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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Levantamento de Dutos Enterrados: Modelagem Física em


Centrífuga Geotécnica
Priscila de Almeida Cardoso Santiago
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, Brasil,
pcardoso_enge@hotmail.com

Fernando Saboya Albuquerque Jr.


Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, Brasil,
saboya@uenf.br

Rodrigo Martins Reis


Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, Brasil,
reis@uenf.br

Sérgio Tibana
Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, Brasil,
tibana@uenf.br

Rubens Ramires Sobrinho


Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro, Campos dos Goytacazes, Brasil,
rubensr.sobrinho@terra.com.br

RESUMO: Este trabalho tem a finalidade de estudar o comportamento de dutos enterrados, com o
objetivo de propor um sistema de ancoragem através de geogrelhas, para evitar movimentos
ascendentes que possam comprometer sua funcionalidade. A simulação foi realizada na Centrífuga
Geotécnica da UENF a 10g. Foram ensaiadas duas diferentes densidades de areia e duas larguras de
geogrelhas. Foram realizados oito ensaios de arrancamento em escala reduzida a 10g, para
determinar a resistência ao arrancamento de dutos enterrados. Dois testes foram feitos com um duto
ancorado a uma geogrelha de largura 3D, dois com um duto ancorado a uma geogrelha de largura
2D, e quatro simplesmente com os dutos enterrados. Para as séries de ensaios foi utilizada areia
normalizada como material de aterro com duas densidades relativas diferentes (70% e 23%). Os
resultados apresentados mostram um ganho de resistência quando os dutos enterrados são
ancorados a geogrelha.

PALAVRAS-CHAVE: duto enterrado; ancoragem; resistência ao levantamento, geogrelha

1 INTRODUÇÃO Os dutos geralmente transportam uma


variedade de produtos com densidades, pressões
Nos últimos anos muitos estudos sobre o e temperaturas diferentes. Os produtos mais
comportamento de dutos enterrados foram comumente transportados em dutos são óleo
realizados, em sua maioria com o objetivo de cru, gasolina, diesel, nafta, óleo combustível,
verificar o seu comportamento diante de fatores gás natural e gás liquefeito do petróleo (GLP),
como altura de cobertura, tipo de solo, grau de muitos deles considerados de alta
compactação, entre outros, têm sido periculosidade, em caso de sinistro.
desenvolvidos (Katona, 1988; Phares et al. Dutos que transportam gás ou óleo, seja off-
1998; Rogers, 1988; Rogers, 1987; Conrad et shore ou on-shore, são geralmente enterrados
al. 1998). visando evitar problemas de isolamento
térmico, proteção mecânica e em alguns casos,

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interferência em atividades pesqueiras. Esses 1993) descreve que os resultados de uma


dutos, geralmente sujeitos a operarem em análise dimensional indicam que, se o mesmo
temperaturas e/ou pressões elevadas, são leves solo é usado por ambos, modelo e protótipo,
em relação ao peso das camadas de reaterro e uma variação em dimensão de modelo pelo
tendem a sofrer deformações verticais fator de escala pertinente, não causa variação de
consideráveis, devido a forças advindas das tensão, enquanto que deslocamentos, forças e
pressões de bombeamento e aumento da torques são alterados por estes fatores de escala.
temperatura. A centrífuga geotécnica é uma ferramenta de
Existem muitos problemas relacionados à modelagem física disponível na engenharia que
estabilidade de gasodutos quando sujeitos a viabiliza o estudo e a análise de problemas
subpressões, devido à elevação do nível d’água reais, utilizando como material, o próprio solo
do terreno. Neste caso, devem ser estudadas em ambiente de gravidade modificada.
propostas para estabilização do gasoduto, Nos experimentos em centrífuga, o modelo é
através de novas geometrias de lastro para representado em uma escala reduzida do
aproveitamento da massa de solo subjacente protótipo e, portanto, os eventos no protótipo e
que preenche a vala. no modelo devem ser semelhantes. Esta
O presente estudo foi realizado na oficina de semelhança precisa seguir leis de escala
modelagem física do Laboratório de Engenharia apropriadas. O princípio básico dos ensaios em
Civil da Universidade Estadual do Norte centrífuga, consiste em submeter o modelo a
Fluminense Darcy Ribeiro, utilizando a uma força inercial de magnitude igual à força
Centrífuga Geotécnica para a modelagem dos gravitacional experimentada pelo protótipo
dutos enterrados em solo arenoso. (Schofield, 1980).
Este trabalho apresenta uma análise Nos modelos acelerados na centrífuga e,
comparativa da resistência ao levantamento portanto, submetidos a um campo inercial de
entre dutos enterrados em areia, ancorados a aceleração radial, a gravidade é aumentada 
uma geogrelha. O objetivo deste trabalho é vezes em relação a gravidade terrestre
determinar a influência dessa ancoragem no (Schofield, 1980 e Taylor, 1995), sendo  a
ganho de resistência ao levantamento de dutos escala do modelo ensaiado. As principais
enterrados quando sujeitos à empuxo relações de escala entre o modelo e o protótipo
ascendente como resultado da ação da subida do são apresentadas na Tabela 1.
lençol freático.
Tabela 1. Relações de escala em modelos centrífugos
(Schofield,1980).
2 MODELAGEM FÍSICA EM Parâmetro Relação de Escala
Modelo/ Protótipo
CENTRÍFUGA GEOTÉCNICA Gravidade 
Comprimento 
2.1 Geral Densidade 
Massa 
A modelagem física simula um evento real sob Tensão 
condições controladas. Se dois processos físicos Deformação 
são semelhantes, é possível prever o Força 
comportamento de um deles quando se é Tempo (difusão) 
Tempo (relaxação) 
conhecido o comportamento do outro. Em
trabalhos experimentais os dois processos
2.2 Centrífuga Geotécnica da UENF
físicos são o protótipo e o seu modelo. Em
laboratório é usual utilizar o modelo em escala
A centrífuga da UENF, apresentada na Figura 1,
geométrica reduzida, pela facilidade de ensaiá-
é constituída de um braço, tendo no centro um
lo e de manuseio, além dos custos bem
acoplamento em um eixo girante. Nas
menores, em relação a ensaios em protótipos.
extremidades deste braço existem duas
Com respeito a ensaios em modelos
plataformas para acomodar caixas testes, uma
reduzidos, Langhaar (1951, apud Carneiro,
para cada lado do braço. Sua capacidade de

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operação pode chegar a 100g com caixas testes mostrando a caixa teste na plataforma da
de até 1t. centrífuga.

Figura 1. Vista da plataforma da centrífuga com a caixa


teste

Os dados advindos da instrumentação dos


ensaios é feita através do slip ring, constituído
de um corpo cilíndrico com anéis deslizantes e
escovas fixas, para conexão de fios energizados
e alimentação da rede elétrica aos dispositivos Figura 2. Esquema do ensaio na centrífuga
instalados no braço da centrífuga.
A fim de fornecer pressão hidráulica do Na Figura 3 é mostrado o posicionamento
sistema para permitir o uso de atuadores dos dutos, a altura de aterro, a ancoragem da
hidráulicos, uma unidade hidráulica HPU- MTS geogrelha, o posicionamento do atuador, do
foi instalada em uma sala fora da câmara de sensor de deslocamento potenciométrico e da
centrifugação. Esta HPU, controlada por um célula de carga.
computador é ligada a um controlador 407 MTS
que funciona a uma pressão máxima de 3500
psi e tem a capacidade de executar um grande
número de tipos de carregamento, com rampa e
ciclos programados.
Para uma melhor visualização durante os
ensaios foi instalada uma câmera de vídeo na
parte superior do braço da centrífuga. Ao girar
junto com as plataformas, a câmera fornece
uma imagem estacionária do ensaio. Esse
recurso permite, além de melhorar o controle,
uma visão qualitativa do ensaio em tempo real.

3 MODELO EXPERIMENTAL

Os ensaios de arrancamento foram realizados


em dutos rígidos enterrados na mesma
profundidade (H= 3D). Em cada caixa teste foi
possível ensaiar dois dutos por vez, sendo que
um foi ancorado a uma geogrelha e o outro não,
para efeitos de comparação. Um esquema Figura 3. Representação ilustrativa da montagem do
ilustrativo do ensaio é apresentado na Figura 2, modelo

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3.1 Apresentação dos Ensaios Os modelos foram preparados utilizando


uma areia industrial, comercializada pelo
Foram realizados oito ensaios de arrancamento Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT). A
acelerados a 10g, com o objetivo de se areia foi lançada por gravidade na caixa teste
determinar a resistência ao arrancamento dos antes do modelo ser acelerado na centrífuga,
dutos enterrados. Dois ensaios foram feitos com utilizando um pluviador (Figura 4), o que
um duto ancorado a uma geogrelha de largura proporciona uma distribuição em camadas
3D, dois com um duto ancorado a uma uniformes do material. Um sumário de algumas
geogrelha de largura 2D, e quatro somente com propriedades físicas do material é apresentado
os dutos enterrados. Os ensaios foram
na Tabela 3. A altura (H) de aterro utilizada em
realizados em duas diferentes densidades,
totalizando oito modelos ensaiados. todos os testes foi de 3D (H=15cm) a partir do
Os dutos foram arrancados por um atuador topo do duto.
(pistão hidráulico) com curso máximo de
Tabela 3. Propriedades Físicas da Areia IPT
65mm, controlado a uma velocidade constante Propriedade Valor
(0,5 mm/s). A força foi medida por uma célula Diâmetro Efetivo D10 0,2776 mm
de carga com capacidade máxima de 453,59 Kg Peso Específico 2,67 g/cm3
e o deslocamento vertical foi aquisitado por um Índice de vazios mínimo emin 0,725
sensor de deslocamento potenciométrico. Para Índice de vazios máximo emax 1,063
Ângulo de atrito residual 33°
as séries de ensaios foi utilizada areia Ângulo de atrito de pico (Dmax) 50°
normalizada como material de aterro em duas Ângulo de dilatância 25°
densidades relativas diferentes (70% e 23%).
Um sumário dos testes é apresentado na Tabela
2.

Tabela 2. Detalhamento de cada ensaio


Ref. no. Geogrelha Densidade
Relativa do
Material
P1 3D 70%
P2 2D 70%
P3 - 70%
P4 - 70%
P5 3D 23%
P6 2D 23%
P7 - 23%
P8 - 23%

3.2 Materiais e Métodos

Para os ensaios foi utilizada uma caixa teste de


alumínio aeronáutico pesando 160 Kg, com
uma das faces em acrílico de modo a
possibilitar a visualização do modelo. A caixa
teste possui dimensões internas de 70 cm de Figura 4. Pluviação da areia na caixa teste
comprimento, 25 cm de largura e 50 cm de
altura. 3.3 Descrição dos Testes P1-4
Os dutos são representados por tarugos de
alumínio aeronáutico sólido, com diâmetro de 5 Para os testes P1-4, foi realizado o ensaio de
cm, comprimento de 20 cm e peso de 1096,38g. arrancamento em dutos enterrados em areia
A escala utilizada no modelo em relação ao com densidade relativa de 70%, caracterizando
protótipo é 1:10. um solo em estado denso.

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No teste P1 o duto foi ancorado a uma testes P7 e P8 os dutos foram simplesmente


geogrelha de largura 3D de acordo com o instalados sem ancoragem, por razões já
esquema mostrado na Figura 3. No teste P2 o descritas anteriormente.
duto foi ancorado a uma geogrelha de largura A técnica de arrancamento, a preparação do
2D e nos testes P3 e P4 os dutos foram modelo e a aquisição dos dados, foram idênticas
simplesmente instalados sem ancoragem. Com às utilizadas em todas as séries de ensaios.
isso, cada ensaio possuia um duto ancorado
adjacente a um duto sem ancoragem para que os
resultados fossem comparados diretamente num 4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
mesmo teste, minimizando assim alguma
diferença na densidade relativa do material Estudos têm sido conduzidos para investigar a
entre ensaios diferentes. resistência ao levantamento e um mecanismo de
O deslocamento do duto e a força de ruptura correspondente (e.g. Trautmann et al.
arrancamento foram aquisitados num 1985; Ng. and Springman 1994; Bransby et al.
computador utilizando um software 2002; White et al. 2000; Chin et al. 2006;
desenvolvido no laboratório em linguagem Schupp et al. 2006).
LabVIEW. Ng and Springman 1994, utilizaram a
O arrancamento do duto utillizando o resistência ao levantamento normalizada para
atuador hidráulico, é controlado pelo software expressar os resultados de dutos enterrados em
que permite o posicionamento controlado do material granular. Esta resistência normalizada
atuador. A rampa de deslocamento pode ser pode ser expressa por:
especificada através do software, incluindo
cargas dinâmicas, de tração e compressão na Q = F*/L (1)
velocidade especificada. Na Figura 5 é
apresentada a imagem do software durante um onde Q é a resistência ao levantamento por
ensaio de arancamento na centrífuga. unidade de comprimento do duto durante os
testes, F* é a força de levantamento
descontados o peso dos mecanismos de
levantamento e o peso do duto e L é o
comprimento do duto.
Por comparação com a equação (1), Q* pode
ser rearranjado como:

Q*= Q/ (D γ´H) (2)

sendo D o diâmetro do duto, γ´ o peso


específico do solo e H a profundidade na qual o
duto está instalado medindo-se do seu topo até a
superfície do solo.
Figura 5. Imagem do LabVIEW durante um ensaio de
arrancamento 4.1 Ensaio P1-4

3.4 Descrição dos Testes P5-8 Os testes P1-4 foram executados com o solo na
densidade relativa de 70%. O teste P1 apresenta
Para os testes P5-8, foi realizado o ensaio de uma força de levantamento de pico (F*) de
arrancamento em dutos enterrados em areia 1106,66 N enquanto que no teste P2 a força de
levantamento de pico (F*) foi de 102614 N. As
com densidade relativa de 23%, caracterizando
geogrelhas ancoradas aos dutos favoreceram um
um solo em estado fofo. ganho de resistência, sendo que para a
No teste P5 o duto foi ancorado a uma geogrelha de largura 3D o ganho foi de
geogrelha de largura 3D. No teste P6 o duto foi aproximadamente 8% em relação à geogrelha
ancorado a uma geogrelha de largura 2D e nos de largura 2D, para esta configuração de solo

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denso. Em relação aos dutos simplesmente resultados destes testes estão apresentados na
enterrados sem ancoragem, o ganho de Figura 7 juntamente com a Tabela 5.
resistência foi de aproximadamente 25%. Os Na Tabela 5 estão apresentados os resultados
resultados destes testes são apresentados na da força de pico (F*), resistência normalizada
Tabela 4 e na Figura 6. (Q*) de pico e a relação do deslocamento
Na Tabela 4 estão apresentados os resultados vertical (δw) com o diâmetro do duto (D).
da força de pico (F*), resistência normalizada
(Q*) de pico e a relação do deslocamento Tabela 5. Resumo dos Resultados
vertical (δw) com o diâmetro do duto (D). Ref. no. Pico Pico Q* δw/D
Pode-se observar que no ensaio com a F* (N)
P5 695,2 3,45 0,431
geogrelha de largura 3D (P1) o deslocamento
P6 685,86 3,41 0,285
para atingir a resistência de pico foi P7 627,33 3,12 0,312
aproximadamente 2,4 vezes maior que nos P8 551,54 2,74 0,272
demais ensaios executados a essa densidade.

Tabela 4. Resumo dos Resultados Pode-se observar que no ensaio com a


Ref. no. Pico Pico Q* δw/D geogrelha de largura 3D (P2) o deslocamento
F* (N)
para atingir a resistência de pico foi
P1 1106,66 5,05 0,765
P2 1026,14 4,68 0,296 aproximadamente 1,4 vezes maior do que nos
P3 882,92 4,03 0,278 demais ensaios executados a essa densidade.
P4 892,07 4,07 0,335
800

1200 700 P5
P1 P6
Força de Levantamento- F*(N)

P2 600
1000
Força de Levantamento- F* (N)

500 P8
800 P7
P3 400

600 P4
300

400 200

100
200
0
0 10 20 30 40 50 60
0
0 10 20 30 40 50 60 Deslocamento Vertical (mm)

Deslocamento Vertical (mm)

Figura 7. Curvas de força vertical normalizada para a


Figura 6. Curvas de força vertical normalizada para a densidade relativa de 23%
densidade relativa de 70%
4.3 Resistência Normalizada ao
4.2 Ensaio P5-8 Arrancamento Q*

Os testes P5-8 foram executados em solo com a Na figura 8 é apresentado o resultado da relação
densidade relativa de 23%. O teste P5 apresenta entre a resistência normalizada do duto com
uma força de levantamento de pico (F*) de Qg* e sem ancoragem Q*. Esta figura
695,2 N enquanto que o teste P6 apresenta uma demosntra a eficiência da ancoragem da
força de levantamento de pico (F*) de 685,86 geogrelha em dois estados da areia, ou seja, fofa
N. Nesta configuração de solo fofo, a
e densa. Para se calcular a relação da resistência
ancoragem da geogrelha de largura 3D tem um
nos dutos sem ancoragem, foi utilizada a média
ganho de resistência de aproximadamente 1,5%
em relação à ancoragem da geogrelha de largura dos valores de pico (Q*) obtidos nos ensaios de
2D. Com relação aos dutos simplesmente areia densa e fofa. Pode-se observar que quando
enterrados sem ancoragem, o ganho de se utiliza a resistência de pico F*, a geogrelha
resistência foi de aproximadamente 26%. Os ancorada na base dos dutos aumenta
significativmente a resistência ao arrancamento.

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Para a geogrelha de largura 3D a melhor melhorando a sua resistência (compactação) ou


eficiência se encontra para o solo no estado uso de materiais com maiores densidades, como
denso, enquanto que para a geogrelha de largura o aterro de cascalho ou mesmo enrocamento
2D a eficiência foi praticamente a mesma para com bermas. No entanto, apesar de alguns bons
os dois estados do solo. Esta diferença de resultados, a maioria dessas propostas tem
resultados entre as geogrelhas, pode ser como grande inconveniente a interferência nos
atribuída a massa de solo mobilizada pela trabalhos de campo, especialmente no interior
geogrelha maior no estado denso em virtude da da vala, que é altamente indesejável.
superfície de ruptura e da ocorrência de O método aqui proposto, além de ser
dilatância, que para essa profundidade se eficiente, tem também a vantagem de não
desenvolve como um fluxo interno ao redor do interferir nos trabalhos de campo, uma vez que
sistema duto-geogrelha. Enquanto que para a a geogrelha encontra-se já ancorada à tubulação
geogrelha menor, a massa mobilizada é a no momento que ela esta é lançada na vala.
mesma tanto para o estado denso quanto para o
estado fofo, uma vez que o fluxo de solo
“circula” mais facilmente o sistema solo-duto. AGRADECIMENTOS
Os resultados aqui apresentados, apesar de
ainda estarem restritos a ensaios em laboratório, Os autores agradecem a FAPERJ e CAPES pelo
são promissores como uma medida simples, financiamento do primeiro e segundo autor
barata e direta para melhorar a resistência à respectivamente.
elevação dos tubos enterrados.

D REFERÊNCIAS

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em virtude da sua importância, tem sido with shallow cover. Transportation Research record
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Contudo, a maioria dos mecanismos propostos Rogers, C. D. F. (1987) The influence of surrounding soil
para combater os efeitos de elevação é baseada on flexible pipe performance. Transportation
Research Record 1129,p. 1-11.
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