ACOMODAÇÃO
Adesivo da Ação Libertadora
Nacional (ALN). Devido a
ilegalidade e o trabalho
anônimo da organização, há
grande dificuldade na captação
de materiais audiovisuais.
Fotografia Pinheiro, 1974. Esq./dir.: Dom Carmine Rocco (1º); Dom Pio
Laghi (2º). Representando Sua Santidade o Papa Paulo VI, o Núncio
Apostólico da Argentina, Dom Pio Laghi, comparece à solenidade de posse
acompanhado do Núncio Apostólico do Brasil, Dom Carmine Rocco.
Fotografia e legenda retiradas do Arquivo Digital do CPDOC.
JEAN RODRIGUES SALES
↠ Esta obra é próxima a efeméride de 50 anos da Revolução Cubana. (1959/2009) A obra é de 2007.
"Se, ao longo dos anos 1970 e 1980, as abordagens referentes à luta armada permaneceram
muito caudatárias das obras memorialísticas – [...] –, ao longo dos anos 1990 e 2000 elas
passaram a adquirir um perfil mais acadêmico [...], esses trabalhos têm em comum a
busca por tornar mais complexa a compreensão dos grupos armados no Brasil, rompendo
tanto com uma visão homogênea dos seus participantes, quanto com uma perspectiva
idealista que encarava esses grupos somente na chave virtuosa, idílica e heróica da
resistência ao regime militar, destacando suas contradições e limites."
(PERLATO, Fernando, 2017, p. 728).
TESE CENTRAL: A LUTA ARMADA
CONTRA A DITADURA MILITAR
↠ Sua hipótese é que a Revolução Cubana não aparece apenas como discurso, mas
como parte da linha política e das práticas das organizações. A forma como foi
influenciada é de inspiração política ampla, fortalecendo outras bandeiras socialistas e
antiburocráticas que criticavam o PCB e a Ditadura.
TESE DO CAPÍTULO:
A AÇÃO LIBERTADORA NACIONAL E O
DESENCADEAMENTO DA LUTA ARMADA
↠ Sua tese no capítulo fala de como a experiência política contribuiu para a iniciativa da ALN, em
um sentido de contato com outros ideais políticos, especialmente cubanas, mas não únicamente,
adaptando-os para a realidade brasileira e entre os militantes, muitos daqueles advindos do PCB.
↠ A questão da libertação nacional é tópico específico da luta de Marighella, característica
adquirida nos anos 60 e inovadora em comparação as revoluções socialistas até então, que eram
caracterizadas pela luta contra o imperialismo mundial e a tomada de poder. É específica para o
cenário brasileiro no regime militar.
↠ Sales se situa no debate historiográfico que analisa a atuação das esquerdas no Brasil
entre as décadas de 1960 e 1970, e para tal, o autor utiliza três principais livros:
➢ Marcelo Ridenti: O fantasma da revolução brasileira;
➢ Daniel Aarão Reis Filho: A revolução faltou ao encontro;
➢ Jacob Gorender: Combate nas trevas.
CONTEXTOS: NACIONAIS E
INTERNACIONAIS
↠ Golpe militar na Guatemala (1954)
↠ Golpe militar no Paraguai (1954)
↠ Revolução Cubana (1959)
↠ Golpe militar na Argentina (1962)
↠ Golpe militar no Brasil (1964)
↠ Golpe militar na Bolívia (1964)
↠ Golpe militar na República Dominicana (1965)
↠ Organização Latino-Americana
de Solidariedade (OLAS) (1967)
↠ Golpe militar no Peru (1968)
↠ Golpe militar no Chile (1973)
TRAJETÓRIA POLÍTICA
DE CARLOS MARIGHELLA
↠ Crítica ao PCB a partir de 1961. Segundo ele, o partido
tinha um “desvio de direita” ao conciliar com o governo
burguês e não “preparando as massas para o golpe”.
↠ Cria a ANL em 1967, e se lançou na guerrilha no mesmo ano, sem se identificar como
organização revolucionária, angariavam fundos com a guerrilha rural anônima, roubos e
assaltos a banco, simulando que eram práticas de bandidos.
↠ Marighella morre em 1969 em
emboscada em São Paulo, sua
morte é vista como prenúncio das
mortes e torturas de seus
membros, até o desaparecimento
da ALN em 1974. Seu sucessor,
Toledo, não teve efeito desejado,
já que coincide com o
fortalecimento do aparato
repressivo.
↠ Foco ao modo Marighella: A ida de Carlos Marighella à Cuba ressignifica seu pensamento
sobre a luta armada e a coloca como a única saída para combater a ditadura.
↠ Assim como Sales em seu texto sobre Marighella, o discurso de Serbin se coloca dentro do
debate de Stepan e O’Donnel no âmbito da repressão militar latino-americana nos 70, autores
dos quais o próprio Serbin convoca para construir suas argumentações acerca da formação e
consolidação de poder por parte do governo ditador, e como isso se dava nos diferentes
setores, no caso abordado, o religioso.
FONTES E LINHA
HISTORIOGRÁFICA
↠ Outros debates acessados pelo autor giram em torno da atuação da Igreja na ditadura, com
obras como:
↠ Além disso, o Serbin ainda utiliza a linha de D’Araújo, Soares e Castro em Os Anos de
Chumbo - A memória militar sobre a repressão (1994) para ajudar a compor o panorama
interno dos anos abordados.
CONTEXTOS NACIONAIS
E INTERNACIONAIS
Nacional Internacional
↠ 1970: Dom Hélder Câmara, então secretário da ↠ América Latina
CNBB, denunciou práticas de torturas no país; Caíram sob o controle de regime autoritários que
↠ 1970-1974: criação da Bipartite após crise na frequentemente atacam a Igreja;
Igreja Católica com intensas violações dos direitos No Chile: processo parecido com o brasileiro;
humanos por parte do Exército contra o clero. Na Argentina: bispos conservadores apoiarem o
Exemplo de prestígio: Barra Mansa - julgamento e morticínio e as torturas.
punição de torturadores militares
↠ Governo Geisel (1974 - 1979) ↠ URSS E EUA
“Foi uma abertura gradual, lenta e segura” A Igreja estava promovendo uma “terceira via”
especialmente para as Forças Armadas; para o desenvolvimento entre o comunismo e o
“Esperança de melhorar as relações com a Igreja e capitalismo.(p. 414)
acabar aos poucos com a Bipartite” (p. 408 e 409)
A COMISSÃO DE BIPARTITE
↠ Fundada em novembro de 1970 e encerrada em agosto de 1974, era um espaço
intergovernamental que promovia encontros entre o Estado e a Igreja. Sua função era
promover um diálogos secreto entre esses agentes nos anos mais duros da Ditadura Militar.
Apresentada por Candido Mendes e intermediada pelo então chefe do Estado Maior do
Exército, Antônio Carlos da Silva Muricy, foi fruto do apertamento da repressão sobre a Igreja,
com mortes e ataques ao JOC (Juventude Operária Católica), grupo que participava de
movimentos populares.
Trechos:
● 4 min e 22s à 9 min (Marighella);
● 22 min e 33s à 24 min e 05s (religiosos);
● 40 min e 20s à 44 min (repressão).
PERGUNTAS PARA DISCUSSÃO
EM SALA DE AULA