INTRODUÇÃO
Diz-se da inexatidaã o do termo “pena restritiva de direito”, jaá que, sob essa rubrica, tem-se:
prestaçaã o pecuniaá ria e perda de bens e valores → natureza pecuniaá ria;
prestaçaã o de serviços aà comunidade e limitaçaã o de fim de semana → referem-se aà
restriçaã o de liberdade;
interdiçoã es → estas, sim, saã o, efetivamente, restritiva de direitos.
HISTÓRICO
Surgiu com a políática criminal de Von Liszt de substituir as penas privativas de liberdade de
breve duraçaã o por recursos mais adequados.
OBJETIVOS
CONCEITO
EÉ espeá cie de pena alternativa, que naã o se confunde com alternativa aà pena. Na pena
alternativa o juiz condena, depois, aplica a privativa de liberdade e depois substitui por
outra espécie e na alternativa à pena evita-se a própria condenação.
CARACTERÍSTICAS
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OBSERVAÇÕES
♣ a pena restritiva teraá a mesma duraçaã o da pena privativa de liberdade substituíáda. Mas haá
exceçoã es:
1. restritiva de natureza real;
Ocorre no momento da determinaçaã o da pena na sentença, jaá que se requer a preá via
determinaçaã o da quantidade de pena a impor.
Fixação da pena.
Art. 59. O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à
personalidade do agente, aos motivos, às circunstâncias e conseqüências do crime, bem
como ao comportamento da vítima, estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente
para reprovação e prevenção do crime:
IV - a substituição da pena privativa da liberdade aplicada, por outra espécie de pena,
se cabível.
As penas restritivas (ou alternativas) possuem um sistema de cominaçaã o de pena mais flexíável
que aquele de cominaçaã o no preceito secundaá rio dos tipos penais.
Se a pena efetivamente aplicada naã o for superior a quatro anos de prisaã o ou se o delito for
culposo, estando presentes os demais pressupostos, seraá possíável aplicar uma pena restritiva
de direito, que, mesmo sendo uma sançaã o autoê noma, eá substitutiva. → permite ao juiz escolher
a pena mais adequada (menos dessocializadora) → essa discricionariedade dada ao juiz eá para
escolher a espeá cie de alternativa mais adequada ao delinquü ente (jaá que os limites saã o os
concretizados na sentença, correspondentes aà pena privativa de liberdade de cada tipo).
Requisitos objetivos:
1. quantidade de pena aplicada
2. natureza do crime cometido
3. modalidade de execuçaã o
Requisitos subjetivos:
1. reá u naã o reincidente em crime doloso
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2. prognose de suficieê ncia da substituiçaã o
♣ pena superior a um ano de prisão → a substituiçaã o seraá por uma restritiva de direito
cabíável E multa OU Duas penas restritivas de direitos, desde que possam ser executadas
simultaneamente → Lei 9.714/98.
Para os crimes culposos a substituiçaã o naã o tem de obedecer ao limite quantitativo da pena
privativa de liberdade, pois a pena privativa de liberdade revela-se absolutamente
desnecessaá ria → os autores de comportamentos descuidados naã o necessitam ser
ressocializados.
modalidade de execução:
Sem violeê ncia ou grave ameaça aà pessoa;
♣ a violeê ncia contra a coisa (furto qualificado com rompimento de obstaá culo) naã o obsta a
substituiçaã o;
♣ podem ser beneficiados com a substituiçaã o os autores de lesaã o corporal leve dolosa,
constrangimento ilegal e ameaça → pois saã o crimes de menor potencial ofensivo → devem
receber o tratamento dos Juizados Especiais, com direitos aà s suas sançoã es, que saã o
verdadeiramente penas alternativas e naã o, simplesmente, substitutivas.
Basta que um dos crimes (a condenaçaã o anterior ou a atual) seja culposo → naã o haveraá
reincideê ncia dolosa.
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Somente a reincideê ncia especíáfica constitui impedimento absoluto para a substituiçaã o → a
proá pria reincideê ncia em crime doloso naã o eá fator impeditivo absoluto, pois a substituiçaã o
pode ser “socialmente recomendaá vel”.
Art. 44. § 3o Se o condenado for reincidente, o juiz poderá aplicar a substituição, desde
que, em face de condenação anterior, a medida seja socialmente recomendável e a
reincidência não se tenha operado em virtude da prática do mesmo crime. →
reincidência específica.
PRESTAÇÃO INTERDIÇÃO
DE SERVIÇOS LIMITAÇÃO DE TEMPO PERDA DE
PRESTAÇÃO PRESTAÇÃO
À FIM DE RÁRIA DE BENS E
PECUNIÁRIA INOMINADA
COMUNIDADE SEMANA DIREITOS VALORES
natureza natureza
natureza natureza real natureza real
pessoal pessoal
pessoal
acrescentada
acrescentada pela Lei
pela Lei 9.714/98
9.714/98
I. PRESTAÇÃO PECUNIÁRIA
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Art. 45. § 1o A prestação pecuniária consiste no pagamento em dinheiro à vítima, a seus
dependentes ou a entidade pública ou privada com destinação social, de importância
fixada pelo juiz, não inferior a 1 (um) salário mínimo nem superior a 360 (trezentos e
sessenta) salários mínimos. O valor pago será deduzido do montante de eventual
condenação em ação de reparação civil, se coincidentes os beneficiários.
Finalidade dessa sançaã o: reparar o dano causado pela infraçaã o penal → tanto que o valor pago
deveraá ser deduzido do montante de eventual condenaçaã o por reparaçaã o civil → eá multa
reparatoá ria
Destinaçaã o da condenaçaã o:
1. aà víátima ou seus dependentes
2. aà entidade puá blica ou privada com destinaçaã o social, quando
a) naã o houver dano a reparar ou;
b) quando naã o houver víátima imediata ou seus dependentes.
Trata-se da decretaçaã o de perda de bens moá veis, imoá veis ou de valores, tais como tíátulos de
creá dito e açoã es.
Teto: prejuíázo causado pela infraçaã o penal ou o proveito obtido pelo agente ou por terceiro.
Trata-se, de fato, de uma pena de confisco → pois o objeto naã o eá nem a reparaçaã o do prejuíázo
causado nem o proveito do crime (servem apenas de paraê metro para o caá lculo).
Cabimento do confisco-pena:
1. condenaçoã es naã o superiores a quatro anos;
2. quando for possíável a substituiçaã o da pena privativa de liberdade por uma restritiva de
direito.
Limites do confisco:
1. o teto eá o maior valor entre o montante do prejuíázo causado ou do proveito obtido com a
praá tica do crime.
A pena de “prestaçaã o pecuniaá ria” pode ser substituíáda por “prestaçaã o de outra natureza”,
contanto que haja concordaê ncia do “beneficiaá rio”.
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§ 2o No caso do parágrafo anterior, se houver aceitação do beneficiário, a prestação
pecuniária pode consistir em prestação de outra natureza.
A nova prestaçaã o naã o pode ser de natureza pecuniaá ria → eá uma “prestaçaã o de outra natureza”
→ naã o pode ser nem a pena de multa nem perda de bens e valores.
EÉ a prisaã o descontíánua; permanecendo aos saá bados e domingos, por cinco horas diaá rias, em
casa de albergado ou em estabelecimento adequado.
Vantagens:
Evita o afastamento do apenado de sua tarefa diaá ria;
Impede o contaá gio do ambiente criminoá geno;
Diminui os efeitos sobre a famíália do condenado (consequü eê ncias econoê micas
principalmente).
Deve ser aplicado pelo juiz da condenaçaã o → o juiz da execuçaã o cuidaraá de escolher qual
entidade ou programa comunitaá rio onde a pena seraá cumprida e fiscalizaraá tal execuçaã o.
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♣ o juiz da execuçaã o naã o poderaá simplesmente alterar a modalidade de pena restritiva
aplicada, ou seja, naã o tem competeê ncia para substituir a limitaçaã o de fim de semana por
prestaçaã o de serviço aà comunidade, por exemplo.
As penas dos incisos I e II somente saã o cabíáveis em crimes praticados com abuso ou violaçaã o
dos deveres inerentes ao cargo, funçaã o, profissaã o, atividade ou ofíácio.
Obs.: deve estar o funcionaá rio no exercíácio efetivo do cargo, naã o eá necessaá rio que se trate de
crime contra a Administraçaã o Puá blica; o condenado poderaá a exercer suas funçoã es normais
depois de cumprida a pena.
Art. 57. A pena de interdiçaã o, prevista no inciso III do art. 47 deste Coá digo, aplica-se aos
crimes culposos de traê nsito.
♣ a inabilitaçaã o para dirigir veíáculo, se esse foi utilizado como meio para a praá tica de crime
doloso, eá efeito (naã o automaá tico) da condenaçaã o.
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4. Proibição de freqüentar determinados lugares.
→ eá , na verdade, uma monstruosa restriçaã o aà liberdade.
Deve-se restringir-se aà queles lugares do cometimento do crime, e que tenham relaçaã o com
esse, em obedieê ncia a preceito constitucional.
Art. 56. As penas de interdição, previstas nos incisos I e II do art. 47 deste Código,
aplicam-se para todo o crime cometido no exercício de profissão, atividade, ofício, cargo
ou função, sempre que houver violação dos deveres que lhes são inerentes.
Art. 57. A pena de interdição, prevista no inciso III do art. 47 deste Código, aplica-se aos
crimes culposos de trânsito.
Trata-se de modalidade de pena restritiva criada pela Lei 12.550/11 destinada a pessoas
condenadas por fraude em certame de interesse puá blico (concurso, avaliaçaã o, processo
seletivo para ingresso em curso superior) nos termos do art. 311-A do CP.
Operada a conversaã o aproveita-se o tempo ateá entaã o decorrido, salvo se restarem menos de 30
dias, caso em que seraã o cumpridos, pelo menos, esses 30 dias.