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COMPORTAMENTO MECÂNICO DE LIGAÇÕES FLEXÍVEIS EM VIGAS MISTAS

DE CONCRETO-MADEIRA

Julio Soriano e Nilson Tadeu Mascia

RESUMO: O grande potencial das estruturas mistas em concreto-madeira pode ser explorado
de modo a racionalizar a utilização desses materiais, utilizando as vantagens estruturais e
arquitetônicas intrínsecas em diversas modalidades de construção. A transferência dos
esforços de cisalhamento longitudinal entre o concreto e a madeira deve ser assegurado por
um sistema de ligação, no qual a relação força x deslocamento é de fundamental importância
para o estudo do comportamento dos elementos estruturais. Neste sentido, são analisados
resultados experimentais que possibilitam, de uma maneira simples quantificar o valor do
módulo de deslizamento das ligações. Em relação ao comportamento estrutural de vigas,
apresenta-se uma análise experimental de vigas “T” em concreto-madeira submetidas à carga
concentrada, verificando a eficiência do sistema de ligação por pregos. Nessa análise, a
equação diferencial regente não homogênea de quarta ordem tem como variável dependente o
deslocamento vertical.
Palavras-chave: estrutura mista, concreto-madeira, pregos, módulo de deslizamento.

MECHANIC BEHAVIOR OF FLEXIBLE CONNECTIONS IN THE TIMBER-


CONCRETE COMPOSITE BEAMS

ABSTRACT: The great potential of timber-concrete composite structures can be explored in


a way to rationalize the utilization of these materials, using their structural and architectural
advantages in many kinds of construction. The transference of the longitudinal shear forces
between concrete and timber has to be assured by a connection system, where the force x
displacement relationship is of fundamental importance for the study of the behavior of the
structural elements. In this way, the test results are analyzed which can quantify the value of
the slip modulus of the connections in the simple way. In relation to the structural behavior of
the beams, we presented an experimental analysis of timber-concrete “T”-beams, subjected to
a concentrated load, verifying the connection system efficiency when we used nails. In this
analysis, the regent differential equation of the structural model is represented by a non-
homogeneous differential equation of fourth order, where the vertical displacement is the
dependent variable.
Keywords: composite structures, timber-concrete, nails, slip modulus.

Pesquisa de Doutoramento – Apoio: CAPES


1 INTRODUÇÃO

As estruturas mistas em concreto-madeira representam soluções de grande importância para as


diversas modalidades da construção civil, tais como residências, comércios, indústrias etc,
podendo ser utilizadas como painéis de paredes, cobertura e pisos. Também podem ser
utilizadas em pontes de pequenos portes, bem como, em passarelas.

O comportamento de seção mista será assegurado pelo sistema de ligação, cuja finalidade é
fazer com que os dois materiais trabalhem conjuntamente, tornando possível a transferência
de esforços de cisalhamento horizontal, bem como impedir o desprendimento vertical das
duas peças. Como descrevem GIRHAMMAR e GOPU (1993) isso é possível mediante
emprego de adesivo epóxi na superfície de contato dos materiais, caracterizando um sistema
de ligação rígida. Pode-se ainda, optar por um sistema de ligação flexível, através do qual
ocorrerão pequenos deslizamentos horizontais entre os dois materiais, o que é possível
mediante emprego de elementos metálicos tais como: pregos, parafusos, anéis de aço e chapas
dentadas, conforme apresentado em CECCOTTI (1995).

Do ponto de vista do comportamento estrutural, as ligações rígidas asseguram a existência de


apenas uma linha neutra sobre a seção transversal. Por outro lado, nas estruturas mistas com
ligações flexíveis haverão dois eixos neutros e, proporcionalmente à flexibilidade da conexão,
dar-se-á uma redução do produto de rigidez teórico considerado para a seção plena. Devido a
facilidade e o menor custo de instalação de conectores metálicos, tem-se um maior número de
pesquisas e aplicações já realizadas de estruturas mistas em concreto-madeira com este tipo de
ligação.

O menor peso próprio requerido para uma laje de piso em concreto-madeira, em relação a
uma laje de concreto armado, ambas solicitadas ao mesmo carregamento, conforme retratam
CAPRETTI e CECCOTTI (1996), tem viabilizado a utilização dessas estruturas mistas. Esse
processo construtivo tem sido possível na reforma de pisos de prédios antigos, onde a
estrutura de madeira é transformada em estrutura mista, com o aproveitamento parcial da
madeira.

Nas pontes, principalmente, aquelas localizadas nas áreas rurais, que geralmente são
construídas em madeira, o sistema em concreto-madeira pode oferecer benefícios no sentido
de aumentar a capacidade de carregamento, bem como prolongar a vida útil daquelas pontes
por propiciar proteção aos efeitos de abrasão e intemperismo SORIANO e MASCIA (1999).
Essa técnica construtiva já tem sido adotada, por exemplo nos EUA descreve
McCULLOUGH (1943). Também, mais recentemente, na Austrália, onde algumas estruturas
de pontes em madeira vêm sendo transformadas em estruturas mistas de concreto-madeira,
conforme descrevem YTTRUP e NOLAN (1999).

2 OBJETIVOS

• Verificar a eficiência do comportamento mecânico de pregos metálicos 22 x 48 (5,4 mm x


110 mm) como conectores flexíveis em vigas de seções “T” em concreto-madeira. Para
alcançar tal finalidade, resultados experimentais de vigas são comparados com um modelo
matemático representado por uma equação diferencial não homogênea de 4a ordem.

3 MATERIAIS
3.1 Madeira

Optou-se por utilizar da Cupiúba (Goupia glabra) por ser uma madeira comercializada com
grande freqüência nesta região do Estado de São Paulo. Do lote de madeira, conforme
indicações da NBR 7190/97, foram extraídos 6 corpos-de-prova para a determinação do teor
de umidade, e outras 6 unidades para a determinação da resistência e da rigidez à compressão
paralela às fibras. Os resultados encontram-se na Tabela 1. Nesta Tabela são apresentados os
respectivos valores indicados pela NBR 7190/97.

Tabela 1 - Caracterização da madeira


Valores Teor de umidade Resistência à compressão Módulo de elasticidade
(%) paralela às fibras (MPa) paralelo às fibras (MPa)
ensaios 11,08 49,69 14928
corrigidos 12% 48,32 14653
NBR7190/97 12% 54,4 13627

3.2 Concreto

O concreto da mesa das vigas e dos corpos-de-prova para obtenção do módulo de


deslizamento das ligações foi dosado em laboratório com traço 1:2:3, com cimento CPII-E-32
e fator água cimento x=0,7. Na ocasião dos ensaios dos elementos estruturais, foram rompidos
7 corpos-de-prova cilíndricos (10 cm x 20 cm) de forma a determinar a resistência média à
compressão axial e o correspondente módulo de deformação secante, referente às tensões de
0,5 MPa e 0,4 da tensão de ruptura, resultando nos valores apresentados na Tabela 2.

Tabela 2 - Caracterização do concreto


Resistência média à compressão Módulo de deformação longitudinal secante
(MPa) (MPa)
22,0 23478

3.3 Armadura da mesa de concreto

Empregou-se como armadura difusa para o combate da fissuração do concreto uma tela eletro-
soldada, malha de 50 mm x 150 mm e fios com 3 mm de diâmetro.

3.4 Conectores

Como conectores utilizou-se de pregos de aço da Gerdau 22 x 48 (5,4 mm x 110 mm).

4 DESCRIÇÕES E DETALHES DAS PEÇAS EM CONCRETO-MADEIRA

4.1 Corpos-de-prova para a determinação do módulo de deslizamento

Foram moldados e ensaiados à compressão 9 corpos-de-prova, os quais com forma simétrica


contendo 2 elementos de madeira (6 cm x 11,7 cm x 25 cm) e 1 elemento central em concreto
(6 cm x 12 cm x 25 cm) são representados na Figura 1.
Figura 1 - Corpo-de-prova para a determinação do módulo de deslizamento

Num grupo de 3 corpos-de-prova, empregou-se de um par de conectores e as superfícies de


contato entre a madeira e o concreto foram previamente impermeabilizadas mediante
aplicação de tinta à óleo. Os outros 6 corpos-de-prova foram subdivididos em 2 grupos
contendo 2 pares de conectores por corpo-de-prova, espaçados de 5 cm, diferindo apenas na
presença ou não da impermeabilização das superfícies de contato madeira-concreto.

4.2 Vigas de seção “T”

Foram ensaiadas 8 vigas “T” medindo 100 cm entre apoio, sendo a mesa em concreto (24 cm
x 4 cm) e alma em madeira (6 cm x 11,7 cm), conforme ilustrado na Figura 2. Para cada viga,
utilizou-se de uma tela eletro-soldada posicionada na altura média da laje de concreto.
P
24
4

11,7
6
10 100 cm 10
Figura 2 - Detalhe das vigas em concreto-madeira

Do conjunto, em três vigas, os pregos foram fixados com pré-furação e alinhados sobre os
eixos longitudinais das peças de madeira e espaçados a cada 5 cm, num total de 22 unidades
por viga. Noutro grupo de três vigas, os pregos foram dispostos em “zig-zag” sobre 2 linhas
eqüidistantes de 1 cm do eixo longitudinal da viga, mantendo-se nessa mesma direção um
espaçamento de 5 cm. Outras duas vigas foram ensaiadas com a finalidade de observar o
comportamento estrutural quando na ausência de um sistema de conexão entre o concreto e a
madeira.

Para evitar possíveis problemas decorrentes da migração da água de amassamento do concreto


para a madeira, aplicou-se duas demãos de tinta à óleo na superfície da alma posta em contato
com o concreto fresco.

5 O MÓDULO DE DESLIZAMENTO DA LIGAÇÃO

Na literatura das estruturas mistas em conceto-madeira a inexistência de normalização de


corpo-de-prova, e de procedimentos para a determinação do módulo de deslizamento da
ligação, da margens a sugestões de modelos como por exemplo apresentados por CECCOTTI
(1995) e por RICHART e WILLIAMS (1943).
a) CECCOTTI(1995) b) RICHART e WILLIAMS (1943)
Figura 3 - Corpos-de-prova propostos para a determinação do módulo de deslizamento

Na primeira sugestão, Figura 3a, o corpo-de-prova não possui simetria, o que certamente
dificulta a realização de ensaios devido a excentricidade. No segundo modelo, a simetria do
corpo-de-prova permite, através de um ensaio de compressão, caracterizar a capacidade dos
conectores em transferir o esforço de cisalhamento na superfície de contato concreto-madeira.
Este último, assemelha-se à modelos vistos na literatura que aborda as estruturas mistas em
concreto-aço.

Uma vez obtida experimentalmente a curva força x deslizamento, CECCOTTI (1995) indica
para o módulo de deslizamento de serviço, Kser, o correpondente módulo de deslizamento
inicial secante ao ponto de 40% da força de ruptura da ligação e sua respectiva deformação. Já
para a verificação do estado limite último, o autor adota a indicação do EUROCODE 5/93,
cujo valor é Ku= (2/3) Kser. O EUROCODE 5/93 que se refere apenas a madeira, também
apresenta uma expressão para se estimar o valor do módulo de serviço, cuja expressão
depende do diâmetro do conector e da densidade das peças a serem ligadas.

As dimensões de 9 corpos-de-prova moldados para a realização dos ensaios são apresentadas


na Figura 1. Os resultados dos ensaios podem ser vistos na Tabela 3.

Tabela 3 - Módulos de deslizamento - experimentais


Identificação No. de Interface de Força de ruptura Kser Ku
conectores contato (kN) (N/mm) (N/mm)
Gr1-1 04 isolada 35,50 6908 4605
Gr1-2 04 isolada 31,40 5866 3911
Gr1-3 04 isolada 32,80 5262 3508
Gr2-4 04 não isolada 28,40 7408 4939
Gr2-5 04 não isolada 30,20 5207 3471
Gr2-6 04 não isolada 26,30 2798 1865
Gr3-7 02 isolada 23,50 6528 4352
Gr3-8 02 isolada 21,25 4655 3103
Gr3-9 02 isolada 18,40 3001 2001

Deve-se salientar que no corpo-de-prova Gr2-6 uma das peças de madeira apresentava um nó
de formação, o que pode justificar o seus valores menores em relação aos demais corpos-de-
prova do mesmo grupo. Por esta razão, o mesmo será excluído da análise.

A presença de um isolamento de interface pouco influiu nos resultados, se compararmos por


exemplo, os valores médios dos módulos de deslizamento inicial do grupos Gr1 e Gr2 (6012
N/mm e 6308 N/mm, respectivamente), verificando-se uma pequena variação de 4,92%.
Para o grupo Gr3 verifica-se uma grande dispersão dos valores obtidos, sendo o seu
correspondente valor médio para o módulo de deslizamento inicial igual à 78,64% e 74,95%
em relação aos grupos Gr1 e Gr2, respectivamente.

Pequenas variações do módulo de deslizamento pouco influem na rigidez do elemento


estrutural. Assim, para Kser e Ku serão adotados os valores correspondentes ao grupo GR1,
devendo portanto, serem transformados em módulos de deslizamento por unidade de
comprimento. Para o presente estudo, onde os conectores foram espaçados a cada 5 cm, tem-
se:

Tabela 4- Módulo de deslizamento por unidade de comprimento


K ser Ku
120,24 N/mm2 (12,024 kN/cm2) 80,16 N/mm2 (8,016 kN/cm2)

6 RESULTADOS OBTIDOS ATRAVÉS DO PROGRAMA MATHEMATICA®

O problema da viga submetida ao carregamento de uma carga concentrada no meio do vão,


foi implementado no programa Mathematica®3.0 (Wolfram Research, Inc.), considerando-se
dois trechos de viga e para tanto duas equações diferenciais de 4a ordem são utilizadas. Para a
resolução dessas equações são necessárias 8 condições de contorno, sendo duas para cada
apoio e as outras quatro sob o ponto de aplicação da carga.

1o trecho:
α 2  Px 
w 1iv −α 2
w 1ii =   (1)
EII  2 

2o trecho:
α 2  P(- x + 1) 
w iv2 −α 2
w ii2 =   (2)
EII  2 

onde:
 1 1 r 2 
α = K + + (3)
 E w A w E c A c EI0 
 

EI0 = E c I c + E w I w (4)

EI0α 2
EII = (5)
 2 Kr 
α − 
 EI0 

Os subescritos “c” e “w” referem-se ao concreto e a madeira, respectivamente; “A” = seção


transversal; “E” = módulo de deformação longitudinal; “I” = inércia; “EI0” = produto de
rigidez desconsiderando a existência da ligação entre o concreto e a madeira; “EII” = produto
de rigidez supondo a ligação infinitamente rígida; “r” = distância entre os centros de
gravidade da madeira e concreto.
A obtenção das expressões acima pode ser vista com detalhes, por exemplo, em
STEVANOVICK (1996), que considera um carregamento uniformemente distribuído e uma
carga axial aplicada no centro de gravidade da mesa da viga bi-apoiada.

Na Tabela 5 os valores teóricos de deslocamentos verticais são apresentados, para os


correspondentes módulos de deslizamento K ser= 12,024 kN/cm2 , K u= 8,016 kN/cm2 e K =
0,0001 kN/cm2, este último valor simula a ausência do sistema de conexão entre a mesa e
alma.

Tabela 5 - Flechas teóricas (cm)


carga (kN) Kser=12,024 (kN/cm2) Ku=8,016 (kN/cm2) K=0,0001 (kN/cm2 ) eficiência%
0 0.0000 0.0000 0.0000 0.00
5 0.0495 0.0544 0.0707 29.99
10 0.0991 0.1088 0.1414 29.94
15 0.1486 0.1632 0.2120 29.90
20 0.1981 0.2175 0.2827 29.93
25 0.2477 0.2719 0.3534 29.91
30 0.2972 0.3263 0.4241 29.92
35 0.3468 0.3807 0.4948 23.06
40 0.3963 0.4351 0.5655 23.06
45 0.4458 0.4895 0.6361 23.05
50 0.4954 0.5439 0.7068 23.05
55 0.5449 0.5983 0.7775 23.05
60 0.5944 0.6526 0.8482 23.06
65 0.6440 0.7070 0.9189 23.06
70 0.6935 0.7614 0.9896 23.06

O valor de carregamento de 70 kN, valor esse que representa a carga máxima de ruptura
registrada nos ensaios das vigas ensaiadas. Destaca-se para o estado de último de utilização,
que o valor admissível do deslocamento vertical igual à l/300 = 0,33 cm. A eficiência
esperada com a utilização do sistema de conexão em estudo pode ser vista na forma
percentual na última coluna da Tabela 5.

7 COMPARAÇÃO ENTRE OS RESULTADOS EXPERIMENTAIS E TEÓRICOS


DAS VIGAS

Os resultados de deslocamentos verticais para as vigas vtcm02, vtcm06 e vtcm11 são


apresentados graficamente, representando assim os grupos: Gr1(pregos fixados em “zig-zag”),
Gr2(pregos alinhados dispostos sobre o eixo longitudinal da madeira) e Gr3(ausência de
sistema de conexão), respectivamente.

Nas Figuras 4a), 4b), 4c) e 4d) a seqüência EII representa a flecha teórica supondo uma
ligação perfeitamente rígida; EI0 representa os resultados teóricos para uma viga sem o
sistema de ligação; EIw corresponde à flecha teórica considerando somente a alma em
madeira; EIexp são os valores obtidos experimentalmente; EIth são os valores dos
deslocamentos verticais obtidos através da resolução das equações diferenciais, essas duas
últimas seqüências são apresentadas na Tabela 5.
60 60

50 50

40 40
força (kN)

força (kN)
30 30

20 20

10 10

0 0
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000
deslocamento vertical (cm) deslocamento vertical (cm)
EII EI0 EIw EII EI0 EIw EIexp EIth
EIexp EIth
a) viga vtcm02 b) viga vtcm06
45 80

40 70
35
60
30
50
força (kN)

força (kN)
25
40
20
30
15
20
10

5 10

0 0
0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000 0,000 0,200 0,400 0,600 0,800 1,000
deslocamento vertical (cm) deslocamento vertical (cm)
EII EI0 EIw EIexp vtcm02 vtcm06 vtcm11 vth

c) viga vtcm11 d) experimentais e estimado


Figura 4 – Deslocamentos verticais no meio do vão

Observa-se nas Figuras 4a) e 4b) que as curvas experimentais são praticamente coincidentes
com a curva teórica EI0, o que não condiz com os resultados esperados, pois para tanto seria
necessário que as vigas apresentassem para cada estágio de carregamento valores de
deslocamentos menores. Ou ainda, que os vales dos módulos de deslizamento fossem muito
menores, de tal forma que o desenvolvimento da curva teórica (EIth) aproximasse da curva
experimental. Para isso, os módulos de deslizamento deveriam apresentar valores de K ser ≅
1kN/cm2, K u ≅ 0 kN/cm2, respectivamente. Porém, isso implicaria em assumir que os
conectores não exercem efeito sobre o produto de rigidez da estrutura.

Na Figura 4c) os valores teóricos, para o conjunto de vigas analisadas, estão contra a
segurança da estrutura, uma vez que a curva experimental não coincide com a correspondente
curva teórica sem o sistema de ligação (EI0).

Por fim, na Figura 4d) verifica-se que a presença dos pregos nas vigas vtcm02 e vtcm06,
implica em deslocamentos verticais menores que aqueles apresentados pela vtcm11 para os
mesmos estágios de carregamento. Essa eficiência obtida experimentalmente, pode ser vista
também na Tabela 6.

Tabela 6 - Deslocamentos verticais – experimentais (cm)


carga(kN) vtcm11 vtcm02 eficiencia% vtcm06 eficiencia%
0 0 0 - 0 -
5 0,122 0,073 40,16 0,065 46,72
10 0,232 0,138 40,52 0,125 46,12
15 0,342 0,203 40,64 0,198 42,11
20 0,454 0,275 39,43 0,278 38,77
25 0,57 0,338 40,70 0,36 36,84
30 0,682 0,418 38,71 0,432 36,66
35 0,826 0,503 39,10 0,518 37,29
40 0,952 0,59 38,03 0,612 35,71
45 - 0,712 - 0,718 -
50 - 0,816 - 0,838 -
55 - 0,9 - - -

8 CONCLUSÕES

O presente estudo permite concluir que o sistema de conexão com pregos de medida 22 x 48
em vigas de seção “T” em concreto madeira, apresenta uma eficiência de pouca relevância em
relação às vigas de mesmas características quando executadas sem um sistema de ligação
entre os dois materiais.

A redução do espaçamento longitudinal dos pregos 22 x 48 para o limite mínimo de 6 vezes o


diâmetro do conector (32 cm), bem como utilizar de 2 linhas paralelas à direção das fibras,
conforme indicações da NBR7190 certamente levaria a uma melhora do comportamento da
estrutura.

A substituição por pregos de medida 26 x 72 (7,6 mm x 165 mm) não seria possível se
mantidas as mesmas dimensões das peças de madeira e concreto.

A utilização de um sistema de conexão de baixa eficiência acarreta, para baixos níveis de


carregamento, o surgimento de duas linhas neutras sobre a seção do elemento estrutural. Com
isto, as fibras inferiores da mesa em concreto passam a grandes solicitações de tração exigindo
assim, altas taxas de armadura.

Para estruturas submetidas à elevados carregamentos, e sabendo-se das limitações das


medidas comerciais dos pregos, deve-se buscar outros elementos metálicos que possibilitem
maior eficiência da ligação.

9 AGRADECIMENTOS

Os autores expressam seus agradecimentos pelo apoio financeiro da CAPES e FAPESP, e a


indústria metalúrgica MORLAN pela doação da tela eletro-soldada.

10 BIBLIOGRAFIA RECOMENDADA

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1997), NBR 7190 - Projeto de


estruturas de madeira. Rio de Janeiro.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (1982), NBR 6118 - Projeto e
execução de obras de concreto armado. Rio de Janeiro.
CAPRETTI, S.; CECCOTTI, A. (1996). Service behaviour of timber-concrete composite
beams: a 5-years monitoring and testing experience. In: INTERNACIONAL WOOD
ENGINEERING CONFERENCE, New Orleans, 1996, Proceedings. New Orleans. v.3,
p.443-449.
CECCOTTI, A. (1995). Timber-concrete composite structures. In: TIMBER ENGINEERING
-STEP1, Almere Centrum Hout, 1995, BLASS, H. J., AUNE, P., CHOO, B. S. et al.,:
Almere Centrum Hout, 1995, p.1-12.
EUROPEAN PRESTANDARD (1993), EUROCODE 5 - Design of timber structures - part 1-
1: General rules and rules for buildings. Brussels.
GIRHARMMAR, U. A.; GOPU, V. K. A. (1993). Composite beam-columns with interlayer
slip-exact analysis. Jounal of Structural Engineering. ASCE. n.4, v.119, p.1265-1282.
SORIANO, J.; MASCIA, N. T. (1999). Estruturas mistas em concreto e madeira em pontes.
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STEVANOVIC, B. (1996). Elastically coupled timber-concrete beams. In:
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YTTRUP, P. J.; NOLAN, G. (1999), Performance of Timber Beam Bridges in Tasmania,
Australia. http://oak.arch.utas.edu.au (19/03/1999 19:59).

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