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Esta ação popular foi ajuizada por um cidadão contra o Senado Federal e um Senador da República devido à reforma de gabinete do Senador no valor de R$ 1.000.000,00 custeada com dinheiro público. O autor alega lesão à moralidade administrativa e pede a suspensão do contrato e anulação dos atos. Solicita também a intimação do Ministério Público e julgamento procedente dos pedidos com condenação dos réus.
Esta ação popular foi ajuizada por um cidadão contra o Senado Federal e um Senador da República devido à reforma de gabinete do Senador no valor de R$ 1.000.000,00 custeada com dinheiro público. O autor alega lesão à moralidade administrativa e pede a suspensão do contrato e anulação dos atos. Solicita também a intimação do Ministério Público e julgamento procedente dos pedidos com condenação dos réus.
Esta ação popular foi ajuizada por um cidadão contra o Senado Federal e um Senador da República devido à reforma de gabinete do Senador no valor de R$ 1.000.000,00 custeada com dinheiro público. O autor alega lesão à moralidade administrativa e pede a suspensão do contrato e anulação dos atos. Solicita também a intimação do Ministério Público e julgamento procedente dos pedidos com condenação dos réus.
EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DA VARA FEDERAL DE
FLORIANÓPOLIS DA SEÇÃO JUDICIÁRIA DE SANTA CATARINA
JOÃO, brasileiro, estado civil, profissão, portador da
cédula de identidade n° ..., inscrito no CPF/MF n° ..., residente e domiciliado na Rua ..., Florianópolis/SC, por meio de seu advogado infra-assinado, conforme procuração anexa, com escritório na Rua ..., onde doravante devem ser remetidas notificações e intimações, vem perante Vossa Excelência, com fulcro nos termos do art. 5º, LXXIII, da CF/88 e da Lei nº 4.717/65, ajuizar a presente
AÇÃO POPULAR COM PEDIDO DE LIMINAR
Em face do Senado Federal, pessoa jurídica de direto
público, CNPJ nº ..., endereço eletrônico, e do Senador da República, nacionalidade, estado civil, RG nº ..., CPF nº ..., endereço eletrônico, com domicílio profissional no prédio do Senado Federal, na esplanada dos Ministérios, em Brasília, com base nas razões de fato e de direito a seguir expostas.
I - DOS FATOS
O Impetrante indignou-se ao saber, em abril de 2009,
por meio da imprensa, que o senador que merecera seu voto nas últimas eleições havia determinado a reforma total de seu gabinete, orçada em mais de R$ 1.000.000,00, a qual seria custeada pelo Senado Federal. A referida reforma incluía aquecimento e resfriamento com controle individualizado para o ambiente e instalação de ambiente físico para projeção de filmes em DVD, melhorias que o Impetrante considera suntuosas, incompatíveis com a realidade brasileira. O senador declarara, em entrevistas, que os gastos com a reforma seriam necessários para a manutenção da representação adequada ao cargo que exerce. Tendo tomado conhecimento de que o processo de licitação já se encerrara e que a obra não havia sido iniciada, o Impetrante, temendo que nenhum ente público tomasse qualquer atitude para impedir o início da referida reforma, dirigiu- se a uma delegacia de polícia civil, onde foi orientado que procurasse a Polícia Federal.
II - DA MEDIDA LIMINAR
Ante o exposto, conforme estabelecido no art. 5º, §
4º, da Lei n. 4.717/65, na defesa do patrimônio público, caberá a suspensão liminar do ato lesivo ora impugnado. No caso em epígrafe, a situação atenta contra a moralidade administrativa, princípio expresso no caput do art. 37 da Constituição Federal, o que demonstra inequivocamente o fumus boni iuris. Conquanto o periculum in mora faz-se caracterizado, visto que o processo licitatório já se encerrou. Embora as obras ainda não tenham se iniciado, necessário se faz evitar que os gastos correspondentes sejam efetivados, tendo em vista a enorme dificuldade de reembolso ou ressarcimento futuro ao erário por parte do Impetrado. Destarte, presentes os requisitos do fumus boni iuris e do periculum in mora, é cabível e necessária a concessão da liminar.
III – DO MÉRITO
Incialmente cumpre esclarecer que ação popular é a
ação constitucional de natureza civil, conferida a todos os cidadãos para a impugnação e a anulação dos atos administrativos comissivos e omissivos que sejam lesivos ao patrimônio público em geral, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, com a condenação dos administradores, dos agentes administrativos e, também, dos beneficiados pelos atos lesivos ao ressarcimento dos cofres públicos. Dessa forma, para ser legitimado ativo da ação popular segundo o art. 5º, LXXIII, da CF, combinado com o art. 1º da Lei n. 4.717/65, é necessário ser cidadão na forma do art. 12 da CF/88, desde que em pleno gozo dos seus direitos políticos, o que o Impetrante comprova juntando Título de Eleitor e a certidão de regularidade da Justiça Eleitoral, anexos na exordial. No caso em apreço, cabe salientar que houve lesão ao patrimônio público, pois foi utilizado dinheiro do Senado Federal para beneficiar um agente político em suas pretensões pessoais, em termos de melhorias do seu próprio gabinete, o que é vedado pela Constituição, já que a administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência. Portanto, resta configurada violação ao princípio da moralidade, uma vez que o dinheiro público e a máquina pública foram gastos para atender fins pessoais. Ademais, também pode ser aplicado ao caso em tela, o disposto no art. 4º, I, da Lei n. 4.717/65, que estabelece que sejam também nulos os atos ou contratos, praticados ou celebrados por quaisquer das pessoas ou entidades referidas no art. 1º da Lei n. 4.717/65. Diante de todo o exposto e da gravidade dos fatos, a presente ação deve ser julgada procedente.
IV - PEDIDOS
Ante o exposto, requer:
a) Concessão da medida liminar para suspender imediatamente
o contrato de reforma do gabinete do Senador, assim como a sustação de qualquer ato que digne a pagar tais despesas com recursos públicos; b) Citação dos Réus para, querendo, responder à presente ação no prazo legal; c) Intimação do representante do Ministério Público Federal para atuar como fiscal da lei; d) Julgar procedente o pedido, confirmando a liminar e determinando a anulação do contrato firmado para reforma do gabinete do Impetrado; e) Produção de todos os meios de prova em direito admitidos, principalmente a prova documental, testemunhal e pericial. f) A condenação dos Réus nos ônus da sucumbência.
Contratando sem Licitação: Contratação Direta por Dispensa ou Inexigibilidade - Lei Nº 14.133, De 1º De Abril De 2021 – Nova Lei De Licitações - Lei Nº 13.303, De 30 De Junho De 2016 – Lei Das Estatais