URGENTE
Após anos de preparo, o Autor não poupou esforços para se preparar para 2ª
etapa, gozou suas férias regulamentares com intuito de preparar para o exame,
abdicando de seu descanso, lazer, festividades de finais de ano, seu aniversário,
convivência com amigos e familiares, sem contar com o dispêndio financeiro em face
da realização de curso preparatório, tendo após esse período de preparação realizado a
prova dissertativa em data de 15/01/12, e, acreditando ter realizado uma prova a
contento, continuou a estudar para próxima etapa que poderia ser a qualquer momento,
visto que o edital não previa o cronograma do concurso, se quer de datas possíveis.
Em contato com a Fumarc, o Autor foi surpreendido com a notícia de que não poderia
ter cópia ou fazer apontamentos das respostas dos recursos, podendo apenas manejá-los
no balcão da Instituição, porém a posteriori mudaram as regras e teve acesso a cópias
das aludidas respostas.
De posse das respostas dos recursos, o Autor verificou que ao invés da banca
analisar a fundamentação dos mesmos, no intuito deferir ou indeferí-los, a banca
realizou uma espécie de impugnação subjetiva em cada um deles, ao invés de objetiva,
voltado apenas para negar provimento aos recursos, sendo utilizados parâmetros
distintos (quando a resposta foi rasa elaborada apenas na normatividade legal, foi
indeferido por falta de embasamento doutrinário; quando embasado legal e
doutrinariamente, foi indeferido por desnecessidade de discussão doutrinaria), sendo
que uma das respostas aos recursos não foi sequer assinada pelo corretor, aparentando
ter sido uma resposta coletiva a um recurso pessoal, o que pode ser devidamente
comprovado conforme cópias anexas, sendo nulo este ato, nos termos da Lei 14.184/02,
que prescreve em seu art. 16 que “os atos do processo serão realizados por escrito, em
vernáculo, e conterão a data e o local de sua realização e a assinatura da autoridade por
eles responsável.”
Abaixo seguem trechos que corroboram com o acima exposto, no que se refere à
divergência de pontos de vista acerca da correção da prova, onde foi usado critérios
subjetivos e não objetivos:
O erro sobre a ilicitude do fato também vem previsto no artigo 21 do CPB, onde há o
conhecimento da lei de maneira geral, porém devido a diversos fatores sociais, bem
como a modificação permanente das leis, desconhece o carater ilícito do fato(erro
essencial acerca do carater proibido). Referido erro pode ser total devido as
circunstancias onde o indivíduo será beneficiado pela isenção da pena (inevitável) ou
ainda devido a circunstancias o indivíduo erra onde poderia, digo deveria ter ou atingir a
consciência acerca da ilicitude, tendo este como consequência jurídica a diminuição
genérica de pena de 1/6 à 1/3.
A descriminaste putativa (descriminante imaginária) elencada do artigo 20 § 1º, o
individuo conhece também a lei de maneira geral, porém devido à fatores sociais vastos,
acredita que age amparado pela lei, errando sobre esse amparo legal no que tange a suas
garantias de isenção. Tendo como exemplo uma legítima defesa da honra no caso de um
pai que teve sua filha violentada. Referida Descriminante Putativa devido à
circunstancias poderá ser inevitável, terá o benefício da isenção da pena, porém se não
era inevitável e o crime é punido na modalidade culposa, responderá pelo mesmo, onde
a doutrina denomina como culpa imprópria.”
Da mesma forma, o candidato, no que tange ao erro sobre a ilicitude do fato, não
mencionou que tal erro importa na exclusão da culpabilidade do agente quando
inevitável em virtude da falta de potencial consciência da ilicitude.
Por fim, o candidato não abordou de forma correta as descriminantes putativas, vez que
as analisou de forma rasa e somente no que diz respeito ao erro que recai sobre a
existência de uma causa de justificação, vez que não discorreu acerca do erro sobre a
situação de fato nem sobre aquele que recai acerca dos limites de uma dirimente. O
candidato não fez qualquer menção às teorias extremada e limitada da
culpabilidade. [...]”
Fato é que a prisão preventiva pode ser decretada em qualquer fase da persecução penal
(Inquérito e Ação Penal) sendo que na hipótese em tela, estamos ainda na fase do
Inquérito Policial, investigação, onde o acusado/investigado anda não se transformou
em réu, e cabe a critica o porquê da Autoridade Policial não estar no rol dos legitimados
e o Assistente de acusação que só é admitido na fase da Ação Penal ser.”
O legislador – e aqui não importa seus motivos – simplesmente facultou ao juiz em caso
de descumprimento de medida cautelar de forma injustificada “substituir a medida,
impor outra em cumulação, ou, em ultimo caso, decretar a prisão preventiva (art. 312,
parágrafo único)” (art. 282, § 4º, do CPP).
Bastava uma análise literal da letra da lei, posto que as construções doutrinarias e
jurisprudenciais no sentido de analisar os requisitos do art. 313, do CPP; se seria
proporcional decretar a preventiva no caso dos crimes que eventual condenação
ensejaria a substituição da prisão por penas restritivas de direito; se o crime era culposo,
etc., pouco importava. O que legislador quis ao prever essa hipótese de preventiva – e
essa era a resposta que a pergunta exigia – foi dar efetividade às cautelares diversas da
prisão.
Se posicionar de forma contraria é jogar no lixo a letra da lei e aquilo que desejou o
legislador.
QUESTÃO 08: “A Lei 12403/11 tratou, entre outros institutos, das medidas
cautelares, oportunizando a aplicação de medidas que se situam entre a prisão e a
liberdade. Considerando-se que o tempo de duração da prisão provisória é
detraído da pena concretamente aplicada ao final do processo, pergunta-se: É
possível a detração do tempo de duração de medida cautelar, diversa da prisão
provisória, do quantum de pena aplicada na sentença? Fundamente sua resposta:”
RESPOSTA DO CANDIDATO: “Considerado que a lei 12403/11, consolidou um
entendimento notório de nossa doutrina e jurisprudência em relação a flexibilização das
prisões cautelares, as quais deverão ocorrer somente em ultimo caso, tendo como
parâmetro os direitos fundamentais elencadas na CRFB/88, em especial a dignidade da
pessoa humana, evitando assim em muitos casos o recolhimento ao cárcere de maneira
desnecessária. Sendo que uma das premissas da punição estatal é a ressocialização do
indivíduo.
Ressalta-se ainda que as Medidas Cautelares diversas da Prisão, limita não só direitos
considerados mínimos, limitando ainda a liberdade do indivíduo.
É o relatório
Decido.
Assim, se o candidato acertou 50% da questão, por exemplo, o sim para a questão 07, o
candidato deveria ter obtido 2,5 pontos dos 05 pontos previstos para a questão,
adotando-se critério objetivo, o que não foi aplicado ao caso sub judice, pois, os pontos
foram distribuídos subjetivamente, neste caso da questão 07 a nota foi de 02 pontos,
apesar de acertado 50% da questão, fato que aconteceu nas questões 06 e 08.
“QUESTÃO 01
É óbvio que a pontuação obtida pelo Autor não o habilita para submissão a 3ª
fase do concurso. No entanto, as questões nºs 01, 06, 07 e 08 da prova discursiva na
qual o Autor não pontuou o quanto realmente merecia ou não estava a matéria ali
prevista pelo Edital 01/11, estando inquinadas de inequívoco e manifestos vícios e
erros em suas concepções, cujas fundamentações passaram ao largo dos olhos e
desejos das autoridades participantes da banca examinadora, que atuaram em
nome do Réu, causando prejuízo imensurável às pretensões do Autor em adentrar,
legitimamente, na fase subsequente (3ª fase) do concurso.
Por ser o concurso público o meio mais legítimo, democrático, idôneo e
eficiente de investidura no serviço público, ao empregar um critério objetivo, impessoal
e meritório, afasta os privilégios e favoritismos que, lamentavelmente, ainda
contaminam alguns setores da Administração Pública.
"O concurso público é o instrumento que melhor representa o sistema do mérito, porque
traduz um certame de que todos podem participar nas mesmas condições, permitindo
que sejam escolhidos realmente os melhores candidatos. Baseia-se o concurso em três
postulados fundamentais. O primeiro é o princípio da igualdade, pelo qual se permite
que todos os interessados em ingressar no serviço público disputem a vaga em
condições idênticas para todos. Depois, o princípio da moralidade administrativa,
indicativo de que o concurso veda favorecimentos e perseguições pessoais, bem como
situações de nepotismo, em ordem a demonstrar que o real escopo da Administração é o
de selecionar os melhores candidatos. Por fim, o princípio da competição, que significa
que os candidatos participam de um certame, procurando alçar-se a classificação que os
coloque em condições de ingressar no serviço público."
(Manual de Direito Administrativo. 17ª ed., Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2007, p.
541)
Sabido é que todo concurso público deve pautar-se nos princípios norteadores
de nossa ordem constitucional vigente, entre eles os princípios da legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade, transparência, razoabilidade e motivação dos
atos administrativos, previstos no “Caput” do art. 37 da C.F.
O Autor por não dispor de meios suficientes para arcar com o ônus do
pagamento de custas processuais e honorários advocatícios requer a concessão dos
benefícios da gratuidade de justiça, com fulcro no art. 5º XXXIV, “a” da Constituição
Federal, declarando ser pobre nos termos do art. 4º da Lei 1.060/50.
III – DA NECESSIDADE DE CONCESSÃO DE TUTELA ANTECIPADA
Cumpre ressaltar, de logo, que embora se reconheça não caber ao Poder Judiciário, em
regra, imiscuir-se no mérito dos atos administrativos, reapreciando questões de provas
ou reavaliando notas atribuídas pela banca examinadora de concurso público, a
jurisprudência pátria tem admitido a ingerência do judiciário para examinar as questões
cuja impugnação esteja fundada na legalidade da avaliação aferida segundo as
disposições do edital e demais normas que regem o certame, quando, por exemplo, em
prova de múltipla escolha, a banca aceita uma alternativa como correta e o edital
somente admite um quesito como correto, o candidato demonstra haver mais de uma
alternativa ou a inexistência de alternativa correta.
“Receio fundado é o que não decorre de simples estado de espírito do requerente, que
não se limita à situação subjetiva de temor ou dúvida pessoal, mas se liga a uma
situação objetiva, demonstrável através de algum fato concreto.
Perigo de dano próximo ou iminente é, por sua vez, o que se relaciona com uma lesão
que provavelmente deva ocorrer ainda durante o curso do processo principal, insto é,
antes da solução definitiva de mérito.
Por fim, o dano temido, para justificar a proteção cautelar, há de ser a um só tempo
grave e de difícil reparação, mesmo porque as duas idéias se interpenetram e se
completam, posto que para ter-se como realmente grave uma lesão jurídica é preciso
que seja irreparável sua conseqüência, ou pelo menos de difícil reparação. (ob. Cite,
pág. 373).
Assim, segundo se depreende do caso em tela verifica-se que o Autor será fatalmente
prejudicado se a prestação jurisdicional não ocorrer a tempo e modo, isso em virtude da
realização da arguição das provas orais que já se iniciaram em data
de 30/05/12 (conforme Portaria Nº 64/DRS/ACADEPOL/PCMG/2012) e se estenderá
até dia 08/06/12, data esta marcada para os que foram aprovados após as análises dos
recursos, e que caso não seja concedida a tutela antecipada, com a consequente
convocação do Autor para participar da próxima fase do certame, resultará em prejuízo
de proporções irreparáveis, haja vista tratar-se de emprego público que lhe proverá o
sustento e de sua família, bem como lhe proporcionará a realização de um sonho
pessoal.
Para que o judiciário não se divorcie dos ditames estabelecidos pela Carta da República
e, por conseguinte, imponha ao Autor um estado de ilegítima submissão, em
contrariedade frontal aos princípios que informam o Estado Democrático de Direito,
deve a presente tutela antecipada ser concedida in continenti, por imperativo da mais
límpida JUSTIÇA, diante do preenchimento dos requisitos autorizadores.
IV – DOS PEDIDOS
Protesta provar o alegado por todos os meios admitidos pelo ordenamento jurídico, em
especial pela juntada de novos documentos, oitiva de testemunhas cujo rol será
oportunamente juntado e depoimento pessoal do representante do Réu.
Data-----------.
Advogado
OAB/MG – xxxxxxx