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COBRAMSEG 2010: ENGENHARIA GEOTÉCNICA PARA O DESENVOLVIMENTO, INOVAÇÃO E SUSTENTABILIDADE. © 2010 ABMS.

Análise Crítica Referente ao Uso das Ferramentas da Teoria de


Adensamento para Solos Aplicadas aos Resíduos Sólidos Urbanos
Tapahuasco, Wilber Feliciano Chambi
Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, wilberfct@hotmail.com

Santos, Pedro Murrieta


Universidade de Brasília, Brasília, Brasil, pedro.murrieta@gmail.com

RESUMO: Este artigo apresenta uma análise do uso e limitações das ferramentas da teoria de
adensamento de solos quando aplicados aos resíduos sólidos urbanos. Para isso, a partir de uma
célula edomêtrica constituída de aço inox e de grandes dimensões (diâmetro interno de 400mm e
400 mm de altura), foram executados 2 ensaios de compressão confinada em resíduos sólidos
urbanos. Cada ensaio foi executado procurando evitar a biodegradação do material orgânico, com o
propósito, de se entender a compressibilidade dos resíduos sob influencia estrita dos fatores
mecânicos. Desta maneira, foi possível monitorar e conhecer os principais fatores que influenciam
na compressibilidade dos resíduos sólidos urbanos. Finalmente, os resultados e análises deste
trabalho mostraram que os mecanismos que governam a compressibilidade dos resíduos sólidos
urbanos são distintos aos dos solos, em conseqüência resultam interpretações diferentes.

PALAVRA CHAVE: Compressibilidade, resíduos sólidos urbanos, RSU, resíduos,


deformabilidade.
confinada, pretende determinar os principais
1. INTRODUÇÃO fatores que influenciam na compressibilidade
dos resíduos sólidos urbanos.
Com o propósito de compreender o
comportamento da compressão mecânica dos 2. FUNDAMENTO TEÓRICO
resíduos sólidos urbanos, diversos
pesquisadores executaram ensaios de Geralmente, os parâmetros de
compressão uniaxial em consolidômetros de compressibilidade até agora apresentados pela
grandes dimensões (Nascimento 2007; literatura, correspondem a resíduos sólidos
Machado et al. 2006, Durmusoglu 2006, urbanos com teores orgânicos menores a 55%
Tapahuasco 2005, Carvalho 1999, Pelkey 1997, (% em peso seco). Por exemplo, Carvalho
entre outros). (1999) a partir de uma célula edométrica de
Não obstante as características físicas dos grandes dimensões (diâmetro = 365, altura =
resíduos sólidos urbanos (RSU) sejam 385) executou ensaios de compressão confinada
completamente diferentes às dos solos, os utilizando resíduos com 12 % de teor orgânico
autores supramencionados lograram determinar (15 anos de aterramento). As Figuras 1 e 2
parâmetros de compressão mecânica, sendo apresentam as curvas de compressibilidade e
denominados como nos solos, de índice de adensamento obtidos por Carvalho (1999) em
compressão primária (Cc) e índice de ensaios de RSU.
compressão secundária (Cα). Embora os Tapahuasco (2008) comenta que a
resultados até agora publicados na literatura, metodologia de adensamento dos solos quando
existe a falta de trabalhos experimentais que aplicada a resíduos sólidos urbanos, apresenta
busquem determinar e demonstrar se os limitações em função do incremento do teor
mecanismos que governam a compressibilidade orgânico, influenciando tanto no
dos resíduos sólidos são similares aos dos comportamento típico da curva de
solos. compressibilidade como da curva de
Desta maneira, este trabalho a partir da adensamento. Desta maneira, pelo observado na
execução de 2 ensaios de compressão Figura 3, o autor argumenta uma distorção dos

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valores dos coeficientes de compressão (C’c)


em função do incremento das tensões e do
aumento do teor orgânico no RSU. Assim
também, pelo apresentado na Figura 4,
Tapahuasco (2008) conclui quanto maior o teor
orgânico presente nos RSU, a curva de
adensamento mostra-se irregular e
inconsistente. As Figuras 3 e 4 apresentam
respectivamente as curvas de compressibilidade
e adensamento elaboradas por Tapahuasco Figura 4- Comportamento das curvas de adensamento
(2008). dos resíduos sólidos urbanos em função do teor orgânico
(Tapahuasco, 2008).

Tomando como base os resultados dos


autores supramencionados, foi desenvolvido
este trabalho. Desta maneira, pretende-se
conhecer melhor os fatores que envolvem a
compressibilidade dos resíduos sólidos urbanos,
assim como, as limitações de uso da teoria de
adensamento de solos quando aplicados aos
RSU.

Figura 1 – curva de compressibilidade obtida para a3. 3. MATERIAIS E MÉTODOS


amostra T1B, com peso específico de 10 kN/m3 e
umidade de 95,4% (Carvalho, 1999). Seguindo a metodologia de alguns trabalhos
publicados na literatura (Nascimento 2007;
Machado et al. 2006, Durmusoglu 2006,
Tapahuasco 2005, Carvalho 1999, Pelkey 1997,
Jessberger e Kockel 1993) e com o propósito de
melhor representar a compressibilidade dos
RSU em termos de escala apropriada, foram
executados dois ensaios de compressão
confinada utilizando uma célula de grandes
dimensões (diâmetro interno de 400 mm e altura
de 400 mm).
A célula edométrica utilizada apresenta duas
Figura 2 – Curva de adensamento obtida para a amostra fases porosas para drenagem no topo e na base
T1B, com peso específico de 10 kN/m3 e umidade de
95,4% (Carvalho, 1999). da amostra, uma câmara de pressão via ar
comprimido. A Figura 5 mostra as
características do sistema de compressão
confinada utilizada.
P

Câmara
de ar

RSU

Figura 3- Variabilidade do coeficiente de compressão nas Dreno


curvas de compressibilidade (Tapahuasco, 2008)
Figura 5 – Célula de compressão confinada para lixo.

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Na execução de cada ensaio, foram aplicados A Tabela 1 apresenta as propriedades físicas


vários estágios de carregamento vertical das amostras de RSU antes e depois de cada
(pressão de ar) sobre a amostra do RSU (de 50, ensaio de compressão confinada.
100, 200, 400 kPa), medindo-se as deformações
verticais. Desta maneira, cada estágio de Tabela 1. Propriedades físicas dos resíduos frescos
carregamento durou vários dias até se conseguir, ensaiados.
Composição 1º ensaio 2º ensaio
claramente, a definição de uma trajetória reta
entre as deformações vs. o logaritmo do tempo. gravimétrica % peso % peso
O tempo total requerido para cada ensaio foi de úmido seco úmido Seco
aproximadamente dois meses e meio 2,01 3,88 2,63 5,36
Madeira
(carregamento e descarregamento).
Pedra /
Além do monitoramento das deformações 2 3,84 2,66 5,4
cerâmica
nos ensaios edométricos de RSU, foram têxteis e
realizados o acompanhamento de produção dos borrachas 4 7,68 5,31 7,46
líquidos drenados (chorume), assim como as Plástico 12,98 12,96 16,82 17,50
suas concentrações de potencial hidrogeniônico Vidro 2 3,84 2,64 5,37
(pH), sólidos totais (ST) e sólidos totais Metal 2 3,84 2,63 5,35
voláteis (STV). Desta maneira, pretender Papel / papelão 13,05 10,66 16,45 10,71
analisar possíveis fatores que possam Fração fina
influenciar o desenvolvimento normal dos (solo) 11,94 15,68 15,74 22,10
ensaios edométricos de RSU. material
orgânico 50,04 37,62 35,11 20,76
A metodologia empregada para determinação
dos ST e STV nos líquidos drenados estão Propriedades 4º ensaio 5º ensaio
baseados no “Standard Methods for the Índices Antes Depois Antes Depois
Examination of Water and Wastewater 18042 11696 18197 11179
(APHA,1998)”. Massa (g)
γ (kN/m3) e 6,93 10,68 7,63 10.38
As medidas de pH foram feitas utilizando o
medidor digital MpH-1200. É importante Umidade base Antes Depois Antes Depois
mencionar que prévia à realização de cada úmida total Total
ensaio, o aparelho era calibrado em função de w(%) w (%) w (%) w (%) w (%)
soluções padrões. A Figura 6 ilustra o aparelho Orgânico 60,95 70,94
utilizado para medida do pH. Fração fina 31,82 31
(solo) 42,37 36,70
Papel / papelão 57,55 68,01
Plástico 48,14 48,88

Conforme mostrado na Tabela 1, as


amostras foram ensaiadas com pesos
específicos iniciais de 6,93 kN/m3 (1º ensaio) e
7,63 kN/m3 (2º ensaio), registrando no final do
ensaios valores de 10,68 kN/m3 e 10,38 kN/m3
respectivamente. Finalmente na Tabela 1 são
registrados os principais componentes de RSU
que fizeram parte dos corpos de provas
Figura 6 – Aparelho medidor digital MpH-1200, leituras ensaiados, assim também, o teor de umidade e
de pH. massa total de cada corpo de prova.

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Após a definição dos procedimentos


escolhidos, execução e monitoramento dos
ensaios de compressão confinada para os RSU,
apresentam-se no item seguinte os resultados e
discussões.

4. RESULTADOS E DISCUSSÕES

As Figuras 7 e 8 apresentam para os ensaios de


compressão confinada executados (1º e 2º
ensaio), a correlação gráfica entre as curvas de
leitura dos extensômetros, curvas de produção
de chorumeo, curvas de ST, curvas de STV e
curvas de pH.
Observa-se em ambas as figuras (7 e 8) um
comportamento similar entre as curvas de
produção de chorume e as curvas de leitura dos
extensômetros. Além disso, percebe-se que a
produção do chorume ocorre, praticamente,
durante toda a execução de cada ensaio
edométrico (em todos os estágios de
carregamento).

Figura 8 – Correlação gráfica entre a curva de


deformação, curva de produção de chorume drenado,
curva de ST, curva de STV e curva de pH (2º ensaio
edométrico, 20,76% de teor orgânico)

A partir das Figuras 7 e 8, pode-se comentar


que devido aos constantes e sucessivos
acréscimos de carga os fluidos expulsos do
interior dos elementos tornam-se mais espessos,
apresentando maiores teores de ST e STV em
função do tempo, possibilitando assim a perda
de massa sólida do corpo de prova. Isto seria
um dos fatores que poderia influenciar no
comportamento das deformações nos RSU. É
importante comentar, conforme destacado na
literatura, os fluidos provenientes dos materiais
orgânicos apresentam maiores teores de ST e
STV em comparação aos outros elementos de
RSU.
Os valores de pH registrados no primeiro e
segundo ensaio edométrico (amostras com
37,62% e 20,76% de orgânico
respectivamente), não apresentaram
variabilidade significativa. Desta maneira,
pode-se comentar que os valores de pH para
ambos os ensaios se mantiveram estáveis
Figura 7 – Correlação gráfica entre a curva de durante toda a execução. Desta maneira, pode-
deformação, curva de produção de chorume drenado,
curva de ST, curva de STV e curva de pH (1º ensaio se argumentar que a biodegradabilidade dos
edométrico, 37,62% de teor orgânico)

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resíduos é quase ausente nos ensaios constituídos em parte por líquidos e gases na
edométricos. sua composição (materiais orgânicos
preferencialmente). Além disso, devido ao
4.1. Análise do comportamento da curva de incremento das concentrações de ST e STV em
compressibilidade nos resíduos sólidos função do tempo (Figuras 7 e 8), a variabilidade
urbanos do C’c, pode ser também a influência pela perda
de massa sólida dos corpos de prova.
Devido à grande heterogeneidade dos No entanto, o comportamento do trecho
componentes dos RSU, o peso específico dos virgem não tenha definido uma linha reta
sólidos e índice de vazios são parâmetros (Figuras 9 e 10), apresenta-se na Tabela 2 os
difíceis de se determinar. Optou-se por estudar valores médios de coeficientes de compressão
a compressibilidade no laboratório, usando determinados para os dois ensaios.
parâmetros de compressibilidade em função das
deformações verticais específicas (εv = ΔH/Ho). Tabela 2 – Coeficientes de compressão (C’c) e expansão
Desta maneira, as Figuras 9 e 10 apresentam as (C’e) de RSU.
Propriedades 1º ensaio 2º ensaio
curvas de compressibilidade do 1º e 2º ensaio
C'c 0,34 0,35
edométrico. C'e 0,02 0,05
log de tensão (kPa) γ (kN/m3) 6,93 7,63
10 100 1000 wi% 48,06 50,84
30 orgânico (%) 37,62 20,76
deformação (Ɛ %)

35 C'c = Coeficiente de compressão da curva de


C’c-1 compressibilidade; C'e = coeficiente de expansão da
40
45 curva de compressibilidade; wi% = teor de umidade
C’c-2 inicial.
50
55
60 C’c-3
65
Embora neste trabalho foram determinados
Figura 9 – Curva deformação vs. logaritmo da tensão, valores médios de C’c, é evidente o cuidado a
obtida para quarta amostra de RSU, com teor de material se ter na utilização destes valores em
orgânico de 37,62%. simulações de casos reais (recalques em aterros
sanitários). Isto devido às dimensões
log de tensão (kPa) consideráveis do maciço sanitário, as
10 100 1000 peculiaridades dos diferentes elementos de
RSU, teor orgânico presente e, à mudança das
deformação (Ɛ %)

25
C’c-1’ propriedades mecânicas de alguns elementos
35
sob efeito de um carregamento.
45 C’c-2’
55 C’c-3’ 4.2. Análise do comportamento da curva de
deformação em função do logaritmo do
65
tempo.
Figura 10 – Curva deformação vs. logaritmo da tensão,
obtida para quinta amostra de RSU, com teor de material Para as amostras de 37,62% e 20,76% de teor
orgânico de 20,76%. orgânico (1º e 2º ensaio) apresentam-se nas
Figuras 11 e 12 os resultados comparativos
Pelo observado nas Figuras 9 a 10, os entre as deformações (ε) e volumes de
trechos virgens das curvas de compressibilidade chorumens produzidos em função do logaritmo
não definem perfeitamente uma linha reta. Desta do tempo (log t). Embora foram aplicados
maneira ao igual que a literatura revisada, pode- quatro estágios de carregamento (50, 100, 200 e
se dizer que quanto maior são os incrementos de 400 kPa), apresentam-se nas Figuras 11 e 12 os
deformação vs. Log. da tensão (ε vs. log σ) o resultados comparativos para as cargas de 50 e
valor do coeficiente de compressão (C’c) tende a 200 kPa.
diminuir ligeiramente. Esta variação do C’c Conforme comentado anteriormente, para os
deve-se à mudança rápida das propriedades corpos de prova ensaiados, a produção do
mecânicas dos elementos inicialmente

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chorume ocorre durante todo estagio de cada trechos de deformações e, com inclinações
carregamento aplicado (Figuras 11 e 12). diferentes. O primeiro trecho ocorre num curto
intervalo de tempo (4 minutos
aproximadamente). Em seguida um segundo
trecho com inclinação menor à anterior é
desenvolvida. Já no caso das deformações
registradas sob o carregamento de 200 kPa, o
desenvolvimento do primeiro trecho de
deformação ocorre num tempo mais curto que
200 kPa os registrados sob efeito da carga de 50 kPa.
Isto em virtude a redução dos índices de vazios
e pelo incremento da consistência das amostras
devido aos carregamentos aplicados
anteriormente (50 e 100 kPa).
Segundo a teoria de adensamento de solos, o
primeiro trecho corresponderia à fase de
compressão primária e o segundo à fase de
compressão secundária (Figuras 11 e 12). No
entanto, pelas diferenças marcantes entre os
solos e os resíduos sólidos e, pelas observações
50 kPa
levantadas no Item 4.1, nesta pesquisa optou-se
por denominar as deformações do primeiro
trecho como 1ª fase de deformações. Assim
Figura 11 - Curvas deformação e produção de lixiviado também, as deformações do segundo trecho
em função do Log. do tempo (1º ensaio, 37,62% como 2ª fase de deformações.
orgânico). Pelo observado nas Figuras 11 e 12,
percebe-se que as maiores produções de
chorume ocorre na 2ª fase de deformações (2º
trecho). Segundo a teoria de Terzaghi no
adensamento secundário dos solos não há mais
fluxo hidráulico. Portanto, a 2ª fase de
deformação não pode ter os mesmos princípios
200 kPa hidráulico-mecânicos que o adensamento
secundário dos solos.
Percebe-se nos gráficos da Figura 11 que o
inicio do desenvolvimento da 2ª fase de
deformação ocorre de forma parabólica,
embora, apresentem uma tendência linear com
o transcorrer do tempo. Esta distorção no início
da 2ª fase deve-se provavelmente às
50 kPa velocidades decrescentes das deformações em
função da escala logarítmica do tempo. Já no
caso dos gráficos da Figura 12 esta distorção
não se apresenta muito significativa.
Com o propósito de obter parâmetros de
Figura 12 - Curvas deformação e produção de lixiviado
em função do Log. do tempo (2º ensaio, 20,76% compressibilidade referente à 2ª fase de
orgânico). deformação foram determinados os coeficientes
Com respeito às deformações registradas sob de compressão para as respectivas amostras de
o carregamento de 50 kPa, observa-se em RSU ensaiadas (37,62% orgânico, 20,76%
ambas as amostras (Figuras 11 e 12) que as orgânico), os quais são mostrados na Tabela 3.
curvas ε vs. log t definem praticamente dois

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Tabela 3- Coeficientes de compressão da 2ª fase de ferramentas de compressibilidade de solos


deformação (C’s). aplicadas para os resíduos sólidos. No entanto,
Valores de C’s
cargas 1º ensaio 2º ensaio
deve ser considerado que os mecanismos que
kPa (37,62% org.) (20,76% org.) controlam as deformações nos resíduos sólidos
50 0,036 0,018 são distintos aos dos solos, em conseqüência
100 0,036 0,031 resultam interpretações diferentes.
200 0,038 0,030
400 0,038 0,030
REFERENCIAS
Os valores dos C’s determinados para o 1º
ensaio (Tabela 3) mostram-se muito próximos. Associação Brasileira de Normas Técnicas – ABNT.
Já no caso do 2º ensaio só o valor do C’s Ensaio de adensamento unidimensional: NBR 12007.
determinado para a carga de 50 kPa apresenta- Rio de Janeiro, 1990. 13p.
se muito diferente da média, sendo APHA – American Public Health Association (1998).
Standard methods for the examination of water and
desconsiderado este valor para fins de análise
wastewater. 20 ed. Washington, 1998. 1220 p.
(devido a falta de confiabilidade e Carvalho, M. F. (1999) Comportamento Mecânico de
consistência). Resíduos Sólidos Urbanos. Tese de Doutorado-
Pela demonstração feita por Tapahuasco EESC-USP-São Carlos, 300p.
(2008), Carvalho (1999) e, pelos resultados Durmusoglu E, Sanchez IM, Corapcioglu MY (2006)
Permeability and compression characteristics of
obtidos nesta pesquisa, é importante mencionar
municipal solid waste samples. Environmental
que o coeficiente de compressão C’s é pouco Geology Journal, 50, pp: 773 – 786.
afetado pelo índice de vazios, praticamente Gabr, M. A. & Valero, S.N. (1995). Geotecnical
independente das sobrecargas e do peso Properties of Municipal Solid Waste. Geotechnical
específico aparente inicial da amostra. Testing Journal, GTJODJ, v. 18, n. 2, june. Pp: 241-
251.
Machado, S. L., Carvalho, M. F., Rocha, M. B.,
5. CONCLUSÕES E SUGESTÕES (2006).Estudo do efeito do envelhecimento na
compressibilidade de amostras de resíduos sólidos
Para os resíduos estudados, a partir da curva urbanos. COBRAMSEG’2006: XIII Congresso
deformação vs. log. do tempo (ε vs. log t), Brasileiro de Mecânica dos Solos e Engenharia
Geotécnica. Curitiba, Brsil. V. 3, pp: 1413-1418.
foram determinadas dois trechos de
Nascimento, J. C. F. (2007). Comportamento Mecânico
deformação. O 1º trecho denominado neste de Resíduos Sólidos Urbanos. Dissertação de
trabalho como 1ª fase de deformações verticais Mestrado. Escola de Engenharia de São Carlos da
e, o 2º trecho como 2ª fase de deformações Universidade de São Paulo, EESC-USP-São Carlos,
verticais. 160p.
Tapahuasco, W. F. C. (2005). Avaliação de modelos de
As deformações verticais da 1ª fase são
previsão de recalques dos resíduos sólidos urbanos do
principalmente provocadas pelo rearranjo das
Aterro do Jockey Clube de Brasília. Dissertação de
partículas, redução dos macroporos (espaços
Mestrado em Geoetcnia, Departamento de engenharia
vazios entre partículas), eliminação de água dos
civil e ambiental-UNB: 141 p.
macroporos e, à alta deformabilidade de alguns Tapahuasco, W. C, Santos, P., Silva, C. (2008). Influência
elementos de RSU. da Quantidade de Material Orgânico no Valor dos
As deformações verticais da 2ª fase são Coeficientes de Compressibilidade de Resíduos
provocadas pelos mecanismos de creep Sólidos. In: XI Congresso Nacional de Geotecnia e IV
(deformação lenta das partículas de RSU), Congresso Luso-Brasileiro de Geotecnia (XI IV
ravinamento, pela redução dos vazios dos GEO), 2008, Coimbra-Portugal: Departamento de
microporos presentes em alguns elementos de Engenharia Civil, FCTUC-Polo II, 3030788 Coimbra.
RSU (especialmente materiais orgânicos). V. 4, p 307 – 314.
Assim também, a dissipação dos gases e Tapahuasco, W. C. (2009). Análise do Comportamento de
líquidos que fazem parte da composição de Maciços Sanitários e Proposta de um Modelo de
alguns elementos nos RSU (principalmente Previsão de Recalques Considerando a Parcela da
material orgânico). Biodegradação. Tese de Doutorado, Publicação
Pelos resultados e análises de esta pesquisa, G.T.D-061/09, Departamento de Engenharia Civil,
pode-se concluir a importância do uso das Universidade de Brasília, Brasília, DF, 161 p.

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Jessberger, H. L., e Kockel, R. (1993). Determination and


Assessment of the Mechanical Properties of Waste
Materials. Proccedings Sardinia 93, Fourth
International Landfill Symposium, S. Margherita di
Pula, Cagliari, Italy, October 1993, p. 1383-1392.

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