Reflexões do poeta
Nesta reflexão o poeta retoma a função pedagógica do seu canto e apontando para
um dos males da sociedade sua contemporânea, orientada por valores materialistas
e faz uma severa crítica: o alvo é o poder corruptor do dinheiro e do «ouro».
A propósito da narração do suborno do Catual e das suas exigências aos navegadores,
são agora enumerados os efeitos perniciosos do ouro – provoca derrotas, faz dos
amigos traidores, mancha o que há de mais puro, deturpa o conhecimento e a
consciência; os textos e as leis são por ele condicionados; está na origem de
difamações, da tirania de Reis, corrompe até os sacerdotes, sob a aparência da
virtude.