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PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS


Processo Nº. : 0002404-84.2016.8.05.0022
Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : MULTIMARCAS CONSORCIOS

Recorrido(s) VALDIRENE SILVA DA CRUZ DOS SANTOS

Origem : 1a VARA DOS JUIZADOS BARREIRAS

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

G
DRA, OBSERVAR QUE AS ADMINISTRADORAS DE CONSÓRCIO ESTÃO
PLEITEANDO UMA TAXA DE ANTECIPAÇÃO, COMO SE FOSSE A TAXA DE
ADMINISTRAÇÃO ANTECIPADA , VERIFICAR A LEGALIDADE DA MESMA, A
PRINCÍPIO SÓ CABE TAXA DE ADM . NESSE CASO A RECORRENTE N SE
MANIFESTA EXPRESSAMENTE SOBRE RETENÇÃO DA TAXA DE ADM., SÓ PEDE
ESSA ANTECIPAÇÃO, DETERMINEI TAXA DE ADM E FIXEI EM 10%. QUESTÃO DOS
JUROS DE MORA , QUAL O TERMO A QUO, DATA DA CITAÇÃO OU DATA DO
TÉRMINO DO CONSÓRCIO, NO CASO DE DESISTÊNCAI ENTENDI PELA CITAÇÃO.

VOTO- E M E N T A

RECURSO INOMINADO. CONSÓRCIO.DESISTÊNCIA. ENTENDIMENTO


CONSOLIDADO DE QUE A DEVOLUÇÃO DEVE SE DAR DE FORMA
IMEDIATA AO CONSORCIADO RETIRANTE, INDEPENDENTEMENTE DO
ENCERRAMENTO DO GRUPO RESPECTIVO OU SUBMISSÃO A
SORTEIO. CONTRATO POSTERIOR A VIGÊNCIA DA LEI Nº 11.795/2008
(06.02.09). NÃO APLICAÇÃO DOS TERMOS DO JULGAMENTO DA
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL 3752-GO. ABUSIVIDADE DA
CLÁUSULA INSERIDA EM CONTRATO DE ADESÃO QUE MANDA
AGUARDAR O FINAL DO GRUPO PARA A RESTITUIÇÃO DAS
QUANTIAS PAGAS. ABATIMENTO APENAS DA TAXA DE
ADMINISTRAÇÃO E SEGURO..INCIDÊNICA DA CLÁUSULA PENAL
INCABÍVEL. AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DE PREJUÍZO. JUROS
DE MORA A CONTAR DA CITAÇÃO. SENTENÇA PARCIALMENTE
REFORMADA.

1. Trata-se de recurso inominado interposto contra sentença que julgou


procedente a ação, nestes termos: “Por estas razões, JULGO
PARCIALMENTE PROCEDENTE o pedido e condeno a reclamada a
restituir ao autor o valor das parcelas adimplidas no consórcio, de forma
imediata, no importe de R$ 1.624,84 (hum mil seiscentos e vinte e quatro
reais e oitenta e quatro centavos), corrigido monetariamente pelo INPC,
desde o efetivo desembolso (Súmula nº 43, do STJ) e juros de mora, de
01% (um por cento) ao mês, desde a citação, com abatimento somente da
taxa de administração....”

1. A parte recorrente busca a reforma da sentença, aduzindo, em síntese,


que a restituição das parcelas pagas deverá ocorrer ao final do prazo do
encerramento do consórcio, que do quantum a ser restituído deverão ser
abatidos também valores referentes à taxa de adesão, como antecipação da
taxa de administração, conforme determinado em contrato, , pugnando ainda
pela aplicação da cláusula penal no percentual de 20%; requerendo ainda a
retenção do valor pago a título de seguro.

1. Ab initio, vale ressaltar o posicionamento da turma no que tange ao


momento da devolução dos valores pagos no bojo do contrato de consórcio,
quando da desistência pelo consumidor, tratando-se de consórcio novo,
inaplicável ao caso a Reclamação Constitucional nº 3752-GO, que incide aos
contratos anteriores a 05.2.2009, entendimento este que está em consonância
com o posicionamento do STJ, que se manifestara nesse sentido.
2. A As disposições contratuais abusivas são nulas de pleno direito e,
portanto, não é válida a cláusula que determina a devolução de valores pagos
por consorciado desistente apenas após o término do consórcio, devendo sua
devolução se proceder imediatamente, naturalmente, abatida dos valores
concernentes à taxa de administração e/ou adesão, além do seguro, caso
existente; observando-se que a taxa de adesão possui o escopo de retribuir
ao vendedor do consórcio o serviço prestado, não se incorporando ao elenco
de valores por restituir ao consorciado-desistente e não se confundindo com a
taxa de administração, mas compondo, junto com esta, no caso concreto, a
contraprestação pelo serviço global concedido e efetivamente utilizado pelo
desistente, integrando a estrutura de custos básicos do negócio, excluindo-se,
destarte, quaisquer outros valores que se possa apontar como prejuízo que o
consorciado causou ao grupo, uma vez que não houve prova nesse sentido.

3. . Inobstante, a parte ré faz ao abatimento da taxa de administração, pleito este


para o qual não houve manifestação expressa do magistrado sentenciante. A
jurisprudência pátria já consolidou o entendimento de que tal procedimento é
permitido, devendo o percentual do desconto ser estabelecido de acordo com
a razoabilidade e proporcionalidade. Nestes termos, entendo pela fixação do
percentual de 10%, o que inclusive vem sendo reiteradamente aplicado pela
jurisprudência em casos que tais.

4. De igual modo, restando previsto em contrato o desconto dos valores


pagos a título de seguro, não há que se falar em ilicitude, ou prática abusiva,
sendo mister a dedução de tais valores. Nesse sentido:

5. RECURSO INOMINADO. AÇÃO DE COBRANÇA. CONSÓRCIO.


DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA DO CONSORCIADO.
RESTITUIÇÃO DAS PARCELAS PAGAS COM DESCONTO.
TAXA DE ADMINISTRAÇÃO, FUNDO RESERVA E SEGURO.
PREVISÃO CONTRATUAL. APLICAÇÃO DA SÚMULA N. 15
DESTAS TURMAS RECURSAIS. SENTENÇA DE
IMPROCEDÊNCIA MANTIDA. Conforme entendimento firmado e
consolidado na Súmula 15 destas Turmas Recursais Cíveis, cabíveis as
retenções a título de taxa de administração, fundo reserva e seguro.
Situação em que a administradora efetuou o pagamento à autora,
descontando os valores previstos contratualmente. RECURSO
DESPROVIDO. (Recurso Cível Nº 71005344536, Segunda Turma
Recursal Cível, Turmas Recursais, Relator: Ana Cláudia Cachapuz
Silva Raabe, Julgado em 18/03/2015).

6. Já no que concerne à incidência de cláusula penal, entendo que esta não


é devida quando não demonstrado nos autos pela empresa concorciada o
prejuízo causado ao grupo decorrente da desistência do consorciado, como
tem afirmado reiteradamente a jurisprudência pátria, conforme o seguinte
julgado:
7. CONSUMIDOR. APELAÇÕES CÍVEIS. CONSÓRCIO.
DESISTÊNCIA. DEVOLUÇÃO. CLÁUSULA PENAL. NÃO
RETENÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE MORA. 1.
Ausente a comprovação sobre os danos experimentados pelo consórcio
em razão da retirada de um de seus membros, mostra-se inviável a
aplicação do instituto da cláusula penal compensatória, pois o
consumidor desistente só se torna obrigado diante dessa prova, não
havendo espaço para a prefixação de prejuízos. 2. O marco inicial para a
incidência da correção monetária é a data de desembolso de cada
prestação. Precedentes. 3. Os juros de mora são devidos a partir do
trigésimo dia após o término do consórcio, porquanto somente incorre
em atraso caso ultrapassado o termo final de pagamento. 4. Recurso da ré
parcialmente provido. Apelo da autora provido. (TJ-DF - APC:
20150110530685, Relator: MARIO-ZAM BELMIRO, Data de
Julgamento: 09/12/2015, 2ª Turma Cível, Data de Publicação: Publicado
no DJE : 14/12/2015 . Pág.: 223)

8. Quando ao pleito de desconto alusivo à taxa de adesão como


antecipação da taxa de administração, entendo que este não merece
prosperar, sendo medida manifestamente prejudicial ao consumidor no caso
concreto, máxime levando em conta que a taxa de administração a ser retida
no presente caso fora fixada no percentual de 10%, o que, em que pese ser
permitido, já se mostra suficiente para ressarcir a empresa demandada de
eventual prejuízo decorrente da saída abrupta do consorciado.
9. No que concerne ao termo a quo dos juros moratórios, entendo como
correto o posicionamento do juiz sentenciante, devendo ser contado a partir
da citação, momento em que teve a ré ciência inequívoca acerca do intento
resilitório da parte autora.
10. ISTO POSTO, voto no sentido de CONHECER DO RECURSO INTERPOSTO
E DOU-LHE PARCIAL PROVIMENTO, para determinar a retenção do percentual da
taxa de administração em 10%, bem como seja abatido o valor proporcional pago a
título de seguro, mantida no mais a sentença objurgada pelos próprios fundamentos.
Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte no recurso.

Salvador, Sala das Sessões, 13 de JULHO de 2017


BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente
PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DA BAHIA

2ª TURMA RECURSAL DOS JUIZADOS ESPECIAIS

Processo Nº. : 0002404-84.2016.8.05.0022


Classe : RECURSO INOMINADO
Recorrente(s) : MULTIMARCAS CONSORCIOS

Recorrido(s) VALDIRENE SILVA DA CRUZ DOS SANTOS

Origem : 1a VARA DOS JUIZADOS BARREIRAS

Relatora Juíza : MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE

ACÓRDÃO
Acordam as Senhoras Juízas da 2ª Turma Recursal dos Juizados Especiais
Cíveis e Criminais do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, CÉLIA MARIA
CARDOZO DOS REIS QUEIROZ –Presidente, MARIA AUXILIADORA SOBRAL
LEITE – Relatora e ALBÊNIO LIMA DA SILVA HONÓRIO, em proferir a seguinte
decisão: RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO . UNÂNIME, de acordo com a ata
do julgamento. Sem custas processuais e honorários advocatícios, pelo êxito da parte
no recurso.
Salvador, Sala das Sessões, 13 de JULHO de 2017
BELA. MARIA AUXILIADORA SOBRAL LEITE
Juíza Relatora
BELA CÉLIA MARIA CARDOZO DOS REIS QUEIROZ
Juíza Presidente

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