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“O VENDEDOR DE PASSADOS”

 Escrito por José Eduardo Agualusa:


 Nasceu na cidade de Huambo, em Angola, a 13 de dezembro de 1960.
 Estudou Agronomia e Silvicultura. ~
 Viveu em Lisboa, Luanda, Rio de Janeiro e Berlim.
 É romancista, contista, cronista e autor de literatura infantil.
 O romance, publicado em 2004, é uma sátira política e social da Angola atual.
 Principais personagens:
 Félix Ventura (negro albino angolano que vende passados falsos ás pessoas);
 Eulálio (uma osga, que noutra vida tinha sido um humano, mora com Félix, é esta
que narra toda a história;
 Outras personagems importantes no enredo da historia:
 “José Buchmann” (um antigo fotógrafo de guerra, que pediu a Félix que lhe inventa-
se uma nova vida por completo, com comprovativos oficiais e tudo)
 Edmundo Barata dos Reis, comunista assumido, ex colega de Félix.
 Ângela Lúcia, mulher que gosta de fotografar nuvens. Primeira paixão de Félix.
 Resumo da obra:
 Félix Ventura constrói passados para pessoas que estejam interessadas em arranjar
um passado interessante (o próprio e o dos seus antepassados), ou porque lhes
convém, dado o seu destaque público, terem um passado a condizer e do qual se
possam orgulhar, ou porque tiveram um passado tão pobre que o querem mudar
para outro com o qual se sintam melhor.
 Félix é um homem só, fisicamente repulsivo para as mulheres e mergulhado nos seus
livros e no seu trabalho, tendo apenas a osga como companhia.
 Um dia aparece-lhe um cliente fora do habitual. Além de querer que Félix lhe arranje
um novo passado, quer também mudar de identidade e adquirir documentos que
comprovem essa nova identidade, serviço que Fénix executa com alguma renitência.
 José Buchmann passa a ser a identidade desse seu novo cliente, que, não satisfeito
ainda com o que Félix lhe inventou, quer saber mais detalhes sobre a sua vida
passada, tornando-se tão obcecado com isso, que vai aos sítios onde Félix diz que
estiveram o seu pai e a sua mãe para procurar provas desse seu novo passado
 Começa a comprovar alguns dos factos que tinham sido inventados. A ficção começa
a misturar-se com a realidade, e José Buchmann passa a ser mesmo José Buchmann,
e não quem era anteriormente. (Sua “mãe” aquarelista norte-americana Eva
Mullher)
 Basicamente o leitor acompanha o drama de uma osga que convive dramaticamente com as
lembranças da sua encarnação humana, a insistência de um homem em perseguir e validar o
passado comprado, e a agitação constante mas sutil de uma Luanda habitada por valas de lixo, por
loucos e por elites que o são por engano.
 Algumas passagens interessantes:
 A lucidez da osga é admirável: “A única coisa que em mim não muda é o meu
passado: a memória do meu passado humano. O passado costuma ser estável. Está
sempre lá, belo ou terrível, e lá ficará para sempre.”
 A mãe de Eulálio, aparece em sonhos (memórias da vida humana), fala sobre a
realidade e o sonho e aconselha: “Nos livros está tudo o que existe, muitas vezes em
cores mais autênticas, e sem a dor verídica de tudo que realmente existe. Entre a
vida e os livros, meu filho, escolha os livros.”
 Temáticas:
 Surge um tema claro à literatura universal: a meta-literatura. Por exemplo, contar a
história de um escritor (neste caso é a osga o narrador da história de Félix); O ofício
de criar histórias e personagens de Félix Ventura para seus clientes é em muito
similar ao de um escritor.
 A história de Angola, a sua herança de Portugal e a relações existentes entre todos os
países ligados por este idioma comum, a língua portuguesa.
 Tem várias reflexões sobre a memória e o passado, a forma como este muitas vezes
nos conduz nas nossas acções futuras, e a influência que o funcionamento da nossa
memória tem sobre nós e sobre os outros (não controlamos aquilo que de facto
memorizamos), na forma como observamos e interpretamos as acções próprias e
alheias.
 Opinião:
 Escrita/ideias muito orginais, o autor sobe tomar um embalo próprio.
 É uma história que, apesar da relativa complexidade, que exige alguma atenção,
acaba por se tornar numa leitura rápida e com vários pontos de interesse.
 Gostei bastante também da forma como o autor desenvolve esta história à volta do
tema da procura de identidade de um povo (relacionada de forma próxima com as
alterações advindas da descolonização).
 É interessante, mas não entusiasmante, tem a forma mas falta-lhe um pouco de
conteúdo.
 No entanto, gostei de conhecer este escritor lusófono.

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