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Os Grandes

Filósofos
De Sócrates a Foucault

Conforme o Novo Acordo Ortográfico


Jeremy Stangroom e James Garvey

Os Grandes
Filósofos
De Sócrates a Foucault

Tradução:
André Oides
Índice
Indrodução.......................... 7 Immanuel Kant..................... 112
Thomas Paine....................... 118
Antiguidade e Era Medieval Jeremy Bentham................... 124
Georg Hegel......................... 130
Sócrates................................ 10
Platão.................................... 16 Século XIX
Aristóteles............................ 22
Marco Aurélio...................... 28 Arthur Schopenhauer........... 136
Santo Tomás de Aquino....... 34 John Stuart Mill................... 142
Søren Kierkegaard................ 148
Renascimento Karl Marx............................. 154
Charles Sanders Peirce......... 160
Nicolau Maquiavel............... 40 William James...................... 166
Francis Bacon....................... 46 Friedrich Nietzsche.............. 172
Edmund Husserl................... 178
Século XVII John Dewey.......................... 184
Thomas Hobbes................... 52 Século XX
René Descartes..................... 58
Blaise Pascal........................ 64 Bertrand Russell................... 190
John Locke........................... 70 Ludwig Wittgenstein............ 196
Baruch de Spinoza............... 76 Martin Heidegger................. 202
Gottfried Leibniz.................. 82 Sir Karl Popper..................... 208
Jean-Paul Sartre................... 214
Século XVIII A. J. Ayer.............................. 220
Michel Foucault................... 226
George Berkeley.................. 88
Voltaire................................. 94 Índice Remissivo................. 233
David Hume......................... 100
Jean-Jacques Rousseau........ 106

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Os Grandes Filósofos

também há alguma tensão, e é impossível resolvê-la. Os fãs do método


ficarão incomodados ao encontrar Nietzsche* e Hegel na lista. Proponen-
tes da visão do objeto da filosofia podem empalidecer diante da inclusão
de Maquiavel. Aqueles que enxergam a filosofia como um modo de vida
estranharão Bacon e Heidegger.
Não obstante, a lista é coerente. Se é difícil dizer exatamente o que é
a filosofia, é fácil reconhecê-la quando se a vê. Wittgenstein argumenta que
alguns termos distinguem as coisas não em virtude de uma definição estri-
ta, mas por algo como uma semelhança de família. Talvez nem todo mundo
no álbum de família ostente uma versão do admirável nariz do vovô, mas
é claro que todos são membros da mesma família. O mesmo acontece com
os grandes filósofos. A filosofia tem avançado por mais de 2 mil anos, e
em um período tão longo seria quase um milagre se todos os filósofos se
encaixassem em um único molde.
Este livro traça os maiores pensamentos nos trechos mais proemi-
nentes e influentes da extensa caminhada da filosofia ao longo da História.
Você encontrará aqui pensadores dos primeiros pensamentos filosóficos do
Ocidente, os antigos filósofos gregos e os primeiros romanos, a quem tanto
é devido. Você verá como as preocupações desses filósofos se tornaram as
preocupações daqueles que se seguiram, e como suas respostas moldaram
aquilo que hoje reconhecemos como filosofia. A filosofia medieval faz uma
aparição, transmitindo preocupações antigas para os filósofos do Renasci-
mento e acrescentando à mistura uma ênfase na religião. O pensamento da
Era Moderna, a explosão moderna da filosofia introduzida por Descartes,
também está bem representado aqui. Os fundadores e representantes das
escolas racionalista e empirista também recebem uma justa atenção, assim
como as sombrias conclusões daqueles que apoiam o ceticismo.
Felizmente, a longa caminhada continua, e você encontrará aqui os pen-
samentos que fazem da filosofia contemporânea o que ela é, e talvez o que ela
está se tornando. A filosofia, o que quer que seja ela, certamente ainda está a
caminho, e este livro leva em consideração tanto a disciplina como é praticada
hoje quanto a história que tornou possível a filosofia contemporânea.
Normalmente, a introdução de um livro como este oferece algum tipo
de desculpa pelas omissões, e diz que é impossível caracterizar inteiramen-
te os pensamentos de tantos grandes filósofos em um único lugar. Você
encontra também desculpas de outro tipo, justificativas para incluir alguns
filósofos e não outros. Você não encontrará aqui nenhuma escusa para fa-
tos tão óbvios e inevitáveis. Será que faz algum sentido se desculpar por
um fato ou por um conjunto de fatos? Este livro foi escrito para pessoas
inteligentes que sabem onde estão entrando quando compram um livro. Se

*N.E.: Sugerimos a leitura de A Origem da Tragédia e Além do Bem e do Mal – Prelúdio de


uma Filosofia do Futuro, de Friedrich Nietzsche, Madras Editora.
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Introdução

este livro não é a última palavra sobre os grandes filósofos – e que livro
poderia ser? –, ele é certamente uma coleção de úteis primeiras palavras.
Em cada verbete, há uma lista de obras que você pode ler se quiser levar
adiante seu estudo da filosofia. Tampouco ali você encontrará quaisquer
últimas palavras.
Não importa como você veja a filosofia, independentemente do que
pense que ela seja, você tem aqui relatos das vidas e dos ideais dos
melhores pensadores da história do pensamento filosófico, lidando cuidadosa
e racionalmente com as mais humanas das questões, as questões mais difíceis,
as questões que mais importam.

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Sócrates

Seria difícil superestimar a influência de Sócrates (470-


399 a.C.) na filosofia ocidental. Sabemos que Sócrates
foi o mentor do jovem Platão, e também que os escritos
de Platão tiveram efeitos profundos e duradouros sobre
praticamente todo o pensamento ocidental.
470-399 a.C.
IRRITANTEMENTE, TAMBÉM SERIA DIFÍCIL SUPERESTIMAR
nossa ignorância acerca das verdadeiras visões de Sócrates. Sócrates pro-
vavelmente não escreveu quase nada de natureza filosófica, e, de qualquer
modo, nada do que ele escreveu sobrevive hoje. Nosso problema, o “Pro-
blema Socrático”, como é chamado, é que não sabemos exatamente em
que o próprio Sócrates acreditava – não é claro que ele afirme saber coisa
alguma. Ele nega até mesmo ser um professor. Então sabemos que ele é
massivamente influente, mas não sabemos a natureza precisa dessa influência.
A situação é mais que exasperadora.
Acredita-se que Sócrates tenha sido filho de uma parteira e de um
pedreiro. Embora tenha sido reduzido à pobreza na velhice, ele parece ter
gozado de uma vida razoavelmente próspera em seus primeiros anos. Ele
serviu como hoplita (um soldado de infantaria pesada) no Exército atenien-
se, então pelo menos nessa época de sua vida ele deve ter possuído alguma
propriedade e ter sido capaz de pagar por seu próprio equipamento. Como
quer que ele ganhasse a vida, isso não era graças à sua aparência. Ele é des-
crito de diversas formas como rotundo, de nariz achatado e lábios grossos;
seus olhos, apesar de rápidos, eram bulbosos, e ele parece não ter sido um
devoto da arrumação pessoal. Sua capacidade para beber era prodigiosa e
bem conhecida.
Se o que nos interessa aqui são suas visões e não sua vida, há apenas
três competidores – três fontes razoáveis de informação sobre a filosofia
de Sócrates, três escritores que viveram em sua época. O poeta cômico
Aristófanes é um deles, mas ele pinta um retrato ridículo de Sócrates, uma
caricatura e amálgama geral de filósofos e intelectuais ativos em Atenas na
época. Os escritos de Xenofonte sobrevivem, mas ele caracteriza Sócrates
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Antiguidade e Era Medieval

como nada mais que um


Como quer que Sócrates ganhasse a vida, insípido repositório de
aforismos cômodos – fi-
isso não era graças à sua aparência; ele é camos imaginando como
um homem assim pode
descrito de diversas formas como rotundo, ter perturbado as auto-
ridades atenienses tanto
de nariz achatado e lábios grossos. quanto Sócrates de fato

Sócrates
o fez. Temos, finalmen-
te, os Diálogos de Platão, mas mesmo esses são problemáticos. Seguiremos
a convenção e assumiremos, como a maioria dos comentadores (e com uma
boa pitada de desconfiança), que o Sócrates dos primeiros Diálogos é o mais
próximo de uma representação fiel das visões do verdadeiro Sócrates que pro-
vavelmente teremos.

Uma nova abordagem


Algo das visões de Sócrates emerge desses primeiros Diálogos. É claro que
chamamos aqueles que vieram antes de Sócrates de “pré-socráticos” por
uma razão: os interesses dele diferem expressamente das duvidosas preo-
cupações de Parmênides, Heráclito, Anaximandro e outros semelhantes.
Em vez de especular sobre a cosmologia, proferindo enunciados sombrios
sobre a natureza do Absoluto, Sócrates foi “o primeiro a fazer a filosofia
descer dos céus”, segundo a frase memorável de Cícero. Sócrates preocupa-se
com esta vida e com a melhor forma de vivê-la. Suas preocupações são reso-
lutamente práticas.

Os primeiros Diálogos
O Sócrates dos primeiros Diálogos tipicamente inicia uma conversa com
um ou alguns interlocutores, a qual resulta em uma questão sobre a natu-
reza de uma ou outra virtude: o que é a justiça, o que é a piedade, o que é
a coragem ou o que é a temperança. O interlocutor arrisca uma resposta.
Sócrates então submete a resposta à análise crítica, usualmente mostrando
que a resposta é inconsistente com alguma outra coisa que é sustentada
pelo interlocutor como verdadeira. Ou então ele mostra que a resposta leva
a uma ou outra confusão, ou que é simplesmente deficiente em algum as-
pecto. A palavra grega para esse padrão de questionamento, resposta e
escrutínio é elenchus, e Sócrates era um mestre nele. De acordo com
Xenofonte, ele “podia fazer o que quisesse com qualquer debatedor”. Por
que ele se envolvia nesse tipo de refutação? Há várias respostas.
Segundo uma lenda, Querefonte pergunta ao Oráculo de Delfos se al-
guém é mais sábio que Sócrates, e a surpreendente resposta é que ninguém
é mais sábio. Sócrates, admirado, tenta provar que o Oráculo está errado,
aproximando-se daqueles que professam a sabedoria e questionando-os
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Os Grandes Filósofos

sobre as virtudes. Quando reduz cada um deles à confusão, ele conclui que, de
certa forma, o Oráculo está certo: Sócrates sabe que nada sabe, ao passo que
os outros erram ao pensar que sabem.
O objetivo dos muitos encontros, dos muitos argumentos, não pode con-
sistir apenas em minar a autoconfiança de atenienses proeminentes, e de fato
temos alguns indícios, a partir dos Diálogos da visão que Sócrates tinha de sua
própria atividade. Talvez Sócrates estivesse realmente buscando definições.
Realmente parece, em algumas passagens, que ele pensa que apenas de posse
Sócrates

de tais definições alguém pode ter o conhecimento necessário para fazer as


escolhas corretas na vida. A menos que saibamos o que é a justiça, como po-
demos esperar agir justamente?
Realmente temos o problema de conciliar os fatos de que Sócrates nun-
ca se fixa em uma definição, e que, contudo, ele não considera seus esforços
como falhas. Os Diálogos não terminam com um Sócrates desanimado, com a
cabeça nas mãos, lamentando sua inaptidão. Ao contrário, há frequentemente
um tipo de satisfação entusiasmada, e até mesmo gratidão, expressa por toda
parte àqueles que dedicaram seu tempo a refletir com ele. Isso é algo que beira
a alegria e o reconhecimento de um tempo muito bem empregado. O engaja-
mento na busca cooperativa por definições não apenas é algo de valor para ele,
mas é algo de extraordinário valor: a vida sem exame, diz Sócrates à medida
que se aproxima da morte, não é digna de ser vivida. Contudo, se o objetivo do
exercício é a obtenção de definições, a vida examinada é um tipo de falha. Há
pelo menos uma maneira de reparar essa deprimente conclusão.

Obras Principais
Sócrates não escreveu nada de natureza filosófica. Podemos, contudo, nos voltar para
os primeiros Diálogos de Platão – os quais alguns consideram expressar as visões
reais de Sócrates – em busca de esclarecimento. Juntos, os três Diálogos seguintes for-
necem uma explicação de parte da filosofia de Sócrates e da maneira como ele enfrentou
sua morte. Não somos capazes de dizer com exatidão quando foram escritos.
A Apologia contém a defesa de Sócrates em resposta às acusações de impiedade e de
corromper a juventude de Atenas. Ele também fala sobre suas crenças e convicções e
sobre a vida que levou.
O Críton reconta a conversa entre Sócrates e seu amigo Críton, a qual transmite algo das
visões éticas de Sócrates.
O Fédon é um relato bastante comovente das últimas horas de Sócrates, e contém dis-
cussões sobre a imortalidade, a alma e a morte.

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