Caro Aluno;
Natal/RN
2010
I – CONCILIAÇAO E MEDIAÇÃO
1) Em audiência:
2) Na redação da ata:
Não são todas as pessoas que têm qualidades ou características para promover
uma conciliação. Assim, os que “não levam jeito” ou aqueles que têm cultura de seguir
as normas objetivadas na lei, por dever ético, não devem adentrar no mundo da
conciliação.
Uma das vias mais efetivas para definir o Conciliador é dizendo o que ele não é:
2- Não é um negociador que toma parte na negociação, com interesse direto nos
resultados;
Há certas dicas de atuação precedentes à chegada das partes que podem auxiliar
o conciliador na consecução do êxito no processo de conciliação. Antes das partes
chegarem – o que deve ser bem considerado, uma vez que é comum que as partes mais
nervosas cheguem com dez a quinze minutos de antecedência – devem ser efetuados
alguns ajustes, tais como:
Caso haja co-facilitador, conversar com ele sobre como irão trabalhar em
conjunto e como será feita a apresentação do processo de conciliação na sessão
de abertura;
É importante que o posicionamento das partes seja realizado de modo que todos
consigam ver e ouvir uns aos outros, como também participar das discussões. Uma
segunda observação diz respeito à necessidade de se apartar qualquer aspecto que possa
transparecer alguma animosidade entre as partes. Assim sendo, de preferência, as partes
devem se sentar em posições não antagônicas (opostas). Um dos objetivos da
conciliação é tentar evitar um sentimento de rivalidade, o que, no caso da disposição das
mesas, é melhor conseguido ao não colocar as partes de frente uma para a outra, mas,
sim, lado a lado, no caso de mesa retangular, ou em posição eqüidistante, no caso de
mesa circular. Ademais, deve-se frisar que as pessoas que representam uma parte devem
conseguir se sentar juntamente com ela, caso assim o desejem.
Outros fatores ambientais como a cor das salas, música ambiente e aromas
igualmente poderão ser úteis para melhorar a sintonia das salas utilizadas para a
recepção das partes e conciliação de seus conflitos.
Nessa etapa o conciliador apresenta-se às partes, diz como prefere ser chamado,
faz uma breve explicação do que constitui a conciliação, quais são suas etapas e quais
são as garantias. Deve perguntar às partes como elas preferem ser chamadas.
A seguir, serão apresentados alguns tópicos que deverão ser trabalhados durante
a sessão de abertura. Evidentemente, tais tópicos deverão ser adaptados à realidade da
conciliação. Desse modo, o conciliador deve empregá-los de modo a melhor se
enquadrarem em seu estilo de atuar.
“Devo elogiá-los, desde já, por estarem empregando esforços para tentar
resolver suas questões por meio da conciliação, que, felizmente, em situações
semelhantes a que vocês estão passando, têm obtido bastante sucesso”;
“Meu papel, neste processo, é de auxiliá-los na obtenção do acordo. Trabalharei,
portanto, como um facilitador da comunicação, buscando compreender seus
interesses e descobrir as questões presentes. Em hipótese alguma, irei induzir
alguém a algo que não deseje. O importante nesse processo é que vocês
construam, em conjunto, o entendimento necessário”;
“Devo lembrá-los que não sou juiz e, portanto, não irei prolatar nenhuma
decisão em favor de uma ou outra parte. Minha atuação, portanto, será
desenvolvida de modo imparcial, sempre no intuito de auxiliá-los a terem uma
negociação eficiente”;
“Além de auxiliar na resolução do conflito, devo lembrá-los que a conciliação,
em geral, pode ser um interessante meio para aperfeiçoar o relacionamento das
partes”;
“Devo lembrá-los de que tudo o que for aqui dito será mantido em segredo.
Assim, como conciliador não posso ser chamado a servir como testemunha do
que será dito aqui em um eventual processo judicial”;
“Peço-lhes, para que tudo corra de forma eficiente durante o processo de
conciliação, que cada um respeite a vez do outro falar, mesmo que seja difícil.
Afinal, todos terão também a sua oportunidade de se manifestar”;
“Agradeço a presença dos advogados pois notamos que bons advogados são
muito importantes na conciliação na medida em que auxiliam as partes a
encontrar novas e criativas soluções às suas questões bem como asseguram aos
seus clientes que estes não abrirão mão de nenhum direito que desconheçam
ter”;
“Vocês estão de acordo com as regras que apresentei previamente? Há alguma
observação que vocês desejam fazer? Alguma dúvida?”.
Resumindo, eis os passos iniciais que devem ser seguidos na fase inicial da
conciliação:
Após uma exposição pelas partes de sua versão dos fatos, a qual o conciliador,
dentre outras posturas, terá escutado ativamente (demonstrando interesse pelo assunto),
haverá oportunidade do conciliador elaborar perguntas abertas que lhe auxiliarão a
entender os aspectos do conflito que estiverem obscuros.
Nesse momento, o conciliador deve explicar às partes como se dará início à
reunião de informações, dando, em seguida, a cada pessoa a oportunidade para falar o
que deseja.
No momento em que irá passar a palavra a uma das partes, o conciliador deve
evitar termos, tais como versão ou ponto de vista, pois soa como se o que a parte tem a
dizer não seja bem verdadeiro (i.e.. “conte-nos sua versão” ou “qual seu ponto de vista
sobre os fatos” apresenta a possibilidade da parte interpretar essas frases como um
prejulgamento do conciliador de que este não acredita na veracidade do que a parte tem
a dizer). Uma alternativa simples seria dizer: “você pode nos relatar o que ocorreu?” ou
então “o que tem acontecido e como isso tem lhe afetado?”.
Se não houvesse restrições de tempo em conciliações, o ideal seria deixar as
partes se manifestarem pelo tempo que quisessem. Todavia, considerando as restrições
de recursos humanos (i.e. número de conciliadores) faz-se necessária a recomendação
de que as partes apresentem suas perspectivas em 5 ou 10 minutos.
Formule perguntas!
Discuta a controvérsia!
Analise as opções.
9. Encerre a sessão
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS: