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Ofaque Alide Nawoque

Causas da Desistência da Rapariga nas Escolas do Ensino Básico, Caso da Escola


Primária Completa de Nampuro, Distrito de Malema, 2017-2018

Universidade Pedagógica

Nampula

2019
ii

Ofaque Alide Nawoque

Causas da Desistência da Rapariga nas Escolas do Ensino Básico, Caso da Escola


Primária Completa de Nampuro, Distrito de Malema, 2017-2018

Monografia científica apresentada ao


Departamento de Ciências de Educação e
Psicologia, para obtenção do Grau académico
de Licenciatura em Ensino Básico com
habilitações em Administracação e
GestaoEducacional.

Supervisor: MA. Gil Pedro Licaneque

Universidade Pedagógica

Nampula

2019
iii

Índice

Declaração ........................................................................................................................ 6

Dedicatória........................................................................................................................ 7

Agradecimentos ................................................................................................................ 8

Lista de tabelas ................................................................................................................. 9

Resumo ............................................................................................................................ ix

Introdução ...................................................................................................................... 10

Capítulo I: Procedimentos
metodológicos…………………………………………………………………………….11

1. Tema: ........................................................................... Error! Bookmark not defined.

1.1 Objecto de estudo ...................................................... Error! Bookmark not defined.

1.2 Delimitação do problema .......................................... Error! Bookmark not defined.

1.3 Justificativa ................................................................ Error! Bookmark not defined.

1.4 Problematização......................................................... Error! Bookmark not defined.

1.5 Objectivos .................................................................. Error! Bookmark not defined.

1.5.1 Objectivo
Geral…………………………………………………………………………...13

1.5.2 Objectivos específicos ............................................ Error! Bookmark not defined.

1.6 Hipóteses ................................................................... Error! Bookmark not defined.

1.7 Tipo de pesquisa ........................................................ Error! Bookmark not defined.

1.7.1 Quanto aos


Objectivos…………………………………………………………………….16

1.7. 2 Quanto a
Abordagem……………………………………………………………………..16

1.7.3 Quanto aos


procedimentos………………………………………………………………..16

1.8 Métodos de
pesquisa………………………………………………………………………...16

1.8.1 Análise de
conteúdo……………………………………………………………………….16
iv

1.8. 2 Técnicas e instrumentos de recolha de dados ........ Error! Bookmark not defined.

1.8.3 Consultas
Bibliográfica…………………………………………………………………...17

1.8.4
Observação………………………………………………………………………………..17

1.8.5
Entrevista………………………………………………………………………………….17

1.8.6
Questionário………………………………………………………………………………17

1.8.7 Universo e Amostra ................................................ Error! Bookmark not defined.

1.8.8
Amostra…………………………………………………………………………………...18

Capítulo II: Fundamentação teórica ............................... Error! Bookmark not defined.

2.1 Conceitos Básicos ...................................................... Error! Bookmark not defined.

2.2
Adolescência………………………………………………………………………………..19

2.2.1 Adolescência: transição problemática .................... Error! Bookmark not defined.

2.3 Sexualidade: discussões no ambiente escolar ............ Error! Bookmark not defined.

2.4 Identidade e confiança: um início de conversa .......... Error! Bookmark not defined.

2.5 Consequências e riscos de uma gravidez precoce ..... Error! Bookmark not defined.

2.5.1 Formas de encarar positivamente uma gravidez precoceError! Bookmark not defined.

2.5.2 Estratégias de prevenção da gravidez precoce ....... Error! Bookmark not defined.

2.5.3 Causas da gravidez precoce na adolescência .......... Error! Bookmark not defined.

Capítulo III: Apresentação, análise e discussão dos dadosError! Bookmark not defined.

3.1 Caracterização do Trabalho de Campo ...................... Error! Bookmark not defined.

3.2 Procedimentos de apresentação, análise e interpretação de dadosError! Bookmark not


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3.3 Apresentação e discussão de resultados da entrevista dirigida aos alunos adolescentes


......................................................................................... Error! Bookmark not defined.
v

3.4 Apresentação e discussão de resultados da entrevista dirigida aos professores e pais ou


encarregados de educação ............................................... Error! Bookmark not defined.

Conclusão ........................................................................ Error! Bookmark not defined.

Recomendações…………………………………………………………………………………
39

Bibliografia……………………………………………………………………………………..
40

Apêndices………………………………………………………………………………………4
2
6

Declaração

Declaro por minha honra que esta Monografia Cientifica é resultado da investigação pessoal e
das orientações do meu supervisor, o seu conteúdo é original e todas as obras consultadas
constam no texto e na respectiva bibliografia.

Declaro ainda que, este trabalho nunca foi apresentado em qualquer outra instituição para
obtenção de qualquer grau académico.

Nampula, Maio de 2019

______________________________________

Ofaque Alide Nawoque


7

Dedicatória
8

Agradecimentos

Em primeiro lugar agradeço a Deus pela vida que me concedeu e para enfrentar com sucesso
as dificuldades que o mundo me impõe.

O meu especial agradecimento vai para meu supervisor MA. Gil Pedro Licaneque pelo apoio
na orientação incansável e pela motivação que foi dando ao longo da realização deste
trabalho.

Agradeço igualmente aos meus docentes do curso de Licenciatura em Ensino Básico,


Universidade Pedagógica, Nampula, pelos seus valiosos ensinamentos os quais contribuíram
para a produção deste trabalho.

Aos membros de direcção, professores, adolescentes e pais ou encarregados de educação da


EPC de Nampuro que deram seu contributo no fornecimento de dados que fizeram parte do
corpo da análise e interpretação de dados permitindo assim a concretização na elaboração
desta monografia.

Os meus agradecimentos são extensivos também para todas aquelas pessoas que durante os
meus estudos deram seu apoio moral e material e partilharam comigo alegrias e tristezas.

PODE ACRESCENTAR OS AGRADECIMENTOS SE ACHAR NECESSARIO


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Resumo

O trabalho tem como tema: o impacto da gravidez precoce em adolescentes nas escolas
públicas, caso da Escola Primária Completa de Namuatho “A” (2018-2018). Porém, a
frequência em adolescentes grávidas, com sérios problemas de saúde tanto para a Mãe como
para o bebe é considerada como um factor agravante que resulta tanto para o fraco
aproveitamento pedagógico quanto da mortalidade materna e fetal, levando a questão a
seguinte reflexão: quais são as estratégias que devem ser usadas para minimizar a gravidez
precoce em adolescentes nas escolas públicas com objectivo de analisar as causas que levam a
gestação precoce em adolescentes nas escolas públicas. Aplicou-se a pesquisa qualitativa-
explicativa, sendo as técnicas de recolha de dados a consulta bibliográfica, a observação, a
entrevista e o questionário, através de um roteiro de perguntas abertas e fechadas dirigidas a
50 participantes dentre adolescentes, professores e pais/encarregados de educação. Os
resultados mostram que o índice da gravidez precoce em adolescentes cresce
assustadoramente, tendo suas implicações no fraco aproveitamento pedagógico e na
mortalidade materna e fectal, aliada a falta de comunicação (diálogo) em casa, más amizades,
pobreza. Os retractos permitiram mostrar ainda que as gestantes na sua maioria não
continuaram com seus estudos devido a vergonha, a saúde e a falta de informação. Também
constata-se uma preocupação para os inquiridos ao facto do aumento do risco associado a
gravidez precoce. As considerações finais apontam a sexualidade ser uma questão de difícil
de ser tratada, é como se fosse um atestado de que as adolescentes possuem uma vida
sexualmente activa. No tocante a recomendação a responsabilidade é de todos em oferecer
apoio e condições para que diminua o índice da gravidez precoce, através de meios de
comunicação, sistema de ensino, campanhas de prevenção do governo e do interesse e
vontade de cada um.
Palavras-chave: Adolescentes, Alunas, Gravidez precoce, Processo de Ensino e
Aprendizagem.
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Introdução

As causas da desistência da rapariga é uma realidade no país e constituem uma grande


preocupação para as estruturas educacionais, pais e encarregados de educação.

As desistências das raparigas têm comprometido o processo de ensino e aprendizagem e o


rendimento escolar dos alunos, fenómeno este encontrado dentro das escolas moçambicanas.
A UNESCO, refere que 67 milhões de crianças estavam fora da escola em 2008, e das quais
mais de um terço viviam em países de renda baixa como é o caso de Moçambique.
(UNESCO, 2011:40)

A Constituição da República de Moçambique, no artigo 122, afirma que “o Estado promove,


apoia e valoriza o desenvolvimento da mulher e incentiva o seu papel na sociedade, em todas
as esferas da actividade política, económica, social e cultural”. A educação está inclusa, pois
estamos de acordo que uma população educada é fundamental para o desenvolvimento
nacional, e que a educação é um factor chave na promoção do bem-estar social e na redução
da pobreza.

O Plano de Acção e Redução da Pobreza Absoluta PARPA (2000-2004), por sua vez prevê
uma atenção especial a rapariga em assegurar o acesso a escola e a manutenção desta dentro
do sistema educacional através da sensibilização dos pais e encarregados de educação e a
comunidade educativa sobre os benefícios da escola.

O presente trabalho tem como tema: Causas da Desistência da Rapariga nas Escolas do
Ensino Básico, Caso da Escola Primária Completa do 1º e 2º Grau de Nampuro, Distrito de
Malema, 2016-2018. Para a realização deste trabalho e para compreender o fenómeno da
desistência naquela instituição optou-se pelo estudo do tipo exploratório, com base numa
abordagem do tipo qualitativa por considerarmos mais apropriada para alcançar os objectivos
pretendidos.

Em relação a organização do trabalho, o mesmo encontra-se organizado em dois capítulos,


nomeadamente: no primeiro capítulo temos procedimentos metodológicos da pesquisa onde
encontramos a introdução, Delimitação do tema em contexto do estudo, Problematização,
Hipóteses, Justificativa, Objectivos, Metodologias, População, amostra e Técnicas de recolha
de dados e por último encontramos o segundo capítulo que é a fundamentação teórica onde
define-se os principais conceitos e estudos realizados nessa área.
11

CAPITULO I: PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS DA PESQUISA

Neste capítulo são apresentadas as metodologias usadas para a realização desta pesquisa,
desde a delimitação do local e tema de estudo, a problematização da qual consta a descrição e
apresentação do problema em estudo, a justificativa sob forma de motivação em relação ao
estudo; as hipóteses, os objectivos que conduziram o estudo; o universo da população que
envolveu o estudo e a respectiva amostra. No mesmo capítulo são descritas as técnicas e
instrumentos que permitiram o processo de recolha de dados e os procedimentos de recolha e
técnicas de análise e interpretação dos dados obtidos das entrevistas realizadas.

1.1. Delimitação do tema e contexto do estudo

O estudo sobre as Causas da Desistência da Rapariga nas Escolas do Ensino Básico foi
realizado na Escola Primária Completa do 1º e 2º grau de Nampuro, na vila Municipal de
Malema, distrito de Malema, província de Nampula no período compreendido entre 2016 a
2018. A escolha desta escola deve-se pela natureza do curso que o autor deste estudo
frequenta. Como futuro especialista em Ensino Básico com Habilitações em AGE e professor
em exercício na escola em estudo o qual observou que o número de alunas que entram em
cada ano escolar tende a crescer. Entretanto, o mesmo não se regista em relação ao número de
alunas que concluem o ensino primário e comprometem assim os objectivos educacionais.

1.2. Descrição do problema da pesquisa

A educação constitui um instrumento para garantir a sobrevivência da sociedade no geral, e


em particular dos seres que nela fazem parte como membros. É por meio da educação que os
jovens adquirem conhecimentos, habilidades, valores e as práticas de vida próprias da
sociedade. É nesta perspectiva que o governo de Moçambique consciente da missão da
educação: a emancipação do homem, a sua libertação que levará à construção de uma nova
ordem social promove o ensino primário gratuito para garantir a igualdade de acesso e
permanência na escola a todas as crianças: rapazes e raparigas.
Segundo o Relatório de avaliação do Plano Estratégico de Educação e Cultura (2006-
2010/11), o nível de acesso no EP1 é muito alto, mas as taxas de conclusão e reprovação não
apresentam o mesmo grau de sucesso. A proporção dos alunos que concluem o ciclo completo
do ensino primário (1ª a 7ª classes) permanecem baixas, dos 100 alunos que ingressaram na 1ª
classe, apenas 37 sobrevivem até a 5ª classe, na 7ª classe apenas 15 alunos permanecem no
sistema. Dadas as altas taxas de reprovação e desistência à medida que os alunos progridem
12

no sistema escolar a alta taxa de acesso da 1ª classe torna-se muito menos significante. As
fracas taxas de sobrevivência ao longo das classes subsequentes no EP1 é baixa. E a situação
é ainda alarmante no EP2 com maior índice de desistência das raparigas. Esta situação
também caracteriza o ambiente escolar na EPC de Nampuro pois o número de alunos
matriculados em cada ano é maior entretanto, nem todos alunos chegam a concluir o ano
lectivo escolar e os que chegam na sua maioria são rapazes.
Na escola onde o estudo foi realizado verificou-se que ano de 2018, cerca de 5.7% das
raparigas matriculadas abandonaram a escola, sendo a 2ª e 7ª classe com maior taxas de
desistência na EPC-Nampuro, tal como mostra os quadro a seguir:

Quadro 1: Taxa de desistência de alunos na EPC de Nampuro, ano de 2018

Ano 2018 Alunos no Alunos Desistência % de Alunos no


início do ano Transferidos Desistência fim do ano
Classe M HM M HM M HM M HM M HM
1ª e 2ª 440 898 25 55 17 38 8,2% 6,9% 411 835
3ª, 4ª e 5ª 668 1324 25 60 26 32 5,5% 6,0% 629 1242
6ª e 7ª 434 880 11 11 14 26 5,4% 9,7% 427 881
Total 1542 3102 61 126 57 96 5,7% 6,7% 1467 2958
Fonte: Aproveitamento pedagógico final da EPC-Nampuro 2018

Quadro 2: Taxa de desistência de alunos na EPC de Nampuro , ano de 2017

Ano 2017 Alunos no Alunos Desistência % de Alunos no


início do ano Transferidos Desistência fim do ano
Classe M HM M HM M HM M HM M HM
1ª e 2ª 390 718 17 46 13 31 3,2% 4,9% 377 687
3ª, 4ª e 5ª 588 1024 23 57 23 30 3,9% 5,3% 565 994
6ª e 7ª 427 810 8 7 11 21 2,6% 4,9% 416 789
Total 1405 2552 48 110 47 82 3,4% 3,7% 1467 2958
Fonte: Aproveitamento pedagógico final da EPC-Nampuro 2017

Os dados acima referenciados mostram que a aposta pela erradicação do analfabetismo


mediante o acesso gratuito à educação básica na EPC de Nampurro é uma realidade pois o
número de alunos que entram na escola cresceu de 2017 a 2018 não obstante não ter-se
registado o mesmo no tocante ao número de alunos que chegaram ao final do ano, a situação
manteve-se estacionaria. Diante do exposto colocou-se a seguinte questão da qual a pesquisa
se orientou: Quais são as Causas da Desistência da Rapariga na Escola Primária Completa
do 1º e 2º Grau de Nampuro?
13

1.3. Justificativa
A oferta de uma educação de qualidade para todos constitui estratégia para o desenvolvimento
do país e por conseguinte a redução da pobreza. A retenção dos alunos no Sistema de
Educação até a conclusão do ensino primário obrigatório e a progressão para o nível seguinte
é o principal desafio para as autoridades de educação em Moçambique.
É nesta perspectiva que o autor escolheu estudar a problemática de desistência de alunas na
EPC de Nampuro dada a necessidade de promoção da igualdade e equidade de oportunidade
no acesso a educação. Como futuro especialista em ensino básico com habilitações em
Administração e Gestão Educacional neste estudo pretendeu-se trazer medidas concretas que
visam criar um ambiente escolar sensível ao género, através da identificação e definição das
modalidades de organização do processo educativo, sensibilização da sociedade para a
redução da carga de trabalho doméstico da rapariga providenciando o acesso a educação às
raparigas de igual modo aos rapazes.
Espera-se com este estudo contribuir no contexto social, para alertar os pais e encarregados de
educação e sociedade no geral sobre as verdadeiras causas da desistência escolar da rapariga
no ensino primário.

A importância da escolarização da mulher justifica-se pelo facto dela ser uma das bases para o
desenvolvimento e crescimento da família. Para tal facto, é imperioso que tenha um certo grau
de escolaridade para que não ponha em risco a saúde e a vida dos seus filhos e outros
parentes. Em casos de doenças para interpretar as indicações médicas, a gestão do lar, a
educação dos filhos mediante a transmissão de conhecimentos claros e coesos acerca da vida
passa necessariamente pela sua escolarização. O nível de instrução da mãe quase sempre
reflecte-se nos filhos e finalmente com o crescimento e desenvolvimento do país pois os
filhos são o garante da continuidade de uma sociedade.

1.4. Objectivos:
Os objectivos indicam o que se pretende conhecer, medir ou provar no processo da pesquisa,
ou seja, as metas que se desejam alcançar, (Ivala, 2007:119). Neste estudo, os objectivos
foram desenhados em dois grupos: geral e específico.

1.4.1. Objectivo Geral:


 Analisar as Causas da Desistência da Rapariga na Escola Primária Completa de
Nampuro.
14

1.4.2. Objectivos Específicos:


 Identificar as causas da desistência da rapariga na EPC de Nampuro;
 Descrever as causas da desistência da rapariga na EPC de Nampuro;
 Sugerir estratégias de redução do índice de desistência escolar da rapariga na Escola
Primária Completa de Nampuro

1.5. Hipóteses
Segundo Gil (2004:31), “hipótese é uma preposição estável que pode vir a ser a solução do
problema, para que a hipótese seja aceitável, teve ser clara específica, parcimoniosa, ter
referências empíricas, relacionada a uma teoria e com as técnicas disponíveis”. Para o
presente estudo foram tracadas as seguintes hipóteses:
 Fraco conhecimento das comunidades sobre a importância da escola leva a desistência
da rapariga na EPC de Nampuro.

 A distância escola-casa do aluno contribui para a desistência da rapariga na EPC de


Nampuro.

1.6. Metodologias
A metodologia deve ajudar a explicar não apenas os produtos da investigação científica, mas
principalmente seu próprio processo, pois suas exigências não são de submissão estrita a
procedimentos rígidos, mas antes da fecundidade na produção dos resultados (Bruyne,
1991:29). Assim, neste ponto do trabalho são descritas as tipologias da pesquisa, os
instrumentos usados no processo de recolha de dados, o universo e amostra da pesquisa e as
técnicas de análise de dados obtidos no trabalho de campo.

1.6.1. Quanto a natureza


Segundo Gil (1994), descreve dois momentos de natureza da pesquisa, a básica e aplicada.
Pesquisa básica: objectiva gerar conhecimentos novos, úteis para o avanço da ciência sem
aplicação prática prevista, envolve verdades e interesses universais.

Pesquisa aplicada: objectiva gerar conhecimentos para aplicação prática, dirigidos solução de
problemas específicos, envolve verdades e interesses locais.

A presente pesquisa enquadra-se na pesquisa básica, por pretendermos gerar novos


conhecimentos científicos, mas a sua aplicação de ponto de vista prático, será de longo prazo.
15

1.6.2. Quanto a abordagem do problema


Marconi e Lakatos (2010:32), considerando o rumo que o problema toma, referem que
podemos discutir a abordagem do problema de pesquisa, tendo em conta a visão qualitativa e
quantitativa.
Para o caso deste trabalho, o estudo orientou-se na perspectiva qualitativa pois procurou
analisar dados relacionados às causas da desistência da rapariga em contexto escolar, no caso
da EPC de Nampuro, sem ter o enfoque de traze-los sob forma numérica mas sim traduzi-los
em inferências.

1.6.3. Quanto aos objectivos

Quanto aos objectivos, a pesquisa foi descritiva, pois para este caso, a sua finalidade foi de
dar uma visão geral e aproximada das causas que concorrem para a desistência da rapariga no
ensino básico. Tal como afirma Gil (1999), a pesquisa descritiva busca uma visão ampla de
informações para que de outro aspecto do problema possam ser alcançados mediante outros
procedimentos. Com este tipo de pesquisa foi possível descrever as causas que levam as
alunas a deixar de ir a escola sem no entanto terminar pelo menos o ensino básico.

1.6.4. Quanto aos procedimentos

A pesquisa em destaque é estudo de campo. Em conformidade com Marconi & Lakatos


(1990:83), a pesquisa de campo é aquela utilizada com o objectivo de conseguir informações
e/ou conhecimentos acerca de um problema para o qual se procura uma resposta, ou de uma
hipótese que se queira comprovar, ou, ainda, descobrir fenómenos ou as relações entre eles.
Na mesma perspectiva, Fonseca (2002), diz que as pesquisas de campo caracterizam-se pelas
investigações em que, alem da pesquisa bibliográfica e/ou documental, se realiza a colecta de
dados junto a pessoas, com o recurso de diferentes tipos de pesquisa. Neste estudo as
informações foram recolhidas por meio de entrevistas aos professores, pais ou encarregados
de educação e alunos da EPC de Nampuro.

1.7. Técnicas e procedimentos de colecta de dados

Para a efectivação da pesquisa foi usada a técnica de entrevista. Ruiz (2002), refere que a
entrevista “consiste num diálogo com objectivo de colher de determinada fonte, de
determinada pessoa ou informante dados relevantes para a pesquisa em andamento”.
16

Com esta técnica pretendeu-se obter fielmente as opiniões dos interlocutores em relação a
temática, através perguntas pré-elaboradas para exprimir os seus sentimentos que se julgam
serem importantes no esclarecimento ou não das hipóteses levantadas. Com base em
perguntas semi-fechadas foi possível dar maior liberdade na expressão e a evitar reservas por
parte dos entrevistados.
Neste sentido Bogdan e Biklen, (1994) afirmam que para existir confiança entre o
investigador e o objecto de estudo, deve-se “negociar a autorização para efectuar um estudo.
O investigador deve, ainda, ser claro e explícito com todos os intervenientes relativamente aos
termos do acordo e respeitá-los até à conclusão”. Assim, o encontro com os entrevistados foi
feito em dias diferentes e envolveu membros de direcção, professores, pais ou encarregados
de educação e alunas da EPC de Nampuro, no período do intervalo e no caso dos pais nas
reuniões da escola. Antes da entrevista era-lhes pedido a permissão e apresentados a
credencial e de forma consentida forneciam a informação pretendida para evitar que se
sentissem intimidados e forçados a responder as questões por coacção ocultando assim
algumas informações pertinentes para a pesquisa. Os dados obtidos a partir da entrevista
possibilitou actualização de certos indicadores que permitiram a verificação das hipóteses
previamente elaboradas face ao problema colocado.

1.8. Técnica de análise de dados

Para análise dos dados foi utilizada a técnica de a análise de conteúdo. Esta técnica refere
Bardin (2010) é como um conjunto de técnicas de análise das comunicações, que utiliza
procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do conteúdo das mensagens. Neste
contexto foi feita a descrição das entrevistas e agrupadas em categorias de acordo com a
aproximação das respostas dadas respeitando-se a originalidade e finalmente fez-se a
inferência e as respectivas conclusões.

1.9. População e amostra


População como se refere Markoni e Lakatos (2010:54) “são seres, que se podem apresentar
como seres animados ou inanimados, que apresentam pelo menos uma característica em
comum”.
Como população para o presente estudo, foram alunos, professores, membros da direcção e
pais ou encarregados de educação da Escola Primária completa de Nampuro.
Como modalidade de selecção da amostra, usou-se a de conveniência. Gil (1994:82) defende
que este tipo de amostra consiste em seleccionar elementos que satisfazem aquilo que é as
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condições de estudo, nesse caso para o nosso estudo apenas seleccionamos professores, pais
ou encarregados de educação e alunos que fazem parte da Escola Primária Completa de
Nampuro.
Quadro 3: Definição da amostra e as técnicas de recolha de dados
Nome da Amostra Quantidade Técnica de recolha de
dados
Direcção Escola 2
Professores 5
Alunos 10 Entrevista
Pais ou encarregados de educação 5

Fonte: Adaptado pelo autor, 2018


18

CAPITULO II: FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA


Nesta parte do estudo é reservado às ideias de autores que falam sobre a temática em análise.
No início são apresentados os conceitos educação, desistência escolar. Na mesma parte faz-se,
também, a descrição das causas da desistência escolar tendo em foco os factores
condicionantes.

2.1. Educação
Cotrim e Parisi (1985:21), “consideram educação como um processo de adquirir experiências
que actuam sobre a mente e o seu físico. Essas experiências influenciam no comportamento
do individuo em termos de ideias ou acções, enquanto outros poderão ser rejeitados e não
assimilados.”
Nesta perspectiva visa a educação visa essencialmente integrar a pessoa no meio social onde
ela vive, convive, trabalha e se diverte; por meio da educação a pessoa socializa-se, adquire
conhecimentos que poderão ser úteis no presente e no futuro.
Assim a educação da rapariga torna-se necessária na medida em que possibilita a sua inserção
nas actividades e tomada de decisão na sociedade a que estiver inserida contribuindo deste
modo para o desenvolvimento da mesma.

2.2. Desistência escolar


Etimologicamente, a palavra desistência vem do latim, o que significa “malogro, mau êxito,
falta de sucesso que se desejava” ou ainda desastre, fracasso. O termo desistência ou fracasso
é habitualmente referenciado por analogia ao termo abandono que advêm do latim, o qual
assume, entre outros, os seguintes significados “ o mau êxito, perda, malogro”. Portanto, no
decorrer do trabalho termos como desistência, abandono ou fracassos são considerados
similares.
Benavente (1976), a partir de diversos estudos, reuniu para esta designação vários termos
nomeadamente, abandono, desperdício, desadaptação, desinteresse, desmotivação fracasso.
Face a esta terminologia pode-se afirmar que o termo desistência escolar refere-se ao
abandono da escola pelos alunos sem atingirem a meta desejada, pois a desistência leva as
reprovações, repetências e mau rendimento escolar, originando o insucesso escolar.
O mesmo autor refere que a questão de desistência escolar pressupõe a coexistência de
inúmeros factores que incluem as políticas educativas, as questões de aprendizagem, aos
conteúdos e mesmo a relação pedagógica que se estabelece. Contudo dá ênfase aos problemas
que os alunos não conseguem resolver, nomeadamente:
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 Entre a escola e a realidade em que vivem;

 Entre as aprendizagens exigidas pela escola e as da família e do meio social;

 Entre as aspirações, normas e valores da família e as exigências da escola;

Marchesi e Perez (2004) defendem que o termo de desistência escolar é ainda mais discutível
por enquanto encerra algumas ideias: em primeiro lugar, a ideia de que o aluno “fracassado”
não progrediu praticamente nada em âmbito dos seus conhecimentos escolares, nem a nível
pessoal e social, o que não corresponde em absoluto a realidade. Em segundo lugar, porque o
termo “fracasso” oferece uma imagem negativa do aluno ao mesmo tempo que centra neste,
toda a responsabilidade do insucesso escolar, esquecendo a responsabilidade de outros
agentes e instituições como condições sociais, a família, o sistema educativo ou a própria
escola”. Depois de discutido a terminologia da desistência escolar, os autores acima encaram
o presente termo de forma unânime ao considera-lo como sendo um acto de deixar ou
abandonar os estudos ou a escola antes do término do período/ciclo, sem atingir os objectivos
pretendidos.

2.3. Teoria das necessidades de Maslow


A teoria das necessidades foi apresentada por Abraham Maslow na metade do século XX,
como resultado dos seus estudos sobre o comportamento humano explica o que motiva os
indivíduos a partir das necessidades humanas em um dado contexto, que obedecem uma
hierarquia, onde para a satisfação do topo o individuo precisa satisfazer primeiro as
necessidades básicas, (Texeira, 2005):
Necessidades fisiológicas: referem-se a alimentação, abrigo, repouso, ar, etc.
Necessidades de segurança: dizem respeito a protecção contra perigo ou privação, ou seja,
contra violência, a doença, a guerra, a pobreza, etc.
Necessidades sociais: tem a ver com a afeição, a inclusão nos grupos, a aceitação e aprovação
pelos outros;
Necessidade de estima: englobam a reputação, o reconhecimento, auto-respeito, admiração;
Necessidades de auto realização: referem-se á realização do potencial de cada indivíduo, a
utilização plena dos seus talentos.

Esta teoria contribui para o processo de ensino e aprendizagem a medida que explica a
importância do ciclo motivacional, pois quando este não existe no ambiente escolar, causa
20

desde comportamento ilógico até passividade e não colaboração por parte do aluno. A teoria
de Maslow por enfatizar que o aluno tem a capacidade de aprender tendo como base as suas
necessidades pois vê no aluno potencialidades que o levam a aprender sem no entanto estar
sujeito a conteúdos e condições de aprendizagem que não resolvem seus problemas e os da
sua comunidade. Neste sentido, o fenómeno de desistência pode ter explicação pois a rapariga
não encontra motivação para aprender optando por abandonar a escola.

O aluno precisa de ter as necessidades fisiológicas satisfeitas plenamente para que consiga
entender as aulas, a necessidade de estima é relevante pois o sucesso e o insucesso do aluno
depende muito de como ele se sente na sala de aula e na escola. Através das necessidades
sociais, o aluno sente-se integrado num certo grupo oque motiva ainda mais a sua vontade de
ir a escola.

2.4. Causas da desistência escolar


Neves (2012:12), na sua dissertação, resume o ponto de início das causas de desistência
escolar, onde recorre ao indivíduo, família, escola e meio envolvente, defendendo que as
causas da desistência escolar tem origem nas interacções desses quatro sistemas, e que esta
correlação pode ditar o abandono escolar, primeiro pelos aspectos sócio culturais exigidas
pela escola e ainda pelo perfil do aluno que esta escola necessita. Assim, o aluno que não se
adequar ao padrão, terá incidência de afastar desse meio escolar. Partindo da visão deste
autor, fez-se a correlação entre o ambiente externo considerando os aspectos socioculturais,
para aferir-se as causas e o ambiente interno a escola.

2.4.1. Causas Socioculturais


Rumberguer e Lima (2008:93) discutindo sobre a desistência escolar na análise de 203
estudos, constataram o seguinte:
 Que o processo para abandono começa-se a fazer sentir com o rendimento baixo por
parte dos alunos;
 Comportamentos dos alunos no ambiente interno e externo da escola, que incide-se
mais com actos de faltas, actos delinquentes e abuso de substâncias ilegais,
Os autores referem ainda que os dois aspectos, acima citados, tendem a diminuir quando o
ambiente familiar é estável e acesso a recursos sociais e financeiros influenciam de forma
significativa para o aluno permanecer no sistema escolar.
21

Brandão (1983), na sua pesquisa sobre a desistência e a repetência no ensino do 1º grau do


Brasil aponta a família como sendo determinante do fracasso escolar da criança, seja, por não
acompanhar as actividades escolares da criança ou pelas condições de vida que a família
oferece a criança. Destacam ainda que o factor importante para compreender os determinantes
do rendimento escolar é a família do aluno, sendo que quanto mais elevado o nível de
escolaridade da mãe, a criança permanecerá mais tempo na escola e o seu rendimento será
maior.
As atitudes e crenças dos pais influenciam a construção da personalidade e crenças dos filhos,
assim sendo o valor atribuído pelos pais a escola e as aprendizagens vai influenciar a
representação que os alunos fazem das mesmas.
Enquanto isso, Avanzini (1967) complementa apresentando o nível cultural do agregado
como sendo a causa que indiscutivelmente mais influencia o sucesso escolar. Uma família
rica culturalmente fornece a criança, uma diversidade de estímulos que lhe permite viver na
escola uma continuidade do ambiente familiar ao invés de vivenciar um passo entre ambos.
Outras características familiares são fluentes no contexto do abandono escolar, como o
tamanho e tipo de família, existência de outra evasão no seio da família, educação da família e
o nível socioeconómico dos pais. Os pais mais permissivos com pouca ambição educacional
também são factores importantes para o abandono.
Muitas das vezes as famílias não têm consciência que o seu comportamento e atitudes
prejudicam o sucesso do filho na escola, todavia não é fácil para nenhum professor, ou
membro da escola informar isso abertamente, pois esta atitude provocaria reacções agressivas,
de tristeza ou magoas que de um jeito recairiam sobre a criança (Avanzini 1967).
Queiroz (2002) aponta para os factores sociais com grande impacto na vida dos alunos, o
desemprego dos pais, necessidades de trabalhar para ajudar com as despesas da família, ma
companhias, problemas familiares e desinteresse pelo estudo. Queiroz por meio de um estudo
qualitativo apontou para os factores sociais como tendo alto impacto na rotina dos alunos,
como:
 Desemprego dos pais;
 Necessidade em trabalhar para ajudar nas despesas familiares;
 Problemas familiares;
 Desinteresse pelos estudos.
22

Por sua vez, Jimerson et all (2000), apontam que a qualidade do meio familiar e atenção ou
cuidados nas fases iniciais (12-24 meses de vida) diminuem a probabilidade de evasão. Com
isso o actor afirma que devemos considerar a desistência como um processo de
desenvolvimento, em que eventos ocorridos no passado têm efeitos significativos na decisão
de evasão presente.
Os problemas financeiros das famílias ainda são um factor preponderante para as saídas dos
jovens do período diurno da escola.
Os alunos dos turnos nocturnos também das camadas trabalhadoras chegam as escolas
exaustos da maratona diária de trabalho e desmotivado pela baixa qualidade de ensino acabam
desistindo.
Dupont e Ossandom (1987:121), identificaram o perfil de um potencial desistente, apontando
para o seguinte:

 Tem um fraco rendimento escolar;


 Vive mal a relação educativa;
 Sente ausência de empatia;
 Não se sente bem na sua pele de aluno;
 Não tem confiança em si mesmo, veicula consigo perspectivas de fracasso.

Algumas crianças não manifestam qualquer curiosidade, as tarefas escolares não lhes
interessam, não possuem uma disciplina favorita e muitas vezes são desprovidas de
expectativas futuras.
Santos (2009:11), defende “que a desistência escolar nem sempre está ligada a falta de
vontade, motivação ou preguiça dos alunos. Além dos factores escolares, sócio económicos e
culturais o autor aponta algumas disfunções cognitivas, sensor ou motora, como contribuintes
para que o aluno não alcance os objectivos esperados”.
Por sua vez, Montegner (1996), afirma que não é possível culpar sistematicamente a criança e
os seus possíveis défices cognitivos pela dificuldade de aprendizagem, acrescentado que o
obstáculo em aprender pode ser resultado de construção cognitivas inacabadas ou mal
consolidadas, desde o nascimento, ou mesmo antes deste, e de acordo com Guerreiro (1998),
leva a deteorização progressiva das atitudes com o avanço da idade.
Aprender supõe esforço, e afirma que aprendizagem tem como base a actividade mental do
aprendiz, deve ser o mais consciente possível e inclusive deve ser feito um esforço para
relacionar a nova informação com a já existente atribuindo-lhes um significado valido. Para o
23

autor, o dinamismo do processo, com avanços e recuos constantes provoca no sujeito uma
reestruturação cognitiva que leva a criação de modelos mentais ou remodelações dos
existentes.

3.5.2. Causas internas à escola


Fukui (1983) e Cunha (1997), afirmam que a responsabilidade da desistência recai sobre a
criança e seu fracasso, mas que de facto a responsabilidade é da escola. Fukui (1983),
acrescenta ainda que os fenómenos desistência e repetência estão longe de serem fruto de
características individuais dos alunos e suas famílias, mas reflictamos como a escola recebe e
exerce acção sobre os membros destes diferentes segmentos da sociedade.
Vários estudos defendem que a escola “fabrica” o fracasso escolar de muitas das suas crianças
e jovens, afirmando assim que a perda de valores atribuída a assistência e permanência num
estabelecimento de ensino, também está relacionado com o que acontece dentro dela. Não
somente as crianças e jovens que pelo seu desenvolvimento pessoal perdem o interesse pela
escola mas também de alguma forma são expulsos dela, (Rumberger 1961).
Na mesma perspectiva Benavante et all (1994), afirmam que:
Apesar da existência das causas múltiplas, não devemos desviar atenção
daquela que frequentemente é apontada como sendo uma das principais
razões: os alunos que abandonaram a escola foram por ela antecipadamente
abandonados.

Benavante e Correia (1980), citados por Sil (2004:38), acrescentam ainda que uma das
explicações para a problemática das desistências escolares é a própria escola, e os
mecanismos que operam nela, o seu funcionamento e organização, onde a necessidade de
diversidade e diferenciação pedagógica é sublinhada pela teoria sócio institucional que
evidencia o carácter da escola na produção da desistência escolar do aluno.
Segundo Vaz (1994), a escola produz:
A violência em seu quotidiano; uma violência subtil e invisível, ou violência
simbólica, que se esconde também sob o nome de abandono, pode ser
inconscientemente promovida pelos próprios educadores, através de
regulamentos opressivos, currículos e sistemas de avaliação inadequados a
realidade onde esta inserida a escola, medidas e posturas que estigmatizam e
descriminam e afastam os alunos.

Lopez e Menezes (2002), afirmam que as reprovações sucessivas têm peso significativo na
decisão de continuar ou não os estudos, pois geralmente a repetência é seguida pelo abandono
escolar.
24

Segundo Costa e Menezes (1995), sejam quais forem as razoes, a repetência e a reprovação
constituem o primeiro passo em direcção a evasão escolar.
Numa análise do sistema educacional americano Bridgeland et al (2006), alertam para as
elevadas taxas de abandono escolar nos Estados Unidos, e os motivos para isso através de
uma pesquisa com os próprios estudantes, e obtiveram as seguintes respostas:

 O facto de terem reprovado em mais de uma classe.


 A falta de preparo anterior para compreender o material apresentado em cada ano.
Sugerindo para o fim disto maior quantidades de docentes e que tenham melhores
qualificações, visando melhorar o currículo académico, e o interesse dos alunos, não apenas a
compreensão do material mas a importância do mesmo no futuro.
Sil (2004), defende que o professor é o elemento central do sistema educativo e funciona
como mediador entre o mundo social e a criança, a este deve ser dada a autonomia necessária
para que possa adequar o processo de ensino e aprendizagem em função das capacidades e
dificuldades do aluno.
É importante não esquecer que a função do professor não se resume a simples transmissão de
conhecimentos baseando-se no seu intelectual. Segundo Avanzini (1969), o docente deve
também construir situações que desenvolvam as atitudes e comportamentos dos alunos. Deve
tentar a todo custo ligar o ensino com as possíveis situações do dia-a-dia.
Barcelo (2006), diz que a falta de eficiência do professor influencia na desistência, e afirma
que o professor não tem responsabilidade, chega tarde e somente pensa no salário. Quando
algum aluno fracassa, ele não analisa a situação e nem procura o modo de ter sucesso
profissional. Se há falta de interesse nos alunos, ele reflecte sobre o processo e nem procura
estratégias motivadoras para captar e manter a atenção dos alunos.
A expectativa negativa do professor em relação a turma é outro factor que pode influenciar no
desempenho dos alunos. Como destaca Ramos et all (2008), a relação aluno-professor mostra-
se mecânica e distanciada, podendo acontecer em decorrência de aspectos físicos, humanos e
pedagógicos da estrutura escolar, que na sua opinião precisam ser discutidos e reformulados.
Os autores destacam ainda como explicação para esse distanciamento o tempo estabelecido
para cada disciplina, julgando como insuficiente por muitos professores para se trabalhar os
conteúdos de forma apropriada em sala de aula, assim como a superlotação das salas e a falta
ou precariedade de recursos didácticos e pedagógicos, finalmente o despreparo do professor
acaba desenvolvendo um conteúdo descontextualizado e sem sentido para o aluno.
25

Bourdieu (1998), acrescenta que a escola não considera a contribuição que os alunos trazem
de casa, ou seja, o seu capital cultural.
Nerci (1989), advoga que,
“…os professores que se dispõe a orientar a aprendizagem de outrem para
que alcance objectivos que sejam úteis à sua pessoa ou a sociedade ou
mesmo a ambos…” enquanto Pilletti (2003), diz que os melhores
professores estão profissionalmente em alerta, não vivem suas vidas
confinados ou isolados do meio social, tentam fazer da comunidade e
particularmente da escola o melhor ambiente para os jovens.

Da mesma maneira Libanêo (1994), afirma que o processo de ensino e aprendizagem e uma
actividade de interacção activa entre professores e alunos, organizada sob a direcção do
professor, com a finalidade de prover as condições e modos pelos quais os alunos assimilam
activamente conhecimentos habilidades, atitudes e convicções.
Do ponto de vista pedagógico, os autores dizem o mesmo que Piletti (2003) que defende que
“… o professor deve ser capaz de criar um ambiente melhor para os
jovens…”. Isto significa que o professor deve ser capaz de criar um
ambiente agradável e acolhedor dentro da sala de aula, capaz de fazer com
que o aluno se adapte facilmente, e se sinta enquadrado dentro da sala de
aula, permitido assim ao aluno desenvolver as suas capacidades e
habilidades do saber. Criando assim um ambiente próspero que vai
transmitir segurança ao aluno e vai permitir-lhe conhecer o quão importante
é a escola para a sua vida no presente e que benefícios trarão no futuro em
especial a rapariga, mostrando que ao invés de desistir para optar pelo
casamento ou trabalhos domésticos lucrativos continue optando pela escola.
Folquiè (1971), defende que a rapariga inadaptada é sempre frustrada como produto da
própria inadaptação, que pode ser devido a várias causas (pedagógicas erróneas, insatisfação
das suas reais necessidades, vivencias negativas, desconhecimento das contingências da
inadaptação, etc.) onde a soma de tantas frustrações origina a medida de sentimentos de
inferioridade.
Calda (2000), diz que a desistência escolar é um problema complexo e se relaciona com
outros importantes temas pedagógicos como forma de avaliação, reprovação escolar, currículo
e disciplinas escolares.
O autor complementa dizendo que para combater a desistência escolar é preciso atacar as duas
frentes: uma de acção imediata que busca resgatar o aluno evadido, e a outra de reestruturação
interna que implica na discussão na e avaliação das diversas questões acima enumeradas.

E se a criança não tem carácter forte ou tolerância com a frustração, acaba desistindo as aulas,
e esta reacção trará efeitos até sobre a sua vida adulta, pois as suas reacções serão
26

determinadas pelas frustrações experimentadas porque o abandono supõe a auto-retirada ou,


mais simplesmente para escapar a repreensões ou sanções.
27

CAPITULO III: APRESENTAÇÃO, ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS


Nesta etapa da monografia está reservada à apresentação, análise e interpretação das respostas
obtidas no campo através dos instrumentos de colecta de dados pré-estabelecidos para o
estudo. Na mesma etapa são, igualmente, testadas as hipóteses levantadas e apresentadas as
conclusões da pesquisa.

Nesse sentido, a percentagem das questões respondidas permitiu ao pesquisador fazer


comentário à volta das opiniões do grupo alvo e fazer generalização dos resultados obtidos a
partir dos dados em análise.

Portanto, as respostas obtidas das entrevistas dirigidas aos membros de direcção, professores,
pais ou encarregados de educação e alunos da EPC de Nampuro foram agrupadas de acordo
com a aproximação das mesmas no conteúdo que apresentam. Assim, os dados obtidos são
apresentados em três grupos: dados dos membros de direcção e professores; dados dos alunos
e finalmente dados dos pais ou encarregados de educação.

3.1. Dados da entrevista dirigida aos membros de direcção e professores da EPC de


Nampuro

A entrevista aos membros de direcção e 5 professores da EPC de Nampuro era composta de 4


questões. Na questão inicial “Há quanto tempo é gestor/professor nesta escola?” tinha-se
como objectivo saber o nível de conhecimento destes actores escolares sobre a realidade dos
fenómenos de desistência. Das respostas obtidas mostram que todos actores conhecem a
realidade sobre a desistência da rapariga na escola pois cerca de 60 % dos entrevistados estão
a trabalhar a mais de 2 anos.

Na segunda questão “Que classe lecciona?”pretendia-se saber se a classe que leccionam


constitui o grupo alvo deste estudo. Dos resultados obtidos pode-se perceber que cerca de 3
entrevistados incluindo o director da escola leccionam a 7ª classe e os restantes 4 disseram
que leccionam a 2ª classe.

Para saber as causas das desistências da rapariga naquela escola foi colocada a terceira
questão “O que leva as raparigas a desistir de estudar nesta escola?” A questão foi dirigida
igualmente a 7 entrevistados. Destes cerca de 4 informantes apontam a distância entre a escola
e a casa da rapariga e também as raparigas casam cedo e 2 entrevistados disseram que as
raparigas vivem longe da escola. Ainda sobre a mesma questão 1 entrevistado disse que as
28

alunas desistem porque ajudam aos pais nos trabalhos de casa. As respostas dos entrevistados
realçam que as alunas desistem por factores externos sendo as distâncias – escola residência
destas e os casamentos prematuros as que mais casos provocam.

Na questão “o que a escola tem feito que ajuda as alunas a continuarem a estudar” pretendia-
se saber se a escola tem estratégias para superar o fenómeno de desistência das raparigas na
escola. Desta questão cerca de dois entrevistados disseram “Sensibilizamos sobre a
importância de estudar. Afectamos 2 professoras nas classes mais altas como o caso da 7ª
classe para motivar as alunas.” Os restantes 5 entrevistados disseram também que
“Sensibilizamos sobre a importância da escola mostrando exemplos de mulheres que são
chefes graças a estudos.” As respostas dos entrevistados convergem nas estratégias usadas ao
apontarem a sensibilização sobre a importância da escola.

3.2. Dados da entrevista dirigida às alunas da EPC de Nampuro

A entrevista com as alunas teve 7 questões. Na questão inicial “que classe frequentas?”
pretendia-se saber se a classe que a aluna frequenta faz parte da pesquisa. Das respostas
obtidas com esta questão cerca de 4 alunas responderam que estão a frequentar a 2ª classe e as
restantes 6 disseram que frequentam a 7ª classe.

Com o propósito de saber a idade de cada menina que constituiu alvo de nossa entrevista fez-
se a questão “quantos anos tens?” Desta questão cerca de 2 alunas disseram que tinham 7
anos, 2 alunas com 9 anos e outra 1 disse também que tinham 12 anos de idade e estão na 7ª
classe. Ainda sobre a mesma questão 3 alunas disseram que frequentavam a 7ª classe e tinham
14 anos de idade e 1tinha 15 anos na 7ª classe. As respostas das entrevistadas mostram que as
idades que as meninas têm são elevadas em relação à classe que frequentam com exceção de 2
alunas que estão na 2ª classe com 7anos de idade e outas 1 na 7ª classe com 12 anos. Este
facto pode influenciar na desistência das raparigas pois sentem-se adultas e aptas para formar
uma família, isto é, podem casar-se e ter o seu lar.

Na terceira questão “com quem vives” procurava-se saber grau de parentesco dos seus
educadores. Nesta questão cerca de 3 alunas disseram que os pais estão divorciados e vivem
com a mãe; outras 4 alunas disseram que vivem com os pais e as restantes 3 alunas disseram
que viviam com a mana. As respostas das entrevistadas mostram que a maior parte das alunas
vivem com parentes e não pais o que pode estar na origem das desistências pois as pessoas
29

com quem vivem não sendo empregadas elas podem deixa-las em casa e não incentiva-las a
estudar por falta de recursos financeiros para custear os estudos.

Com o propósito de saber se as pessoas com quem as meninas vivem são empregadas ou
trabalhadoras fez-se a questão “as pessoas com quem vives trabalham?” Desta questão cerca
de 7 alunas afirmaram que os seus encarregados “não trabalham só tem machambas e também
ajudam nas machambas dos outros para ganhar dinheiro”; 2 alunas falaram que “a mana vai a
machamba e o cunhado vende no mercado” e finalmente 1 aluna disse que “papa vende numa
barraca enquanto a mama vai a machamba.” As entrevistas são claras nas suas respostas pois
é visível a população que vive na região em que se situa a escola vivem basicamente de
produção agrícola. A produção obtida das machambas é repartida e vendida uma parte para
obter dinheiro e sustentar a família em bens como roupa, material escolar entre outros.

Questionados sobre as razões que lhes levam a ir a escola cerca de 6 meninas responderam
“para saber escrever meu nome, ler e também para ser professor ou enfermeiro quando eu
crescer.” Outras 4 alunas responderam “porque as pessoas que vivem comigo me
matricularam.” Tendo em conta as respostas das entrevistadas pode-se perceber que ainda não
existe o significado sobre o papel da escola na vida das alunas. Elas não vão a escola porque
gostam de estudar mas sim porque os seus encarregados de educação as matricularam e por
obediência eles dirigem-se à escola diariamente para saber ler e escrever.

Para saber o nível de assiduidade das alunas fez-se a questão “todos os dias vais a escola?”
Com esta questão foi possível saber que cerca de 6 alunas não são assíduas pois disseram
“Não. As vezes fico em casa com meus irmãos quando os meus pais vão a machamba” e as
outras 4 também responderam “Não. Quando chove o rio que atravesso fica com muita água.”
Destas respostas pode-se perceber que as dificuldades que as meninas enfrentam contribuem
para que elas possam perder o interesse de estudar alia do ao medo de as águas do rio levarem
consigo e não poderem voltar a viver. Os trabalhos domésticos a que são sujeitas também
podem influenciar as alunas a deixar de estudar porque devem cuidar dos irmãos enquanto os
encarregados de educação vão a machamba produzir algo para poderem se alimentar.

Na sétima questão “que tem a dizer àquelas meninas que não estudam?” As respostas obtidas
desta questão mostram que todas as alunas entrevistas sabem que estudar é bom porque
aprendem a ler e escrever ao afirmarem “aconselho que elas estudem. Na escola eu aprendo a
ler e escrever. Também sei fazer contas. É bom estudar para ter emprego.”
30

3.3. Dados da entrevista dirigida aos pais ou encarregados de educação da EPC de


Nampuro

A entrevista com pais e encarregados de educação dos alunos da EPC de Nampuro teve 6
questões. Na primeira questão “quantos meninos e meninas têm a estudar nesta escola”
pretendia-se saber se o pai tem menina ou menino a estudar naquela escola. Desta questão
cerca de 2 pais disseram que tem apenas 1 menino; 2 pais também disseram que tinham 2
meninas e por último 1 pai disse que tinha 3 filhos dos quais 2 meninos e uma menina. Das
respostas obtidas dos entrevistados pode-se perceber que existe muitas meninas a estudar
naquela escola embora algumas delas não terminem pelo menos o ensino primário.

Na segunda questão “que classes frequentam seus filhos nesta escola” tinha-se como intenção
saber a classe que cada filho ou filha frequenta naquela escola. Das respostas obtidas revelam
que cerca de 3 pais disseram que o filho está na 1ª classe, 3 a filha está na 7ª classe. Ainda
sobre a mesma questão dois pais responderam que tem 1 menina que frequenta a 2ª classe e 1
pai também disse que o menino está na 2ª classe.

Para saber se os filhos são assíduos fez-se a terceira questão “o seu filho/a vai a escola todos
os dias?” A questão foi dirigida a 5 pais e encarregados de educação e cerca de 4 responderam
“Não. A escola fica um pouco longe de casa e tem um rio que quando chove não é possível
atravessar. Também existem dias que vou a machamba e as crenças pequenas ficam com os
mais velhos.” Na mesma questão 1 entrevistado disse “Sim meu filho nunca falta a escola.
Fico perto da escola”. Estas respostas revelam que as desistências das alunas resultam da
distância entre escola-casa. No tempo de chuva a via de acesso a escola também dificulta aos
alunos facto que leva a faltar as aulas.

Na quarta questão “o que faz para sustentar os estudos dos seus filhos?” procurava-se saber a
fonte de rendimento das famílias, se trabalham ou não. Nesta questão todos entrevistados
disseram “Tenho machamba. O que tenho produzido vendo uma parte e também ajudo nas
machambas dos outros para ter dinheiro. ” Estas respostas revelam que os entrevistados são
desempregados sendo a única fonte de rendimento a machamba. O dinheiro obtido pelos
trabalhos feitos nas machambas e da venda dos excedentes não é suficiente para atender as
necessidades da casa e por conseguinte encontram dificuldades em fazer acompanhamento
escolar por causa de pobreza.

Com a quinta questão “porque levou os seus filhos a escola?” pretendia-se saber dos
entrevistados a importância de levar os filhos a escola. Cerca de 3 entrevistados responderam
31

que “o líder comunitário na reunião disse que o governo quer todas as crianças na escola para
saber ler e escrever. Não se paga matricula. Mas na nossa actualidade as crianças estudas e
não têm emprego.” E os restantes 2 disseram que “levei a escola para saberem ler, escrever
para quando crescerem serem professor, enfermeiro ou chefe.” As respostas dos entrevistados
mostram que os pais e encarregados de educação levam seus filhos a escola pelo facto de o
governo ter apelado a todos a levar seus filhos escola. A maior parte dos entrevistados ainda
não tem noção sobre a importância de seus filhos estudar porque na escola a criança não
produz como na machamba que em pouco tempo ela traz milho, mandioca, mapira e outros
produtos que são vendidos e outra parte serve para alimentação familiar.

Para saber as estratégias que os pais recorrem quando os filhos desistem da escola fez-se a
última questão “O que tem feito quando seu filho/a deixa de ir a escola?” Nesta questão 2
entrevistados disseram “eu bato e mando voltar a escola” e outros 2 afirmaram “eu quase lhe
bato, zango com ele muito e lhe mando de volta a escola” e o restante 1 disse “não faço nada
porque ele não quer. Mas eu não gosto de criança que não estuda”. As respostas dos
entrevistados mostram que apesar de muitas crianças desistirem de estudar os pais não ficam a
favor pois têm procurado incentiva-los a estudar de modo que no futuro tenham uma vida
melhor.

3.4. Verificação de hipóteses

A validação das hipóteses foi baseada na análise das respostas obtidas das entrevistas
realizadas com os membros de direcção, professores, alunas e pais ou encarregados de
educação, respectivamente.

Na primeira hipótese no qual se faz menção que “Fraco conhecimento das comunidades sobre a
importância da escola leva a desistência da rapariga na EPC de Nampuro” pode-se afirmar que foi
validada pelas respostas dadas na questão “porque levou os seus filhos a escola?” dirigida aos pais
e encarregados de educação. Os dados mostram que a maior parte dos pais levam as crianças a escola
porque os líderes comunitários os disseram que o governo quer todas as crianças a estudar e escola não
se paga para se matricular. A mesma questão foi colocada às alunas as quais responderam que vão a
escola “porque as pessoas que vivem com elas as matricularam”. As alunas não vao a esxcola
porque gostam mas sim por obediência às pessoas adultas que as colocaram a estudar facto
que contribui para as desistências no seio escolar.

Na segunda hipótese “a distância escola-casa do aluno contribui para a desistência da


rapariga na EPC de Nampuro” também foi considerada válida pelas respostas obtidas através
das questões “todos os dias vais a escola? e o seu filho vai a escola todos os dias” dirigida às
alunas e aos pais e encarregados de educação. As respostas dos entrevistados mostram que as
32

alunas não vão todos os dias a escola por causa da longa distância entre a escola-casa onde
elas moram e a existência de um rio que no tempo de chuva impede que elas estudem por
muitos dias e isto cria algum desinteresse.
33

Conclusão

Sugestões

Referências bibliográficas

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36

Apêndice

Apêndice 1:Resumo da entrevista dirigida aos membros de direcção e professores da


EPC de Nampuro

Questão Respondentes Respostas dos entrevistados


1. Há quanto tempo é DE 5anos
gestor/professor nesta DAE 3anos
escola? P2,4,5 10anos
P1,3 2anos
37

1. Qual o seu nível DE, DAE, P1..5 10+2 IMAP


académico?
2. Que classe lecciona? DE, P1,3 7ª Classe
DE, P2,4,5 2ª Classe

3. O que leva as raparigas a DE, P1,3,5 Vivem longe da escola e


desistir de estudar nesta também casam cedo.
escola? DAE, P3 Vivem longe da escola
P4 Ajudam aos pais nos
trabalhos de casa.
4. O que a escola tem feito DE, DAE Sensibilizamos sobre a
que ajuda as alunas a importância de estudar.
continuarem a estudar? Afectamos 2 professoras nas
classes mais altas como o
caso da 7ª classe para motivar
as alunas.
P1…5 Sensibilizamos sobre a
importância da escola
mostrando exemplos de
mulheres que são chefes
graças a estudos.

Apêndice 2:Resumo da entrevista dirigida às alunas da EPC de Nampuro

Questão Respondentes Respostas dos


entrevistados
1. Que classe frequentas? A3,5,7.8 2ª Classe
A1,2,4,6,9,10 7ª Classe
2. Quantos anos tens? A3,8 7anos
A5,7 8anos
A2,9 12 anos
A1,4,10 14 anos
A6 15 anos
3. Com quem vives? A1,2,8 Vivo com mama. Os meus
pais não vivem juntos.
A3,6,7,10 Vivo com papa e mama.
A4,5,9 Vivo com mana e cunhado.
A1,2,3,5,7,8,10 Não trabalham só tem
machambas e também
ajudam nas machambas dos
outros para ganhar dinheiro.
A4,9 A mana vai a machamba e o
cunhado vende no mercado.
A6 Papa vende numa barraca. E
a mama vai a machamba.
4. Porque vais a escola? A1,2,5,6,7,10 Para saber escrever meu
nome, ler e também para ser
professor ou enfermeiro
38

quendo eu crescer.
A4,8,9 Porque as pessoas que
vivem comigo me
matricularam.
5. Todos os dias vais a A1,2,4,6,8,10 Não. As vezes fico em casa
escola? com meus irmãos quando os
meus pais vão a machamba.
A3,5,7,9 Não. Quando chove o rio
que atravesso fica com
muita água.
6. Que tem a dizer àquelas A1…10 Que elas estudem. Na escola
meninas que não eu aprendo a ler e escrever.
estudam? Também sei fazer contas. É
bom estudar para ter
emprego.

Apêndice 3: Resumo da entrevista dirigida aos pais ou encarregados de educação da


EPC de Nampuro

Questão Respondentes Respostas dos


entrevistados
1. Quantos meninos e Ped2,3 1Menino
meninas têm a estudar Ped1, 5 2 Meninas
nesta escola? Ped4 2 Meninos e 1 menina.

2. Que classes frequentam Ped2,3,4 1 Menino está na 1ª Classe


seus filhos nesta escola? Ped1,4,5 1 Menina está na 7ª classe
P1,5 1 Menina está na 2ª classe
Ped4 1 Menino está na 2ª classe
3. O seu filho vai a escola P1,3,4,5 Não. A escola fica um
todos os dias? pouco longe de casa e tem
um rio que quando chove
não é possível atravessar.
Também existem dias que
vou a machamba e as
crenças pequenas ficam com
os mais velhos.
P2 Sim. Fico perto da escola.
4. O que faz para sustentar Ped1,2,34,5 Tenho machamba. O que
os estudos dos seus tenho produzido vendo uma
39

filhos? parte e também ajudo nas


machambas dos outros para
ter dinheiro.
5. Porque levou os seus Ped1,3,4 O líder comunitário veio e
filhos a escola? disse que o governo quer
todas as crianças na escola
para saber ler e escrever.
Ped2,5 Levei a escola para saberem
ler, escrever para quando
crescerem serem professor,
enfermeiro ou chefe.
6. O que tem feito quando P1,5 Eu lhe bato e mando voltar
seu filho/a deixa de ir a P2,4 Eu quase lhe bato, zango
escola? com ele muito e lhe mando
de volta a escola.
P3 Não faço nada porque ele
não quer. Mas eu não gosto
de criança que não estuda.

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