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Círculo Iniciático de Hermes

CODEX HERMETICUM 13 – Publicação Classe D

A DESCRIÇÃO DA SERPENTE E DO DRAGÃO QUE SE DOBRAM SOBRE


SI MESMOS, OU, O MAPA DA CONSCIÊNCIA.
por Frater Goya (Anderson Rosa)

Para se ter a visão do Mapa da Consciência, medite sobre a seguinte imagem:

“O Homem, para ser homem,


é calculado em suas partes:
Quatro são os elementos,
Os Graus e os Mundos;
Os Quatro vem de três
Que vem dar o equilíbrio,
Trazendo à manifestação,
Um corpo, uma alma ou mente, um espírito.
Esses três vieram de dois,
Que se unem onde deviam estar separados –
Esses dois são laços,
São a vida e a morte.
Aquele que souber com o que se parecem
E souber como atá-los e desatá-los,
Será uno com a divindade.
Ele será o único, o todo;
E estando em tudo, ele não será Nada”.
Goya, 24 de setembro de 2003, 23:00h
Com auxílio do Anjo,
Que veio em meu ouvido
Com sua voz doce
Que fez a caneta dançar
Sobre a pista de papel.

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Para se ter o Mapa da Consciência, é necessário ver não como um plano, mas como
dimensões e direções a serem tomadas. Mais do que Graus, a suposição é de que o Magista percorre
um caminho cujo objetivo não está abaixo, ou acima, mas no centro. Logo, as partes são vistas não
como uma escada (como na visão da Escada de Jacó), mas como as partes de um todo sobrepostas e
mescladas entre si.
A idéia de Graus vem apenas como um auxiliar nessa visão tão peculiar que o Magista deve
ter do material a ser estudado. Se observarmos, por exemplo, a Serpente (um dos símbolos do
Conhecimento Oculto e da Sabedoria Divina) podemos ver que esta enrosca-se sobre si mesma,
ficando difícil ao observador perceber exatamente quantas são as voltas, onde acaba e onde começa
o corpo do Animal. A obviedade da cauda e da cabeça são apagadas ao se deparar com o corpo do
animal, pois tem-se a idéia clara de início e fim, mas não do caminho a ser percorrido. E em
determinadas espécies, mesmo a cabeça se confunde com a cauda.
Como já foi dito pelos Qabalistas, o Caminho da Serpente é certamente o mais completo e o
mais doloroso, pois embora passando por todas as Sefirot e por todos os caminhos, é sem dúvida
mais perigoso. Devemos lembrar que a Serpente não pode ser simplesmente esticada ou percorrida
sem se ter o perigo do veneno mortal de suas presas. A Serpente aqui, ganha a dimensão do Dragão
Oriental, que nunca era visto completamente, mas apenas parcialmente, ora a cauda, ora a cabeça e
o peito, ora o torso e as asas gigantescas. Animal fabuloso representa o ápice do poder e do
conhecimento.
A imagem que teremos dos Graus do C:.I:.H:., será exatamente dessa forma, um animal
fabuloso, enroscado sobre si mesmo, com partes abaixo, e partes acima, nem sempre apenas numa
direção, mas em várias, o que torna claro que o conhecimento completo da Fera só se fará ao
completar a Jornada na boca da Besta. E então só resta ao Iniciado ser tragado pela Fera e tornar-se
parte do organismo desta, onde na troca de pele que ocorre a cada estação, o velho dará lugar ao
novo, e o Iniciado, do interior surge como pele resplandecente, de cores variadas, as suas cores. E
ao Adepto tornado Serpente ou Dragão, deverá devorar também tanto o incauto que dele se
aproxima desatento, como o próximo Iniciado, e ambos se tornarão um só, vítima e predador, para
cumprir o Ciclo das Esferas.
A seguir, daremos, tanto quanto possível, a descrição da Fera, até onde nós mesmos a
percorremos. Mas que não pensem o incauto ou o Neófito, que pela descrição poderá pintar a Fera
completamente, pois lhe faltam cores na sua paleta e seu lápis ainda é sem ponta. Ao invés de
Artista, estes são apenas crianças com as mãos sujas de tinta, mas as cores são de criança, não cores
de Artista. E como crianças, o incauto e o Neófito só farão borrões sem sentido no papel. A pintura
só se completará na vida adulta. Não antes.

Fr. Goya
ANKh, USA, SEMB

Fundiram-se depois, como se


de cera quente
Fossem feitos, mesclando suas
cores,
Nem um nem outro parecia
mais o que fora antes.

DANTE, A Divina Comédia,


Canto XXV, Inferno

A figura ao lado é de William Blake,


para ilustrar seu Poema,
JERUSALEM.
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DESCRIÇÃO DA FERA

A Fera1 possui quatro partes. Infinitas são limitadas apenas pelo crescimento da Fera.
Cada vez maior, ela nunca diminui ou simplifica. Ela apenas aumenta e multiplica. À medida em
que o tempo passa, a Fera fica maior, mais pesada, mas também mais ágil. Não devemos confundir
a Fera com nossos paralelos, pois sua existência se dá na Eternidade, não no mundo finito. O
Tempo, que para nós é mortal, para a Fera é um Aliado.
As partes da Fera podem ser vistas ao longe, mas o Incauto que se aproxima, por não
conhecer sua natureza, apenas acha que pode calcular o tamanho e a forma finais daquilo que
avista. Na distância, ele olha, mas não vê claramente, e pensa que a Fera adormece. Mas não sabe
ele, que a Fera apenas está imóvel, esperando a hora certa de atacar aquele que se aproxima sem
cuidados ou o devido respeito. Com um único movimento de sua cauda, ou ainda, cuspindo veneno,
ela pode eliminar facilmente o Incauto.
Dessa forma, o que o Aspirante deve buscar primeiro, é saber qual a natureza da Fera,
e como ele poderá se aproximar sem por ela ser eliminado.
Com o auxílio de um mapa, o Incauto se torna nesse momento um Buscador. Mas
semelhante aos caçadores de tesouros (a maioria teve um fim deveras triste), ao chegar, ele não
sabe muito bem o que pedir. O Atendente então, deverá ser um Guia responsável, e que possa dar
ao novo Buscador o equipamento necessário. Este equipamento deverá conter:
Algo sobre a natureza da Fera, que instrua ao Buscador nas formas de aproximação.
Deverá ter também ter algo sobre a localização da Fera, e como esta poderá ser
encontrada.
Terá algo também sobre como se defender do Ataque da Serpente, e de como
diferenciar os vários tipos de Bestas, que não são a Fera, mas que se parecem muito com ela.
Aprenderá a andar e a falar mas tudo mantendo o silêncio, para que a Fera não se
levante contra ele.
Tudo isso ocorrerá por Seis Luas, até que ele esteja apto a seguir jornada em direção
à Fera. Mas mesmo assim deverá ser avisado, que caso ele não tenha se detido o suficiente nas
instruções, será destroçado. Nesse caso, é sábio não seguir adiante. Todavia o Buscador poderá
levar ainda outras Seis Luas, até aprender devidamente a se apresentar para a Fera.
Assim preparado o Buscador avança em direção onde ele julga ter visto algo da figura
que nunca pode ser vista em sua plenitude. Nesse momento, embora ele acredite de forma contrária,
ainda será acompanhado pelos seus Guias. Ele não os verá, e por isso acredita que não estão ali.
Mas durante toda a jornada pelas espirais da Fera, ele estará protegido. Só estará sozinho em
determinados momentos, onde a passagem é única.
Quando estiver prestes a realmente se aproximar da Fera, outras feras surgirão. Mas
elas são apenas imagens enganadoras, pois a Fera é uma só. Se o Buscador tiver ainda algo de
Incauto, ele será levado, afastado do caminhar correto por elas, pois mesmo sendo enganadoras
essas imagens obedecem à Fera, embora inconscientes disso.
O tempo que será tomado não será superior a um instante, mas devido à torção da
realidade, gerada pela presença da Fera (visto que esta habita na imortalidade), ou ele achará que
menos tempo ainda passou, ou pior, acreditará que passou tempo demais, e nesse caso, pode ficar
preso para sempre nas espirais eternas que formam o tempo como conhecemos.
Ao se aproximar o suficiente da Fera, o Buscador estará perto da cauda (ou da cabeça,
já que ambas são iguais, como alertamos previamente). A atitude mais sábia a tomar é não olhar de
1
O leitor atento deve ter se percebido que de certo ponto em diante, nos referimos ao ser apenas como “a Fera”. Isso foi
feito, pois se o nome for pronunciado diante de ouvidos não preparados, estes verterão sangue, e se for lida na sua
forma original, seus olhos serão cegados imediatamente! – Fr. Goya

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frente, não buscar, não apalpar. A Fera irá envolvê-lo, e se ele suportar a aproximação de tamanha
força, poderá seguir viagem. Qualquer movimento em falso fará a Fera se voltar imediatamente
contra ele, e o Buscador, em vias de ser Iniciado, será destruído para sempre!
Na primeira volta, ou no primeiro anel espiralado, o Buscador se sentirá desnorteado,
pois o Norte é uma falsa direção. Ele deverá se deixar levar, pois agora ele será Orientado, como é
certo que ocorra. Ele terá consciência como nunca teve antes, e isso pode deixá -lo em choque ou
despertá-lo. Acreditará que está subindo, mas na verdade estará descendo, pois se conseguir voltar
a cabeça para cima, verá que as estrelas se afastam dele. A cada passo dado nas espirais da Fera,
o terreno ficará mais incerto, e ele cairá presa dos seus próprios passos. Se as Seis Luas lhe foram
suficientes, ele saberá como pisar.
A Fera se move mais uma vez, e ele sente como se tudo perdesse sentido. Não há mais
como voltar, pois seus passos não são firmes suficientes para terem marcado caminho, e mesmo que
voltasse, seria apenas para sofrer, pois seu mundo não existe mais! Seus Guias irão instruí-lo no
correto proceder, e a ele será dado uma Armadura, entre outras defesas que lhe serão úteis nesse
momento. Sem posição de ataque, sua melhor atitude é aprender a usar a defesa.

William Blake, JERUSALEM

A Fera vigiará a todo o momento, e a ele parecerá que ela se afeiçoou. Mas que ele
não se engane, pois aqui certas relações são invertidas, e um gesto singelo pode ser risco de morte
próxima. Todavia, a Fera pode mesmo ter desejado revelar certos segredos. Para Ela 2, esses
segredos são apenas brinquedos, que ela usa para distrair um pouco mais sua Vítima. Enquanto
brinca, ela decide qual é o final que será dado a esse Incauto que se julga Buscador. Então, sem
que o Buscador perceba, Ela falará, e dirá coisas sobre seu movimento e sobre aqueles que vivem
em suas entranhas. Num discurso sem som, murmurante como o Vento, tudo que importa será
revelado. Mas o Buscador ainda não está pronto o suficiente. E nesse momento, Ela poderá se
voltar contra ele. Aspirar o hálito que vem da Criatura Gigantesca poderá ser fatal. Ele tentará
correr. Mas se fizer isso irá tropeçar, e qualquer movimento brusco lhe custará caro. Tão caro que
certamente o preço será mais do que deseja pagar em qualquer momento. Será sábio aquele que
esperar.
A Fera se move novamente. Se for rápido e esperto o suficiente, ele poderá ver o brilho
do olhar da Fera, e saberá qual é a direção verdadeira da cabeça. Mas é vital que recorde que à Fera
nunca se olhe diretamente. Fazendo isso, ele se condenará para sempre, pois ao olho se segue a
boca, e esta pode ser sua última visão, a da sua própria morte.
2
Chamo-a de Ela, não porque é fêmea, mas porque é Fera. – Fr. Goya

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Com a segunda volta da Fera, o Buscador se vê agora ainda mais perdido que antes.
Diante dele um número sem fim de curvas se mostram em eterno movimento. Sem saber por onde
deve ir, e sem sequer calcular onde uma curva se une a outra, ao Buscador só é dado uma opção:
permanecer caminhando. Com passos hesitantes, ele deve permanecer em movimento, pois se
parar, será esmagado pela volta anterior que lhe roça o calcanhar. Ele nunca se livrará dela
totalmente, e essa volta anterior sempre estará ali, para ajudá-lo a seguir caminho ou para
esmagá-lo impiedosamente. A Fera se voltará mais uma vez a ele, e se gostar do que vir, irá lhe
apresentar o mundo das cores e das formas. Mas ele apenas acreditará que é um Artista, pois o
final da jornada está tão longe dele como estava no início. Não está sequer no meio do trajeto. E
como a Fera se move continuamente, ele nunca sabe se está indo ou voltando, e por isso apenas
segue. Mesmo porque, essa é a única direção a seguir. À sua armadura serão acrescentadas armas,
e os Guias, sob a orientação da Fera, irão lhe ensinar como usá-las.

William Blake, JERUSALEM

A Fera se move mais uma vez. O Buscador se desequilibra e cai. Quando se levanta
novamente, o cenário que está à sua frente lhe deixa mais perturbado do que o anterior. Em nenhum
momento anterior a esse ele se sentiu tão só. Diante dele, uma gigantesca planície desértica se
espraia, e ele sabe que a Fera continua lá, embora não consiga descobrir onde realmente ela se
encontra. Ele não tem mais medo, pois está com armadura e carrega armas suficientes para se
defender. A única coisa contra a qual nada disso adianta é a Fera.
Alguma coisa lhe diz por instinto (ou será novamente a voz sibilante da Fera?), qual
direção tomar. Ao se voltar para o lado, ele percebe que não está sozinho. Na verdade nunca
esteve, mas essa é a primeira vez que tem certeza disso. O Ser que ele encontra lhe é seu
conhecido, e há um brilho de reconhecimento mútuo quando os olhares se cruzam. Ele não está só,
mas os que o acompanham não são seus amigos. E orientado por este Ser, ele será capaz de
enfrentá-los com as armas que recebeu. No final da batalha terá perdido todas as armas e a
armadura, embora esteja com ele, não será mais vista. Depois da batalha, a planície será tão
desolada quanto antes, e com o olhar ao longe, o vento lhe trará sua única opção possível, que será
a de fazer daquele local, um novo Paraíso. Não há mais armas ou ensinamentos, a Fera se cala e
nenhum movimento Dela é percebido. Tudo com o que poderá contar é consigo mesmo e com o que
já aprendeu antes.

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William Blake, JERUSALEM

A Fera se mostra novamente, num outro movimento. O olhar do Buscador está mais
aguçado do que antes, e ele sabe realmente que ela está ali. No corpo, sente a Fera se enroscar. O
brilho pálido da luz cria uma doce ilusão, e a Fera se transmuta em Amante.
Nesse momento, o Buscador percebe então o jogo do qual foi peão. A Fera lhe
conduzira no único intuito de preservar a si mesma. Mas quando percebe isso, ele também
descobre que não há o que possa ser feito, porque ele é uno com ela. Começa ali a Dança da Vida,
cujo ritmo ele aprendeu ao caminhar sobre as espirais da Fera. Ele torna-se consciente então, do
porquê nunca vira o final da Fera.
Sobre a Dança da Vida não deverei comentar aqui tão abertamente como foi feito até
agora. Deixo aqui que outro fale apenas o suficiente, para que não seja revelado o que deve ser
descoberto por cada um.
“Ela não dá à luz por vias naturais e não concebe pelo coito comum que distende o
útero; mas assim que sente a excitação sexual, a obscena fêmea provoca o macho, que ela quer
sugar com a boca bem aberta; o macho introduz a cabeça de língua tripla na garganta de sua
companheira e, todo em fogo, dardeja-lhe seus beijos, ejaculando por esse coito bucal o veneno da
geração. Ferida pela violência da volúpia, a fêmea fecundada rompe o pacto de amor, dilacera
com os dentes o pescoço do macho e, enquanto este morre, engole o esperma infundido em sua
saliva. O sêmen assim aprisionado custará à mãe a sua vida: quando se to rnarem adultos,
estreitos corpúsculos, começarão a arrastar-se em sua morna caverna, a sacudir o útero com as
suas vibrações... Como não há saída para o parto, o ventre da mãe é dilacerado pelo esforço dos
fetos em direção à luz, e os intestinos rasgados lhes abrem a porta... Os pequenos répteis
rastejam em torno do cadáver natal, lambem-no — uma geração órfã ao nascer... Como os
nossos partos mentais...”
- Gourmont, Rémy de, Lê Latin Mystique. Les poètes de l’antiphonaire et la symbolique
au Moyen Age, Paris, 1913.

A minha parte está feita.


Fr. Goya
ANKh, USA, SEMB
Anno IVxi Sol 3° Libra, Luna 15° Libra Dies Veneris
Curitiba, sexta-feira, 26 de setembro de 2003 e.v. 21:27

M. Maier, ATALANTA FUGIENS

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