Manual do Participante
Brasília – DF
2014
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Ariovaldo da Costa Botelho Junior – Centro Cate – Consultoria, Assessoria e Treinamento Empresarial Ltda.
Consultora Educacional
Maria Luiza Rodrigues Ferreira do Valle – Do Valle Consultoria em Recursos Humanos Ltda.
B748g
BOTELHO JÚNIOR, Ariovaldo da Costa.
Gestão empresarial integrada: manual do participante. / Ariovaldo da Costa Botelho Júnior.
– Brasília : Sebrae, 2014.
144 p. il.
CDU – 005.5
Sumário
Apresentação.............................................................................................................................................................. 7
Apresentação
Caro Participante,
Hoje em dia, há uma série ilimitada de fontes de obtenção de conhecimento. Apesar dessas inúmeras
fontes, o foco de abordagem do conteúdo para seus anseios são muito parecidos, sempre buscando
o lado técnico da gestão, em que são ensinadas fórmulas, conceitos e modelos consagrados.
Pesquisas comprovam que a necessidade de aprendizagem do empresário está em aplicar o
conhecimento adquirido em sala de aula nas áreas de sua empresa. Para isso acontecer, é necessário
ver e entender a empresa como um todo, em todas as suas partes, interna e externamente, seja
qual for o seu porte, seja qual for o ramo de atividade.
Em consequência disso, foi desenvolvido o Curso “Gestão Empresarial Integrada” no qual você
poderá obter uma visão geral dos influenciadores de seu negócio, aqui chamados de “atores”,
oferecendo possibilidades de interação e intervenção sobre eles. A intenção é quebrar o paradigma
do lado técnico da gestão, demonstrando que a gestão das relações entre os diversos envolvidos é
capaz de transformar o conhecimento adquirido em uma gestão integrada.
Dentro do projeto “Começar Bem”, do Sebrae, este curso é oferecido para você que possui ou não
um negócio, e tem como foco temático a Gestão Empresarial.
Nele serão criadas as condições para que você desenvolva competências para:
>> Conhecer os diversos atores empresariais, seus papéis, expectativas e relações para alcançar o
sucesso empresarial;
>> Avaliar as expectativas de cada ator empresarial para a busca dos melhores resultados;
>> Compreender a empresa em seu todo, de forma a praticar a gestão empresarial integrada para
a busca dos melhores resultados. Predispor-se a atitudes de inovação e criatividade, em busca
da eficácia empresarial;
>> Refletir sobre as expectativas de cada ator empresarial para incrementar a gestão da empresa;
>> Reconhecer a importância de manter a empresa estruturada e produtiva para a obtenção de
lucro. Incorporar princípios de gestão integrada para a sustentabilidade do negócio;
>> Planejar ações entre os atores empresariais, visando à eficácia empresarial;
>> Utilizar relatórios gerenciais, tais como: fluxo de caixa, administração do patrimônio e controle da
inadimplência, para apoio nas tomadas de decisões.
Estrutura do curso:
Esta Solução Educacional tem cinco encontros, com duração de 3 horas cada, perfazendo o total de
15 horas, e os temas estão estruturados da seguinte maneira:
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Gestão Empresarial Integrada para Começar Bem
O foco deste encontro é a contextualização de uma empresa no cenário atual, a apresentação dos
atores empresariais e suas relações, demonstrando a importância e expectativas para o sucesso
empresarial. Este encontro também deverá propiciar-lhe as condições necessárias para que
desenvolva competências nas dimensões de natureza:
Roteiro de atividades
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Gestão Empresarial Integrada para Começar Bem
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Dica
Sempre ouça o mercado
Muito importante, também, é conhecer e avaliar o ambiente interno das empresas. O ambiente
interno é caracterizado pelas áreas funcionais de marketing, operações, recursos tecnológicos,
qualidade, produtividade, recursos humanos e finanças. A partir do momento que o empresário
tiver um conhecimento dessas áreas, terá condições de:
>> Identificar os principais problemas que impedem a competitividade da empresa;
>> Identificar as principais chances de ganhos de competitividade da empresa;
>> Elencar os pontos fortes, pontos fracos e os pontos a melhorar da empresa.
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Gestão Empresarial Integrada para Começar Bem
“Acredito que entender os ambientes interno e externo ajuda a tomar decisões. Quando ocorrem
mudanças em uma empresa, costuma haver alguma motivação que pode ser atribuída a fatores
ambientais internos e externos. Dar-se ao trabalho de entender esses ambientes não só melhora
o conhecimento e a compreensão dos funcionários como também os ajuda em seu processo
de tomada de decisão ao fornecer conclusões, sobre os pontos fortes e fracos da empresa, e as
oportunidades e ameaças com que se deparam”.
Katie Storey. Coordenadora de Atividades Estudantis
Bateman, Thomas S. Administração, Mc Graw Hill, Porto alegre, 2012
“Os executivos passam a maior parte do tempo com os problemas de ontem e mais tempo
tentando desfazer o passado do que com qualquer outra coisa.”
Peter Drucker
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2. Ambiência Interna ou Análise Interna das 2.1. Pontos Fortes ou Fatores Críticos de
Forças e Limitações: analisa os pontos fortes Sucesso: condições existentes que facilitam a
(forças propulsoras) e os pontos fracos (forças atuação da empresa e contribuem positivamen-
restritivas) que facilitam ou dificultam o dia a dia te para a obtenção dos resultados.
da empresa. Esse processo envolve a avaliação
dos recursos (financeiros, equipamentos, huma- 2.2. Pontos Fracos ou Oportunidade de
nos e tecnológicos), da estrutura e do desempe- Melhorias: condições existentes consideradas
nho da empresa, em termos de resultados de obstáculos que dificultam a atuação da empre-
lucratividade, produção, produtividade, inovação, sa, impactando negativamente na obtenção dos
desenvolvimento dos negócios, entre outros. resultados.
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»» Colaboradores capacitados.
»» Adoção de sistemas informatizados (exemplo:
controle de estoque).
Pontos Fortes »» Adoção de programas de benefícios para
colaboradores.
»» Projeção futura do negócio.
»» Identificação clara e detalhada do cliente.
Análise Interna das
Forças e Limitações
»» Necessidade de reforma na estrutura física da
empresa (elétrica e hidráulica).
»» Fragilidade no processo de comunicação
Pontos Fracos
interna.
»» Falta de recursos financeiros.
»» Não ter boa orientação contábil.
»» Transportadora contratada.
Dica
Acesse o Observatório Sebrae para encontrar dados estatísticos, indicadores, estudos, pesquisas
e perfis socioeconômicos que proporcionam uma maior compreensão socioeconômica, além
dos índices de confiança do consumidor e das micro e pequenas empresas, índice de percepção
empreendedora e perfis de setores do mercado.
Os dados disponibilizados representam para a sociedade civil organizada e para os setores públicos um
instrumento para a identificação de informações estratégicas sobre os pequenos negócios, responsáveis
pela expansão do emprego e da redução das desigualdades sociais nas próximas décadas.
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/go/Observat%C3%B3rio-Sebrae
Você irá responder, individualmente, as questões abaixo e preencher o quadro a seguir, con-
siderando Pontos Fortes e Pontos Fracos de sua empresa e as Oportunidades e Ameaças
para o seu negócio.
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4) Você tem capacidade ou potencial para aproximar-se ainda mais de seu cliente?
8) Você contribui para a melhoria do ambiente em que sua empresa está inserida?
9) Que imagem as pessoas do ambiente em que sua empresa está inserida têm de sua empresa?
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Oportunidades
Análise Externa do
Meio Ambiente
Ameaças
Pontos Fortes
Pontos Fracos
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Quadro 3 – Principais expectativas dos atores empresariais em relação aos outros atores
Cliente deseja
Cliente deseja
satisfação,
Cliente deseja produtos/ser-
Cliente deseja bons produ-
satisfação, su- viços de quali-
informação so- tos/serviços, Cliente dese-
peração de ex- dade, a preços
Cliente bre a empresa variedade ja aceitação
pectativa, bom acessíveis e
e seu produto/ de escolhas, social
atendimento, condições de
serviço honestidade,
sinceridade pagamento
prazo de paga-
vantajosas
mento
Proprietário
deseja pon- Proprietário
Proprietário tualidade na deseja aceita-
Proprietário
deseja comu- entrega, ações ção do em-
Proprietário deseja dedica-
nicação clara, promocio- preendimento,
deseja lucro, ção, pontuali-
harmonia, nais, preços e papel de
Proprietário pagamento dade, presteza
inclusive com prazos adequa- provedor de
em dia, fideli- no atendimen-
seu sócio, que dos, pedidos satisfação de
dade to ao cliente,
também é pro- corretos, necessidade,
compromisso
prietário variedade de carga tributária
estoque e adequada
novidades
Colaborador
deseja paga-
mento em dia,
clima organiza- Colaborador
Colaborador Colaborador
cional saudável, deseja relacio- Colaborador
deseja trata- deseja trata-
Colaborador desenvolvimen- namento cor- deseja inser-
mento respei- mento respei-
to profissional, dial, parceria, ção social
toso, amizade toso, amizade
remuneração respeito
justa, reconhe-
cimento, respei-
to, treinamento
Fornecedor Fornecedor de- Fornecedor Fornecedor
deseja compra seja intensida- deseja venda deseja car-
Fornecedor
e satisfação de e regularida- de sua marca, ga tributária
deseja infor-
Fornecedor com o pro- de de compras, bom atendi- adequada e
mação sobre a
duto/serviço pagamento em mento, trata- aceitação do
empresa
resultante do dia e exclusivi- mento respei- seu empreen-
seu insumo dade toso, amizade dimento
Sociedade de- Sociedade de-
Sociedade seja geração de seja geração de
deseja adim- emprego, cons- emprego, cons-
Sociedade
plência nas ciência ecoló- ciência ecoló- Respeito
Sociedade deseja ações
compras (fato gica, geração gica, geração mútuo
éticas
que gera im- de impostos, de impostos,
postos) responsabilida- responsabilida-
de social de social
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1. Proprietário x cliente: Essa relação envolve as partes com maior poder de decisão: o cliente possui
o poder de compra e o proprietário possui o poder de estabelecer condições para que o cliente efetue
seu poder de compra. É a relação mais poderosa da empresa.
2. Proprietário x colaborador: Nessa relação é importante considerar que é uma relação hierárqui-
ca, regida por legislação específica, que envolve fatores comportamentais (motivação, desempenho,
clima organizacional) e recursos financeiros. As ações dos colaboradores afetam diretamente a satis-
fação do cliente, logo as ações que o empresário realizar relacionadas ao colaborador terão impacto
direto no atendimento ao cliente. Se a inter-relação proprietário x colaborador não for bem gerencia-
da, pode gerar relação conflituosa, nociva à eficácia empresarial.
3. Proprietário x fornecedor: Essa relação envolve volume considerável de recusos financeiros. O
fator confiança tem grande importância para os dois lados. O produto/serviço disponibilizado pelo
fornecedor no tempo certo e nos moldes definidos previamente impactuam diretamente o produto/
serviço disponibilizado ao cliente, logo o resultado da gestão da relação proprietário x fornecedor
tem impacto direto na satisfação do cliente. O pagamento em dia e atitudes de cordialidade, entre
outros fatores, são imprescindíveis para uma relação proprietário x fornecedor duradoura.
4. Proprietário x sociedade: Essa relação é capaz de produzir uma imagem positiva ou negativa da
empresa para o cliente. A gestão dessa inter-relação afeta a eficácia da empresa na medida em que
pode transformar-se numa forma de comunicação para o cliente da confiabilidade ou não da empre-
sa. A sociedade inclui seus atuais e potenciais clientes, bem como as pessoas capazes de influenciar
a decisão de compra, seus fornecedores atuais e potenciais e seus concorrentes.
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5. Colaborador x cliente: Essa relação impactua diretamente na eficácia da empresa. A gestão des-
sa relação, pelo proprietário, deve consistir na promoção de condições favoráveis a ela, como, por
exemplo, a boa gestão das relações proprietário x colaborador (promovendo condições satisfatórias
ao colaborador), proprietário x fornecedor (disponibilizando produtos/serviços satisfatórios) e proprie-
tário x cliente (dando exemplo e determinando procedimentos de atuação junto ao cliente).
6. Colaborador x fornecedor: Essa relação ocorre no nível operacional, geralmente na compra e/
ou entrega dos insumos. É preciso que seja regida por princípios éticos e com foco na eficácia dos
processos da empresa, por isso é importante que as relações proprietário x fornecedor e proprietário
x colaborador sejam muito bem geridas.
7. Fornecedor x cliente: Para satisfazer o cliente, é preciso um bom produto/serviço proveniente de
insumo disponibilizado pelo fornecedor, ou seja, é condição necessária para um produto/serviço de
qualidade um insumo de qualidade. No entanto, essa é uma relação indireta. Para que se alcance a
eficácia dessa relação, é necessária a gestão eficaz da relação proprietário x fornecedor.
8. Colaborador x colaborador: Essa é uma relação informal, porém poderosa; impactua significa-
tivamente no desempenho dos colaboradores e, portanto, na satisfação do cliente. Fazer uma boa
gestão da relação proprietário x colaborador impactuará positiva e diretamente na relação colabo-
rador x colaborador, que, por sua vez, culminará na satisfação do cliente. Na gestão é preciso estar
sempre atento ao seu alto poder de influência no desempenho da equipe.
9. Cliente x cliente: Essa relação também é poderosa. Trata-se do famoso “boca a boca”, uma forma
de divulgação de situações positivas e/ou negativas relacionadas à empresa sobre a qual o proprietá-
rio geralmente não tem controle. A gestão dessa relação é indireta. Para o alcance de um resultado
favorável à eficácia empresarial, é preciso gerir corretamente todas as demais relações porque culmi-
narão na satisfação do cliente, e cliente satisfeito divulga informação positiva.
10. Fornecedor x fornecedor: Embora indireta, tem o mesmo impacto para a eficácia da empresa da
relação cliente x cliente. A relação fornecedor x fornecedor consiste no “boca a boca” dos aspectos
positivos e/ou negativos entre um fornecedor atual e outro ou, ainda, entre um atual e um potencial.
A gestão dessa relação provém do resultado da gestão da relação proprietário x fornecedor.
11. Cliente x sociedade: O produto/serviço disponibilizado pela empresa traz, para quem o adquire,
uma imagem perante a sociedade. Por isso, é importante que o produto/serviço traga uma imagem
positiva para quem o adquire ou, ao menos, que seja neutra, nunca negativa. Essa relação exige os
mesmos cuidados que exige a relação proprietário x sociedade. É importante que a imagem do pro-
prietário/empresa seja positiva para a sociedade, porque essa imagem é repassada a quem adquire
seus produtos/serviços.
12. Colaborador x sociedade: Essa é uma relação indireta para o proprietário, mas deve ser vista
como uma projeção da empresa. As ações dos colaboradores passam a ser as ações da empresa;
logo, a imagem da empresa perante a sociedade é a imagem das ações/atitudes dos colaborado-
res no âmbito da empresa. A gestão dessa relação deve ser feita por meio da gestão da relação
proprietário x colaborador.
13. Fornecedor x sociedade: Um fornecedor também traz para a empresa uma imagem. A
associação da imagem do fornecedor com a imagem da empresa deve ser positiva para que
se alcance a eficácia empresarial. A gestão dessa relação é consequência da gestão da relação
proprietário x fornecedor.
14. Proprietário x proprietário: Ocorre quando a empresa é fruto de uma sociedade. Essa relação,
quando existe, não é necessariamente objeto de gestão, já que os envolvidos são responsáveis
igualmente pelo sucesso da empresa. É preciso, no entanto, considerar fatores para que sua exis-
tência seja favorável à eficácia da empresa: comunicação clara e racional, alinhamento de interesses
e sentimento de confiança.
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Resumo do encontro
>> Abaixo, encontra-se uma síntese dos temas e ideias principais abordadas neste encontro.
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