempre as alterações

hormonais podem ser detectadas em exames endocrinológicos, sendo caracterizado então


como um quadro clínico decorrente de distúrbios da metabolização androgênica em nível

cutâneo (PLEWIG; KLIGMAN, 1993).

- Acne na mulher adulta

È observada nas mulheres adultas predominantemente na região mentoniana,

diferenciado-se assim da acne juvenil, que compromete em variados graus as áreas ricas em

glândulas sebáceas. Pode estar associada a outros sinais como a síndrome de SAHA

(seborréia, acne, hirsutismo, alopecia), onde existe alteração hormonal ou maior sensibilidade

por parte dos receptores ao hormônio, ou também ser apenas uma persistência da acne juvenil.

A paciente deve ser encaminhada para um médico, para uma investigação mais detalhada.

(PLEWIG; KLIGMAN, 1993).

- Rosácea

É uma afecção crônica da face que surge em decorrência da alteração de resposta

vascular, em nível cutâneo e de reações inflamatórias eventuais. Caracteriza-se pela presença

de eritema persistente, edema, telangiéctasias e pápulas que podem ser associadas a pústulas e

nódulos, o que torna a pele espessa. Quando o nariz se torna hiperemiado e bulboso

denomina-se rinofima (hiperplasia das glândulas sebáceas que provoca deformidade).

(PLEWIG; KLIGMAN, 1993).

A causa da acne rosácea é desconhecida. Comumente ela se manifesta durante ou

após a meia idade, sendo mais comum em peles claras. Acomete mais mulheres que homens e

é rara em asiáticos e negros (PLEWIG; KLIGMAN, 1993).

Alguns fatores promovem a exacerbação da rosácea como:

- Alimentos que provocam a dilatação de vasos sangüíneos como exemplo, os

alimentos gordurosos;
- Predisposição genética ao rubor;

- Fins psicológicos como, por exemplo, parte emocional descontrolada;

- Ácaros;

- Fins climáticos, como calor excessivo;

- Doenças gastrointestinais;

- Hipertensão arterial;

- Corticoesteróides tópicos (MAIO, 2004).

Na face, a acne rosácea compromete regiões malar, mentoniana, nasal, frontal e

masseteriana. Também pode atingir orelhas e pescoço. Em ordem de importância, caracteriza-

se pela presença de:

- Eritema constante;

- Telangiéctasias constante;

- Pápulas, edema e pústulas em surtos inflamatórios.

(PLEWIG; KLIGMAN, 1993).

Figura 29: Acne Rosácea


Fonte: www.dermatologia.net

4.5 Fatores que provocam piora da acne

Para Kede e Sabatovich (2004), os fatores que podem provocar piora na acne, são:
- Uso sistêmico de determinadas drogas, hormônios tiroidianos, hormônio com

ação androgênica e altas doses de corticóides;

- Uso tópico de cosméticos pastosos, alguns tipos de corticóides como, por

exemplo, os fluorados, sabonetes em excesso e manipulação indiscriminada da

pele;

- Período pré-menstrual e/ou menstrual;

- Ingestão de alimentos doces, fermentados e gordurosos;

Quando o paciente relata fases de piora com a ingestão destes alimentos, é

aconselhável evitar o uso abusivo;

- Tensão emocional;

- Exposição excessiva ao sol.

4.6 Fatores que promovem a melhora da acne

Para Kede e Sabatovich (2004), os fatores que podem promover a melhora da

acne são:

- Exposição moderada aos raios ultravioletas;

- Limpeza de pele associada ao uso de cosméticos com princípios ativos para a

acne;

- Dieta, que segundo Perricone (2003), a alimentação deve ser benéfica, pois os

alimentos ingeridos, são tão importantes quanto os evitados. A alimentação

antiinflamatória se baseia num grupo equilibrado de alimentos, ela foi elaborada

para evitar um rápido aumento no teor de açúcar no sangue, que causa uma

reação insulínica no corpo, provocando uma reação inflamatória, porém todo

alimento ingerido, é convertido em açúcar ao ser digerido, o consumo de


alimentos que rapidamente se convertem em açúcar, são considerados alimentos

pró-inflamatórios, que são reconhecidos por causarem problemas de todas

espécies no corpo humano, ocasionando uma onda inflamatória celular.

Ainda Perricone (2003), relata que para saber quais alimentos são considerados

pró-inflamatórios, foi desenvolvido um índice aproximado ao índice glicêmico,

que classifica os alimentos em uma escala de 0 (zero) a 100 (cem), sendo a água

considerada na escala como nível 0 e o açúcar refinado 100 e o alimento igual ou

superior ao nível 50 deve ser evitado, como exemplo, as proteínas e gorduras

insaturadas têm índice baixo, já os alimentos doces e fermentados têm índice

alto.

4.7 Tratamentos ocidentais para acne

Com os métodos atuais de tratamentos tópicos e sistêmicos, associados aos

recursos físicos e cirúrgicos, a acne pode ser controlada. Para um bom tratamento, considera-

se de grande importância a abordagem de alguns aspectos que devem ser observados no

primeiro atendimento (MAIO, 2004).

- Exame clínico: classificar o grau de acne, para definir a terapêutica a ser

seguida;

- História clínica: a fim de detectar os possíveis fatores agravantes, além de

tratamentos que já foram realizados;

- Adesão ao tratamento: definindo-se a correta execução e continuidade;

- Objetivo do tratamento: expor ao paciente que o tratamento se limita a um

controle da acne, podendo haver recidivas;


- Explicar a possível ocorrência de cicatrizes inestéticas no caso de ser realizado

um tratamento ou utilização de técnicas de extração não adequada (MAIO, 2004).

4.7.1 Tratamentos convencionais sugeridos

4.7.1.1 Limpeza de pele:

O site www.dermatologia.net, evidencia a importância da limpeza de pele na

dermatologia cosmiátrica e refere-se aos tratamentos tópicos estéticos e cosméticos, que o

profissional deve ter amplo conhecimento a fim de obter em seus pacientes, uma pele

esteticamente aceitável. A importância de se conhecer estes procedimentos reside na

necessidade de intervir de maneira cientificamente correta, em situações em que qualquer

pessoa se sente inclinada a atuar, como por exemplo, na extração de comedões e na drenagem

de pústulas e abscessos.

Ainda segundo o site www.dermatologia.net, é muito importante que o

profissional da área de estética, seja capacitado para atuar corretamente na pele de seu

paciente, além de orientá-lo, em relação aos cuidados diários. A limpeza de pele deve ser

considerada como um ato médico e não como uma atitude meramente cosmética, pois envolve

conhecimentos científicos. Não se deve intervir em acne com intenso grau inflamatório

(previamente, reduzir a inflamação). É de grande importância uma assepsia prévia para evitar

outros tipos de contaminação. Sempre deixar claro para o paciente que este é um

procedimento que visa melhorar temporariamente o quadro clínico.

Deve-se repetir a limpeza a cada 30 dias e sempre manter um local apropriado

para este tipo de procedimento, equipado com todos os recursos necessários. O benefício da

limpeza de pele corresponde a uma aceleração do processo de melhora e a um atendimento

personalizado ao paciente. Além de que o profissional especializado em estética tem um


contato mais longo e próximo com o paciente, podendo reforçar tópicos que o dermatologista

passa rapidamente e até mesmo descobrir hábitos, que podem estar levando a piora do quadro

acnéico. Para um bom tratamento ser realizado, o profissional precisa ter como apoio,

substâncias que são capazes de uma permeação cutânea ideal (RIBEIRO, 2005).

Segundo Souza e Antunes (2004), os princípios ativos encontrados nos

cosméticos para acne são:

- Ácido bórico: anti-séptico e adstringente;

- Ácido salicílico: queratolítico, ação bacteriostática e cicatrizante;

- Alfa-bisabolol: antiinflamatório, cicatrizante e anti-séptico;

- Azuleno: anti-séptico e antiinflamatório;

- Cânfora: anti-séptico, anestésico e refrescante;

- Enxofre líquido: anti-séptico, anti-seborréico, e queratolítico;

- Extrato de alecrim: adstringente, anti-séptico e antiinflamatório;

- Extrato de algas marinhas: dermopurificante e cicatrizante;

- Extrato de aloe vera: tonificante, cicatrizante e emoliente;

- Extrato de arnica: descongestionante e vaso protetor;

- Extrato de calêndula: calmante e descongestionante;

- Extrato de camomila: calmante;

- Extrato de erva doce: anti-séptico e refrescante;

- Extrato de hamamélis: adstringente;

- Extrato de rosamarins: secativo;

- Extrato de sálvia: adstringente, anti-séptico e anti-oxidante;

- Hortelã: refrescante e anti-séptico;

- Jojóba: anti-seborréico;

- Óxido de zinco: Antiinflamatório, anti-séptico e secativo;


- Própolis: cicatrizante, regenerador e bactericida;

- Sulfato de zinco: adstringente;

- Timol: secativo e antiinflamatório.

Perricone (2003), destaca ainda o ácido alfa-lipóico como um poderoso

antiinflamatório.

- DMAE: os químicos não consideram o DMAE (dimetilaminoetanol) como um

agente antioxidante, porém ele realiza uma poderosa atividade antioxidante dentro da célula,

além de ser um agente facilitador da absorção de substâncias e intensifica a ação do ácido

alfa-lipóico (PERRICONE, 2003).

A Glutationa é um poderoso antioxidante encontrada nas células humanas e

também é considerada um agente desintoxicador, que permite que o corpo elimine venenos e

toxinas, regula as células do sistema imunológico, modulando a reação inflamatória nas

imediações das lesões acnéicas e também inibe as enzimas digestoras de colágeno, as quais

danificam a pele na lesão da acne, essas enzimas quebram o colágeno dentro da derme,

resultando em cicatrizes (PERRICONE, 2003).

Para Perricone (2003), os ácidos gama-linoléico, graxo-ômega e os alfa-hidroxi

são considerados antiinflamatórios, com ação esfoliante.

Os procedimentos médicos visam à redução da secreção sebácea, dos comedões,

da flora bacteriana alterada, da reação inflamatória local e das cicatrizes. Geralmente, acnes

grau I e II podem ser tratadas com terapêutica tópica, já as de nível mais avançado necessitam

de tratamento sistêmico em conjunto (RIBEIRO, 2005).

4.7.1.2 Terapêutica tópica

- Sabonetes em barra ou na forma líquida sulfurosos (anti-seborreico), ácido

salicílico (queratolítico), peróxido de benzoíla (anti-bacteriano e queratolítico), irgazan


(germicida), éter sulfato de sódio ou lauril (desengordurante). Aplicação: 2 a 3 vezes ao dia,

lavando o local com água abundante (RIBEIRO, 2005).

- Peróxido de benzoíla em gel ou loções em concentração variável entre 2% a

10%, conforme a intensidade da acne. O peróxido tem ação comedolítica e sebostática,

gerando ressecamento e esfoliação da pele de forma suave e contínua. Atua também com um

antiinflamatório tópico, reduzindo o Propionibacterium acnes (P. acnes) e a liberação de

ácidos graxos livres na superfície da pele. (RIBEIRO, 2005).

- Ácido retinóico tópico (tretinoína, adapaleno), sob a forma de gel, loção ou

creme, em concentrações variáveis de 0,01% a 0,1% conforme o grau de severidade da lesão.

Os retinóides de uso tópico têm atuação baseada em suas propriedades de reduzir o número de

comedões e inibir novas formações além da ação direta nos queratinócitos, agindo como

antiinflamatório, reduzindo pápulas e pústulas (RIBEIRO, 2005).

Segundo Perricone (2003), a vitamina A quando usada em aplicações tópicas

normaliza a descamação dentro do folículo, ajudando a soltar as placas de material morto.

O adapaleno, sob a forma de gel a 0,1% é um composto retinóide, semelhante a

tretinoína, que se liga aos receptores nucleares específicos do ácido retinóico. Sua ação

inibitória das respostas dos mediadores pró-inflamatórios sugere uma modificação da flogose

mediada por células na acne, induzindo a uma eficaz ação antiinflamatória. Depois da

aplicação, observa-se eritema no local e descamação depois de alguns dias (RIBEIRO, 2005).

Os primeiros sinais de melhora aparecem depois de quatro semanas de tratamento.

O paciente deve evitar o contato do produto na região das pálpebras, narinas e região da boca

e o uso deverá ser interrompido quando estiver prevista exposição solar (RIBEIRO, 2005).

- Ácido salicílico: Segundo Ribeiro (2005), este ativo sob a forma de gel ou

loções com concentrações que podem variar de 0,5% a 3%, produz descamação por hidrolisar
as substâncias intercelulares das camadas superficiais da pele e na concentração de 3% a 5%,

tem ação comedolítica.

- Outros queratolíticos: diferentes substâncias são utilizadas pela ação esfoliante

como o enxofre precipitado e lavado e a resorcina.

- Ácido Azeláico: ativo que apresenta ação bacteriostática sobre o P. acnes e tem

poder de inibição da testosterona quando em concentrações de 15% a 20%.

(RIBEIRO, 2005).

- Antibióticos tópicos: substituem a administração sistêmica nos graus de acne I,

II e III. A eritromicina base em concentração de 2% a 4% e no fosfato de clindamicina, 1% a

2%, têm o poder de reduzir os níveis de ácidos graxos livres irritantes, aliada a uma ação

antiinflamatória. (RIBEIRO, 2005).

4.7.1.3 Terapêutica sistêmica

Antibióticos orais são drogas indicadas quando o componente inflamatório tem

intensidade considerável. O mais utilizado é a tetraciclina. Uma dosagem mínima deve ser

estabelecida e mantida por vários meses. As cápsulas devem ser ingeridas longe dos horários

de refeições e com bastante água para evitar má absorção. Pode causar intolerância gástrica e

é um fotossensibilizante cutâneo (RIBEIRO, 2005).

A minociclina é mais eficaz que a tetraciclina em alguns casos, mas pode gerar

mais efeitos colaterais. Já a eritromicina é uma droga alternativa, que parece gerar menos

efeitos colaterais. O mecanismo de ação destes antibióticos consiste na queda dos níveis de

ácidos graxos livres irritantes na pele, por interferir na atividade do P. acnes e na sua

capacidade de produzir substâncias inflamatórias. A terapia sistêmica pode levar semanas ou

meses para promover o desaparecimento das lesões (RIBEIRO, 2005).


Os retinóides orais, a isotretinoína ou vitamina A, têm sido muito utilizados no

tratamento de combate da acne, principalmente naquelas mais resistentes a outros tratamentos,

sobretudo a nódulo-cística. Graças ao efeito inibidor da função das glândulas sebáceas,

diminui a sebogênese, normaliza a queratinização folicular. A melhora do quadro ocorre em

tempo variável, permanecendo inclusive após a interrupção do tratamento, mas recidivas

podem acontecer (RIBEIRO, 2005).

A isotretinoína é teratogênica, devendo-se evitar a gravidez, desde o início do

tratamento, até um mínimo de um mês após a sua interrupção. A pele de uma pessoa que faz

uso sistêmico da isotretinoína fica muito mais sensível que a pele normal. Neste caso as

limpezas devem ser realizadas com mais cautela e ela deve ser tratada como uma pele sensível

e ressecada e não mais como uma pele oleosa e seborréica (RIBEIRO, 2005).

Perricone (2003), afirma que o uso de Vitamina A por via oral resulta em pele

seca que descama facilmente, súbita incapacidade de enxergar no escuro, aumento da pressão

intracraniana e em casos raros, morte. Outro possível efeito colateral é inflamação do fígado,

e aumento do nível de triglicérides, detectável em exames de sangue, por esse motivo são

realizados testes sangüíneos periodicamente.

A flutamida, segundo Ribeiro (2005) é um ativo muito utilizado em mulheres com

Síndrome de SAHA e em alguns casos de acne na mulher adulta. Tem ação antiandrogênica e

pode ser associada a contraceptivos orais. O paciente tem que fazer constante monitoramento

do fígado, pois é um medicamento hepatotóxico.

A flutamida e os demais antiandrogênicos que podem ser utilizados para acne

(finasterida, etc) podem causar como efeitos colaterais: cefaléia, distúrbios gástricos,

alterações de libido, depressão e são contra-indicados na gravidez (RIBEIRO, 2005).

Os estrógenos, (anticoncepcionais) de acordo com Ribeiro (2005), podem ser

utilizados no caso de acne inflamatória associada à Síndrome de SAHA e ovários policísticos.


A uso de alfa-hidroxiácidos, tais como o ácido glicólico (derivado da cana de

açúcar), atua ajudando na aceleração de troca celular, ajudando a limpar o interior do folículo.

O ácido glicólico, também atua como agente bactericida e antiinflamatório como a Vitamina

C que também tem propriedades antiinflamatórias (PERRICONE, 2003).

O trabalho do profissional de estética associado ao trabalho do médico

dermatologista, do endocrinologista e do ginecologista, resultará em um maior sucesso e em

maior aderência do paciente ao tratamento (RIBEIRO, 2005).

4.7.1.4 Laser e Rádiofreqüência

Segundo Perricone (2003), uma luz com comprimento de onda do laser está

sendo utilizada em tratamentos de combate à acne. Ela atinge pontualmente um pigmento

denominado porfirina, produzido pela bactéria Propionibacterium acnes, com intensidade de

410 a 420 nanômetros, destruindo as bactérias, conseqüentemente diminuindo os níveis de

ácidos graxos e citocinas, resultando em diminuição do processo inflamatório.

Ainda Perricone (2003), relata de uma terapia que emprega ondas de rádio que

aquecem a derme, sem queimar a superfície. A pele é inicialmente é resfriada com nitrogênio

líquido e depois é aplicada a radiofreqüência.

4.7.1.5 Crioterapia

Segundo Perricone (2003), consiste no congelamento pontual da pele, o

tratamento pode ser realizado com nitrogênio líquido ou gelo seco. O lado negativo desse

método é que para se alcançar um resultado com eficiência máxima, a crioterapia deve ser

aplicada diariamente, tornando-a pouco prática.


5 Medicina Tradicional Chinesa (MTC)

5.1 Histórico

Segundo Nakano e Yamamura (2005), a Medicina Tradicional Chinesa (MTC)

surgiu da união da prática de acupuntura, moxabustão e farmacologia natural. Essa união de

caminhos terapêuticos resultavam em precisão e eficácia. A acupuntura nasceu na China e seu

desenvolvimento é milenar, embora muitas práticas semelhantes tenham sido encontradas em

outros povos antigos.

Existem relatos muito antigos de algumas agulhas que datam da Idade da Pedra,

como as de sílex, usadas em intervenções cirúrgicas. Com o passar do tempo essas agulhas

foram substituídas por osso e bambu e a Era do Bronze, trouxe desenvolvimento para a

acupuntura sendo nessa época que aconteceu a idealização da teoria da circulação energética

através de Meridianos (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Foi em 1929, que Georges Soulié de Morant (sinólogo), publicou o primeiro livro

que difundiu a acupuntura chinesa pela Europa, e foi a França que chamou a atenção do

mundo médico pela prática da acupuntura. Compreender a MTC é muito difícil, já que se fala

de cultura e vivência, que difere muito da dos ocidentais (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

5.2 Fundamentos

Nakano e Yamamura (2005), relatam que a MTC é voltada para observação dos

fenômenos naturais e baseada no estudo e compreensão dos princípios que administram a

harmonia nela existente. Na concepção chinesa, o universo e o ser humano, estão submetidos
às mesmas influências, sendo partes integrantes do universo como um todo. Nesta visão

global, todas as ciências são coerentes e concordantes entre si. A concepção filosófica chinesa

a respeito do universo está apoiada em três pilares:

- Teoria do Yin e do Yang

Conceito básico e fundamental de todas as ciências orientais que corresponde à


condição primordial e essencial para a origem de todos os fenômenos naturais como,
por exemplo, o princípio da energia e da matéria.
(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Figura 30: Símbolo de Yin e Yang


Fonte: www.thegazz.com/globs

- Teoria dos cinco elementos ou movimentos

Como foi publicado por Nakano e Yamamura (2005) “[...] Por meio deste

conceito, procuram-se explicar os processos evolutivos da Natureza, do Universo, da Saúde e

da Doença [...]”.
Figura 31: Cinco Elementos (Lei de Geração e Dominância)
Fonte: www.joacir.com

- Teoria dos Zang Fu (órgãos e víceras)

Aborda a fisiologia energética dos Órgãos, das Vísceras e das Vísceras Curiosas do
Ser Humano, que constituem o alicerce para a compreensão da fisiologia e da
propedêutica energética e da fisiopatologia das doenças e seu tratamento.
(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

5.3 Acupuntura

Segundo Nakano e Yamamura (2005), o Chen-Chui, ou acupuntura como no

ocidente é conhecida, é um antigo método terapêutico que se baseia e que se orienta no

estímulo de pontos em canais energéticos (Meridianos), do corpo com agulhas (Chen) ou com

o fogo (Chui), tentando restabelecer e manter a saúde. Ela foi idealizada dentro de um

contexto global da filosofia Tao, definida como força universal, sendo que os meridianos, os

pontos, o diagnóstico energético e o tratamento se basearão no conceito da Teoria Yin e Yang,

nos cinco elementos, da energia (Qi) e do sangue (Xue). A energia é a expressão imaterial que

gera o dinamismo e a atividade do ser vivo.

A energia é imutável, porém recebe denominações diferentes de acordo com as

suas funções:
Figura 32: Meridianos
Fonte: www.shiatsu.infinito.com

- Energias Celestes

Responsáveis pela vida, calor, vento, frio, secura e a umidade sendo os

responsáveis pelas quatro estações do ano (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

- Energias Terrestres

Geram todas as energias do corpo, sendo responsável pela formação da essência

dos alimentos (Gu Zhi) e dos rins (Shen) (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

- Energia Fonte (Yuan Qi)

É o resultado da transformação da essência do Shen em energia Yang e Yin do

corpo (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

- Energia Nutritiva (Yong Qi)

Responsável pela energia que nutre as estruturas do corpo e circula nos

meridianos (NAKANO; YAMAMURA, 2005).


- Energia Defensiva (Wei Qi)

Resultado da união das energias celeste e terrestre e responde pela defesa e

resistência de energias perversas. Circula tanto dentro como fora dos meridianos.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

- Zhong Qi

Formação parecida com a Wei Qi, responsável pelo sistema cárdio-

respiratório e respiração celular (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

- Energias Perversas (Xié Qi)

Energias celestes em excesso em relação à vitalidade do corpo.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

- Xue Qi (energia do sangue)

Resultado da união da parte Yin da energia celeste e a essência dos alimentos,

responsável pelo dinamismo do sangue (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

- Jing Ye (energia dos líquidos orgânicos)

A união da energia celeste com a essência dos alimentos é a responsável por esta

energia, que responde pelo aquecimento e nutrição do corpo através da circulação de Wei Qi e

Xue. Estas formas de energia, algumas sendo de características Yang, outras Yin, são

responsáveis pelo funcionamento do corpo. As técnicas de inserção de agulha têm a finalidade

de gerar a movimentação da circulação e o fortalecimento das energias do ser humano além

de expulsar energias perversas que atacam o indivíduo.


(NAKANO; YAMAMURA, 2005).

A acupuntura restabelece a circulação da energia ao nível de meridianos, órgão e

víscera, gerando harmonia entre energia e matéria. Os pontos de acupuntura se originaram do

conceito do Yang e do Yin e dos princípios dos cinco elementos, que são à base da filosofia

chinesa (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

6 A Beleza como manifestação do Shen

Segundo Fernandes (2008), o conceito do Shen é um dos mais belos da MTC. Ele

representa a parte mais difícil da natureza humana que é o sentimento. Os fatores que

mostram um Shen saudável são: equilíbrio, felicidade e satisfação pessoal.

A saúde do Shen está intimamente ligada à saúde do corpo, manifestando também

a beleza não somente física, mas também da harmonia entre, “o corpo e o dono do corpo”. O

modo como se vê e se relaciona com o nosso corpo reflete o que se denomina auto-estima.

(FERNANDES, 2008).

Ao tratar o corpo de um paciente, trata-se também emoções, memória e

sentimento. Nunca deve-se separar um do outro e a consciência disto leva ao sucesso do

tratamento. O conceito de beleza é histórico e ela nunca foi à mesma no tempo e no espaço,

“[...], porém ninguém vive alheio ao seu tempo [...]” (FERNANDES, 2008).
Figura 33: Acupuntura
Fonte: www.terra.com.br

7 Acupuntura estética

De acordo com Fernandes (2008), a MTC enxerga o corpo como um todo e ele

pode ser modificado e influenciado pelo meio. A separação de mente e corpo é considerada

um erro. A prática da acupuntura data de mais de 5000 anos, trata-se de uma técnica milenar

que dá importância à alimentação, que é a fonte de energia diária para o ser humano e também

os cuidados com o corpo físico com prática de exercícios respiratórios.

A união de técnicas ocidentais e orientais faz surgir novos conceitos de

tratamento. Os pontos de acupuntura têm um grande potencial energético, local ou sistêmico.

O equilíbrio obtido através do estímulo de alguns pontos dentro dos Meridianos, não ocorreria

com pontos que não são de acupuntura (FERNANDES, 2008).

Existem recursos como agulhas, moxa, ventosa, auriculoterapia, eletroacupuntura,

eletroestimulação cutânea, laser, plexus turbo, stiper, os quais são ferramentas para prática

clínica. A intervenção com o uso destas técnicas, além de ser mais sutil, promove equilíbrio

energético, emocional e orgânico, que vai se manifestar no exterior, gerando um melhor

contorno e aspecto corporal, paz interna e satisfação pessoal (FERNANDES, 2008).


Segundo Fernandes, 2008, as vantagens de se fazer um tratamento estético com técnicas

orientais são:

- Os tratamentos são menos agressivos para a pele, comparado aos outros

tratamentos mais invasivos, como por exemplo, os sistêmicos ou laser.

- Gera homeostase no organismo, pois além da estética que é o foco, o tratamento

restabelece o equilíbrio energético, tratando queixas secundárias ligadas à saúde;

- Os resultados são mais duradouros, pois o equilíbrio conquistado mantém os

resultados, por mais tempo;

- Promove um lifting natural, pelo equilíbrio de baço-pâncreas (Pi);

- Não modifica a expressão natural facial.

Figura 34: Acupuntura estética


Fonte: www.fjsp.org.br

7.1 Anamnese
- Camadas da pele sob o ponto de vista oriental

- Camada superficial (Fu)

Epiderme, que está sob influência do pulmão (Fei) (FERNANDES, 2008).

- Camada profunda da pele (Ge)

Derme, que está sob influência do pulmão (Fei), do fígado (Gan) e do rim (Shen).

(FERNANDES, 2008).

- Músculos (Ji)

O baço (Pi) e o fígado (Gan) têm responsabilidade sob os músculos, que também

é conhecido como “carne” (FERNANDES, 2008).

- Gordura e músculos (Fen Rou)

As gorduras estão sob responsabilidade do vaso diretor, rim (Shen) e baço (Pi). Já

os músculos próximos ao osso têm influência do baço (Pi) e do fígado (Gan).

(FERNANDES, 2008).

- Espaço entre a pele e os músculos (Cou Li)

Está sob o comando do pulmão (Fei) e do baço (Pi), é a camada que flui o Qi

defensivo (FERNANDES, 2008).

- Poros da pele e glândulas sebáceas

Por onde o suor é liberado, está sob influência do pulmão (Fei) e do baço (Pi).

(FERNANDES, 2008).
- Cor da pele

- Pálida

Indica deficiência de Qi, Yang ou de Xue (FERNANDES, 2008).

- Vermelha

Manifestação de calor por plenitude, do calor por vazio, invasão de vento-calor,

ou estagnação de Xue (FERNANDES, 2008).

- Amarela

Deficiência de Qi ou umidade no Pi e no Gan. (FERNANDES, 2008).

- Branca

Deficiência de Xue, quando ligada a lábios pálidos (FERNANDES, 2008).

- Azulada-esverdeada

Presença de frio ou estagnação de Qi e Xue (FERNANDES, 2008).

- Escura

Deficiência séria de Shen (FERNADES, 2008).


- Textura da pele

- Lustro

A pele está em bom estado de Jing Ye, que são de responsabilidade de Fei, Gan e

Wei (FERNANDES, 2008).

- Umidade

Reflete a situação saudável do Jing Ye, do Xue, do Gan e do Shen.

(FERNANDES, 2008).

- Textura

No estado saudável ela se apresenta firme, com elasticidade, e reflete o estado

saudável do Fei e do Pi (FERNADES, 2008).

7.2 Tipos de pele- Ponto de Vista Oriental

- Pele normal

Segundo Fernandes, 2008, a pele se relaciona fisiologicamente ao pulmão, mas

para ela ter um bom estado o Xue deve estar em um bom estado, que está ligado ao coração

(Xin), baço-pâncreas (Pi), fígado (Gan), que são órgãos responsáveis pela produção,

armazenamento e distribuição de sangue.

Para a pele ser macia e hidratada, ela também vai depender do estado de Jing Ye,

que estão sob a responsabilidade do estômago (Wei), pulmão (Fei), bem como do Yang do rim

que esquenta os fluídos do estômago (Wei) (FERNANDES, 2008).


- Pele seca

O problema mais comum é a falta de Xue do Gan, mais comum em mulheres. Em

idosos, o que leva a pele a se tornar mais seca é a deficiência do Yin do Gan e do Yin do Shen.

Já a pele seca e de tonalidade escura é causada por deficiência do Shen.

(FERNANDES, 2008).

- Pele oleosa

Sempre ocorre por problema de umidade ou fleugma, que é causada por

deficiência de Qi do baço. A pele que apresenta fleugma é normalmente intumescida.

(FERNANDES, 2008).

- Pele acneica

É decorrente de calor de Xue, normalmente causada por desequilíbrio de Gan.

(FERNANDES, 2008).

7.3 Poros

O estado dos poros está ligado ao estado do Cou Li, por onde o Qi defensivo corre

e de onde surge o suor.

A transpiração excessiva reflete poros abertos por deficiência de Yang ou por

calor facilitando a entrada de fatores patogênicos exógenos. Já a ausência de suor, indica o

fechamento dos poros, levando a retenção de calor (FERNANDES, 2008).


7.4 Alterações da pele

- Mácula (Ban) (mancha)

Área que se encontra com alteração de coloração.

Ex: vitiligo, sardas, hemangiomas capilares.

- Máculas avermelhadas – calor;

- Máculas roxas – calor no Xue com estase de Xue;

- Máculas brancas – estagnação de Qi e Xue, deficiência de Xue, deficiência do

Yin do Shen;

- Máculas negras – calor no Xue grave (FERNANDES, 2008).

- Pápula (Qiu Zhen)

Pequena elevação, sólida, podendo apresentar o ápice achatado ou como uma

cúpula.

- Pápulas vermelhas – calor no estômago ou no pulmão, vento-calor externo, calor

com umidade ou fleugma;

- Pápulas escuras – calor com estase de Xue (FERNANDES, 2008).

- Pústula (Nong Pao)

Apresenta pus em uma bolha, indica presença de infecção, porém pústulas

observadas em psoríase não apresentam pus. A provável causa é de umidade-calor ou calor

tóxico (FERNANDES, 2008).


7.5 Localização da acne

Segundo Fornazieri (2005), dependendo da localização da acne, é fácil perceber

de qual órgão ela corresponde:

- Testa: área dos intestinos;

- Malar: pulmões;

- Nariz: coração;

- Mento: rins;

- Ombro: sistema digestivo;

- Peito: área dos pulmões e também coração;

- Costas (porção superior): pulmões;

- Redor da boca: sistema digestivo.

8 Métodos de tratamentos chineses

8.1 Stiper

De acordo com Fernandes, 2008, o silício faz parte da estrutura orgânica,

responsável por mais de 25% da constituição humana (epiderme, derme, músculos, ossos e

órgãos). Este quartzo é considerado o mais potente organizador de ondas e de freqüências. A


vantagem desse tipo de tratamento é de não apresentar uma contra-indicação à aplicação. Não

é um método invasivo como aplicação de agulhas e ele é um potencializador de fitoterápicos,

aromas, essências florais, óleos essenciais e medicamentos homeopáticos. A aplicação é feita

sempre sobre os pontos de acupuntura. Quando for feita a aplicação em pontos distais é

interessante que os adesivos fiquem fixados na pele por pelo menos de 2 a 5 dias e não

removê-lo durante o banho.

Em pontos faciais a aplicação tem a durabilidade de 40 minutos. O spiter garante

uma melhora na circulação e harmonização de energia. (FERNANDES, 2008).

Figura 35: Stiper


Fonte: www.biaccus.com.br/stiper.html

8.2 Plexus turbo (eletromagnetismo)

De acordo com Fernandes (2008), é utilizado o mesmo princípio da

magnetoterapia, uma corrente elétrica passa nos ímãs levando a um intenso campo magnético.

Essa técnica tem a capacidade de mudar qualquer tipo de circuito eletromagnético, da

natureza e também do corpo humano. As descargas elétricas liberam estímulos no corpo que

modificam distúrbios e harmonizam a circulação de energia. A aplicação na face deve


respeitar os pontos de acupuntura e regiões importantes. Com a estimulação dos pontos,

promove-se uma melhora na circulação de Qi, Xue e Jing Ye.

Figura 36: Plexus Turbo


Fonte: www.lautz.com.br

8.3 Laser

Segundo Fernandes (2008), a laserterapia utiliza a energia da radiação luminosa

como recurso terapêutico. Sua ação baseia-se na geração de energia através dos pontos

promovendo um equilíbrio energético orgânico.

O laser utilizado é o de gás Hélio, ou também chamado de softlasers. O diâmetro

do foco é de 2 e 3 mm, a potência de 2 a 3 mV e a penetração é de 10 a 15 mm na pele. Esse

tipo de laser tem a capacidade de fortificar o sistema imunológico, tem efeito antiinflamatório

e promove a circulação de sangue e dos fluídos corpóreos. Sua aplicação estimula a produção

de colágeno (FERNANDES, 2008).

É um tratamento que deve respeitar as normas da Acupuntura Clássica:

- Tonificação de 10’’a 20’’ com freqüência de 10 Hz;

- Dispersão de 30’’a 90’’ com freqüência de 10 a 160 Hz.


Considera-se um método prático, indolor e asséptico.

Alguns cuidados devem ser tomados com a aplicação do laser, como:

- Não abusar do tempo de aplicação;

- Proteger os olhos do paciente e do profissional habilitado.

(FERNANDES, 2008).

8.4 Eletroestimulação cutânea

Para Fernandes (2008), a eletroestimulação é um método não invasivo, a

aplicação é feita sobre a pele, sempre respeitando os pontos dos meridianos. Os eletrodos são

fixados com adesivos nos pontos sobre uma substância condutora de energia, como um gel

neutro. É um tratamento que estimula a circulação de Qi, Xue e Jing Ye, também promove

estimulação de fibras colágenas e tonifica a flacidez cutânea.

8.5 Eletroacupuntura

Combina métodos como acupuntura clássica e a eletroterapia. Depois de inserida

a agulha e encontrado o Qi, uma corrente elétrica passará por elas. Este método de tratamento

recupera tecidos fibrosos; acelera o processo pós-cirúrgico, promove a lipólise, melhora o

tônus, reduz celulite, estrias e cicatrizes, recupera lesões e produz colágeno.

(FERNANDES, 2008).

É muito importante a observação da sensibilidade do paciente na hora da

aplicação para não haver excesso ou insuficiência de estímulos, portanto existe uma variação

de freqüência, de acordo com cada indivíduo. O método deve ser evitado em gestantes,
portadores de marcapasso, cardiopatas, portadores de próteses ou peças metálicas, evitando

problemas como aborto, alterações cardíacas dentre outras. (FERNANDES, 2008).

8.6 Auriculoterapia

Segundo Souza (2001), a aurículoterapia é uma técnica que utiliza o pavilhão

auricular para efetuar o tratamento, aproveitando o reflexo que a aurícula exerce sobre o

sistema nervoso central. Cada orelha possui pontos de reflexo, que corresponde aos órgãos e

suas funções. Ao ser realizada a sensibilização dos pontos, o cérebro recebe um impulso que

desencadeia uma série de fenômenos físicos, produzindo a cura.

De acordo com Falconi (2004) a auriculoterapia trata disfunções orgânicas e

promove a analgesia através de estímulos em pontos de reflexologia localizados na orelha na

parte externa. Os chineses a consideram como a origem dos estudos em acupuntura, já os

franceses como resultado de pesquisas realizadas.

Para Fernandes (2008), é uma técnica que consiste na aplicação de agulhas,

semente de mostarda, arroz, esferas de ouro, prata e cristal ou apenas uma pressão (shiatsu),

para a estimulação orgânica. As condições patológicas fazem surgir na orelha alterações,

como dor ao ser realizada a pressão, mudança na coloração, nódulos, óleo e escamação. Com

a pressão desses pontos os problemas poderão ser tratados.

Segundo Souza (2001), o pavilhão auricular tem a anatomia peculiar de um feto

invertido. A relação entre a aurícula e o organismo baseia-se apenas nos feixes e terminações

nervosas da orelha e na relação destas com o cérebro. Existem em média 200 pontos

perfazendo nas duas orelhas 400 pontos de acupuntura.

Para Fernandes (2008), na aplicação, o local deve ser limpo com álcool 70% e a

análise da orelha deve ser minuciosa, antes de ser iniciado o método. Alguns cuidados devem
ser tomados, pois a cartilagem da orelha é muito sujeita a inflamação e áreas inflamadas ou

infeccionadas não devem ser puncionadas, gestantes e pacientes hipertensos dentre outros têm

restrições na aplicação, e devem descansar após a sessão.

Figura 37: Mapa de Auriculoterapia


Fonte: www.paginas.terra.com.br

8.7 Ventosa

Para Fernandes (2008), a ventosa é uma cúpula oca e a sua aplicação é feita na

superfície da pele, gerando pressão negativa. Este método libera a estagnação de sangue dos

canais de energia que correspondem à área de aplicação.

A aplicação tem como função liberar a energia estagnada e promover a circulação

local de Qi, Xue e Jing Ye. A aplicação diretamente nas ulcerações ou inflamações da pele

está contra-indicada (FERNANDES, 2008).

Existem ventosas de borracha, plástico e vidro, e de vários tamanhos de acordo

com a área a ser tratada. O vácuo no interior da ventosa pode ser produzido por fogo ou por
bomba de sucção. O método de aplicação pode ser estático, ou com movimentos de

deslizamento com a utilização de óleos, sempre respeitando o trajeto dos meridianos.

(FERNANDES, 2008).

O tempo correto da aplicação é até ser observado uma hiperemia, mas as ventosas

só devem permanecer no local até que acontece uma congestão, caso contrário surgirão

hematomas, principalmente em pacientes que contenham fragilidade capilar.

(FERNANDES, 2008).

Figura 38: Ventosas para estética


Fonte: www.lautz.com.br

8.8 Moxa

É um tratamento que consiste no aquecimento de alguns pontos ou áreas do corpo

com a finalidade de estimulo térmico, através da utilização de ervas medicinais, sendo a

artemísia a mais popular. Na visão chinesa é um processo que leva ao aquecimento de Qi, do

Yang Qi e de Xue. Considerada uma técnica complementar da acupuntura e sua eficiência vai

além de tratamentos para dor, aumenta o processo circulatório e estimula a produção de

colágeno (FERNANDES, 2008).

Existem no mercado alguns tipos de moxa, dentre elas, moxa tipo palito, bastão,

carvão, e lã de artemísia entre outras (FERNANDES, 2008).


Segundo Fernandes (2008), existem algumas restrições para a aplicação de moxa

como;

- Quadros de calor ou calor-vazio;

- Acne, quando é determinado um padrão de calor;

- Febre;

- Estrias e lesões de pele.

Durante a aplicação o bastão deve permanecer a uma distância que o paciente

sinta o calor, mas com uma sensação suportável, até a formação de hiperemia.

Em pacientes com problemas neurológicos, os cuidados devem ser redobrados em

relação à sensibilidade, por causa da diminuição de sensibilidade periférica.

(FERNANDES, 2008).

Figura 39: Moxa


Fonte: www.dkimages.com/acupuntura

8.9 Dietética chinesa

De acordo com Fernandes (2008), os alimentos são considerados medicamentos

para os chineses. Eles não só têm a função de nutrir o organismo, mas também de prevenir e

tratar enfermidades.
A MTC entende que o alimento possui função energética distinta e não pode ser

padronizada uma dieta, já que cada indivíduo tem necessidades diferentes de energia. Através

dos alimentos é obtida a homeostase orgânica. Os alimentos são classificados de acordo com

seus sabores, energias, movimentos e ações orgânicas (FERNANDES, 2008).

São cinco sabores: azedo, amargo, doce, picante e salgado.

Sabor Azedo Amargo Doce Picante Salgado

Elemento Madeira Fogo Terra Metal Água

Zang Fu F e VB C e ID B/P e E P e IG ReB

As energias se referem à capacidade de gerar emoções de maior ou menor

calor: quente, morno, neutro, frio e gelado. Os alimentos promovem movimentos em direções

diferentes dentro do organismo.

O corpo dividido em quatro regiões:

- Interior - região interna;

- Exterior - pele;

- Superior - acima da cintura;

- Inferior - abaixo da cintura (FERNANDES, 2008).


Movimento Interior Exterior Superior Inferior

De fora para De dentro para De baixo para De cima para

Direção dentro fora cima baixo

Facilitam

movimento

intestinal Induz a Alivia diarréia

redução de transpiração, prolápsos, Alivia vômito,

Organismo edema reduz febre ptoses soluço, asma

As ações orgânicas referem-se aos órgãos internos específicos nos quais eles podem
agir. Assim, os sabores e as energias são fatores importantes na determinação das suas
ações energéticas. As ações comuns são gerais, sem atuação específica, sobre
determinado órgão interno. Algumas destas são comuns ao Ocidente, como aliviar a
dor e controlar a respiração.
(FERNADES, 2008).

De acordo com Fernandes (2008), a escolha de qualquer alimento deve ser feita

de acordo com a constituição pessoal, forças e fraquezas momentâneas. Também com a

desarmonia dos sistemas e com as particularidades de cada indivíduo.

Questões de desordem do Shen, com ansiedade, uma alimentação adequada pode

beneficiar e acalmar o coração (Xin), fazendo o uso de alimentos com sabor amargo, de

natureza Yin, como por exemplo, a rúcula (FERNANDES, 2008).

Problemas relacionados à pele por aquecimento de sangue (Xue) pelo fígado

(Gan), podem ser tratados com alimentos redutores de energia, com alimentos de natureza

Yin, como um suco de limão ou abacaxi (FERNANDES, 2008).

Através de algumas mudanças de hábitos alimentares é possível a obtenção de

uma saúde equilibrada e também resolver com mais rapidez, incômodos que se manifestam no

corpo (FERNANDES, 2008).


9 Acne-Visão Oriental

9.1 Definição

Transtornos digestivos, ou alimentação desregrada, típico dos adolescentes, vai levar


a um desgaste do Baço, gerando Umidade no aquecedor médio, ou então, as funções
do Baço de subida e a do Pulmão de descida estão comprometidas. Observamos o Yin
turvo acima, Yin turvo sobe á superfície prejudicando a função de purificação e de
descida do Pulmão e do Fogo do Coração, impedindo que a água dos Rins possa
subir. Freqüentemente, observamos o rosto vermelho acompanhado de acne.
(FORNAZIERI, 2005).

Segundo Fernandes (2008), a acne é uma infecção causada por bactérias nos

folículos pilosos, começando por uma pápula que se transforma em uma pústula.

Pela MTC, este problema é uma alteração do elemento metal (pulmão e intestino

grosso) e também do elemento madeira (fígado e vesícula biliar) (FERNANDES, 2008).

9.2 Tratamentos orientais para acne

Para Fernandes (2008), alguns tratamentos são sugeridos para a correção do

problema estético, gerando também uma homeostase orgânica.

Tratamentos sugeridos por Fernandes (2008):


-Acupuntura e eletroacupuntura, esses dois tratamentos são realizados no local

cercando a área afetada.

Alguns pontos são indicados para o tratamento como:

P-7 e P-9 (tonificação) e E-40, IG-4, F-2 e CS-6 (sedação)

(FERNANDES, 2008).

- A ventosa deve ser aplicada sobre os pontos de acupuntura e próximos à lesão.

(FERNANDES, 2008).

- No tratamento de auriculoterapia devemos tratar o Gan e o Fei, (fígado) e

(pulmão) (FERNANDES, 2008).

- O stiper deve ser aplicado cercando a lesão por 40 minutos e em pontos distais

como: P-7, F-2, E-40, IG-4 e CS-6, permanecendo no local de 2 a 5 dias.

(FERNANDES, 2008).

- O laser deve ser utilizado em uma freqüência de 10 Hz a 160 Hz, em pontos

próximos à lesão (FERNANDES, 2008).

- Com eletroestimulação, deve ser feita uma sedação em pontos próximos à lesão

e também em pontos distais como: E-40, IG-4, F-2 e CS-6.

Quando é utilizado o método de tonificação os pontos a serem estimulados são:

P-7 e P-9.
Na sedação o tempo sugerido é de 30 minutos com freqüência entre 10 Hz e 50

Hz, já na tonificação, o tempo adequado é de 15 minutos com freqüência de até 10 Hz e com

grande intervalo entre os pulsos (FERNANDES, 2008).

- Na aplicação do plexus turbo, o método é de sedação e sobre a lesão durante um

minuto.

- Devem ser ingeridos alimentos que esfriem o sangue, ácidos, frios ou gelados. A

ingestão de alimentos gordurosos e com finalidade estimulante devem ser evitados.

(FERNANDES, 2008).

Fornazieri (2005) indica a ingestão de alimentos ricos em fibras, alimentos crus,

iogurte desnatado, sementes como, por exemplo, a linhaça, rica em ácidos graxos, um

excelente reparador tecidual e o alho que é um antibiótico natural. Não devem ser ingeridos,

laticínios e açucares.

De acordo com Fornazieri (2005), alguns pontos faciais devem ser manipulados

para qualquer tipo de acne como: VC-24, E-3, E-5, E-6, VG-26 e Ying Tang. Já para acne

localizada na lateral da face, dever ser utilizado o meridiano Tai Yang e os pontos ID-3, B-62

e para a acne localizada no mento os pontos P-7 e R-6, são indicados.

Pontos gerais como: IG-4, IG-11, F-3, E-36, a manipulação desses pontos

regulariza as funções de subida e descida, a fim de promover a união alto/baixo.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).


Para Fornazieri (2005), a utilização de moxa para casos de acne em jovens adultos

é uma das melhores opções de tratamento. Os pontos IG-4, F-3 e o P-9 são muito ativos, mas

a orientação em relação à alimentação é muito importante.

Para Nakano e Yamamura (2005), no tratamento sistêmico para acne, deve ser

levado em consideração o estado emocional, então os canais distintos do Xin Bao Luo/

Sanjiao (circulação-sexo/ triplo aquecedor) devem ser utilizados, estimulando pontos como:

CS-1, TA-16 E VG20 e os pontos F-5 e VB-30, do canal do Gan/Dan (fígado/ vesícula-biliar)

devem ser utilizados para aplainar as emoções.

Quando existem lesões na face e na região anterior do tórax, o Yang Ming está

acometido, pontos utilizados para melhorar a circulação são: IG-4 e o ponto E-36 e um ponto

utilizado para esfriar o canal é um ponto água, E-44 (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Pontos locais devem ser utilizados no tratamento de acne, como: VC-24, E-3, E-5,

E-6, VG-26 e Yin Tang, como foram citados anteriormente pelo escritor Fornazieri (2005).

Para acne localizada na porção lateral facial, o canal que deve ser utilizado é o Du

Mai e o seu acoplado Yang Qiao Mai, estimulando os pontos de abertura ID-3 e B-62. Já acne

localizada no queixo o canal utilizado é o Ren Mai e seu acoplado Yin Qiao Mai e os pontos

de abertura para estímulo são os pontos P-7 e R-6 (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Os pontos E-44 e VG-25 podem ser utilizados para o tratamento de acne tipo

rosácea (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

Em mulheres no geral os canais mais utilizados são os canais curiosos Chong Mai

e Ren Mai e nos homens Ren Mai e Du Mai.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).


No caso de tratamentos pós-acne, para a correção de cicatrizes é indicado o

tratamento de eletroacupuntura (NAKANO; YAMAMURA, 2005).

As agulhas são inseridas profundamente nas lesões e recomenda-se fazer a

dispersão na freqüência de 100 Hz sobre as depressões cutâneas e posteriormente o ponto E-7

deve ser utilizado para tonificar a pele e a musculatura desta região com freqüência de 2 Hz.

(NAKANO; YAMAMURA, 2005).


10 Conclusão

Esta pesquisa, visando contribuir com os estudos na área da estética, enfocou os

tratamentos da Medicina Tradicional Chinesa contribuindo para com os tratamentos médicos

e estéticos aplicados para a correção da acne.

Os tratamentos convencionais tópicos quando aplicados isoladamente sem o uso

de técnicas chinesas atuam nas lesões de acne, porém não tratam a sua origem e de outro lado,

quando são administrados medicamentos sistêmicos, estes podem provocar diversos efeitos

colaterais.

Conclui-se que a Medicina Oriental pode beneficiar o tratamento da acne, atuando

na sua causa e no emocional do paciente, aumentando a sua auto-estima e ajudando a

combater os fatores causadores desta afecção e sem provocar efeitos iatrogênicos.

A união de técnicas ocidentais com as orientais faz surgir novos conceitos de

tratamento, menos agressivos, gerando equilíbrio orgânico e energético, com resultados

duradouros.
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