Anda di halaman 1dari 6

FACULDADE DE INTEGRAÇÃO DO SERTÃO – FIS

SOCIEDADE DE ENSINO SUPERIOR DE SERRA TALHADA - SESST


COORDENADORIA DO CURSO DE BACHARELADO EM DIREITO
ACADÊMICO: RENAN WALISSON DE ANDRADE

RESENHA

Three strikes and you’re out


Punir ou prevenir?
Uma análise econômico-social da criminalidade.

SERRA TALHADA, 2018


O puntilismo norte-americano, que atualmente registra a maior população
carcerária do mundo, deve muito a polêmica “three strikes and you’re out”, inspirada no
basquete, jogo que não admite mais de três faltas, sendo expulso do jogo o que assim o
fizer, vem punir com prisão a longo prazo, podendo chegar à perpétua, o criminoso
reincidente que cometer o terceiro crime, classificado como faltas graves. Alguns
simpatizantes defende a aplicação da norma para os reincidentes, com vistas a reduzir o
número de criminosos; outros a criticam pelo fato de superlotar o encarceramento e não
ter um status preventivo, pensando somente no encarceramento, além de trazer descaso
financeiro em se tratando de economia. Com toda vênia aos que pensam contrário, essa
última corrente de pensamento, a meu sentir, é a que mais se alinha ao pensamento
amplo e democrático dos princípios basilares de qualquer Democracia.

A Corte Suprema norte-americana, instada a se manifestar, no caso concreto,


reconheceu que não há que se falar em inconstitucionalidade da referida norma. Registre-
se, que a votação terminou com placar de 5x4.

É bem verdade que o Estado vem ao longo dos anos, tentando suprir sua inercia
estatal, com politicas punitivas contrárias aos princípios basilares de um Estado que se
diz democrático. Analogicamente, no Brasil, segundo dados do Conselho Nacional de
Justiça, a população carcerária chega a 726 mil presos, destes muitos ainda estão sem
sentença transitada em julgado. Entendo, por oportuno, que economicamente falando,
para surgir uma nova vaga para um presidiário, o Estado gasta aproximadamente 40 mil
reais, devido o aparato que se cerceia a segurança pública. Em Minas Gerais, por
exemplo, o preso custa em média R$ 2,7 mil por mês.

A criminologia, enquanto estudo da criminalidade amplamente desmitificada, vem


ajudar os agentes de segurança pública a compreender quais os fatores que levam a
população a cometer crimes. O Estado, por sua vez, se preocupa mais em punir do que
prevenir, acarretando superlotação nos estabelecimentos prisionais por todo o Brasil.

É necessário entender que os Strikes cometidos são, mitas vezes, irrisórios e deve-
se a falta de estrutura social do estado em cumprir seu papel. Uma criança que não tem
oportunidade de estudar, nasce numa família desestruturada, tem grande chances de
crescer e se desenvolver no meio da criminalidade. O sociólogo Boaventura de Souza
Santos, português reconhecido mundialmente por sua brilhante tese, realizou um intenso
trabalho nas favelas do Rio de Janeiro reconhecendo suas peculiaridades e engendrando
o que as autoridades penalistas se omitem de fazer. Não é fácil, porém, tentar o caminho
mais curto dificilmente resolveria os problemas e descasos que vem passando o nosso
país. A violência é exorbitante, os altos índices de criminalidade crescem cada vez mais.
Os números mostram que a maioria dos criminosos são reincidentes e isso, por si só, já
não traz uma visão que só punir não resolve. É necessário ir além.

Vivemos sob a ótima de uma meritocracia que passa despercebida ao longo dos
anos trazendo uma sensação de igualdade. Na verdade, há que se discutir que não se
pode punir exacerbadamente. Aqui deixo uma indagação, não vejo com bons olhos as
soluções fáceis, há que se buscar os caminhos mais longos, porém, eficazes. Fazer
algumas indagações, sempre que necessário, é de boa sorte. Como disse Boaventura de
Souza Santos:
“Temos o direito de ser iguais quando a nossa
diferença nos inferioriza; e temos o direito de
ser diferentes quando a nossa igualdade nos
descaracteriza. Daí a necessidade de uma
igualdade que reconheça as diferenças e de
uma diferença que não produza, alimente ou
reproduza as desigualdades.”
(SOUZA SANTOS, Boaventura de)

Conclui-se, após nossa análise, que o encarceramento em casos que poderiam


resolvidos com outros métodos, não é o caminho mais longo e minucioso, aqui por nós
defendido. É de lamentar, porém, com nossa respeito, os que dizem frases chocantes
“bandido bom é bandido morto” … Percebe-se que a Three Strikes Law trata-se de um
uma cultura imediatista, procurando esconder na prisão o produto da insuficiência das
prestações positivas do Estado, ao revés de primar por políticas criminais cada vez mais
repressivas e, por conseguinte, excludentes, seria mais coerente reivindicar pela
efetividade de políticas públicas em sede de prevenções primária e terciária, além de
tornar um gasto inútil, que tanto a médio quanto a longo prazo, não amenizará tal inercia.
Politicas públicas de transferência de renda, capacitação dos agentes públicos,
organização do sistema prisional, investimentos em educação e segurança pública,
tratamento multidisciplinar com jovens e adolescentes infratores, são algumas das
inúmeras ferramentas que o estado tem a seu dispor para mudar essa realidade
chocante. Já dizia Darcy Ribeiro: “Se os governantes não construírem escolas, em 20
anos faltará dinheiro para construir presídios” .
REFERÊNCIAS:

https://blog.ebeji.com.br/o-que-e-a-teoria-do-three-strikes-and-youre-out/

https://jus.com.br/artigos/18971/three-strikes-and-you-re-out

https://blog.ebeji.com.br/o-que-e-a-teoria-do-three-strikes-and-youre-out/

http://www.cnj.jus.br/sistema-carcerario-e-execucao-penal/cidadania-nos-presidios

http://blogs.diariodepernambuco.com.br/segurancapublica/?p=11079

https://www.em.com.br/app/noticia/politica/2017/01/15/interna_politica,839547/darcy-
ribeiro-estava-certo-educacao-e-o-caminho-para-reduzir-crime.shtml

Anda mungkin juga menyukai