Pneumologia
1ª Aula
Principais sinais e sintomas respiratórios
Doença primária respiratórias
o Ex: infecção respiratória, com tosse
Doença sistêmica
o O pulmão como espelho de patologia sistêmicas
o Ex: utilização de IECA
Vias respiratórias
Traqueia
↓
Divisão brônquica
↓
B. esquerdo → 2 lobos
B. direito → 3 lobos – verticalizado, logo o possui maior chance de ser obstruído por
objetos engolidos
Tosse
É a expulsão súbita e violenta de uma grande quantidade de ar dos pulmões, pela
súbita abertura da glote. Pode ser sinal e sintoma:
Sintoma: é referido pelo paciente
Sinal: é percebido pelo examinador
É um mecanismo de defesa:
Corpos estranhos
Neoplasias
Secreção brônquica
Inalantes tóxicos
Dinâmica da tosse
Inicia-se com uma inspiração profunda e rápida
↓
Fechamento da glote (0,2 segundo)
↓
Aumento da pressão abdominal - pleural - alveolar (até 50 - 100mmHg)
↓
Abertura súbita da glote
↓
Grande fluxo de ar é gerada, em direção a boca (podendo exceder a 12L/segundo)
Duração
Aguda: até 3 semanas de duração
o Infecções virais
o Pneumonia
o ICC
Crônica: acima de 3 semanas. Exige investigação mais cuidadosa:
o Tabagismo crônico
o Bronquiectasia (dilatação brônquica)
o Tuberculose
o Neoplasias → agravante, pois não tem muita adesão do paciente
fumante, pois ele não vai no consultório para investigar a tosse
o RGE
o Gotejamento pós-nasal (GPN) posterior
o Micose → é mais prevalente Paracoccidioidomicose
o Hipereatividade brônquica (HRB) - asma
Expectoração
Importante verificar os aspectos macroscópicos
Volume: escasso na asma, volumoso na bronquiectasia r abscesso pulmonar
Cor: claro (bronquite aguda, asma), sanguíneo (hemoptise), purulento
(amarelo, achocolatado, esverdeado)
Odor: geralmente sem cheiro, pútrido ou de queijo mofado
Consistência: fluida, densa, viscosa (asma)
Expectoração purulenta
Vômica: eliminação de grande quantidade de secreção purulenta de forma
súbita
o Ex: abscesso pulmonar
Broncorreia: é a expectoração de grande quantidade continuamente
(produção de mais de 100mL de secreção por dia).
o É maior de manhã porque se acumulou durante a noite, mas continua
durante todo o dia
o Ex: bronquiectasia.
Hemoptise
Eliminação de sangue, pela glote, proveniente das vias aéreas inferiores
Pequeno volume: hemoptoicos e raias de sangue junto com o catarro
Grande volume: entre 100 – 600mL/24h
o Ex: Tuberculose
Gravidade da hemoptise
Hemoptoicos: pouco assusta, mas sempre deve-se procurar sua origem. Pode
ser a chance do diagnóstico precoce de câncer de pulmão
Hemoptise volumosa geralmente é apavorante para o paciente, e muitas
vezes também para o médico. Na hemoptise volumosa pode ocorrer morte
por asfixia (inundação das vias respiratórias) e não por hipovolemia
(hematêmese)
Tanto a hemoptise pequena (hemoptoicos) quanto a volumosa, leva o
paciente a procurar o médico
Dor torácica
Relaciona-se a diversas patologias pulmonares e não-pulmonares
Causas
Alterações músculo esquelético
Disfunções esofagianas
Isquemia do miocárdio
Afecções pericárdicas
Pleurites
Outras: vasculares (TEP), mediastinais (tumores), diafragmáticas, psicogênica
Causas Parietais
Pele - inflamação localizada, tromboflebite
Músculos - distensão, contusão, excesso de exercícios
Ósseos - fraturas, metástases, mieloma múltiplo, osteocondrite
Nervos - radiculite, nevralgia herpética, dorsalgia
Causas Pleurais
Pleurite
Derrame pleural (aumento da pressão)
Pneumotórax
Pneumonia
Infarto pulmonar
Trauma
Câncer brônquico
Causas Pulmonares
Traqueíte
Traqueobronquite
Câncer de pulmão
Dor pleurítica
Quando a pleura é agredida por processo patológico ou quando ocorre súbita
mudança da pressão intrapleural
Características:
Localizada
Pontada
Forte intensidade
Piora com movimentos respiratórios e tosse
Causa:
Trauma
Inflamação pleural
Tumores
Pneumotórax
Derrame pleural
Dispnéia
Etimologicamente significa respiração difícil
Subjetiva: percebida pelo paciente
Objetiva: sinais de dificuldade para respirar percebido no exame físico
Grau de dispneia
Aos grandes esforços: após atividade física acima do habitual.
Aos médios esforços: após atividade física habitual que antes era realizada
sem dificuldade (caminhar, subir escadas).
Aos pequenos esforços: após pequenas atividades da rotina (escovar os
dentes, vestir-se, tomar banho).
Em repouso
Causa de dispneia
Atmosférica: baixa concentração de oxigênio (altitudes)
Obstrutivas: redução do calibre das vias respiratórias
Parenquimatosas: redução do parênquima funcional (atelectasia,
pneumotórax, lobectomia)
Toracopulmonares: diminuição da elasticidade, fraturas costais, senilidades,
cifoescoliose, fibrose pleural
Diafragmática: paralisia, eventração, hérnia
Pleurais: dor pleurítica, derrame pleural, pneumotórax
Cardíacas: ICC, valvulares
Teciduais: aumento do consumo de O2
Nervosas: TCE, coma
Psicogênica
Disfonia
Pode-se revelar importante sinal em patologia respiratória
Aguda: - geralmente benigna (viroses)
Crônica: - preocupante, exige investigação mais detalhada
o Ex: lesões de cordas vocais, nervo recorrente laríngeo, Tb, micoses,
tumor de cordas vocais ou neoplasia pulmonar
*Câncer pulmonar → geralmente o pulmão acometido é o esquerdo
porque o nervo laríngeo recorrente esquerdo localiza-se próximo ao
botão aórtico. Este mesmo nervo, no lado direito, está localizado
acima, próximo ao ápice do pulmão
Estridor laríngeo
Ruído grave de alta intensidade, audível à distância, sem uso do estetoscópio
Relacionado a processo obstrutivos alto das vias respiratórias
2ª Aula
Exercício físico respiratório
Inspeção → tórax descoberto, local adequado
Estática não leva em consideração os movimentos
o Tipo torácico (normal ou patológico)
o Deformidades (retração e abaulamentos)
o Ex: abaulamento precordial pode demonstrar uma cardiopatia
Dinâmica estuda a dinâmica torácica
o Frequência respiratória
o Amplitude ou expansibilidade torácica
o Simetria - sempre comparar os hemitórax
Ritmo respiratório
Ritmo respiratório:
Inicia com uma inspiração profunda seguida por uma pausa (apneia inspiratória),
seguida de uma expiração rápida e uma nova pausa (apneia expiratória)
Ex: aparece nas acidoses → cetoacidose diabética
Frêmito Tóraco-Vocal
Normal: coloca-se a palma da mão de leve sobre o tórax enquanto o paciente
repete o número 33. Deve-se palpar as faces anterior, lateral e posterior do
tórax, de forma simétrica e comparativa entre os dois hemitóraces. Utilizar a
mesma mão
Frêmitos patológicos: traduz estreitamento da luz das vias aéreas condutoras
(por secreção, inflamação da mucosa ou broncoespasmo)
Frêmito pleural: causado pelo atrito entre as pleuras quando as mesmas
estão inflamadas: sempre localizados
Alterações do FTV
Aumento do FTV:
o Quando o parênquima pulmonar subjacente encontra-se condensado
(pneumonia)
o Qualquer patologia que conduz a formação de cavidade amplamente
aberta aos brônquicos (caverna tuberculosa)
o Suplência funcional (Ex: pulmão único funcionante)
Diminuição do FTV: diminuição parcial até abolição
o Obstrução brônquica com redução do fluxo aéreo: asma, pneumonia,
corpo estranho, tumor brônquico e atelectasia
o Perda da elasticidade da caixa torácica (tórax senil e enfisema
pulmonar)
o Pela interposição de obstáculo entre o pulmão e a parede torácica:
derrame pleural, pneumotórax, edema ou enfisema subcutâneo,
obesidade
Percussão torácica
Serve para avaliar a sonoridade do pulmão subjacente, quando se realiza a
percussão digito-digital da caixa torácica
Sempre comparando regiões homologas: terço superior, médio e inferior em
faces anterior, media e posterior de ambos os hemitóraces
Som claro pulmonar
o Aumento da sonoridade (hipersonoridade) ou timpanismo: significa
que existe maior volume de ar sob a região percutida: pneumotórax,
enfisema, cisto aéreo pulmonar
o Diminuição da sonoridade: macicez ou submacicez: significa que há
diminuída ou ausência completa de ar sob a região percutida
Ex: derrame pleural, e condensações do parênquima pulmonar
(pneumonias, tumores e atelectasia)
Ausculta pulmonar
Som respiratório normal ou murmúrio vesicular → sons alveolares audíveis
em toda projeção (periferia) pulmonar, em toda inspiração e início da
expiração
Som traqueal (ruído laringotraqueal ou ruído glótico) → audível tanto na
inspiração quanto na expiração
3ª Aula
Mecanismo de defesa das vias respiratórias
Conceito:
Evitar ou dificultar a penetração de microrganismo, poluentes, gases e
líquidos
Remover ou expulsar agentes que tenham penetrado
Destruir os que não foram evitados ou removidos
Oferecer proteção duradoura
Pontos chaves:
Conhecer os mecanismos básicos
Suspeitar falhas
Conhecer as doenças mais prevalentes
Saber investigar enquanto generalista
Defesa inata
É a resposta inicial de defesa do organismo na tentativa de eliminar o agente
agressor (independente da natureza)
Barreia física
Fossas nasais
Filtração de partículas (vibrissas e transporte mucociliar)
Aquecimento do ar
Umidificação do ar
Filtração aerodinâmica
Deposição de partículas na mucosa
Relacionada a dimensão do material inalado
5 a 10 μ – vias aéreas superiores até brônquios de grosso calibre
0,5 a 5 μ – podem se depositar nos brônquios de menor calibre e alvéolos
Menor 0,1 μ – podem chegar à circulação sanguínea por difusão
Muco
Função do muco
Proteção da mucosa
o Lubrificação
o Umidificação
o Ambiente adequado para ação ciliar
Barreira
o Retenção de microrganismo
o Fornecimento de superfície extracelular para ação de Igs e enzimas
o Neutralização de gases tóxicos
Transporte de material retido
o Transporte mucociliar até a orofaringe
Cílios
Projeção celulares com motilidade intrínseca
Diâmetro - 0,25 mm
Movimentos ondulatórios e sincrônico
Estrutura 9+2
Microtúbulos A e B
Braços de dineína
Internos e externos
Fibrose cística
Mutação no gene da Fibrose cística (Mutação no gene CFTRA)
↓
Déficit de transporte iônico
↓
Diminuição na secreção de fluido
↓
Aumento na concentração de macromoléculas
↓
Tubulopatia obstrutiva
↓
Pulmões Pâncreas Intestino Fígado Testículo
Prevalência 1:2.5000
Pedir exame teste do suor (cloro alto)
Lectinas
Lectina ligada à manose: MBL – é uma opsonina que ativa a via alternativa do
complemento através da ligação com carboidratos de patógenos. Sua deficiência
leva a infecções respiratórias recorrentes
Lectinas ligada à manose (MBL)
Proteína A e D do surfactante
Ficolinas
Proteínas C reativa
Proteínas ligadas à lipopolissacarídeos
Proteínas de reconhecimento de peptideoglicanas
Macrófagos
Produção de citocinas: amplifica a defesa
Penetração do patógeno leva ativação de macrófagos
Apresentação de antígenos
Após fagocitose grânulos refeitos
Atividade secretora dos macrófagos
o Radicais tóxicos de oxigênio
Anion superoxido (O2-), peroxido de hidrogênio (H2O2)
Radicais hidroxila (OH-)
o Nitritos, nitratos
o Enzimas – colagenase, elastase, catepsina
o Outros mediadores – interleucinas, PAF, GM-CSF, leucotrienos,
prostaglandinas
Diminuição da função fagocítica
o Imunodeficiência primaria
o Álcool
o Hipóxia
o Tabagismo
o Infecções virais poluentes
o Poluentes
Neutrófilos (não estão na via respiratória, mais são atraídos pelos mediadores)
Resposta rápida do sistema imune inato
Encontrados somente em tecidos inflamados
Vida curta – morrem após a fagocitose
Durante fagocitose:
Radicais livres de O2
Óxidos nítrico
Cloraminas
Grânulos
o Enzimas proteolíticas
o Lactoferrina
o Catepsina G
o Defensinas
o Hidrolases ácidas
Células NK (não estão na via respiratória, mais são atraídos pelos mediadores)
Importante no combate a vírus e células neoplásicas
Receptores Toll-like
Mais de 10 transmembrana
Expressos nos macrófagos de células mononucleares fagocítica
Reconhecem distintos padrões moleculares associados ao patógeno (PAMPs)
Ligação Toll-like com PAMPs desencadeia uma série de reações que levam ao
aumento da expressão de genes pró-inflamatórios
Toll-like ativados desencadeiam expressão de citocinas
Amigdalas orofaríngea:
1. As amígdalas são órgãos linfoides sem vasos aferentes e seu contato com os
antígenos se faz através de seu sistema de criptas, no qual o epitélio se
apresenta com quantidades apreciáveis de linfócitos T
2. Após a sensibilização, tem capacidade de migração para o interior do órgão
quando, interagindo com linfócitos B para a produção de imunoglobulinas
3. Assim se desenvolveria uma imunidade local com capacidade de memória
imunológica
Imunidade adquirida
Componentes celulares:
Células apresentadoras de antígenos (APC): macrófagos e células dendríticas
Linfócitos B (CD19)
Linfócitos T (CD3) → 60–75%
o Linfócito T CD4 : Linfócito T CD8 → 3 : 2
Imunoglobulinas no BAL
Predomina IgG
IgA – 90% na forma secretora
IgM – níveis baixos
Funções
Opsonização
Neutralização
Fixação
Casos
① Situs inverso + sinusite e pneumonias recorrentes + DRGE e teste do suor sem
alterações → discinesias primárias → ausência dos braços de dineína
4ª Aula
Espirometria
É método relativamente simples e não invasivo
Mede o volume de ar que um indivíduo inala e exala em função do tempo,
utilizando manobras forçadas
Detectar, caracterizar e quantificar a gravidade da doença pulmonar
Indicações
Avaliar sinais e sintomas respiratórios
Diagnostico e avaliação da gravidade de diversas doenças pulmonares
Avaliar a progressão da doença
Avaliar risco pré-operatória
Rastrear pessoas em risco cardiopulmonar: tabagista, exposição ocupacional
Avaliar intervenção terapêutica
Indicação na asma
Diagnostico
Avaliar a gravidade da asma
Monitorar o curso da doença e a resposta ao tratamento
Contra-indicações
Hemoptise (tuberculose)
IAM recente
Descolamento da retina (↑ pressão ocular)
Crise hipertensiva
Edema pulmonar
Aneurisma de aorta
Outros
o Dor torácica
o Pneumotórax
o Traqueostomia
Técnica
1. Paciente sentado e cabeça
2. Clipe nasal e posicionar o bocal
3. Respiração corrente
4. Inspiração máxima (rápida mas não forçada)
5. Expiração completa forçada máxima
6. Inspiração máxima
Volumes X Capacidades
Curvas
Fluxo / Volume
o Verifica a máxima inspiração
o Observa se há obstrução ou restrição
Tempo / Volume
o Tempo que a pessoa fez o exame
VR – Volume residual
Distúrbios obstrutivos
Redução desproporcional dos fluxos máximos em relação ao volume máximo:
Caracterizado por VEF1/CVF reduzido
O melhor parâmetro para avaliar a gravidade da obstrução é de vias aéreas é
o VEF1
Interpretação
Índice Normal
VEF1 Maior ou igual 80%
CVF Maior ou igual 80%
Crianças maior ou igual 0,8
VEF1/CVF Até 45 anos maior ou igual 0,75
Acima 45 anos maior ou igual 0,7
FEF 25-75% Maior ou igual 50 – 60%
Brasileiro
o Melhora no VEF1 em (do predito) e 200mL
o Melhorar na CVF em 350mL
ATS
o Melhora no VEF1 em 12% (do basal) e 200mL
o Melhora na CVF em 12% e 200mL
< 12 13 – 24 < 12
DV misto DVO com redução de CVF DVO com aprisionamento de ar
Distúrbios ventilatórios
Obstrutivos Restritivos
VEF1 Diminuído Normal ou diminuído
CVF Normal ou diminuído Diminuído
VEF1/CVF Diminuído Normal ou aumentado
4ª e 5ª Aula
Asma
Doença inflamatória crônica caracterizada por hiperresponsividade (HR) das
vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo
Reversível espontaneamente ou com tratamento
Manifestações clínicas
Episódios recorrentes da sibilância
Dispneia
Aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar
Resulta de uma interação entre genética, exposição ambiental a alérgenos
irritantes, e outros fatores específicos que levam ao desenvolvimento e
manutenção dos sintomas
Aspectos epidemiológico
É a doença crônica mais comum da infância, adolescência e em adultos
jovens
300 milhões de asmáticos no mundo
Prevalência em
o Meninos até 10 – 12 anos
o Meninas a partir dos 12 anos
As crises de asma geram frequentes atendimentos em PS e hospitalizações
o ↑ morbimortalidade e custos
Prevalência e gravidade da asma aumentou nas últimas décadas do século XX
Mortalidade de 250.000 indivíduos por ano
Brasil:
o Pertence ao 8º lugar mundial → 20%
Vitória-ES → 26%
o 1996: 360 mil internações
o 2000: 397 mil internações
o 2011: 160 mil internações
História Natural
Aumentam risco de sibilância recorrente e de asma em escolares /
adolescente:
o Atopia (característica genética dos indivíduos que produz grande
quantidade de IgE)
o Exposição processe a rinovírus e VRS
o Presença de eczema no 1 ano de vida
o Sensibilização precoce a aeroalergenos (nos primeiros anos de vida)
o Exposição ao tabaco na gestação e nos primeiros anos de vida
o Obesidade e/ou sedentarismo
Fatores de risco
Predomínio da resposta do linfócito Th2:
Interleucina 4
o Induz a diferenciação de linfócito TCD4 em Th2
o Estimula os plasmócitos a produzirem de IgE
Interleucina 5
o Atua na produção e ativação de eosinófilos (produtores de
leucotrienos)
Interleucina 10
o Inibem o macrófago e célula dendrítica
o Inibe a produção de IL-12
o Inibe a expressão de co-estimuladores e de moléculas de MHC-II
Interleucina 13
o Estimula a produção de muco pelas células caliciformes
Asma e infecção
Infecção viral é a maior causa de crises em todas as idades: 80 a 90% das crises em
crianças
Genética + Ambiente → inflamação = sintomas
Diferentes classificações
Asma alérgica → 80% / não alérgica → 20%
Asma induzida por vírus: crianças menores 3 – 5 anos
Asma/broncoespasmo induzindo por exercício
Asma com intolerância a AAS/AINEs
Asma relacionada ao trabalho
Asma de difícil controle (ADC):
o Asma lábil / quase fatal
o Asma corticosensível x corticoresistente
o Asma neutrofílica x eosinofílica x mista x paucigranulocítica
o Asma com declínio rápido de função pulmonar
o Asma overlap com DPOC (adultos/idoses)
Asma alérgica
Doenças atópicas = IgE medianas
Dermatite atópica
Alergia Alimentar
Rinite alérgica
o 30 – 40% da população
o 80% dos sintomas de asma
Asma Brônquica
Hipersensibilidade Tipo I:
Contato com a substancia Processado por APC Ativando o linfócito Th2
Secreção de IL-4, IL-13 Células B estimula a produção de IgE Liga-se aos
mastócitos Contato posterior com a substancia Interação cruzada com o IgE
ligado aos mastócitos Degranulação de mediadores Efeitos sistêmicos
Febre do feno(rinite) / asma / eczema / choque anafilático
Remodelamento
Alteração estrutural consequente a influxo de células inflamatórias e seus
produtos
Resulta de ciclos repetidos de lesões agudas, seguidas de reparação
Ocorre em pequenas e grandes vias aéreas
Característica do remodelamento
Inflamação
Hipersecreção de Muco
Fibrose subepitelial
Remodelamento brônquico
o Hipertrofia da musculatura
o Infiltrado celular
o Espessamento da matriz extra celular
o Excessiva produção de muco
Hipertrofia da musculatura lisa
Angiogênese
Sintomas da Asma
Chiado ou sibilos
Dispneia
Aperto no peito ou desconforto torácico
Tosse – tosse variante asma
Esses sintomas estão:
o Isolados ou em associação
o Variabilidade temporal
Diagnóstico de Asma
História clínica
Exame físico
Rx de tórax
Medidas da função pulmonar
Medida do estado alérgico para identificar fatores de risco
História clínica
Idade de início e evolução dos sintomas
Frequência dos sintomas
Houve remissão?
Sintomas noturnos
Frequência de exacerbações
Fatores precipitantes/agravantes
Limitação de atividades
Frequência de uso β2 de curta duração
Medicações em uso no momento da consulta
Resposta a tratamentos anteriores
Comorbidades e tratamentos
Antecedentes pessoais e familiares de asma ou alergia
Ambiente: moradia/local de trabalho
Exame físico
Ombros elevados e encurvados
Peito de pombo
Presença de sinais indicativos de Rinite
Eczema é comum na infância
Rinoscopia anterior: avaliar coloração da mucosa, caos corneto estiver
hipertrófico ou não (50%)
o Polipose nasal → tratamento cirúrgico
Sinais de atopia:
o Linhas de Dennie Morgan: dobras, como rugas, que se formam sob as
margens das pálpebras inferiores
o Tubérculo de Kaminsky: protuberância centrolabial superior
Diagnóstico de Asma
Raio x de tórax
o Hiperinsuflação
o Aumento dos espaços intercostais
o Área cardíaca
Tomografia de tórax
o Bronquiectasia: áreas de aprisionamento aéreo
Tomografia de seios da face
o Espessamento de seios maxilares
Esogonografia
EDA
o DRGE - esta influenciada com asma
pHmetria
Alergia
Anamnese cuidadosa
Teste “in vitro” – IgE total/IgE específica
Teste “in vitro” – prick teste
Leitura: 15 minutos
Positividade: maior ou igual 3
Diagnóstico diferencial
Em crianças
o Lactentes – displasia broncopulmonar, laringomalácia, anéis
vasculares, Síndromes aspirativas/RGE, bronquiolite viral, fibrose
cística, insuficiência cardíaca
Em adultos e idosos
Obstrução in ou extrínseca de traqueia e brônquicos
DPOC
Tosse crônica:
o Sinusite crônica
o Bronquite crônica
o DRGE
o Uso de IECA
Causas cardiovasculares
o IVE
o TEP
Síndrome do hiperventilação (doença do pânico)
Disfunção de corda vocal (discinesia da laringe)
Fibrose cística
Imunodeficiência
Discinesia ciliar
Deficiência de α-1-antitripsina
Asma x DPOC
Asma DPOC
Idade de início Qualquer idade Depois dos 40 anos
Tabagismo Irrelevante Geralmente sim
Presença rinite, conjuntivite e dermatite Frequentemente Não frequente
História familiar Frequentemente Não pode ser avaliada
Variabilidade de sintomas Sim Não
Reversibilidade de obstrução Significativa Usualmente menos significante
Resposta ao corticoide Muito boa Indeterminado ou variado
Sintomas diurnos Nenhum ou maior ou 3 ou mais por semana 3 ou mais parâmetros da asma
igual a2 vezes parcialmente controlada
Despertares noturnos Nenhum Qualquer
Necessidade B2 alívio Nenhuma ou maior 3 ou mais por semana
ou igual a 2 vezes
Limitação de atividade Nenhuma Qualquer
VEF1 ou PFE Normal ou quase Menor 80% predito do melhor
prévio
Controle da asma
Manifestações suprimidas, espontaneamente ou pelo tratamento
Compreende:
o Controle das limitações clínicas atuais
o Redução dos riscos futuros:
Instabilidade
Exacerbações
Perda acelerada da função pulmonar
Efeitos adversos do tratamento
Educação em asma
Controle ambiental
Etapa 1 Etapa 2 Etapa 3 Etapa 4 Etapa 5
β2 curta β2 curta S/N β2 curta S/N β2 curta S/N β2 curta S/N
S/N (1 ou mais das opções (1 ou mais das opções abaixo) (1 ou mais em relação a (1 ou mais em relação a
abaixo) Etapa 3) Etapa 4)
Opção Corticoide dose baixo Corticoide dose baixa Corticoide oral dose
preferencial + Corticoide dose média baixa
LABA ou alta
+
Menor que 6 anos: LABA
corticoide média
Outras Montelucaste Corticoide dose média Montelucaste Anti-IgE
opções Teofilina
Corticoide dose baixa
+
Montelucaste
Tratamento de asma
Controlar fatores de risco:
Broncodilatadores
o Crise (β2 curta duração, anticolinérgicos, xantinas)
o Manutenção (β2 de longa duração, xantinas)
Controle da inflamação
o Corticoide, antileucotrienos, cromonas, imunoterapia,
imunossupressores, anticorpo monoclonal
Terapia Inalatória
Medicações inaladas:
São as principais
Efeitos mais rápido
Menos efeitos colaterais
Não agride o coração
Obs: um jato possui 100mcg de Salbutamol (pequena dose)
Broncodilatadores
β2-agonista
Curta duração
o Fenoterol e Salbutamol
Início de duração: 1 minuto
Duração de efeito: 4 a 6 horas
Vias: inalatória, oral e endovenosa
Via inalatória: 100 e 120mcg
o ↑ eficaz para as crises
Longa duração
o Formoterol
Início de duração: 1 minuto
Duração de efeito: 12 horas
Vias: inalatória
Via inalatória: 6 a 12mcg
o Salmeterol
Início de duração: 20 minutos
Duração de efeito: 12 horas
Vias: inalatória
Via inalatória: 25 a 50mcg
o Utilizados em associação aos corticoides inalatórios
o A partir de 4 anos de idade
o Monoterapia deve ser sempre evitada
Efeitos colaterais
o Tremores
o Taquicardia
o Hipocalemia
o Arritmias cardíacas
Anticolinérgicos
Brometo de Ipatrópio
o Início de duração: 3 minutos
o Duração de efeito: 4 a 6 horas
o Vias: inalatória
o Via inalatória:
Solúvel: 0,025% – Dose: 20 a 40 gts
Aerossol: 20mcg/jt – Dose: 4 a 8 jts
Xantinas
Curta ação
o Aminofilina
Duração de efeito: 6 horas
Vias: oral endovenosa
Concentração:
Oral: 100 e 200mc/cp
Endovenosa: 24mg/cp
Dose: 3 a 6 mg/Kg
Longa ação
o Teofilina
o Bamifilina
Duração de efeito: 12 horas
Vias: oral
Concentração: 300 mg/cp
Dose: 3 a 6mg/Kg
Tratamento da Asma
Ajuste das medicações
1. Ajuste deve ser avaliado entre 3 a 4 meses de tratamento
2. Caso o corticoide está sendo utilizado isoladamente, uma redução em 50%
deve ser tentada em 3 meses
3. O controle com baixa doses de corticoide autoriza a utilização de uma dose
ao dia, se possível
4. Em uso de combinação (corticoide + LABA), a dse a ser reduzida é a do
corticoide
5. Após um ano de controle total com baixas doses de corticoide, o tratamento
pode ser suspeso
Antileucotrienos
Montelucaste
o Mecanismo de ação: bloqueiam os leucotrienos
o Vias: oral
o Concentração: 4, 5 e 10 mg
o Dose: 24 horas
Anti-IgE
Omalizumabe
o Início ação: até 16 semanas
o Vias: SC
o Dose: 0,016mg/Kg e UI de IgE
o Concentração: 150mg/frasco
Indicação
o Asma alérgica sem controle na etapa 4 (asma de difícil controle)
Mecanismo de ação
o Bloqueia IgE (IgG anti-IgE)
6ª Aula
Incidência utilizadas na Radiografia de Tórax
Como os raios x são divergentes
É sempre necessário colocar o objeto a ser estudado o mais próximo do
filme, pois a imagem é mais fidedigna
A imagem será magnificada caso o objeto estiver distante do filme e próximo
ao foco de emissão de raio x
A presença de ar é o que dá a tonalidade escura de radiografia → região
menos densa
→ Mãos na cintura
→ Inspiração máxima
→ Em apnéia
Incidência de Perfil
Auxilia bastante nas localizações as lesões
Geralmente é feito o perfil esquerdo para não magnificar o coração
O perfil direito é realizado quando há lesão no lado esquerdo
Incidência apico-lordotica
Raio x entra anteriormente e as costas estão em contato com o filme
O paciente assume posição em hiperlordose, retirando as clavículas
Grande valor para avaliação dos ápices pulmonares
Incidência oblíquas
É realizada para melhorar a localização ou caracterização de lesões
parcialmente encobertas por outras estruturas
Parâmetros – técnicas
Na avaliação da radiografia deve-se considerar:
Dose da radiação adequada
o Deve-se ser capaz de visualizar a sombra da coluna vertebral apenas
nas superfícies superiores
Quantidade excessiva de raio x → radiografia escura, coluna
vertebral parece totalmente com espaço intervertebral
Quantidade pequena de raio x → radiografia muito clara
Bem manipulado
o Vê-se um pouco da traqueia e um pouco da borda lateral da coluna
Bem centrado
o As extremidades medias das clavículas devem estar equidistantes da
linha média
o As escápulas dever estar fora do campo
Inspiração correta
o Apneia inspiratória máxima → identificar 9 a 11 costelas
7ª Aula
Partes moles
Analisar as partes moles em toda radiografia, com atenção para os tecidos
supraclaviculares e torácicos laterais, além dos órgãos de abdome superior e das
mamas
◌ Começar pela periferia
◌ Verificar a parede torácica
◌ Ir em direção ao pulmão
Arcabouço ósseo
Arcabouço ósseo faz parte da avaliação da radiografia de tórax. Deve ser sempre
examinado as costelas, clavículas, esterno e a cintura escapular. Além da coluna
(mas não é a melhor radiografia para analisa-la)
◌ Costela:
A 1ª costela se insere na apófise espinhosa da C7
Contar o número de costelas, os arcos posteriores
Procurar alterações nas costelas, como fraturas ou se ela é supranumerária
◌ Clavícula:
Realizar manobra apicolordótica
Observar o terço superior
Posição da clavícula
Extremidade medial da clavícula E e D para ver se ela está centralizada
◌ Esterno
Projeta sobre o mediastino
Na radiografia frontal não tem o apêndice xifoide, precisa-se da radiografia
de perfil
◌ Cintura escapula
Retirar a projeção da escápula na radiografia
◌ Na radiografia de perfil
Observa-se o esterno, a coluna (principalmente a posição inferior)
Observar as cúpulas frênicas (anterior é mais alto)
Observar o seio costofrênico
o Ex: enfisematoso, muito ar no volume residual, rebatendo diafragma
para baixo deixando ele reto
o Acúmulo de líquido, pode se acumular até 300mL sem ter expressão
radiológica no frontal
Podemos identificar de 9 - 11 costelas
Pulmão esquerdo é composto por dois lobos. Superior e inferior (a língula é parte do
lobo superior esquerdo), este são separados pela fissura obliqua (grande)
◌ Geralmente a fissura oblíqua não aparece a divisão na radiografia, as vezes é
melhor observado na tomografia, caso houver problema inflamatório pode aparecer
na radiologia
◌ Na radiografia frontal, o lobo superior esquerdo do pulmão ocupa toda a porção
anterior
◌ O lobo superior do pulmão direito → é ântero-superior
◌ A língula, parte do lodo superior do pulmão esquerdo → projeta-se sobre a área
cardíaca, tendo íntimo contato com a coração
◌ O lobo inferior do pulmão esquerdo → é ínfero-posterior
Imagens com densidade iguais, em níveis diferentes (ex. anterior e posterior), tem
os contornos mantidos. Por exemplo, a pneumonia do lobo inferior direito tem
densidade de partes moles, mas não borra os contornos cardíacos direitos, pois o
coração, apesar de também ter densidade de partes moles, é anterior, e o lobo
inferior direito é posterior
Hilos pulmonares
Nos hilos pulmonares encontram-se brônquios, artérias, veias e linfáticos. O que
visualizamos na radiografia é uma somatória destas estruturas. A figura mostra a
localização das artérias pulmonares na radiografia em perfil
◌ Importante observar a sua posição central
◌ O hilo direito é ligeiramente inferior ao esquerdo, porque no hilo direito a artéria
pulmonar passa pela frente, já no hilo esquerdo a artéria pulmonar fica por cima,
cavalga
Hilo tracionado para cima: atelectasia e fibrose pulmonar lobo superior
Hilo tracionado para baixo: atelectasia e fibrose pulmonar lobo inferior
Hilo dilatado: aneurisma da artéria pulmonar
Mediastino
O mediastino é o espaço entre os pulmões, que pode ser dividido em:
Superior: localizado acima do nível da vertebra T5 (mais ou menos no nível
da carina)
Inferior: situado abaixo do nível de T5
Linhas cardíacas
Do lado direito o contorno cardíaco normal e dado pelo átrio direito. A esquerda o
contorno decorre de 3 estruturas:
Tronco arterial (hilo)
Átrio esquerdo
Ventrículo esquerdo
Linha paravertebrais
Geralmente são imperceptíveis, podem estar alargadas em casos de alteração no
mediastino posterior (abscessos, neoplasias, ectasia) ou da própria coluna vertebral
◌ Radiografia frontal pode observar escoliose
O espaço retroesternal
Deve ser avaliado na radiografia (em perfil). Geralmente e hipertransparente,
ocupado apenas por parênquima pulmonar. Obliteração com opacificação do
mesmo e comumente vista em massas mediastinais anteriores, como timoma ou
teratoma ou linfoma
◌ Paciente com enfisema pulmonar avançado aumento o espaço retroesternal
Anormalidades
◌ Seio costofrênico opacificado – pequeno derrame pleural, fazer incidência Laurell
◌ Abscesso pulmonar – ele vai crescendo, necrosando o parênquima, até encontrar
um brônquico e tiver vômica, ele irá drenar perdendo parcialmente ou totalmente
(aparece apenas o contorno) o seu líquido
◌ Bronquiectasia – dilatação dos brônquios
◌ Tuberculose – contorno ou parte final, hiperecóica, sequela de tuberculose
◌ Pneumotórax – hipotransparência
8ª Aula
Tomografia de tórax
Tomo (corte) + grafia (gravação) = gravação em cortes
É um exame radiológico (usa raio X), diferente ressonância magnética, que utiliza
movimentação dos elétrons
TC de tórax
Os exames são realizados em apneia inspiratória máxima, dos ápices
pulmonares às suprarrenais, com o paciente em decúbito dorsal
Excepcionalmente, podem ser adquiridas imagens em expiração máxima,
como na suspeita de aprisionamento aéreo ou com paciente em decúbito
ventral, por exemplo, nas doenças de predomínio posterior, como
pneumonia intersticial usual
Após a realização do exame, as imagens podem ser analisadas nos filmes ou
em estações de trabalho. Este é o método ideal atual, devido ao grande
número de imagens gerado pelos aparelhos mais modernos
Pode-se avaliar as imagens com janelas diferentes: pulmão, osso, mediastino,
dependendo do que se quer estudar sem a necessidade de se repetir o
exame
As próximas imagens são do mesmo exame, após alteração para janela de pulmão
a localização dos lobos pulmonares na tomografia computadorizadas
Nas doenças obstrutivas, a TCAR deve ser também realizada em expiração máxima, o
que facilita a identificação do aprisionamento aéreo
Pneumonia
Bronco preservado com alvéolos cheios de secreção
Bolha, área necrotizante
Bola fúngica
O paciente teve tuberculose, e tem cavidade como sequela, então o
arpergiloma irá colonizar e formará a bola fúngica
Principalmente que tem passado tuberculose
Tumor de traqueia
Tumor pulmonar
Suspeitar de neoplasia quando houver linfonodomegalia
9ª Aula
Pneumonia
É uma doença muito frequente
Inflamação aguda de causa infecciosa, que acomete os bronquíolos e
alvéolos, causada por vírus, bactéria e fungo
Acomete mais no inverno
Pontos relevantes
As internações: 733.000 – SUS 2007
o Predominância do sexo masculino
o Maior ocorrência nos meses de março a julho
o Vem diminuindo desde a última década
o Internação em enfermaria: 5 – 12%
Taxa de mortalidade hospitalar
o Tendência ascendente
Coeficiente de mortalidade por pneumonia
o Maior
Maior de 70 a 80 anos e menor de 5 anos
o Estáveis nas demais faixas
Mortalidade
o 28,8 mortes por 100.000 habitantes
o Pneumonia é considerada 5ª causa de morte no Brasil, é a 2ª mais
frequente das doenças respiratórias
Patogênese
Aspiração da orofaríngea é o método por onde a maior parte dos agentes
infecciosos alcança as vias aéreas
A via inalatória é a outra forma comum de contaminação → Legionella,
M. pneumoniae, Micobactereias (intracelulares)
A via hematológica é a mais utilizada nos casos de pneumonia por
Staphylococcus (endocardite de tricúspide, tromboflebite séptica,
osteomielite e infecções de partes moles)
A contiguidade seria outra forma de atingir os pulmões abscessos hepático,
lesões de parede torácica e mediastino
Mecanismo
o Fechamento da glote
o Reflexo da tosse
o Atividade ciliar do epitélio respiratório e muco
o Fatores humorais presente no muco
o Macrófago e imunoglobulinas alveolares
Agentes etiológicos
O pneumococo é sempre o agente mais frequente (30% – 70%)
Em adultos saudáveis é responsável por cerca de 50% dos casos que se
identificam o agente etiológico
Outros: Mycoplasma pneumoniae, Chlamydophila pneumoniae, H. influenzae
Geralmente há infecção mista – 38% dos casos
Fatores modificadores
Bastonetes Gram-
o Residência em asilos
o Doenças cardiopulmonar crônica associada
o Múltiplas doenças associadas
Pseudomonas aeruginosa
o Doença pulmonar estrutural (bronquiectasias)
o Corticoterapia prolongada (maior 10mg prednisona/dia)
o Uso de antibiótico de largo espectro por maior de 7 dias no último
mês
o Desnutrição
Fatores associados ao pneumococo resistente à penicilina
① Caso
Fem. 45 anos, pneumonias de repetição desde a infância, uso de prednisona 10mg
dia e azitromicina 100mg dia 3 vezes na semana. Febre, tosse com secreção
esverdeada e hemoptoico
Azitromicina 3 vezes por semana → não tem ação como antibiótico, tem ação
imunomoduladora (melhora a atividade imunológica)
Paciente que pode ter fibrose cística, deficiência α-1- antitripsina,
imunodeficiência variável
② Caso
Masc. 40 anos morador de rua, etilista, má conservação dentária. Entrada no OS,
sonolento e com febre alta persistente
Abscesso hepático
Provavelmente por broncoaspiração
Agente atípicos
Características: são bactérias intracelulares, sensíveis à ação de macrolídeos,
tetraciclina, quinolonas e resistentes aos betalactâmicos
Clamydophila pneumoniae (Gram-)
Legionelas (Legionella pneumophila) – ⅓ das PAC graves, 1/20 mil pessoas
Vírus Respiratórios
Diagnóstico
Doença inflamatória aguda do parênquima pulmonar de natureza infecciosa
e caracterizada por:
Sintomas respiratórios agudos associados ou isolados
o Tosse seca ou produtiva, dor torácica, dispneia
Sintomas sistêmicos
o Calafrios, febre, confusão mental, mialgias
Sinais de consolidação
o Exame físico
Aparecimento de uma opacidade radiológica nova
o Exame radiológico do tórax
Exame físico
Frequência Respiratória
o Deve ser avaliada e se for maior que 30 irpm significa gravidade e
risco de óbito
Pneumonia com consolidação lobar: 30%
o ↓ MV com crepitações e sopro tubário na ausculta, além de
submacicez na percussão e aumento do FV na palpação
Quadro alveolar não homogêneo ou intersticial
o Crepitação
Diagnóstico clínico
Sintomas de doença do trato respiratório: tosse + outro sintoma
Aparecimento de sinais ao exame físico do tórax
Pelo menos um sinal sistêmico: sudorese, febre, calafrios, mialgias
Ausência de outra explicação para a doença
↓ Valor preditivo positivo
Radiografia de tórax
Deve ser realizada em PA e perfil – Evidência C
Importância:
o Confirmar suspeita
o Avaliar extensão – multilobular
o Sugerir outro diagnóstico: derrame pleural, cavitações
o Processos não infecciosos: vasculite e drogas
o Resposta ao tratamento
Obs4: sugere, mas não defini um diagnóstico etiológico definitivo não prediz agente
etiológico – Evidência C
Pneumonia lobar
Tc de Tórax
Radiografia de tórax normal, sintomas sugestivos
Incerteza do infiltrado pneumônico
Importante para diagnóstico diferencial
Neoplasia, tuberculose e micose
Complicações:
Abscessos e derrame pleural septado
Testes diagnósticos
Testes para avaliação diagnóstica são indicados para os internados e nas
falhas terapêuticas, pois isto diminui a mortalidade
Para pacientes de baixo risco
Tradados ambulatoriamente
Não é recomendado nenhum exame, exceto radiografia simples de tórax
Laboratório
Avaliação da gravidade
Hemograma
o Leucopenia ↓ 4.000/mm3 e grandes leucocitoses com desvio à
esquerda, Indicação de gravidade
Uréia
o Acima de 50mg/dL forte indicativo de gravidade
Glicose, eletrólito e PFH:
o Identificam comorbidades que levam a aumento de gravidade
Avaliação do oxigênio
o Identificação precoce da hipoxemia. Redução do risco de óbito.
Evidência A
o SpO2 menor 92% → fazer gasometria arterial
o SpO2 menor 90% → em pacientes sem patologia de base → sugere
PAC grave
o SpO2 menor 90% com altos fluxos de O2 → remover para UTI
HIV
o Em todo paciente de risco e que tem necessidade internação
Provas inflamatórias
Proteína C reativa: marcado de prognostico
o Valor normal: 0,4 a 0,5mg/dL
o Menor 20mg/dL → exclui
o Maior 100mg/dL → probabilidade
o Manutenção de níveis elevados 3 a 4 dias de tratamento e reduções
menores que 50% – pior prognóstico ou complicações
Procalcitonina
o Marcador de gravidade e de duração do tratamento (SEPSIS)
o Valor normal: menor 0.5ng/dL
o PAC menos graves os níveis tendem a ser maiores nas bacterianas
o Dosar no início e 5 dias depois, se reduzir 90% esse for menor que
0,1ng/dL, o antibiótico poderia ser suspenso
Outros métodos
Reação em cadeia da polimerase
o Mycoplasma, Clamídia e Legionela
o Tem boa sensibilidade e especificidade
Antígeno urinário do pneumococo
o Sensibilidade de 50 – 80% e especificidade 90%
o Uso de antibiótico anteriormente não altera os resultados
Antígeno urinário de legionela
o Sensibilidade de 70 – 90% → positividade aumenta a partir do 3º dia
de doença, permanecendo positivo por semanas
o Especificidade próxima de 100% (sorogrupo I)
Critério da SBPT
Estratificação dos pacientes com pneumonia adquirida na comunidade por
classes de risco, segundo o Pneumonia Severity Index
Avalia a gravidade da pneumonia
Escore CURB-65
Avaliação dos fatores anteriores menos uréia
É mais prático de ser feito
PAC Grave
Admissão à UTI
Tratamento
Macrolídeos Azitromicina
Claritromicina
Ceftriaxona e Cefotaxima
Betalactâmicos Amoxicilina + Clavulanato
Amoxicilina + Sulbactam
Ertapenem
Betalac. Imipenem e Meropenem
Antipseudomonas Cefepime e Ceftazidima
Piperacilina + Tazobactan
Ciprofloxacino
Quinolonas Levofloxacino
Moxifloxacino
Gemifloxacino
Amicacina
Aminoglicosídeos Gentamicina
Tobramicina
Tempo de tratamento
PAC de leve a moderada em adultos podem ser usados por período de 7 a 10
dias ou até menos (quilononas respiratórias e macrolídeos)
Quadros mais graves 14 a 21 dias
Encurtar o tratamento após 48 – 72 horas sem febre
Profilaxia
Vacinas → Influenzae
o 65 mil postos de imunização
o Meta é vacinar 49 milhões de pessoas
o Pneumocócica – POLI – R32
o Pneumocócica – VPC – 13 V
Pneumonias Virais
Grupo Herpesvírus Grupo não Herpesvírus
CMV Influenza A – B
Herpes Simples VSR MPVh
Varicela Zoster Parainfluenza
Adenovírus
PAC
Epidemiologia
Influenza A é o mais frequente → 4 – 19% dos casos
Medicamento Via Dose
Zanamivir Inalatória 10mg 2 vezes ao dia
5 dias tratamentos
Oseltamir Oral 75mg 2 vezes ao dia
5 dias tratamentos
Pneumonia Lipoídica
A pneumonia lipoídica é uma condição pulmonar incomum que, frequentemente, se
apresenta com início insidioso. A causa mais comum de pneumonia lipoídica
exógena é a aspiração crônica de óleo mineral, usado como substância laxativa. O
óleo mineral, relativamente inerte, é inicialmente emulsificado e ingerido por
macrófagos. Com repetidas aspirações, o óleo mineral pode provocar uma reação de
corpo estranho, que pode resultar em fibrose
Conclusões
Exige arguição quanto as manifestações primárias e sistêmicas
Interpretação radiológica e
Avaliação da gravidade
Conhecimento de fatores modificadores etiológicos
Doenças associadas
Local e tratamento empírico
10ª Aula
Tuberculose
Doença infectocontagiosa granulomatosa crônica causada pelo complexo
Mycobacterium tuberculosis
Inicialmente localiza-se nos alvéolos pulmonares podendo ser encontrada em
todos os tecidos, com exceção de unhas e cabelos
É transmitida pelo ar através da tosse, fala ou espirro
Epidemiologia
A incidência ♂ 50 casos/100 mil, ♀ 100 casos/100 mil
2 bilhões de pessoas estão infectadas no mundo → ⅓ da população mundial
9,2 milhões de casos novos, 3 milhões não detectados e sem tratamento.
140 casos novos/100 mil habitantes
1,7 milhões de mortes
Populações mais vulneráveis:
o Indígenas (incidência 4 vezes maior do que a média nacional)
o Portadores de HIV (30 vezes maior)
o Presidiários (40 vezes maior)
o Moradores de rua (60 vezes maior)
o No entanto, há ocorrências em todos os segmentos da sociedade,
independente da renda ou da escolaridade
Mortalidade
É importante destacar que anualmente ainda morrem 4 a 5000 pessoas por
tuberculose
Em sua maioria, os óbitos ocorrem nas regiões metropolitanas e em unidades
hospitalares
Em 2008 a TB foi a 4ª causa de morte por doenças infecciosas e a 1ª causa
de morte dos pacientes com AIDS
Meta:
Reduzir drasticamente a carga da doença até 2015
Alvos até 2015:
Deter e começar a reverter a incidência da
tuberculose
Detectar através do exame de escarro pelo
menos 70% dos novos casos de TB e curar
pelo menos 85% deles
Reduzir em 50% a prevalência e as mortes
decorrentes de TB em relação a 1990
Eliminar a TB como problema de saúde
pública até 2050 (1 caso por milhão de
habitantes)
Resistência
TBMR: tuberculose multirresistente
o Cepa resistente a rifampicina (R) + isoniazida (H)
o As associações etambutol (E) + pirazinamida (Z) ou etambutol (E)+
fluoroquinolona têm sido preconizadas se houver resistência à H e à R
Pré-XDR:
o Cepa resistente ou a um quinolônico ou a um aminoglicosídeo
TBXDR:
o Cepa MDR com resistência adicional a quinolonas e a um dos
injetáveis de segunda linha (amicanina, kanamicina, capreomicina)
Vacinação BCG
Tratamento da TB latente
ou quimioprofilaxia
Diagnóstico
Tratamento
2) A doença instalada
Bem definida para tratamento normativo
A suspeita para tratamento de prova
3) Testes de identigicação
Diferenciar BK de MNT
4) Teste de sensibilidade
Determinar o pergil de sensibilidade/resistência
Estabelecer drogas e associações aplicáveis
Bacilo
Estrutura bacilar: Intracelular facultativo
o Imóvel, não esporulado, não encapsulado o Sobrevive e se multiplica dentro de
Álcool Ácido Resistente (BAAR): células fagocitárias
o Identificação laboratorial Pode ficar em estado de dormência por
Conteúdo lipídico da parede: longos períodos
o Formação de granuloma o Responsável pela reativação
Aeróbio: Tempo de geração longo
o Necessita de O2 para crescer e multiplicar o 14 a 20 h
Contagio
O paciente bacilífero é a fonte de contágio
Ao falar, tossir, espirrar ou cantar → lança gotículas de saliva (FLÜGGE)
contaminadas com o bacilo
Para o contágio são necessários 50.000 núcleos (200h)
o Núcleo de Wells possui 1 a 2 bacilos
o 250 núcleos de Wells por hora
Uma fonte em uma comunidade pode infectar 10 a 15 pessoas em 1 ano
Caso de tuberculose
Todo indivíduo com diagnóstico confirmado por baciloscopia ou cultura e
aquele que o médico, com base nos dados clínico-epidemiológicos e no
resultado de exames complementares, firma o diagnóstico
Sintomáticos respiratórios – SR
• Indivíduos com tosse por tempo igual ou superior a 3 semanas
Imunidade
Imunidade natural:
o É geneticamente definida
o A imunidade da tuberculose é mediada pelo sistema celular (timo-
dependente)
o Identifica-se a infecção pela reação ao PPD
Imunidade adquirida
o Exaltação da resistência natural que se obtém de forma natural ou
artificial através da vacina BCG
Primo infecção
1. Bacilo penetra no pulmão → Alveolite exsudativa → afluxo de
polimorfonucleares e mononucleares (15 dias)
Tuberculose Pulmonar
Pode-se apresentar sob a forma:
o Primária
o Pós- primária ou secundária (reinfecção endógena ou exógena)
Tubérculo Primária
Manifestações clínicas da doença que surgem nos primeiros 5 anos após a
primo infecção
Em 5% dos casos a primo infecção evolui para doença
Pulmonar – aspecto pneumônico
Ganglionar – gânglios comprimem brônquios→ atelectasias (Epituberculose)
Forma miliar
Meningite tuberculosa
Tuberculose Extrapulmonar
Pós primária
Sintomas
Tosse por 3 a + semanas
Anorexia
Emagrecimento
Dor torácica
Sudorese noturna
Dispnéia
Febre baixa geralmente vespertina
Sangramento respiratório
Diagnostico
Identificar o agente – o bacilo
Diferencia o bacilo de Koch de micobactéria não tuberculosa
Quando e como usar método mais complexo no diagnóstico da tubérculo
Diagnóstico bacteriológico
Exame direto → Método de Ziehl-Neelsen
o Pesquisa de BAAR– rendimento 50 a 80 %
o 2 amostras de escarro
o Para ser positivo é necessário 5000 bacilos/ml de escarro
o No Brasil → 86,7% dos casos pulmonares tem baciloscopia +
o Indicação
Sintomático respiratório
Comunicante sintomático
Escarro induzido
o Suspeitos sem expectoração espontânea:
Nebulização com solução salina hipertônica a 3% (5ml de SF a
0,9% e 0,5ml de NaCl a 20%)
o Preceder a broncofibroscopia
o Melhor relação custo/benefício, se escarro negativo
o Concordância 97% nos resultados de BAAR E 90% da cultura entre
amostra Escarro Induzido (EI) e Lavado Broncoalveolar (LBA)
o Sensibilidade da baciloscopia de 33,8% no EI e 38% no Lavado
Broncoalveolar LBA
Broncoscopia
o Indicação de quando:
Pode estar associada ou não à Biópsia Transbrônquica (BTB)
Baciloscopia do EI negativa
Suspeita de outra doença pulmonar que não tuberculose
Na presença de doença que acomete difusamente o
parênquima pulmonar
Na suspeita de tuberculose endobrôquica
Em pacientes imunodeprimidos, particularmente infectados
pelo HIV
Hemocultura
o Usada em HIV/AIDS com suspeita de doença micobacteriana
generalizada
Prova tuberculínica
o Indica infecção prévia à micobactéria
o Seu valor é maior nos não vacinados ou vacinados de longa data
o Injeta-se 0,1 ml de tuberculina (2U) via intradérmica e faz-se a leitura
em 72h
o PPD: Reator ou não reator
<5mm não reator
>5mm reator
o Técnicas inadequadas:
Tuberculina mal conservada, exposta à luz
Contaminação com fungos, diluição errada, manutenção em
frascos inadequados, desnaturação
Injeção profunda ou quantidade insuficiente; uso de seringas e
agulhas inadequadas
Administração tardia em relação à aspiração na seringa
Leitor inexperiente ou com vício de leitura
o Resultados falso-negativos
Tuberculose grave disseminada
Doenças infecciosas agudas virais, bacterianas ou fúngicas
Imunodepressão avançada (AIDS, uso de corticosteroides,
outros imunossupressores e quimioterápicos)
Vacinação com vírus vivos
Neoplasias, especialmente as de cabeça e pescoço e as
doenças linfo proliferativas
Desnutrição, Diabetes Mellitus, insuficiência renal e outras
condições metabólicas.
Gravidez
Crianças com menos de 3 meses de vida e idosos > 65.
Febre durante o período da feitura da PT e nas horas que
sucedem
Linfogranulomatose benigna ou maligna
Desidratação acentuada
Método histopatológico
Método utilizado na investigação de formas extrapulmonares, lesões difusas
ou nos imunossuprimidos
Lesão observada seria um granuloma, com necrose de caseificação e
infiltrado histiocitário de células multinucleadas
Radiologia
Observar os slides → Radiologia da Tuberculose
Tuberculose Miliar
Forma grave da doença
o 1% dos casos de TB em pacientes HIV negativo
o Em até 10% dos casos em pacientes HIV+, em fase avançada de
imunossupressão
o A apresentação clinica clássica é a aguda, mais comum em crianças e
em adultos jovens
Os sintomas são:
o Febre
o Astenia e emagrecimento, que, em associação com tosse, ocorrem em
80% dos casos
Exame físico
o Hepatomegalia (35% dos casos)
o Alterações do SNC (30% dos casos)
o Alterações cutâneas do tipo eritemato-maculo-papulo-vesiculosas
Tuberculose – um desafio
Situação “confortável”: 82% diagnóstico, OMS 70%
Atualmente: 16ª posição entre os 22 com maior carga Tb e a 111ª posição em
tx de incidência
4ª Causa que mais mata entre as doenças infecciosas
1ª Causa de morte entre as doenças infecciosas em pessoas que vivem com
HIV/AIDS
11ª Aula
Tuberculose extrapulmonar
Representa cerca de 10 a 15% de todos os casos de tuberculose
Cerca de 62% dos casos de formas isoladas ou associadas à forma pulmonar,
em adultos
Tuberculose extrapulmonar aguda assemelha a uma pneumonia bacteriana
Seu diagnóstico é mais difícil e a ausência de granulomas em tecidos não
exclui tuberculose
o Diagnóstico é mais difícil, por ter que se realizar biópsia no órgão
o Diagnóstico anatopatológico – necrose caseosa + granulomatosa
Não representam fatores de risco no que diz respeito à transmissão da
doença
O órgão mais comprometido no adulto é a pleura, e nas crianças são os
gânglios
Tuberculose pleural
Mais comum e principal causa de derrame pleural
Maior de 40 anos e do sexo masculino
Via hematogênica: tuberculização dos folhetos pleurais
o Manifestação de hipersensibilidade semelhante ao eritema nodoso e
na conjuntivite flictenular
Via direta: foco pulmonar caseoso rompe-se na cavidade pleura
2 formas de se apresentar:
o Insidiosa
• Dor torácica: sintoma + frequente
• Astenia, anorexia e emagrecimento – 70%
• Febre e tosse seca – 60 a 70% dos casos
o Aguda
• Dor torácica importante, tipo pleurítica
• Febre alta
• Grande comprometimento do estado geral
Exame físico:
MV diminuído
FTV negativo
Percussão macicez
Exame radiológico
Geralmente unilateral pequeno a moderado
PPD: Pode ser reator ou não
Lesão pulmonar em cerca de 30% dos casos
Exames diagnóstico
Na maioria das vezes realiza-se biópsia pleura às cegas
Citologia
o Predomínio de mononucleares
o Linfócito 80%
Baciloscopia e cultura:
o Baciloscopia geralmente negativa 0 a 5%
o Cultura do líquido pleural (10 a 35 %) e de fragmento de pleura (40 a
60%)
Histopatológico:
o Granuloma com necrose caseosa (80 a 85%)
Tuberculose ganglionar
Ganglionar periférica
2ª forma mais comum de tuberculose extrapulmonar em indivíduos com HIV
negativa e a 1ª em HIV positiva
Característica: aumento indolor de gânglios
Geralmente acomete gânglios cervicais (cadeia anterior e posterior e a fossa
supraclavicular), de evolução lenta, endurecidos e podem fistulizar
Aspiração: Baciloscopia + em 10 a 25% dos casos
Cultura: 50 a 90% dos casos
Histopatológico: granuloma com necrose de caseificação em 90%
PPD: Reator
Tuberculose pericárdica
Câmara de ar e líquido
Liquido envolta do coração
Dificuldade de sístole e diástole - turgência jugular bilateral, pulso paradoxal
(batimento na diástole)
Tuberculose no SNC
Rigidez de nuca e sinais de envolvimento do SNC como paralisia de nervos
cranianos
Cerca de 3% dos casos de tuberculose em HIV negativo e 10% em HIV
positivo
Forma grave → letalidade de 30%.
O aumento na cobertura vacinal de BCG é o principal responsável pela
importante redução nos coeficientes de mortalidade por meningite
tuberculosa
Quadro clínico
o Febre
o Síndrome de hipertensão intracraniana com cefaleia intensa
o Vômitos
o Confusão mental e coma
Aumento de ventrículo
Rigidez de nuca
TC E Ressonância magnética:
o Hidrocefalia
o Espessamento meníngeo basal
o Infartos do parênquima cerebral
Líquor:
o Geralmente límpido, hipertenso e com celularidade aumentada, com
predomínio de linfócitos, taxa de proteínas aumentada e de glicose
geralmente 40mg%
Baciloscopia:
o Rendimento de 5 a 20%, se centrifugado >40 a 50% dos casos
Cultura
o Positiva em 15 % dos casos
PPD
o É reator na maioria dos casos
Tuberculose ocular
A lesão mais frequente da tuberculose atinge o segmento posterior da úvea,
comprometendo a retina e coróide
Diagnóstica diferencial:
o Sarcoidose
o Sífilis
o Toxoplasmose
o Estreptocócicas
Grupos de risco:
o Idade ≤ 4 anos
o Desnutridos graves
o Infectados por HIV
o Imunodeficiências primárias
o Esteroides a longo prazo
o Neoplasias e transplantados
Quadro clínico:
Febre vespertina
Irritabilidade
Tosse
Anorexia
Emagrecimento
Sudorese noturna
Pneumonia de curso arrastado
PPD:
Tem importância quando 5mm em não vacinadas ou vacinadas há + de 2
anos ou qualquer condição imunossupressora
10 mm em vacinadas há menos de 2 anos
Diagnostico
Baciloscopia
o A partir de 5 a 6 anos
Lavado gástrico
o O lavado gástrico somente é indicado quando for possível a realização
de cultura para M.tuberculosis.
Broncoscopia
o Broncoscopia é um método muito invasivo, risco de lesar a traqueia,
broncoscopia as cegas
Atelectasia
Derrame pleural
Contactantes
É definido como toda pessoa que convive no mesmo ambiente com o caso
índice no momento do diagnóstico
Esse convívio pode se dar em casa e/ou ambientes de trabalho, instituições
de longa permanência, escola ou pré-escola
A avaliação do grau de exposição do contato deve ser individualizada,
considerando-se a forma da doença, o ambiente e o tempo de exposição
Exame de contactantes
o Solicitar radiografia de tórax e PPD
o Anamnese e exame clínico
o Se já tratado não pedir PPD
o Solicitar radiografia de contatos já tratados se sintomáticos
Prova tuberculina
Caso o PPD for não reator → repetir em 2 a 8 semanas
Para considerar o segundo PPD positivo o incremento deve ser de 10 mm
A viragem da reação de Mantoux, após aplicação do BCG intradérmico,
ocorre na maioria das crianças, independentemente da idade
Prevenção da tuberculose
BCG (Bacilo Calmette Guerin)
o Provoca uma primo infecção artificial e inofensiva, produzindo
imunidade contra o M. tuberculosis principalmente contra as
manifestações graves da primo infecção:
Meningoencefalite
Disseminação hematogênica
o Efeito protetor da primeira dose da vacina BCG contra a tuberculose
na forma miliar ou na meningite é elevado.
o Contraindicações
Portadores de imunodeficiências congênitas ou adquiridas
Adultos HIV positivo ou crianças sintomáticas não devem ser
vacinados
Adiar a vacina em RN com peso < 2 Kg, lesões dermatológicas
no local da aplicação, doenças graves e uso de
imunossupressores
12ª Aula
Abordagem terapêutica da tuberculose
Programa Nacional de Controle de Tuberculose (PNCT)/MS
Ambulatorial, supervisionado semanalmente, por 2 meses e uma visita no
final do tratamento
No mínimo 6 meses e no máximo 1 ano
Próximo do trabalho ou da residência
As formas pulmonares e extrapulmonares não necessitariam de supervisão
o Exceto meningite e formas pulmonares negativas não necessitariam
de supervisão
A cura ocorre em 98% dos casos
Tipos de resistência
Monorresistência
Polirresistência: a 2 ou mais, exceto à associação Rifampicina e Isoniazida
Multirresistência: a pelo menos Rifampicina e Isoniazida (MDR)
Resistência extensiva: a Rifampicina e Isoniazida acrescida à resistência a
uma fluoroquinolona e a um injetável de segunda linha (Amicacina,
kanamicina ou Capreomicina) (XDR)
Esquema básico
Indicações
Caso novo (*) de todas as formas de TB pulmonar e extrapulmonar (exceto
meningoencefalite), infectados ou não pelo HIV
o (*) Paciente que nunca usou medicamentos anti-TB ou usou por
menos de 30 dias
Retratamento: recidiva (*) ou retorno após abandono
o (*) Adoecimento por TB após tratamento anterior com Esquema I ou
EB com cura, independentemente do tempo em que esse primeiro
episódio ocorreu
Faixa de
Regime Fármacos Unidades/dose Meses
peso
20 a 35 kg 2 comprimidos
RHZE
2RHZE 150/75/400/275 mg
comprimido 36 a 50 kg 3 comprimidos 2
Fase intensiva em dose fixa
combinada
> 50 kg 4 comprimidos
20 a 35 kg 2 comprimidos
4RH
RH
150/75mg 36 a 50 kg 3 comprimidos 4
Fase de
comprimido
manutenção
> 50 kg 4 compromidos
RHZE 35 kg 2 comprimidos
150/75/400/275
2RHZE
mg
Fase 36 a 50 kg 3 comprimidos 2
comprimido
intensiva
em dose fixa
combinada >50 kg 4 comprimidos
35 kg 2comprimidos
7RH RH
Fase de 150/75mg 36 a 50 kg 3comprimidos 7
manutenção Comprimido
>50 kg 4 comprimidos
Esquema básico
Efeitos maiores – 2 a 8 %
EFEITO DROGA
EXANTEMAS S R
HIPOACUSIA S
VERTIGENS E NISTAGMO S
PSICOSE, CONVULSÕES, ENCEFALOPATIA H
TÓXICA E COMA
NEURITE OPTICA E H
HEPATOXICIDADE TODAS
TROMBOCITOPENIA, LEUCOPENIA
EOSINOFILIA,AGRANULOCITOSE R H
NEFRITE INTERSTICIAL R
RABDOMIÓLISE COM MIOGLOBINÚRIA E
INSUFICIENCIA RENAL Z
MDR
Definição: Resistência à R+H
Deve ser supervisionado, realizado em um centro de referência e com
duração de 18 meses.
Esquema MDR padronizado
o Resistencia à R+H
o Resistencia à R+H + fármacos da 1ª linha
o Falência do Esquema Básico
Diabético
o Substituir hipoglicemiante oral pela insulina
o Considerar prolongamento para 9 meses e manter glicemia em
<160mg/dL
Gestante
o Usar Piridoxina (50mg/dia), pelo risco de convulsão no RN pela H
o Não utilizar E, S e Quinolonas
Insuficiência renal
o R + H + Z – dosagens habituais.
o Se clereance da creatinina for 30mL/min ou em diálise:
Evitar S e E, ou senão diminuir as doses ou dar intervalos
maiores
13ª Aula
Câncer de pulmão
90% dos cânceres de pulmão estão ligados ao tabagismo
Dificilmente consegue realizar o tratamento na fase inicial, pois a procura do
paciente só ocorre estágio avançado
No Brasil:
o ♂
3º câncer mais frequente
1º mortalidade
o ♀
6º câncer frequente na mulher
2º mortalidade
No EUA
o ♂
2º câncer mais frequente
1º mortalidade
o ♀
2º câncer mais frequente
1º mortalidade
Epidemiologia
De doença neoplásica comum, o câncer do pulmão transformou-se em
doença neoplásica comum e na mais mortal em todo mundo
Atualmente, e a principal causa é a principal causa de morte, por neoplasia,
entre os homens e as mulheres, em todo o mundo
O câncer do pulmão é a primeira causa de morte por câncer nos homens
(31%) e nas mulheres (26%). É responsável por 30% de todas as mortes por
câncer, porcentagem maior do que a do câncer da mama, da próstata, do
cólon e do ovário somadas
Outros números
Pico de incidência: entre 55 e 65 anos
Sobrevida em 5 anos
o Países desenvolvidos: 13 – 21%
o Países em desenvolvimento: 7 – 10%
No momento do diagnóstico, cerca 15% apenas são potencialmente curáveis
Obs1: o principal sintoma é a tosse no estádio inicial → geralmente o indivíduo já
apresenta tosse, então dificilmente ele irá ao médico, pois já está acostumado
Tipos histológicos
Adenocarcinoma
o Constitui o câncer do pulmão mais comum em mulheres e homens
o Com frequência manifesta-se de nódulo ou massa periférica (são
sintoma tardio)
Até 3cm é nódulo, acima de 5cm é massa
o Seus aspectos microscópicos característicos incluem formação
glandular, geralmente com produção de mucina
o Por ser periférico: geralmente inacessível a broncoscopia, porém é
mais acessível à punção transtorácica
Quadro clínico
As manifestações clínicas do câncer do pulmão resultam de um desses 3 processos:
Crescimento local do tumor (central ou periférico)
Metástase intratorácica ou à distância
Síndromes paraneoplásicas – baqueatamento digital, dores articulares
Obs2: Tanto os os dados radiológicos quanto dados clínicos são mais variáveis
Tumores centrais
Tosse – é o mais comum e o mais precoce
Hemoptoicos
Dispneia – quando existe obstrução brônquica
Dor – nos periféricos ocorre quando acontece derrame pleural, nos centrais
pode acontecer no momento da atelectasia ou pela pneumonia
Chieira – raro
Pneumônicos – pode causar pneumonia de repetição (sempre no mesmo
local) devido a retenção de secreção
Abscesso
Tumor de Pancoast
É o tumor no ápice do pulmão que invade as estruturas do opérculo torácico
(plexo braquial, cadeia simpática)
Dor torácica – pelo acometimento de costelas e/ou vertebras
Radiografia – opacificação do opérculo torácico
Síndromes características:
o Síndrome de Horner
Enoftalmia unilateral
Ptose palpebral
Miose
Anidrose da face e do membro superior (do mesmo lado do
tumor)
o Síndrome de Déjerine-Klumpke
Nos casos progressivo, o plexo braquial também é afetado,
causando dor e fraqueza nos músculos do braço e mão
Dor torácica – pelo acometimento de costelas e/ou vertebras
Tumores periféricos
Sintomatologia
Tosse menos intensa, mas sempre presente
Dor quando a tinge a pleura parietal
Síndrome paraneoplásicas
São manifestações patológicas, clínicas ou biológicas associadas a qualquer
neoplasia de uma maneira geral, mas que não se relacionam diretamente
com o tumor principal.
Estão ligadas a mecanismos hormonais, humorais, tóxico-degenerativos e
dismetabólicos
Síndrome neurológicas
Surgem tardiamente
Neuropatias periféricas
Síndrome de Eaton-Lambert: síndrome miastênica por defeito de condução
muscular com fraqueza proximal, fadiga e mucosa oral seca
Diagnóstico
Citologia não invasiva
Alta positividade nos tumores centrais
o Geralmente a sensibilidade é 69%
Radiologia
Imagem própria do tumor
o Tamanho – contornos
Alteração distais ao tumor
o Atelectasia
o Infecção
Disseminação do tumor
o Linfonodomegalia
o Derrame pleural
o Parede torácica
Nódulos em 33% dos casos
o Maiores de 7mm e menores de 3cm, bordas mal definidas –
espiculada, único, arredondado, homogêneo
Cavitação dentro de lesão sólida
Opacificação segmentar
Lesão triangular grosseira originando-se no ápice e estendendo-se ao hilo.
Massa mediastinal
Atelectasia segmentar
Enfisema obstrutivo segmentar ou lobar
Broncofibroscopia
Pouco invasivo
Anestesia local
Realizado geralmente sem internação
Ótimo rendimento diagnostico (tumores centrais e lobares)
Estadiamento e planejamento cirúrgico
Invasivos
Punção aspirativa percutânea com agulha final (geralmente guiada por
tomografia)
Diagnostico citológico
o Complicações (pneumotórax e pequenos sangramentos
o Em paciente sem indicação cirúrgica (esclarecimento para tratamento
quimioterápico ou radioterápico)
CTVA (videotoracocoscopia)
Mediastinoscopia
o Serve para abordagem dos linfonodos mediastinais geralmente
paratraqueais, para ver ser vale apena fazer cirurgia ou não
Toracotomia Exploradora
Biópsia por toracotomia
14ª Aula
Estadiamento do câncer de pulmão
Câncer:
Não pequenas células (CPNPC) → TNM
De pequenas células (CPNPC)
Estadiamento TNM
Avaliação prognóstica e terapêutica
T → Tumor (aspectos relacionados ao tumor)
N → Linfonodos (aspectos relacionados a envolvimento dos linfonodos regionais)
M → Metástase à distância (existência ou não de metástases)
T
Tx – Citologia positiva sem evidência de tumor
T0 – Sem evidência do tumor primário
Tis – Carcinoma in situ
T4 – Tumor com invasão de uma das estruturas: mediastino, coração, grandes vasos,
traqueia, carina traqueal, esôfago, corpos vertebrais, recorrente laringeo. Ou a
presença de nódulos tumorais em mais de um lobo no mesmo pulmão
→ invade estruturas que podem não são ressecáveis
d
Douglas Vitor Gomes Turma: 2018/1
Douglas Vitor Gomes Turma: 2018/1
N
1 – Linfonodos altos do mediastino 8 – Linfonodos paraesofágico
2 – Linfonodo paratraqueal alto 9 – Linfonodos Ligamento pulmonares
3 – Linfonodo pré-traqueal e retrotraqueal 10 – Linfonodos extramediastinal hilares
4 – Linfonodos paratraqueal baixo 11 – Linfonodos interlobares
5 – Linfonodos subaórtico 12 – Linfonodos lobares
6 – Linfonodos paraórtico 13 – Linfonodos Segmentares
→ 5 e 6 – relacionado no espaço entre a aorta e a pulmonar 14 – Linfonodos Subsegmentares
7 – Linfonodo subcarinal
N
N0 – sem metástases para linfonodos regionais
N1 – metástases para linfonodos peribrônquicos ou hilares do mesmo lado ou
ambos, incluindo extensão direta
N2 – metástases para linfonodos mediastinais do mesmo lado e para os subcarinais
N3 –metástases para linfonodos mediastinais contralaterais, hilares contralaterais,
supraclaviculares ou pré-escalênicos do mesmo lado ou contralaterais
SLIDE 8
4R a direita ele é N1, se houver acometimento de 4L se N2
SLIDE 9
N1 extensão direta (tumor que cresce e invade pelo tamanho do tumor (10-14)
N2 (ate 9 e 7)
M
M0 – nenhuma metástase para outro lobo pulmonar ou outra parte do corpo
M1a – há tumor em ambos pulmões; ou derrame maligno na pleura ou pericárdio
M1b – metástase à distância
→ Principais sitos de metástases fígado, ósseo cérebro e suprarrenal
Ib IIb IIIb
T2aN0M0 T2bN1M0 T1-4N3M0
T3N0M0 T4N2M0
Princípios oncológicos
O tumor e toda sua drenagem linfática intrapulmonar devem ser
completamente ressecados
Todas as estruturas invadidas pelo tumor devem ser ressecadas em
monobloco, quando possível
Deve-se evitar a secção intra-operatória do tumor
As margens da ressecção (coto brônquico, pleura parietal, linfonodos e
qualquer estrutura invadida pelo tumor) devem ser avaliadas por biópsia de
congelação, com ampliação da margem de ressecção quando necessário
Todos os linfonodos mediastinais acessíveis devem ser ressecados para
exame histopatológico
A cirurgia citorredutora não tem indicação, pois não oferece chance de cura
para o paciente
Estádio IA – (T1a-bN0M0)
o Lobectomia. A ressecção em cunha ou a segmentectomia poderá ser
avaliada naqueles casos nos quais a prova de função respiratória
contraindica a lobectomia.
Estádio IB – (T2a-bN0M0)
o Lobectomia
Estádio III
o N2 – ressecção pulmonar (lobectomia ou pneumectomia) associada a
linfadenectomia mediastinal, se for um achado per operatório. Nos
demais casos, deve-se realizar previamente a mediastinoscopia.
o Com invasão da parede torácica : ressecção pulmonar +
linfadenectomia mediastinal + toracectomia
15ª Aula
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC)
DPOC = enfisema de pulmão + bronquite crônica
Obstrução do fluxo aéreo, geralmente progressiva, e está associada a uma
resposta inflamatória anormal dos pulmões à inalação de partículas ou gases
tóxicos, causada primariamente pelo tabagismo
o A célula inflamatória-chave é o neutrófilo
Acomete primariamente os pulmões e está associada com manifestações
sistêmicas importantes
Enfermidade respiratória prevenível e tratável, porém obstrução crônica do
fluxo aéreo não é totalmente reversível
A sequela da tuberculose pode levar a DPOC
Epidemiologia
Mundo:
o 1% da população tem DPOC
o Prevalência em torno de 10 a 20% dos fumantes
o 25% da população acima de 40 anos tem alguma limitação ao fluxo
aéreo
o Maior incidência: Sexo masculino de 55 a 65 anos
♂: 18%
♀: 14%
Brasil:
o Temos cerca de 7a 8 milhões de pacientes – DPOC
o 200 mil internações pelo SUS (superior a Diabetes) e gastos de mais
72 milhões de reais/ano
Mortalidade
o 4ª de morte no mundo
o 5ª a 7ª posição entre as principais causas de morte no Brasil
o No Brasil houve crescimento de óbitos nos últimos 30 anos de 340%
o 30.000 mortes por ano por DPOC. 3 pessoas/ hora
Etiologia
Ambientais:
o Fumaça do tabaco é o principal fator de risco
o Irritantes químicos e poeiras ocupacionais
o Fumaça de lenha
o Histórico de tuberculose
Genéticos:
o Deficiência de α1-antitripsina
Diagnóstico clínico
Sintomatologia:
o Dispnéia
o Tosse
o Expectoração
Exame físico:
o Tipo do tórax
o MV reduzido difusamente
Enfisema puro
Paciente que não expectora é chamado de enfisema puro
Radiografia: pobreza vascular, coração em gota, cifose
Diagnóstico funcional
Espirometria constitui método Padrão Ouro
o Distúrbio fundamental → obstrução predominantemente expiratória
↓ DO VEF1 ≤80%
↓ DO VEF1/CVF <70%
Teste do hélio
o O paciente inspira hélio e depois observa a quantidade de hélio que
chegou nos alvéolos
Gasometria arterial
o Geralmente há hipoxemia
o Casos mais avançados: hipercapnia
o Medir SaO2 em todos os pacientes com VEF1 < 50 % ou sinais de
falência respiratória ou cardíaca
Oxigenoterapia familiar: Sat < 88%, PO2 < 55 → 2L/min por 12h
Obs1: pacientes que possuem VEF1 < 50%, ocorre dilatação o ventrículo direito cor
pulmonare → coração começa a trabalhar com sobrecarga
Diagnóstico Diferencial
Asma
Bronquiectasias
Mucoviscidose
Tuberculose forma residual
Sequelas pulmonares de origem desconhecida
Definições
Asma: é uma doença heterogênea, geralmente caracterizada pela inflamação
crônica das vias aéreas. É definida pela história de sintomas respiratórios
como chiado, falta de ar, aperto no peito e tosse que variam ao longo do
tempo e em intensidade, juntamente com a limitação do fluxo aéreo
expiratório variável
Mecanismo prováveis
Medicamentos
Inflamação sistêmica
Sedentarismo
Hipóxia tecidual
Classificação / gravidade
Estadio Características
Espirometria com pequena limitação ao fluxo aéreo
I: Leve VEF1/CVF < 70% pós-broncodilatador
VEF1 80% do valor teórico pós-broncodilatador
Sintomas crônicos podem estar presentes
VEF1/CVF < 70%
II: Moderado 50% < VEF1 < 80% do valor teórico
Sintomas crônicos mais frequentes
Dispnéia grau I ou II
VEF1/CVF < 70% pós-broncodilatador
III: Grave 30% < VEF1 < 50% do valor teórico pós-broncodilatador
Dispnéia intensa, baixa tolerância aos exercícios e exarcebações frequentes
Dispneia intensa grau III, exacerba 1 ou 2 vezes por ano
VEF1/CVF < 70% pós-broncodilatador
IV: Muito Grave VEF1 < 30% do valor teórico ou VEF1 < 50% do valor teórico + insuficiência respiratória ou sinais
clínicos de insuficiência cardíaca direita