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Ideologia: A Dissiminação dos Interesses

A palavra ideologia pode assumir diversos significados. Criada pelo filósofo francês Destutt de
Tracy (1754-1836), queria dizer ciência das ideias, compreendendo o estudo da origem do
desenvolvimento das ideias. Posteriormente, o termo passou a significar as ideias próprias de
certos grupos sociais e políticos. Assim é que se fala em ideologia liberal, ideologia de
esquerda, ideologia burguesa, etc.
Por influência do pensamento de Karl Marx, a palavra ideologia tornou-se largamente
utilizada na filosofia e nas ciências sociais, adquirindo um significado crítico e negativo. De
acordo com essa vertente, ideologia seria não apenas um conjunto de ideias que elaboram
uma compreensão da realidade, porque mostram as coisas de forma apenas parcial ou
distorcida em relação ao que realmente são.
O que se buscaria ocultar ou dissimular na realidade poderia ser, por exemplo, o domínio de
uma classe sobre outra. Neste caso, a ideologia teria funções como a de preservar a
dominação de classes apresentando uma explicação apaziguadora para as diferenças sociais.
Seu objetivo seria evitar um conflito aberto entre opressores e oprimidos.
A ideologia seria, portanto, uma forma de consciência da realidade, mas uma consciência
parcial e ilusória, que se baseia na criação de conceitos e preconceitos como instrumentos de
dominação.
Por outro lado, de acordo com a análise feita pelo filósofo marxista húngaro Gyorgy Lukács
(1885-1971), a caracerística fundamental da ideologia seria o fato de ela se prestar à
orientação da vida prática dos indivíduos, ou seja, de fornecer a base para a resolução dos
problemas práticos da vida em sociedade. Nesse sentindo, a ideologia teria uma função
operativa e existiria desde o momento em que os homens vivem em coletividade. Ou seja,
Lukács destaca que a ideologia não tem necessariamente o caráter dissimulador da luta de
classes, pois não seria um fenômeno apenas das sociedades divididas em classes.
Apenas quando o conflito social passa a fazer parte da realidade é que a ideologia se volta á
resolução dos problemas gerados por esse conflito, manifestando-se então como instrumento
de classe.
Assim, o fato de que a ideologia burguesa oculte ou mostre parcialmente a realidade se
originaria, por uma lado, de sua própria incapacidade de ver a realidade em sua totalidade e,
por outro, da necessidade, comum, a odas as classes dominantes, de tornar “universais” os
seus valores particulares, a fim de garantir a estabilidade da ordem social que lhe interessa.
Por isso, outro pensador marxista, o italiano Antônio Gramsci (1891-1937), se refere à
ideologia como sendo o “ciumento” que garante a coesão social.
A crítica de uma ideologia pode ser feita pelo exercício de “estranhamento” da realidade
em questão. Nesse exercício, os elementos que compõem determinada realidade devem
deixar de ser vistos como dados naturais, universais, óbvios, eternamente válidos, para serem
analisados, relativizados, examinados com senso crítico, compreendidos como construções
histórico-sociais. Desse modo, podemos dizer que “ao mesmo tempo que se iludem, os
indivíduos inquietos podem questionar suas próprias ilusões. Tropeçando nas distorções do
conhecimento, os seres humanos insistem em reagir contra elas. Conhecer é um anseio que
não se dissipa com a constatação das colossais dificuldades encontradas no caminho do
conhecimento.”

(KONDER, Leandro. A questão da ideologia. São Paulo, Cia Letras, 2002, p.259)

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