Anda di halaman 1dari 5

PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº. : 0004763-15.2015.8.05.0063


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : JOSE TIAGO SOARES DE OLIVEIRA

Recorrido(s) : BANCO BRADESCO S.A.

Origem : VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - CONCEIÇÃO


DO COITÉ
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

VOTO EMENTA
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. EMPRÉSTIMO CONSIGNADO .
ALEGAÇÃO DE FRAUDE. BANCO RÉU QUE NÃO COMPROVA A CONTRATAÇÃO.
EXIGÊNCIA DE FORMALIDADES PARA A COMPROVAÇÃO DO CONSENTIMENTO
EM SE TRATANDO DE CONSUMIDOR ANALFABETO. RESTITUIÇÃO DOS
VALORES PAGOS. DANOS MORAIS CARACTERIZADOS. QUANTUM ARBITRADO
DE ACORDO COM OS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E
PROPORCIONALIDADE. SENTENÇA MANTIDA.

1.Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que


julgou procedente o pedido formulado na exordial, declarou inexigível a dívida
oriunda de empréstimo consignado não contratado, bem como determinou a
restituição dos valores descontados do benefício previdenciário da parte
autora, e condenou o réu em R$ 2.000,00 ( dois mil reais) a título de danos
morais.

2. Ingressou a parte autora em juízo contra o Banco réu,


aduzindo que vem sofrendo diminuição do valor dos seus proventos, em razão
de descontos perpetrados pelo acionado em face de empréstimo consignado
não contratado. Argumenta assim, não ter celebrado qualquer avença com o
réu, bem como ressalta a sua condição de pessoa analfabeta, requerendo a
restituição dos valores indevidamente descontados em dobro bem como
indenização pelos danos morais sofridos.

3. A recorrente busca a reforma da sentença, insurgindo-se no


que tange ao quantum condenatório arbitrado a título de danos morais, por
entendê-lo insuficiente para recompor o dano causado pleiteando a sua
majoração.

4. Como sabido, em se tratando de consumidor analfabeto,


a jurisprudência pátria tem entendido que as instituições financeiras,
quando da contratação, deverão adotar procedimentos e formalidades
adicionais para coibir a ocorrência de práticas abusivas no mercado de
consumo.

6. Nesse sentido que devem as referidas instituições


financeiras proceder com cautela adicional, observando algumas
formalidades que a hipótese requer, dentre as elencadas pela
jurisprudência pretoriana, tais quais a aposição da digital do contratante
no instrumento, nos termos do art. 595 do CC/02, acompanhada da
assinatura de duas testemunas, ou a lavratura de escritura pública.

7. A despeito das alegações da parte autora , o banco


demandado não comprova nem mesmo a contratação, como lhe incumbia
fazer, nos termos do art.373, inciso II do CPC. Não fora colacionado o
instrumento contratual com a assinatura da parte autora, o que se mostra
elemento essencial para a demonstração da existência da relação jurídica.

8. Nesta senda, diante da ausência da comprovação da


contratação regular, mister seja mantida a sentença que reconheceu o
procedimento abusivo, e determinou a restituição dos valores pagos.

9. O conjunto probatório demonstrou cabalmente a ocorrência do


dano moral que muito mais que aborrecimento e contratempo, resultou em
situação que por certo lhe trouxe intranqüilidade e sofrimento, máxime diante
do comprometimento da renda da parte autora, e do dispêndio de tempo e
energia para resolver o impasse.
1. Assim que o valor da indenização fixado pelo juiz sentenciante guarda
compatibilidade com o comportamento do recorrido e com a repercussão do
fato na esfera pessoal da vítima e, ainda, está em harmonia com os princípios
da razoabilidade e proporcionalidade, devendo ser mantido. Não fora narrado e
nem provado nos autos fatos supervenientes ao ato ilícito que justificasse o
agravamento da sanção imposta ao réu, de modo que o valor fixado presta-se
a cumprir com o papel pedagógico e punitivo da pena, inexistindo, portanto,
razões de fato ou de direito que justifiquem a majoração do quantum para além
do patamar que fora dimensionado, estando inclusive em consonância com os
valores fixados por esta turma em casos semelhantes, devendo ser mantido.

6. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO E


NEGAR-LHE PROVIMENTO, para manter a sentença objurgada pelos próprios
fundamentos. Condenação em custas e Honorários advocatícios arbitrados
em 20% (vinte por cento) sobre o valor da causa, restando suspensa a
exigibilidade do pagamento pela parte autora, pelo prazo de 05 (cinco)
anos, nos termos do artigo 98, § 3º, do CPC/2015..
Salvador, Sala das Sessões, 20 de Abril de 2017.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA
2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo nº. : 0004763-15.2015.8.05.0063


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : JOSE TIAGO SOARES DE OLIVEIRA

Recorrido(s) : BANCO BRADESCO S.A.

Origem : VARA DO SISTEMA DOS JUIZADOS - CONCEIÇÃO


DO COITÉ
Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos
Juizados Especiais Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado
da Bahia, CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente,
MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA
SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte decisão: RECURSO CONHECIDO
E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata do julgamento.
Condenação em custas e Honorários advocatícios arbitrados em 20%
(vinte por cento) sobre o valor da causa, restando suspensa a
exigibilidade do pagamento pela parte autora, pelo prazo de 05 (cinco)
anos, nos termos do artigo 98, § 3º, do CPC/2015
Salvador, Sala das Sessões, 20 de Abril de 2017.
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

Anda mungkin juga menyukai