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Autor(es): Quelhas, José Manuel
Publicado por: Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra
URL URI:http://hdl.handle.net/10316.2/26233
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Sobre a Evolução Recente
do Sistema Financeiro
(Novos "Produtos Financeiros")*
2.4. Os swaps
Um swap, que podemos traduzir por «troca» ou «pennu-
ta», é um contrato pelo qual duas partes acordam trocar, entre
si, os pagamentos de juros ou de capital e juros, na mesma
moeda ou em moedas diferentes, com base em regras preesta-
belecidas. Os dois pagamentos têm montantes iniciais e du-
rações equivalentes, diferindo apenas quanto às taxas de juro ou
de câmbio.
O swap pode ser utilizado como instrumento de cobertura
dos riscos de variação das taxas de juro ou de câmbio ou como
fonna de aumentar, deliberadamente, a exposição aos referidos
nscos.
Dissecando uma operação de swap, deparamos com a
realização de duas operações paralelas, de sentido contrário;
cada interveniente procede à contracção de um empréstimo e
à realização simultânea de uma aplicação de fundos, com o
mesmo prazo de duração e idêntico montante de referência,
mas com diferentes taxas de juro ou diferentes divisas .
A transacção efectua-se com o intuito de aproveitar as
diferentes vantagens comparativas de cada um dos operadores.
Justifica-se a realização de um swap quando um interveniente
tem acesso a um determinado mercado, de taxas de juro ou de
câmbio, em melhores condições comparativas do que a
contraparte, tendo esta, por sua vez, vantagem comparativa no
acesso a outro mercado, também de taxas de juro ou de câmbio.
* (continuação)
216
(61'0) Uma conta corrente con iste num contrato entre um banco e um
ciJente, através do qual é instituída uma linha dI' crédito automática, que
pernute o levantamento a de coberto, até um deternunado montante
(plllfomf), durante o período de Vigência do contrato , com uma taxa dejuro
previamente acordada e eXlgmdo- e, nonnalmente, a prestação de uma
caução.
239
rafe (67) nessas operações. Tenta-se, desta forma, por parte dos
bancos, as egurar a fidelidade destas empresas que são
constantemente assediadas pela concorrência bancária, não
apenas para a operações de financiamento, mas também para
a aplicações de excedente de liquidez, para o aconselhamento
na ge tão de tesouraria, para a montagem e execução de
peraç- es financeiras, para o acesso ao mercado de títulos, para
a realização de operaçõe cambiais, para a concretização de
neg' cio com o estrangeiro, para a domiciliação das contas de
pagamento dos alários dos funcionários, em suma, para a
prestação de uma vasta gama de serviços, que extravasam o
âmbito das tradicionai operaçõe activas e passivas.
Daqui resulta que, por um lado , a imposição de um valor
n minai mínimo de 10000 contos afasta do mercado do «papel
comerciai» a pequenas e médias empresas; por outro lado, a
nova prática bancária tende a excluir desse mesmo mercado as
grandes empresas financeiramente sólidas, deixando apenas
espaço para as grandes empresas com um risco de crédito
elevado . No entanto, estas últimas dificilmente conseguem
re ponder positivamente aos requi itos imposto pelo DL
n.o 181/92, nomeadamente à exigência de evidenciar, no
último balanço aprovado, um capital próprio não inferior a 1
milhão de contos e de apresentar resultados positivos nos três
últimos exercício anteriores àquele em que ocorrer a oferta;
obretudo, esta empresas não conseguirão uma boa «notação»
de rating, capaz de convencer as instituições de crédito que
sirvam de eventuais garantes, as instituiçõe domiciliárias e os
sub cri tores em geral.
A análise do DL n .o 181/92 permite ainda detectar
alguma contradições, no funcionamento deste novo mercado
de título de dívida, que poderão fazer perigar o seu êxito em
(6'1) Podemos traduzir prime rale por "a melhor taxa" . A prime rale
consiste na taxa de juro aplicável pelos bancos aos clientes de menor risco,
nas operações de financiamento , tratando-se da taxa de juro activa mais
baIxa do mercado.
240
fim d A rd de Bretton W od e ln u
A ord miths ni n marcam termo de uma era de
tabilidade cambial e de regulamentaçã da a tividade monetária
e o início de uma fa e de instabilidade ambia l e de
de regulamenta - .
Perante a incapacidade da autoridade e taduais de
e tabilizarem o mercad cambiai, monetários e financeiro,
o agentes económico privados pa saram a recorrer a novos
in trumento financeiro, como as opções, os futuros, os
fonvards e o swaps, de forma a alva guardarem as suas actividades
particulare . Podemo ob ervar os novos in trumentos como
uma forma de aut -organização do agente económicos face
à ineficácia e a de agregação do mecani mo tradicionais de
controlo da política económica.
O proce o de de regulamentação , iniciado em meados
dos ano 70 e de envolvido na década de 80, não tem por base
a iniciativa da autoridade económicas, mas antes a necessidade
de estas e adaptarem ao dinamismo criador dos agentes
privados. Tal situação significa uma demi ão, pelo estado, de
controlar a política monetária e cambial e uma liberalização das
actividade financeiras, de conhecida no período do após-
-guerra.
Só que esta liberalização e desregulamentação da esfera
financeira da economia não foi acompanhada por uma
de regulamentação e liberalização da esfera real. Os dados já
referido , referentes ao comércio mundial, apontam para um
abrandamento do cre cimento do comércio internacional na
década de 70 e no início dos anos 80. Muito países adoptaram
medidas proteccionistas, impondo quotas, impostos aduaneiros
e restrições não pautais às importações de outros países.
Parece, assim, confirmada a hipótese de que mercados
cambiai, monetários e financeiros desregulamentados,
liberalizado e competitivos, não são compatíveis com mercados
reais de mercadorias e serviços também desregulamentados,
liberalizados e competitivos.
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FIGURA 1
financeiro .
No entant ,pernutiram, igualmente, a ncentração da
actividade finan eira num número restrito de grupos
interna ionai , repre entados em diversos paí es, participantes
nos diferente mer ado de apitais, monetários e cambiais,
dotado de enorm r curso financeiro, tecnológicos e
humano, a entuando-se a tendência para um mercado de
concorrência monopoli ta, agora a nível internacional.
Para a internacionalização financeira contribuiram, além
da medidas de regulamentadora , o proce o de criação de
novo produto o de envolvimento tecnológico sem
precedente, principalmente informático.
O de envolvimento tecnológico permitiu a globalização
das operaçõe financeiras, conectando, «em tempo reah>, as
diversas boI as mundiai , fornecendo informações constantes
obre a evolução do mercado . Se, por um lado, tal acréscimo
de informação permitiu o aumento da tran parência do mercado,
por outro lado, acentuou a dependência do operadores da
divulgação de notícias e implicou uma busca constante de
novos dados, tendentes a antecipar os movimentos dos mercados
e a assumir as posições condizentes com essas expectativas.
Além de acentuar a tendência para a concorrência
monopoli ta, a internacionalização acarretou o aumento da
interdependência entre as diferentes economias nacionais e o
consequente acréscimo do ri co de propagação de crises entre
os diversos e paços financeiros.
O Relatório Degum apela, finalmente, para um aumento
dos podere de upervi ão das autoridade monetárias e, de um
modo especial, do banco central sobre os vários agentes
intervenientes no mercado financeiro. No caso concreto
francês , o Relatório considera útil a criação de uma comissão
de ligação entre a Direcção do Te ouro, o Banco de França, a
Comissão das Operações da Bolsa, as autoridades de mercado
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