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COORTE 2018 - Número 8 27

A RELAÇÃO DOS LINFÓCITOS T REGULADORES NA CICATRIZAÇÃO: REVISÃO


DA LITERATURA

THE LIST OFREGULATORY T CELLS IN HEALING: LITERATURE REVIEW


RESUMO
Autores
Leticia Castro Freire1 Os linfócitos T reguladores podem suprimir a resposta imune, afetando
Mônica Gabriella Toledo Vezaro1
Luciana Marques da Silva2,3 o controle da infecção e consequentemente, da cicatrização. A estrutura
Rosa Maria Elias2,3
do sistema imune é fundamentada nas respostas inata e adaptativa. A
ativação da resposta imune adaptativa é dependente dos linfócitos e suas
1. Acadêmica de Medicina do Centro
Universitário de Várzea Grande - UNIVAG
moléculas solúveis. Tem como principais características a diversidade de
2. Profa. Dra.do Centro Universitário de
Várzea Grande - UNIVAG reconhecimento, especialização da resposta, memória, autolimitação e
3. Pesquisadora do Hospital do Câncer de
Mato Grosso - HCMT tolerância autoimune. O presente artigo relaciona estudos que sugerem
a participação das células T reguladoras com o processo da cicatrização.
Foi realizada uma revisão bibliográfica onde analisou-se diferentes
artigos científicos relacionados à resposta imune e à cicatrização. O
nosso trabalho mostra a importância dos linfócitos T reguladores
na finalização do processo inflamatório por induzir a supressão dos
linfócitos T citotóxicos (CD8+). Atuando em conjunto com os linfócitos
Treg, o TGF-β limita o processo inflamatório e da inicio à cicatrização.
Outro fator de crescimento no processo de cicatrização é o PDGF que
tem função de atrair monócitos e neutrófilos e promover a síntese de
colágeno e proteoglicanos. O PDGF é o fator de crescimento de maior
importância na proliferação e ativação dos fibroblastos, promovendo a
contração da ferida. O linfócito T atua indiretamente como modulador
do fibroblasto intersticial, contribuindo para a fibrogênese, através de
substâncias produzidas por ele. Tais substâncias atuarão no fibroblasto
causando efeitos como proliferação e secreção de fibronectina e
colágeno, sendo considerado o “hormônio da cicatrização”, fazendo a
formação da matriz extracelular e também a contração da ferida. Apesar
de não haver uma relação direta dos linfócitos T na cicatrização, foi
possível perceber a sua influência, especialmente a partir do TGF-β, o
fator mais influente na fibrogênese.

Palavras-Chave: Linfócitos T, Linfócitos T reguladores, TGF-β,

Revista Científica do Hospital Santa Rosa


e-ISSN 2358-3622 / ISSN 2178-0544
REVISTA CIENTÍFICA DO HOSPITAL SANTA ROSA
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cicatrização, resposta imune.

ABSTRACT
Regulatory T lymphocytes can suppress immune response, affecting the control of infection and
consequently healing. The structure of the immune system is based on the innate and adaptive
responses. The activation of the adaptive immune response is dependent on lymphocytes and their
soluble molecules. Immune response mediated by cells, specificity and diversity of recognition, memory,
self-limitation and autoimmune tolerance are the main features associated to adaptative immune
response. This article relates studies suggest the involvement of regulatory T cells with the healing
process. A bibliographic review which analyzed various scientific articles related to immune response
and wound healing was performed. Our work shows the importance of regulatory T lymphocytes in
finalizing the inflammatory process by inducing the suppression of cytotoxic T lymphocytes (CD8
+). Acting together with the Treg cells, TGF-β limits the inflammatory and start the healing process.
Another growth factor in wound healing PDGF is the process which has function of attracting
monocytes and neutrophils and promote the synthesis of collagen and proteoglycans. PDGF is a
major growth factor of importance in the proliferation and activation of fibroblasts, promoting wound
contraction. The T lymphocyte indirectly acts as a modulator of interstitial fibroblasts, contributing
to fibrogenesis through substances produced by it. Such substances will act in causing effects such
as fibroblast proliferation and secretion of fibronectin and collagen, being considered the "healing
hormone", causing the formation of the extracellular matrix as well as wound contraction. Although
there is no direct relationship of T lymphocytes in healing, it was revealed its influence, especially
from the TGF-β, the most influential factor in fibrogenesis.

Keywords: T lymphocytes, regulatory T lymphocytes, TGF-β, healing, immune response.

INTRODUÇÃO

O processo inflamatório associado a presença de um estímulo antigênico, é caracterizado por


uma sequência de eventos que envolvem a participação de diferentes células do sistema imunológico,
concomitante com os mecanismos de regeneração e cicatrização. Para que isso ocorra é necessária a
homeostasia do sistema imunológico, visto que em processos inflamatórios há um comprometimento
dos mecanismos de defesa corporal.(1).

As células T reguladoras (Treg) são essenciais tanto na manutenção da tolerância periférica,


como na prevenção de doenças auto-imunes e em doenças inflamatórias crônicas limitante.

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No entanto, eles também limitam as respostas benéficas ao


organismo por suprimir a imunidade preventiva e limitar a resposta
anti-tumoral2,3.

Até o momento são descritasdois tipos de Tregs, naturais e as


2. Vignali DAA, Collison LW, Workman adaptativas. A naturais são denominadas CD4+CD25+ e são produzidas
CJ. How regulatory T cells work. Nat
Rev Immunol [Internet]. 2008 Jul [cited no timo nos corpúsculos de Hassal, sendodistintas e maduras
2014 Jul 11];8(7):523–32. Available
from: http://www.pubmedcentral.nih. funcionalmente.
gov/articlerender.i?artid=2665249&
tool=pmcentrez&rendertype=abstract
3. Pan X, Yuan X, Zheng Y, Wang W, Shan J, As Tregs adaptativas são geradas por estímulosantigênicos,
Lin F, et al. Increased CD45RA + FoxP3 low
Regulatory T Cells with Impaired Suppressive exercendo suas funções pela liberação de citocinas inibitórias, atuando
Function in Patients with Systemic Lupus
Erythematosus. 2012;7(4). principalmente em doenças alérgicas, autoimunes e transplante
4. Melo KM, Tavares B, Carvalho C. Células
T regulatórias : mecanismos de ação e alogênico. Sendo algumas delas a TR3, natural killer e CD8+ supressora4.
função nas doenças humanas. Rev bras
alerg imunopatolRev bras alerg imunopatol.
2009;32:184–8. A participação destas células vem sendo observados em
5. Lamego RM, Clementino NCD, Costa ÂLB,
Oliveira MJM, Bittencourt H. Transplante transplantes alogênicos que correspondem ao transplante de células
alogênico de células-tronco hematopoéticas
em leucemias agudas: a experiência de dez tronco hematopoiéticas de um doador.
anos do Hospital das Clínicas da UFMG. Rev
Bras Hematol Hemoter [Internet]. 2010;32(55
31):108–15. Available from: http://www.scielo. Estes procedimentos estão associados a alta mortalidade
br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
84842010000200008&lng=pt&nrm=iso&tln podendo chegar até 40%, além de que os pacientes podem apresentar
g=pt
6. Vigorito AC, Aranha FJP, Souza C a. O complicações crônicas, como a doença do enxerto contra o hospedeiro
transplante alogênico de células-tronco
hematopoéticas no tratamento do Mieloma (DECH)5. Enxertos sem linfócitos T foram utilizados para tentar diminuir
Múltiplo. Rev Bras Hematol Hemoter
[Internet]. 2007;29(1):42–7. Available from:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
a morbidade e mortalidade dessetransplanteo que resultou na redução
arttext&pid=S1516-84842007000100010&lng=
pt&nrm=iso&tlng=pt da DECH6.
7. Lima HC. Papel das células T reguladoras
no desenvolvimento de dermatoses. An Bras
Dermatol. 2006;81(3):269–81.
A intensa resposta imunológica é induzida por agentes
8. Mandelbaum S. Cicatrização: conceitos inflamatórios, sejam eles físicos, químicos ou infecciosos, resultando
atuais e recursos auxiliares-Parte I
Cicatrization: current concepts and auxiliary na exarcebação do dano tecidual caso haja ausência a interferência
resources-Part I. An Bras … [Internet].
2003;78(4):393–410. Available from: http://
www.scielo.br/pdf/abd/v78n4/16896.pdf
reguladora. No entanto, o excesso de células T reguladoras pode
suprimir a resposta imune prejudicando o controle da infecção7.

As células T reguladoras estão presentes no segundo estágio


do processo de cicatrização, após a resposta inflamatória. Sua atuação
consiste na supressão de citocinas, responsáveis pela ativação
imunológicas contra a inflamação, como a TGF-β, IL-10, IL-353.
Apesar do conhecimento sobre a atuação das células T durante este
processo,ainda existem controversias sobre os mecanismo de ação
envolvidos no mesmo8.

Sendo assim, este artigo tem como objetivo revisar as


caracteristicas das células T regulatórias, bem como estabelecer um
possível papel modulador destas células nos processos de infecção e
cicatrização.

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MÉTODOS

Foram utilizadas as bases de dados Scientific Eletronic Library


9. Cruvinel WDM, Júnior DM, Araújo JAP,
Online (SCIELO), Google Acadêmico e NBCI Pubmed. A procura de
Catelan TTT, Souza AWS De, Silva NP Da, et
al. Sistema Imunitário – Parte I Fundamentos
artigos, foi limitada entre os anos de 2006 e 2015, usando-se como
da imunidade inata com ênfase nos
mecanismos moleculares e celulares da palavras- chave: imunologia (immunology), cicatrização (healing),
resposta inflamatória. Rev Bras Reumatol.
2010;55(11):434–61. linfócitos T (T-Lymphocytes), células CD4+ (CD4+ cells), células CD8+
(CD8+cells), células T reguladoras (T regulatorycells). Ao final do
levantamento bibliográfico, foram efetivamente utilizados 30 artigos,
selecionados conforme a qualidade e relevância com o tema proposto.

Estrutura do Sistema Imune


Para manter a homeostase do organismo o sistema imunológico
conta com a participação de moléculas, células e tecidos, responsáveis
pela defesa contra os agentes agressores.

A imunidade inata consiste em uma resposta rápida a um


número limitado de estímulos e é composta por mecanismos de
proteção físicos, químicos e biológicos desempenhando um papel da
autoimunidade no estímulo inflamatório.

As principais células envolvidas neste tipo de resposta são


os macrófagos, neutrófilos, células dendríticas e natural killer, que
representam o contato primário do sistema imune9.

Tabela 1. Moléculas solúveis do sistema imunológico(9).

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Por outro lado, a ativação da resposta imune adaptativa é


dependente dos linfócitos e suas moléculas solúveis.Tem como principais
características a especificidade, diversidade de reconhecimento,
especialização de resposta, autolimitação tolerânciasautoimunes e
memória9.
4. Melo KM, Tavares B, Carvalho C. Células
T regulatórias : mecanismos de ação e
função nas doenças humanas. Rev bras Os linfócitos T se originam na medula óssea e são amadurecidos
alerg imunopatolRev bras alerg imunopatol.
2009;32:184–8. no timo. Após a finalização do processo de amadurecimento, cerca de
9. Cruvinel WDM, Júnior DM, Araújo JAP,
Catelan TTT, Souza AWS De, Silva NP Da, et 70% dos linfócitos T apresentam uma molécula de TREC, este não
al. Sistema Imunitário – Parte I Fundamentos
da imunidade inata com ênfase nos sofre duplicação durante a fase S do ciclo celular pois apenas uma das
mecanismos moleculares e celulares da
resposta inflamatória. Rev Bras Reumatol. células filhas herda a cópia de TREC somente as células T maduras,
2010;55(11):434–61.
10. Caselan, Tânia. Cruvinel, Wilson. Mesquita dessa forma há uma seleção nas células T circulantes que depois
Jr, Danilo. Silva, Nelsa. Andrade LE. Linfócitos
T : da imunobiologia aos imunobiológicos. serão diferenciadas em T CD4+, denominados os auxiliares, e T CD8+
RBM Rev Bras Med. 2015;1–10.
11. Sergio Cassia SL. Imunidade adaptativa denominados de citotóxicos, não se tem conhecimento ao certo sobre
celular.
12. Lôbo R. Efeitos do Envelhecimento na
seu mecanismo de ação10. Entretanto sabe-se de sua similaridade com
Tolerância Oral e na Alergia Alimentar.
Universidade Federal de Minas Gerais; 2011.
as células Treg, CD4+ e CD25+ e sua importante função na prevenção
13. Mesquita Júnior D, Araújo JAP, Catelan da indução da tolerância imunológica e a auto-imunidade11.
TTT, Souza AWS De, Cruvinel WDM, Andrade
LEC, et al. Sistema imunitário - parte II:
fundamentos da resposta imunológica As células CD4+ participam da resposta imune na regulação de
mediada por linfócitos T e B. Rev Bras
Reumatol. 2010;50(11):552–80.
doenças auto-imunes, assim como alergias12. Quanto a sua secreção de
15. Akbar AN, Vukmanovic-stejic M, Taams LS,
Macallan DC. The dynamic co-evolution of citocinas, os linfócitos auxiliares são divididos em Th1 e Th2, de acordo
memory and regulatory CD4 + T cells in the
periphery. 2007;7(March):231–7. com o padrão de citocinas e respostas produzidas.

Os linfócitos Th1 induzem a proliferação de linfócitos T e


aumentam a capacidade citotóxica do CD8+, a partir da IL-2. Também
produzem o IFNγ que atua na ativação de macrófagos e de CD8+.Já os
linfócitos Th2, importantes nas respostas imunes humorais, favorecem
a produção de anticorpos a partir da IL-4, IL-5, IL-6 e IL-10. Além disso
suas respostas estão associadas com doenças alérgicas ou infecções
por helmintos13, 15.

Até o momento foram descritos pelo menos três mecanismos


utilizados pelas células Treg em suas ações supressoras: (i) contato
célula-célula; (ii) liberação de citocinas inibitórias(TGF-β, IL-10 e IL-
35); (iii) competição por fatores de crescimento4. Cada um destes
mecanismos será abordado separadamente a seguir.

Efeitos das células T reg


Na supressão pelos linfócitos T regulatórios CD4+ CD25 Ficou
contraditório – Treg regula Treg?

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As células Treg quando ativadas necessitam de um contato célula-


célula, com a reação de um antígeno específicoque apresente uma
função imunoreguladora como o TGFβ com capacidade de produção de
citocinas13. Uma vez ocorrendo a estimulação pelos receptores ocorre
o feedback negativo, ou seja, quanto maior a quantidade de receptores
13. Mesquita Júnior D, Araújo JAP, Catelan
TTT, Souza AWS De, Cruvinel WDM, Andrade menor a ação das células Treg.
LEC, et al. Sistema imunitário - parte II:
fundamentos da resposta imunológica
mediada por linfócitos T e B. Rev Bras
Reumatol. 2010;50(11):552–80. O TGFβ tem ação em todos os tipos de células regulando vários
16. Faria B a, Silva SM, Abreu MTCL, processos como a embriogênse, cicatrização, adesão e migração celular,
Napimoga MH. Ação dos linfócitos T
regulatórios em transplantes. Rev Bras formação da matriz extracelular e morte celular por apoptose16,17.
Hematol Hemoter. 2008;30:309–15.
17. Raitz R. O papel da matriz extracelular na
cicatrização de feridas bucais Extracellular Esta última característica foi observada em ratos durante um
matrix role on the wound healing of oral
lesions. 2008;26(3):351–6. experimento, no qual foi realizada a indução da constrição aórtica dos
18. Kanellakis P, Dinh TN, Agrotis A, Bobik
A. CD4+CD25+Foxp3+ regulatory T cells mesmos, seguido da inoculação de células Treg, as quais levaram a
suppress cardiac fibrosis in the hypertensive
heart. J Hypertens [Internet]. 2011 Sep redução da fibrose associada a diminuição das células inflamatórias,
[cited 2015 Mar 26];29(9):1820–8. Available
from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/21785365
assim como a redução da atividade do TGFβ.
19. Riyuzo MC, Soares V. Revisão : Papel do
infiltrado inflamatório na fibrose túbulo- O experimento teve como resultado a manutenção da pressão
intersticial e evolução das glomerulopatias
Role of inflammatory infiltrate in arterial, exercendo apenas um pequeno efeito sobre a hipertrofia
tubulointerstitial fibrosis and on the
outcome of glomerulopathies. J Bras Nefrol.
2002;24(1):40–7. ventricular esquerda18.

O linfócito T atua como modulador do fibroblasto intersticial,


contribuindo para a fibrose, através de substâncias produzidas por
ele. Tais substâncias atuarão no fibroblasto causando efeitos como
proliferação e secreção de fibronectina e colágeno. O mecanismo de
ação está detalhado na Tabela2 a seguir19.

Tabela 2. linfócito T como modulador do fibroblasto intersticial(15).

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Relação das células Treg na Cicatrização


Os mecanismos de defesa e reparação são ações complementares,
apesar deseus modos de atuaçãoserem distintos. Na fase inflamatória
ocorre um aumento do lúmen dos vasospermitindo o extravasamento
16. Faria B a, Silva SM, Abreu MTCL,
Napimoga MH. Ação dos linfócitos T
regulatórios em transplantes. Rev Bras
de moléculas séricas, anticorpos e proteínas nos capilares20.
Hematol Hemoter. 2008;30:309–15.
17. Raitz R. O papel da matriz extracelular na Concomitantemente, essa vasodilatação provoca um aumento do
cicatrização de feridas bucais Extracellular
matrix role on the wound healing of oral
lesions. 2008;26(3):351–6.
número de plaquetas na circulação, formando um tampão hemostático
20. De Oliveira IVPM, Da Cunha Dias RV. para que não haja perda sanguínea21. Essa ativação plaquetária
Cicatrização de feridas: Fases e fatores de
influência. Acta Vet Bras. 2012;6:267–71. necessita da ativação provinda dos receptores de glicoproteínas IIb/
21. Isaac C, Ladeira PRS, Rêgo FMP, Aldunate
JCB, Ferreira MC. Processo de cura das IIIa (GP IIb/IIIa).
feridas: cicatrização fisiológica. Rev Med(São
Paulo). 2010;89(Lim 04):125–31.
22. Santoro ML. Contribuição à investigação
Estes receptores possuem sítios de ligação para o fibrinogênio,
de alterações hemostáticas. Universidade de
São Paulo; 2002.
fibronectina, entres outros. As plaquetas ativadas liberam fatores
23. Balbino CA, Pereira LM, Curi R. de crescimento como o fator de transformação do crescimento beta
Mecanismos envolvidos na cicatrização: uma
revisão. Rev Bras Ciências Farm [Internet].
Revista Brasileira de Ciências Farmacêuticas;
(TGF-β tabela2) e o fator de crescimento derivado de plaquetas
2005 Mar [cited 2015 Apr 9];41(1):27–51.
Available from: http://www.scielo.br/ (PDGF), quimiocinas como o CTAP-III (peptídio ativador de tecido
scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-
93322005000100004&lng=en&nrm=iso&tl conjuntivo III, com função anticoagulatória)22 e também outras
ng=pt
24. Marco Andrey Cipriani Frade. Úlcera proteínas como fibrinogênio23. Na fase coagulatória os fatores de
de perna: Caracterização clínica e perfil
[Internet]. Tese de Doutorado. Universidade crescimento, principalmente o TGFα, promoverão a desinfecção da
de São Paulo; 2003. Available from: http://
www.tropen.uni-bonn.de/new_website/ ferida pela destruição de agentes contaminantes através do coagulo
englische_seiten/Study/00-Manuscriptohne
pdfallome trics.pdf. de fibrina24.
25. Robson MC, Phillip LG, Cooper DM, Lyle
WG, Robson LE, Odom L, et al. Safety and
effect of transforming growth factor-beta(2) O TGFβ considerado o “hormônio da cicatrização”, tem como
for treatment of venous stasis ulcers. Wound
Repair Regen [Internet]. Jan [cited 2015 Apr
9];3(2):157–67. Available from: http://www.
papel principal a estimulação dos fibroblastos (quando em baixas
ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17173644
concentrações) e da diferenciação de células (em altas concentrações).
A partir dos fibroblastos e miofibroblastos o TGF-β induzirá a contração
da cicatriz na primeira semana do ferimento.

Em um estudo com pacientes diabéticos, observou-se que os


miofibroblastos aparecem tardiamente na lesão, sugerindo o seu papel
na dificuldade no fechamentoda ferida17. Em um estudo de Robson et
al, foi observadoum aumento no reparo de úlceras varicosas com a
aplicação tópica de TGFβ25.

Relacionado com os linfócitos T, o TGFβ atuará ligando-se à


superfície dos mesmos e finalizando a resposta imune e permitindo o
início da cicatrização16.

Alterações orgânicas que promovem a diminuição de TGFβ,

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ocasionarão um aumento de células Treg ou um equilíbrio entre as


mesmas e o TGFβ impedindo assim a atuação deste com a cicatrização16.

Em contra partida, o excesso de TGFβ pode ser benéfico ao


organismo. Em processos tumorais, os linfócitos T podem inibir a
4. Melo KM, Tavares B, Carvalho C. Células resposta imune, sendo assim o aumento do TGFβ é importante para
T regulatórias : mecanismos de ação e
função nas doenças humanas. Rev bras atenuar a atuação dos linfócitos T e permitir que as células NK
alerg imunopatolRev bras alerg imunopatol.
2009;32:184–8. continuem agindo contra os estímulos tumorais4,26.
16. Faria B a, Silva SM, Abreu MTCL,
Napimoga MH. Ação dos linfócitos T
regulatórios em transplantes. Rev Bras Outro fator de crescimento já mencionado do processo de
Hematol Hemoter. 2008;30:309–15.
26. Pittet J, Gorelik L, Flavell RA, Weissleder
cicatrização é o PDGF, o qual tem a função de atrair monócitos e
R, Boehmer H Von, Chen M, et al. Regulatory
T cells suppress tumor-specific CD8 T cell
neutrófilos e promover a síntese de colágeno e proteoglicanos27.
cytotoxicity through TGF-β signals in vivo.
2005;102(2).
O PDGF atua em receptores relacionados a proteína tirosina
27. Travi-carneiro MC, Carneiro-travi MI, Bock
PM. Fatores de crescimento na cicatrização quinase que amplificam os sinais mitogênicos sendo o fator de
de úlceras diabéticas. 2013;(38):64–73.
28. Campos ACL, Borges-branco A, Groth crescimento de maior importância na proliferação e ativação dos
AK. Cicatrização de feridas. Arq Bras Cir Dig.
2007;20(1):51–8. fibroblastos, este tem papel crucial na reposição da matriz extracelular
29. Carla A, Medeiros Q De, Medeiros
LDA, Lyra AM De, Darlene L, Alves S. da pele envelhecida, promovendo a contração da ferida28,29.
Fatores de crescimento : uma nova
abordagem cosmecêutica para o cuidado
antienvelhecimento. 2011;92(3):80–9. Ele também pode trazer benefícios a pacientes diabéticos,
30. Lima AF, Costa LB, Silva JL Da, Maia MBS,
Ximenes ECPA. Interventions for wound atuando do mesmo modo que o tratamento tópico realizado com
healing among diabetic patients infected with
Staphylococcus aureus: a systematic review. TGFβ27,30.
Sao Paulo Med J [Internet]. 2011;129(3):165–70.
Available from: http://www.ncbi.nlm.nih.gov/
pubmed/21755251

Tabela 3. Fatores de crescimento ,sua origem e função(21).

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Estudos realizados com a manipulação de uma isoforma do


PDGF, o PDGFBB mostraram sua capacidade de regeneração tecidual
comprovadas na periodontia. Tem atuação em conjunto com o fator de
crescimento vascular endotelial (VEGF), promovendo a angiogênese17,
17. Raitz R. O papel da matriz extracelular na
cicatrização de feridas bucais Extracellular
matrix role on the wound healing of oral
.
25

lesions. 2008;26(3):351–6.
25. Robson MC, Phillip LG, Cooper DM, Lyle
WG, Robson LE, Odom L, et al. Safety and CONSIDERAÇÕES FINAIS
effect of transforming growth factor-beta(2)
for treatment of venous stasis ulcers. Wound
Repair Regen [Internet]. Jan [cited 2015 Apr
9];3(2):157–67. Available from: http://www. Uma vez que a cicatrização é um processo consequente á
ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/17173644
inflamação, buscamos relaciona-la com as células do sistema imune,
em especial os linfócitos T reguladores, que apesar de serem essenciais
para aregulação da resposta imunológica, podem tornar-se prejudiciais
ao organismo quando se encontram em falta ou em excesso.

Na ausência destas células, o organismo pode não conseguir


combater a infecção, mas, umexcesso das mesmas pode desencadear
uma doença autoimune.

A cicatrização ocorre após a finalização da resposta imune


contra os patógenos presentes, restaurando a homeostasia.

Ao entender a atuação dos linfócitos Treg, podemos perceber


a sua influência no processo de cicatrização (na verdade, vocês estão
levantando uma hipótese), principalmente a partir do TGFβ, produzido
pelos linfócitos,que atuará limitando suas ações e permitindo o inicio
da cicatrização. Esse produto dos linfócitos é o fator mais influente na
fibrogênese, juntamente com o PDGF.

O artigo também apresenta estudos que comprovam a eficácia


da aplicação tópica de algumas dessas células. (Acho que vocês podem
usar o contexto desta frase, para dar mais ênfase na hipótese).

REFERÊNCIAS

1. Tazima MDFGS, De Andrade Vicente Y a M V, Moriya T. Biologia da


ferida e cicatrização. Med (Ribeirão Preto). 2008;41(3):255–60.

2. Vignali DAA, Collison LW, Workman CJ. How regulatory T cells work.
Nat Rev Immunol [Internet]. 2008 Jul [cited 2014 Jul 11];8(7):523–32.

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COORTE 2018 - Número 8 A RELAÇÃO DOS LINFÓCITOS T REGULADORES NA CICATRIZAÇÃO: REVISÃO DA LITERATURA 36

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