Anda di halaman 1dari 8

CURSO – DIREITO

DISCIPLINA – DIREITO PENAL II


PROFESSORA - Ana Karina de Sousa Campelo
PENAS RESTRITIVAS DE DIREITOS

INTRODUÇÃO

Diz-se da inexatidaã o do termo “pena restritiva de direito”, jaá que, sob essa rubrica, tem-se:
 prestaçaã o pecuniaá ria e perda de bens e valores → natureza pecuniaá ria;
 prestaçaã o de serviços aà comunidade e limitaçaã o de fim de semana → referem-se aà
restriçaã o de liberdade;
 interdiçoã es → estas, sim, saã o, efetivamente, restritiva de direitos.

HISTÓRICO

Surgiu com a políática criminal de Von Liszt de substituir as penas privativas de liberdade de
breve duraçaã o por recursos mais adequados.

OBJETIVOS

 Diminuir a superlotaçaã o dos presíádios e reduzir os custos do sistema penitenciaá rio;


 Favorecer a ressocializaçaã o do autor do fato, evitando o deleteá rio ambiente do caá rcere e a
estigmatizaçaã o dele decorrente;
 Reduzir a reincideê ncia.

CONCEITO

EÉ a sançaã o imposta em substituiçaã o aà pena privativa de liberdade, consistente na supressaã o ou


diminuiçaã o de um ou mais direitos.

EÉ espeá cie de pena alternativa, que naã o se confunde com alternativa aà pena. Na pena
alternativa o juiz condena, depois, aplica a privativa de liberdade e depois substitui por
outra espécie e na alternativa à pena evita-se a própria condenação.

CARACTERÍSTICAS

Saã o duas caracteríásticas das penas restritivas de direitos:


1. autonomia: naã o segue, naã o se cumula com a privativa de liberdade → ela substitui a
privativa de liberdade → o juiz aplica uma ou outra.

2. substitutividade: quando substituíáda, ela teraá a mesma duraçaã o da privativa de liberdade


imposta (novidade da Lei 9.714/98).
1 ano de privativa de liberdade = 1 ano de restritiva de direito.

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando: ...

1
OBSERVAÇÕES

♣ a pena restritiva teraá a mesma duraçaã o da pena privativa de liberdade substituíáda. Mas haá
exceçoã es:
1. restritiva de natureza real;

2. prestaçaã o de serviços aá comunidade cumprida na metade do tempo da pena privativa de


liberdade;

Art. 46. A prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas é aplicável às


condenações superiores a seis meses de privação da liberdade.
§ 4o Se a pena substituída for superior a um ano, é facultado ao condenado cumprir a
pena substitutiva em menor tempo (art. 55), nunca inferior à metade da pena privativa
de liberdade fixada.

APLICAÇÃO DAS PENAS RESTRITIVAS(alternativas)

Ocorre no momento da determinaçaã o da pena na sentença, jaá que se requer a preá via
determinaçaã o da quantidade de pena a impor.

Fixação da pena.
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime:
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena,
se cabível.

Fundamento: “É um abuso de direito a imposição de qualquer pena desnecessária ou a


execução desnecessariamente rigorosa de uma pena”. Gimbernat.

As penas restritivas (ou alternativas) possuem um sistema de cominaçaã o de pena mais flexíável
que aquele de cominaçaã o no preceito secundaá rio dos tipos penais.

Se a pena efetivamente aplicada naã o for superior a quatro anos de prisaã o ou se o delito for
culposo, estando presentes os demais pressupostos, seraá possíável aplicar uma pena restritiva
de direito, que, mesmo sendo uma sançaã o autoê noma, eá substitutiva. → permite ao juiz escolher
a pena mais adequada (menos dessocializadora) → essa discricionariedade dada ao juiz eá para
escolher a espeá cie de alternativa mais adequada ao delinquü ente (jaá que os limites saã o os
concretizados na sentença, correspondentes aà pena privativa de liberdade de cada tipo).

REQUISITOS NECESSÁRIOS À SUBSTITUIÇÃO

Requisitos objetivos:
1. quantidade de pena aplicada
2. natureza do crime cometido
3. modalidade de execuçaã o

Requisitos subjetivos:
1. reá u naã o reincidente em crime doloso
2
2. prognose de suficieê ncia da substituiçaã o

quantidade de pena aplicada:


pena naã o superior a quatro anos – reclusaã o ou detençaã o, independentemente da natureza do
crime – doloso ou culposo.

natureza do crime cometido:


privilegiam-se os de natureza culposa → permite-se a substituiçaã o da pena privativa de
liberdade independentemente da quantidade de pena aplicada.

♣ pena superior a um ano de prisão → a substituiçaã o seraá por uma restritiva de direito
cabíável E multa OU Duas penas restritivas de direitos, desde que possam ser executadas
simultaneamente → Lei 9.714/98.

Ex: Abandono material


Art. 244 do CP. Pena: detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos e multa, de uma a dez vezes
o maior salário mínimo vigente no País. → substitui-se a pena privativa de liberdade
por uma restritiva e mantém-se a pena de multa.

♣ pena igual ou inferior a um ano de prisão → na condenaçaã o igual ou inferior a um ano, a


substituiçaã o pode ser feita por multa OU por uma pena restritiva de direitos; jamais pelas duas
cumulativamente.

Para os crimes culposos a substituiçaã o naã o tem de obedecer ao limite quantitativo da pena
privativa de liberdade, pois a pena privativa de liberdade revela-se absolutamente
desnecessaá ria → os autores de comportamentos descuidados naã o necessitam ser
ressocializados.

modalidade de execução:
Sem violeê ncia ou grave ameaça aà pessoa;

Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de


liberdade, quando:
I - aplicada pena privativa de liberdade não superior a quatro anos e o crime não for
cometido com violência ou grave ameaça à pessoa ou, qualquer que seja a pena
aplicada, se o crime for culposo;

♣ a violeê ncia contra a coisa (furto qualificado com rompimento de obstaá culo) naã o obsta a
substituiçaã o;
♣ podem ser beneficiados com a substituiçaã o os autores de lesaã o corporal leve dolosa,
constrangimento ilegal e ameaça → pois saã o crimes de menor potencial ofensivo → devem
receber o tratamento dos Juizados Especiais, com direitos aà s suas sançoã es, que saã o
verdadeiramente penas alternativas e naã o, simplesmente, substitutivas.

réu não reincidente em crime doloso:


Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de
liberdade, quando:
II - o réu não for reincidente em crime doloso;

Basta que um dos crimes (a condenaçaã o anterior ou a atual) seja culposo → naã o haveraá
reincideê ncia dolosa.
3
Somente a reincideê ncia especíáfica constitui impedimento absoluto para a substituiçaã o → a
proá pria reincideê ncia em crime doloso naã o eá fator impeditivo absoluto, pois a substituiçaã o
pode ser “socialmente recomendaá vel”.

Art. 44. § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde
que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a
reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. →
reincidência específica.

prognose de suficiência da substituição:


O juíázo da suficieê ncia eá feito por todos os elementos do art. 59, com exceçaã o de dois: “as
consequü eê ncias do crime” e o “comportamento da vitima”.
Art. 44. As penas restritivas de direitos são autônomas e substituem as privativas de
liberdade, quando:
III - a culpabilidade, os antecedentes, a conduta social e a personalidade do condenado,
bem como os motivos e as circunstâncias indicarem que essa substituição seja
suficiente.
♣ havendo seá rias duá vidas sobre a suficieê ncia da substituiçaã o → naã o deve ocorrer → o Estado
naã o pode renunciar ao dever constitucional de garantir a ordem puá blica e a proteçaã o de bens
juríádicos penalmente tutelados.

ESPÉCIES DE PENAS RESTRITIVAS


ESPÉCIES DE
PENAS
RESTRITIVAS
DE DIREITOS

PRESTAÇÃO INTERDIÇÃO
DE SERVIÇOS LIMITAÇÃO DE TEMPO PERDA DE
PRESTAÇÃO PRESTAÇÃO
À FIM DE RÁRIA DE BENS E
PECUNIÁRIA INOMINADA
COMUNIDADE SEMANA DIREITOS VALORES

natureza natureza
natureza natureza real natureza real
pessoal pessoal
pessoal

acrescentada
acrescentada pela Lei
pela Lei 9.714/98
9.714/98

I. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA

4
Art. 45. § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância
fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e
sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.

Finalidade dessa sançaã o: reparar o dano causado pela infraçaã o penal → tanto que o valor pago
deveraá ser deduzido do montante de eventual condenaçaã o por reparaçaã o civil → eá multa
reparatoá ria

Destinaçaã o da condenaçaã o:
1. aà víátima ou seus dependentes
2. aà entidade puá blica ou privada com destinaçaã o social, quando
a) naã o houver dano a reparar ou;
b) quando naã o houver víátima imediata ou seus dependentes.

II. PERDA DE BENS E VALORES

Trata-se da decretaçaã o de perda de bens moá veis, imoá veis ou de valores, tais como tíátulos de
creá dito e açoã es.

Destinataá rio: Fundo Penitenciaá rio Nacional.


♣ legislaçaã o especial pode dar destinaçaã o diversa.

Teto: prejuíázo causado pela infraçaã o penal ou o proveito obtido pelo agente ou por terceiro.
Trata-se, de fato, de uma pena de confisco → pois o objeto naã o eá nem a reparaçaã o do prejuíázo
causado nem o proveito do crime (servem apenas de paraê metro para o caá lculo).

Art. 45. § 3o A perda de bens e valores pertencentes aos condenados dar-se-á,


ressalvada a legislação especial, em favor do Fundo Penitenciário Nacional, e seu valor
terá como teto - o que for maior - o montante do prejuízo causado ou do provento
obtido pelo agente ou por terceiro, em conseqüência da prática do crime.

Cabimento do confisco-pena:
1. condenaçoã es naã o superiores a quatro anos;
2. quando for possíável a substituiçaã o da pena privativa de liberdade por uma restritiva de
direito.

Limites do confisco:
1. o teto eá o maior valor entre o montante do prejuíázo causado ou do proveito obtido com a
praá tica do crime.

III. PRESTAÇÃO DE OUTRA NATUREZA (INOMINADA)

A pena de “prestaçaã o pecuniaá ria” pode ser substituíáda por “prestaçaã o de outra natureza”,
contanto que haja concordaê ncia do “beneficiaá rio”.

Conversão das penas restritivas de direitos.


Art. 45. Na aplicação da substituição prevista no artigo anterior, proceder-se-á na forma
deste e dos arts. 46, 47 e 48.

5
§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação
pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.

A nova prestaçaã o naã o pode ser de natureza pecuniaá ria → eá uma “prestaçaã o de outra natureza”
→ naã o pode ser nem a pena de multa nem perda de bens e valores.

Ex: entrega de cestas baá sicas em entidades puá blicas.

Crítica: trata-se de pena inominada → pena indeterminada → viola o princíápio da reserva


legal.

IV. LIMITAÇÃO DE FIM DE SEMANA

EÉ a prisaã o descontíánua; permanecendo aos saá bados e domingos, por cinco horas diaá rias, em
casa de albergado ou em estabelecimento adequado.

Vantagens:
 Evita o afastamento do apenado de sua tarefa diaá ria;
 Impede o contaá gio do ambiente criminoá geno;
 Diminui os efeitos sobre a famíália do condenado (consequü eê ncias econoê micas
principalmente).

Conversaã o em privativa de liberdade: se deixar de comparecer ao estabelecimento nas


condiçoã es estabelecidas ou se praticar falta grave.

Da Casa do Albergado LEP

Art. 93. A Casa do Albergado destina-se ao cumprimento de pena privativa de liberdade,


em regime aberto, e da pena de limitação de fim de semana.
♣ o transporte eá um oê nus do apenado → a localizaçaã o deve ser em centros urbanos.
♣ pela inexisteê ncia de casas de albergado, os juizes substituem a pena por outra alternativa, jaá
que inviaá vel essa.

V. PRESTAÇÃO DE SERVIÇO À COMUNIDADE OU A ENTIDADES PÚBLICAS

EÉ atribuiçaã o ao condenado de tarefas gratuitas junto a entidades assistenciais, hospitais,


escolas, orfanatos e outros estabelecimentos congeê neres, em programas comunitaá rios ou
estatais. Tais atividades devem guardar estreita correspondeê ncia com as aptidoã es pessoais de
cada um e naã o coincidir com a jornada normal de trabalho, de forma a alterar o míánimo
possíável a rotina diaá ria. Afastam-se as entidades privadas que visam lucros, para que não
se explore a mão-de-obra gratuita.

Prestação de serviços à comunidade ou a entidades públicas.


Recomenda-se que a carga horaá ria semanal deva ser distribuíáda entre saá bados, domingos e
feriados (como dizia o texto revogado) → a fim de “naã o prejudicar a jornada normal de
trabalho”.

Deve ser aplicado pelo juiz da condenaçaã o → o juiz da execuçaã o cuidaraá de escolher qual
entidade ou programa comunitaá rio onde a pena seraá cumprida e fiscalizaraá tal execuçaã o.

6
♣ o juiz da execuçaã o naã o poderaá simplesmente alterar a modalidade de pena restritiva
aplicada, ou seja, naã o tem competeê ncia para substituir a limitaçaã o de fim de semana por
prestaçaã o de serviço aà comunidade, por exemplo.

VI. INTERDIÇAÕ TEMPORÁRIA DE DIREITOS

EÉ a uá nica que eá especíáfica → soá se aplica a determinados crimes.


Possui grande alcance preventivo especial. Ex.: afastar do traá fego os motoristas negligentes →
impede as condiçoã es que poderiam levar aá reincideê ncia.

Interdição temporária de direitos

Art. 47. As penas de interdição temporária de direitos são:

I - proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato


eletivo; → possui grande reflexo econômico.

II - proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação


especial, de licença ou autorização do poder público; → grande reflexo econômico.

III - suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.

IV - proibição de freqüentar determinados lugares.

As penas dos incisos I e II somente saã o cabíáveis em crimes praticados com abuso ou violaçaã o
dos deveres inerentes ao cargo, funçaã o, profissaã o, atividade ou ofíácio.

Naã o se confunde com os efeitos da condenaçaã o.

1. Proibição do exercício de cargo, função ou atividade pública, bem como de mandato


eletivo.
Abrange qualquer atividade desenvolvida por funcionaá rio puá blico → naã o eá incapacidade
definitiva → eá suspensaã o temporaá ria.

Obs.: deve estar o funcionaá rio no exercíácio efetivo do cargo, naã o eá necessaá rio que se trate de
crime contra a Administraçaã o Puá blica; o condenado poderaá a exercer suas funçoã es normais
depois de cumprida a pena.

2. Proibição do exercício de profissão, atividade ou ofício que dependam de habilitação


especial, de licença ou autorização do poder público;
Exs: inscriçoã es em Conselhos Regionais.

3. Suspensão de autorização ou de habilitação para dirigir veículo.

Aplicaá vel apenas aos crimes culposos de traê nsito.

Art. 57. A pena de interdiçaã o, prevista no inciso III do art. 47 deste Coá digo, aplica-se aos
crimes culposos de traê nsito.

♣ a inabilitaçaã o para dirigir veíáculo, se esse foi utilizado como meio para a praá tica de crime
doloso, eá efeito (naã o automaá tico) da condenaçaã o.
7
4. Proibição de freqüentar determinados lugares.
→ eá , na verdade, uma monstruosa restriçaã o aà liberdade.
Deve-se restringir-se aà queles lugares do cometimento do crime, e que tenham relaçaã o com
esse, em obedieê ncia a preceito constitucional.

Existem determinadas infrações penais, que, na hipótese de substituição, necessitam


receber pena específica:

Art. 56. As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código,
aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo
ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.

Art. 57. A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos
crimes culposos de trânsito.

5. Proibição de inscrever-se em concurso avaliação ou exame público.

Trata-se de modalidade de pena restritiva criada pela Lei 12.550/11 destinada a pessoas
condenadas por fraude em certame de interesse puá blico (concurso, avaliaçaã o, processo
seletivo para ingresso em curso superior) nos termos do art. 311-A do CP.

CONVERSÃO DA PENA ALTERNATIVA EM PRIVATIVA DE LIBERDADE

Haveraá conversaã o da pena alternativa em privativa de liberdade se houver descumprimento


injustificado da restriçaã o imposta ou se houver condenaçaã o que torne impossíável a
continuidade do cumprimento da pena alternativa (CP art.44 §4º e §5º).

Operada a conversaã o aproveita-se o tempo ateá entaã o decorrido, salvo se restarem menos de 30
dias, caso em que seraã o cumpridos, pelo menos, esses 30 dias.

Anda mungkin juga menyukai