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(OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS FICAM NO FINAL DO TEXTO DEPOIS DO

DESENVOLVIMENTO)

OBJETIVO GERAL
Levantar as estratégias de intervenção e como ocorre a formação do psicólogo
frente a casos de adolescentes depressivos que apresentam traços de ideação suicida.

Objetivo Específico
1 - Investigar a preparação do Psicólogo com base na formação universitária, se esta é
suficiente para lidar com estes casos;
2 - Levantar intervenções do psicólogo e os resultado dessas intervenções;
3 - Identificar a frequência de casos atendidos por equipes multidisciplinares de
adolescentes com ideação suicida.
4 - Investigar os principais fatores que influenciam no processo terapêutico de sucesso.
5 - Compreender o processo de rapport entre profissional e paciente em casos de
ideação suicida.
JUSTIFICATIVA

Segundo dados mundiais há indicativos de que a cada 40 segundos ocorre um


suicídio, totalizando, portanto, cerca de 1 milhão de suicídios no mundo. No Brasil,
ocorre a cada 45 minutos. Predominantemente a faixa etária mais afetada é a mais
jovem, de 15 a 29 anos, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), assumindo a
terceira causa de mortalidade durante essa fase. Diante desta problemática questiona-se
os altos índices de ideação suicida e também a concretização do ato no público-alvo,
correlacionando a atuação do profissional psicólogo frente a esse cenário sucessivo e
alarmante, uma vez que seu envolvimento com a causa é interativo. Além disso, há a
pretensão de averiguar as condições cujas partes envolvidas vivenciam; desde formação
do psicólogo, preparo e experiências – em profissionais já formados – para lidar com
essa realidade atualmente consecutiva, às causas, sintomas, a compreensão e os
estigmas por detrás da problemática, sendo elas centradas em adolescentes
diagnosticados com depressão. (abranger mais sobre as contribuições que este trabalho
tem para os outros profissionais e a sociedade).

INTRODUÇÃO
Abordando o suicídio como um grave problema de saúde pública é necessário
sensibilizar a comunidade e quebrar tabus para que a compreensão chegue em totalidade
para qualquer indivíduo, afinal, a ocorrência envolve muitas partições vitais, sendo elas,
sociais, pessoais e profissionais. Com isso, nós como estudantes do curso de Psicologia
questionamentos o porquê do índice disparado de tentativas e suicídios cometidos,
mesmo com serviços públicos destinados à saúde mental, alguns deles destinados
exclusivamente a valorização da vida, como o CVV – Centro de Valorização da Vida.
Pressupõe-se diante dos dados apresentados na “Folha informática – Suicídio” pela
OPAS Brasil (Organização Pan-Americana da Saúde) em conjunto com a OMS
(Organização Mundial da Saúde) que a falta de conscientização prejudica a prevenção.

Embora haja um forte vínculo entre distúrbios suicidas e mentais, indaga-se a


relação também com o contexto sócio-histórico que vivenciamos que compactuam para
a impulsividade em momentos de ‘crise’ que podem surgir diante dos estresses
estabelecidos na vida cotidiana o que acomete a saúde física e psíquica da população.
Juntamente com a desinformação, negligências de profissionais despreparados,
violências, abusos e isolamentos, ou segregações vividas por grupos vulneráveis e
discriminados, associam-se de maneira significativa ao comportamento suicida. O
estigma, especialmente os que circundam a depressão e suicídio, reforçam que muitas
pessoas não procurem ajuda ao deparar-se com a ideação suicida, prejudicando
consequentemente o auxílio necessário para intervir este cenário. Contudo, suicídios
podem ser estrategicamente prevenidos em tempo adequado ao parear um amplo
trabalho multidisciplinar e plano multissetorial.

DESENVOLVIMENTO

1. ADOLESCÊNCIA

O termo "adolescência" vem do latim adulescens ou adolescentes – particípio


passado do verbo adolescere, que significa crescer; definido por Aurélio (2018) como
quadra da vida entre os primeiros assomos da puberdade e o termo do completo
desenvolvimento do corpo.

Erickson (1976) a caracterizou como processo do desenvolvimento marcante,


no qual há dificuldades para estabelecer uma identidade própria, mas, uma fase especial,
um modo de viver dentro do desenvolvimento entre infância e vida adulta. No Brasil, o
Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), Lei 8.069, de 1990, tem por definição, a
adolescência, dentro da faixa etária de 12 a 18 anos de idade (artigo 2o), e, em casos
excepcionais e quando disposto na lei, o estatuto é aplicável até os 21 anos de idade
(artigos 121 e 142).

De acordo com Katie Silver (2018) da BBC news essa fase tem início quando
uma parte do cérebro, o hipotálamo, ativa as glândulas hipófise e gônadas, que, entre
outras coisas, liberam hormônios sexuais. Ela costumava acontecer por volta dos 14
anos, mas caiu gradualmente no mundo desenvolvido nas últimas décadas até o patamar
de 10 anos. Como consequência, em países industrializados como o Reino Unido a
idade média para a primeira menstruação de uma garota caiu quatro anos nos últimos
150 anos. Metade das mulheres agora ficam menstruada pela primeira vez entre 12 e 13
anos. Ou seja, cientistas defendem atualmente que a adolescência transita entre 10 e 24
anos de idade, e alterações nas leis.

Guillermo Carvajal, (1998) em “tornar-se adolescente: A aventura de uma


metamorfose” divide adolescência em 5 fases:

• Amputada: que o adolescente se vê amputado de manifestar de forma direta seus


conflitos essencialmente adolescentes;
• Condensação simbólica: um fenômeno cultural que desapareceu em grande parte
do mundo moderno, o mito e o simbolismo substituem a ação direta do desejo
ou necessidade;
• Exuberante: que não poupa comportamentos, medos ou expressões que
permitam dar a conhecer sua inconformidade/desejo
• Abortada: onde o jovem se vê forçado a deter e abortar seu desenvolvimento
normal, convertendo-se em um personagem alheio ao processo de seus
congêneres;
• E a adolescência tardia: Quando aparecem etapas cronológicas posteriores ao
esperado em termos de médias de idade.

Becker (1989) a descreve como uma passagem de espectador, para ativo, autocrítico,
transformador. Cardoso, (2001) entendia, pelo senso comum, a adolescência como uma
fase de alegrias, repleta de esperanças quanto ao futuro; porém, com base no referencial
psicanalítico, a adolescência implica num árduo trabalho de reorganização física e
psíquica por parte do sujeito. Este trabalho, que, exige ao mesmo tempo a elaboração
das diversas mudanças corporais e excessos pulsionais, configura por si só uma situação
de violência, se encontra passivo diante de transformações que não pode controlar
(Cardoso, 2001). Com isso, podemos parear que a adolescência não pode ser definida de
uma única maneira, nem como entendida pelo senso comum, devido a sua diversidade e
também subjetividade de cada indivíduo, concluindo então que é um termo relativo.

A adolescência constitui um processo de perdas: da condição infantil, dos pais


da infância, do corpo infantil e antigos referenciais identificatórios; que são
significativas e podem ser vividas com intensa angústia; diante disto o ego será
convocado a iniciar um trabalho de elaboração de luto, desinvestido os antigos objetos e
então criando laços com outros objetos. ( Cardoso, 2001)

2. DEPRESSÃO

A depressão é uma doença relacionada à saúde mental que, acompanha a


humanidade durante o tempo. É considerada como o “Mal do Século” (OMS-
Organização Mundial da Saúde, 2012). Apresenta-se como um distúrbio afetivo agindo
diretamente no emocional da pessoa; é caracterizada por alguns sintomas como: falta de
apetite, tristeza profunda, perda de ânimo e interesse pelas coisas ou pessoas, oscilações
de humor e pensamento, podendo variar entre grau mais leve, moderado ou grave, sendo
capaz de levar a pessoa a idealizar, tentar e até cometer suicídio (Organização Mundial
da Saúde, 2009). Em relação às suas causas, a depressão está ligada às alterações nos
principais neurotransmissores (dopamina, serotonina e etc), sendo essas substâncias
principais responsáveis pela distribuição de impulsos nervosos entre as células
(VARELA, 2013) No último relatório da Organização Mundial da Saúde em 2018, a
depressão está em quarto lugar entre as principais patologias psicológicas, visto que se
esse rank for aumentando até 2020 a depressão estará em segundo lugar com
perspectivas extremamente sombrias.

2.1 O CÉREBRO E A NEUROQUÍMICA DA DEPRESSÃO

O ser humano contém no seu cérebro 5 principais neurotransmissores


(acetilcolina, endorfina, noradrenalina, dopamina e serotonina), aos quais trabalham
ativamente para auxiliar e estimular determinadas partes do corpo e do cérebro.
(MENEZES, 2018). É normal que o ser humano passe por diversas alterações de
emoções e sentimentos conforme seu cotidiano e os acontecimentos na vida, porém
algumas pessoas, no entanto, estas alterações se tornam excessivas em termos de
intensidade e/ou duração, passando a interferir em seu cotidiano (VARELLA, 2014).
Quimicamente, a depressão é causada por um defeito nos neurotransmissores
responsáveis pela produção de hormônios como a serotonina e endorfina, que dão a
sensação de conforto, prazer e bem-estar. Quando existe algum problema nesses
neurotransmissores, a pessoa começa a apresentar sintomas como desânimo, tristeza,
autoflagelamento, perda do interesse sexual, falta de energia para atividades simples
(ROSA, 2016).

2.1.1 TIPOS DE DEPRESSÃO

Existem diversos tipos de depressão com diferentes graus, sintomas e


comportamentos. A seguir confira a lista com alguns tipos de depressão:

▪ O Transtorno depressivo maior é um tipo de depressão mais frequente e


conhecido. Configura-se por um quadro de humor deprimido, perda de
interesse e de prazer, energia reduzida, diminuição das atividades e, em casos
mais graves, sofrimento e melancolia (DSM - V)
▪ Distimia (transtorno depressivo persistente) é uma forma de depressão
crônica com duração mínima de dois anos, de intensidade moderada, quando
o indivíduo fica predominantemente triste, desanimado, pessimista e sem
vontade de agir, com pouca energia e concentração. (DSM-V)
▪ Transtorno disfórico pré-menstrual Conhecida como TDPM, surge quase
todos os meses no período que antecede a menstruação e deve cessar quando
o ciclo se inicia. Os sintomas, no entanto, são muito mais severos do que a
tensão pré-menstrual comum, a ponto de deixar incapaz de exercer
atividades, por tristeza, irritabilidade, vontade de isolamento e muita
indisposição. (CID -10)
▪ Depressão psicótica ocorre quando uma pessoa tem depressão grave e
sintomas psicóticos, como ter falsas crenças (delírios) e ouvir ou ver coisas
perturbadoras que os outros não conseguem perceber também (alucinações).
Os sintomas psicóticos geralmente têm um tema depressivo, como delírios
de culpa, pobreza ou doença, podendo também ter um conteúdo
persecutório. (CID-10)
▪ Transtorno depressivo induzido por substância/medicamento está associada à
ingestão, injeção ou inalação de uma substância (droga de abuso, exposição
a uma toxina ou uso de medicamento), e incluem os sintomas de um
transtorno depressivo que persistem além da duração esperada dos efeitos
fisiológicos da intoxicação ou período de abstinência. (GOMES, 2017).

2.2 SAÚDE E DEPRESSÃO NA ADOLESCÊNCIA

De acordo com a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) Brasil 2018,


uma em cada seis pessoas tem entre 10 e 19 anos e as condições de saúde mental são
responsáveis por 16% da carga global de doenças e lesões em pessoas dentro dessas
idade e metade de todas as condições de saúde mental começa aos 14 anos de idade,
condições essas que não são tratadas nem detectadas; e entre 10% e 20% dos
adolescentes tem problemas de saúde mental mas são diagnosticados e tratados de
forma inadequada, isso quando não são negligenciados, por falta de conhecimento ou
conscientização sobre a saúde mental.

Em todo o mundo a depressão é uma das principais causas de doença e


incapacidade, sendo o suicídio a terceira principal causa de morte entre adolescentes de
15 a 19 anos, aos que não cometem suicídio e nem seguem um tratamento, a saúde
mental prejudicada se estende a vida adulta limitando-os física e psiquicamente;
múltiplos fatores determinam a saúde mental do adolescente, como: adoção de padrões
de sono saudáveis, exercícios regulares, desenvolvimento de enfrentamento, resolução
de problemas, habilidades interpessoais, aprender a administrar emoções, ambientes de
apoio na família, escola e na comunidade em geral também são importantes; quando há
falha em alguns ou todos os fatores citados os adolescentes podem estar expostos a
fatores de risco acarretando em um maior potencial de impacto a saúde mental, dentre
essas falhas, estão também associados a problemas de saúde mental: pais severos,
bullying, problemas socioeconômicos, violências gerais, condição de vida, estigma,
discriminação, exclusão, além de falta de acesso a serviços de apoio de qualidade, dados
que tem associação clara com a saúde mental prejudicada.

No tópico; transtornos emocionais, OPAS/OMS (Organização mundial da saúde)


2018 relatam que os transtornos emocionais geralmente surgem durante a adolescência.
Além da depressão ou da ansiedade, os adolescentes com essa condição também podem
sentir irritabilidade, frustração ou raiva excessivas. Os sintomas podem se sobrepor em
mais de um transtorno, com mudanças rápidas e inesperadas no humor e explosões
emocionais. Os adolescentes mais jovens também podem desenvolver sintomas físicos
como dor de estômago, dor de cabeça ou náusea. Em todo o mundo, a depressão é a 9ª
causa de doença e incapacidade entre todos os adolescentes, a ansiedade é a 8ª principal
causa. Transtornos emocionais podem ser profundamente incapacitantes para o
funcionamento de um adolescente, afetando o trabalho e a frequência escolares. A
retirada ou a separação de familiares, colegas ou comunidade podem exacerbar o
isolamento e a solidão. Na pior das hipóteses, a depressão pode levar ao suicídio.

3.1 SUICÍDIO

O suicídio pode ser considerado como o ato que leva ao indivíduo a tirar sua
própria vida. Tratando-se sobre seu termo, a palavra suicídio varia do vocabulário latino
onde Sui – si mesmo e caedere – matar, definido a palavra em “matar a si mesmo”. É
um fenômeno caracterizado como comportamento suicida que, é marcada por
determinantes de multi fatores tanto psicológicos, biológicos e até culturais, relacionada
a algumas psicopatologias. (Cartilha - Suicídio informando para prevenir, 2017).

O suicídio é uma questão de urgência na saúde do mundo inteiro; segundo a


Organização Mundial da Saúde em 2018, a cada 2 minutos alguém idealiza, tenta e até
consegue cometer suicídio, equivalente a 800 mil pessoas por ano cometem suicídio,
sendo também uma das responsáveis pelas principais mortes de jovens entre 15 e 29
anos.

3.2 SUICÍDIO NA ADOLESCÊNCIA

Existem diversos comportamentos suicidas, que podem levar tanto a ideação, como até
o ato consumado. A seguir será listado alguns destes comportamentos.

▪ Demonstrar tristeza excessiva e isolamento estar frequentemente triste e sem


vontade para participar em atividades com os amigos ou fazer o que se fazia
antigamente são alguns sintomas de depressão, que, quando não tratada, é uma
das principais causas do suicídio. (VARELA, 2011).
▪ Através da percepção da alteração do comportamento em uma pessoa com ideias
suicidas pode comportar-se de forma diferente, falando de outra forma, deixando
de conseguir entender o humor de uma conversa ou, até, participando em
atividades de risco (utilizar drogas e até fazer sexo desprotegido). Além disso,
como na maioria das vezes já não existe interesse pela vida, é comum que se
deixe de dar atenção para a forma como se veste ou se cuida, utilizando roupa
velha (CONTE, 2012).
▪ Quando alguém está pensando cometer suicídio é comum começar a fazer várias
tarefas para tentar organizar sua vida e terminar assuntos pendentes. Em muitos
casos, também é possível que a pessoa gaste muito tempo escrevendo, o que
pode ser um testamento ou até uma carta de despedida. Por vezes, estas cartas
podem ser descobertas antes da tentativa de suicídio, ajudando a evitar que
aconteça. (TAVARES, 2014).
▪ A maior parte das pessoas que estão pensando em suicídio irão informar um
amigo ou familiar das suas intenções. Embora esse comportamento, muitas
vezes, seja visto como uma forma de chamar a atenção, nunca deve ser ignorado,
especialmente se a pessoa está vivendo uma fase de depressão ou de grandes
alterações na sua vida. (TAVARES, 2011).
▪ Algumas pessoas ao idealizar o suicídio, e estarem prontas para consumir o ato,
por muitas vezes elas procuram alguma atividade prazerosas e alegres como se
fosse “o último momento de alegria” com pessoas próximas (amigos, família e
etc) (MENEZES, 2018).

4. FORMAÇÃO DO PSICÓLOGO FRENTE À DEPRESSÃO E SUICÍDIO

No que diz respeito à grade curricular no âmbito da Baixada Santista – Litoral


Sul de São Paulo, averiguando as faculdades que disponibilizam o curso de Psicologia e
suas grades curriculares, foi possível presumir que diante da alta demanda em casos de
depressão, bem como ocorrências de ideações suicidas interligadas com este transtorno,
atualmente encontra-se pouquíssima informação especifica quanto à problemática. As
disciplinas entram no contexto geral, por exemplo, psicopatologia, técnicas projetivas,
psicologia cognitiva e psicanálise e etc. Muito embora não se trate de informações que
improdutivas, visto que abordam os assuntos de maneira onde seja possível debruçar-se
inicialmente.

Tornar-se essencial, no entanto, posteriormente trazer à luz a experiência de


profissionais da área há algum tempo, por via de supervisão após a formação do
indivíduo, sendo que durante a sua vivência na universidade não fora capaz de lhe dar
instrumentos que correspondem à demanda atual de forma onde o próprio possa
estabelecer uma trabalho teórico combinado com o prático. E, ainda sim, poderá ocorrer
de deparar-se com profissionais despreparados no mercado há um tempo razoável,
tempo que certamente é acompanhado de experiência atreladas ao despreparo
acadêmico, bem como, a própria responsabilidade do sujeito.

Cabe então, reconhecer as demandas atuais e agir sobre elas de modo onde seja
possível interliga-las de maneira viável e prudente, atualizar questões mais corriqueiras
e aplica-las dentro do meio acadêmico ‘obrigatório’, para que tenhamos, profissionais
mais adaptados ao campo em que ele será inserido. Ao ingressar a universidade, o
sujeito está abrindo mais uma das portas ao conhecimento e muita das vezes ele é
específico, assim sendo, é necessário dar assistência para que a procura e serviço
estejam compatíveis.

5. ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL PSICÓLOGO FRENTE À DEPRESSÃO


E SUICÍDIO

As pesquisas em relação ao tema Suicídio indicam a natureza complexa e


multifatorial nos comportamentos daqueles que decidem pela morte ou pelas suas
tentativas de autodestruição. Segundo Botega e Rapeli (2002, p. 365), o comportamento
suicida é “todo ato pelo qual um indivíduo causa lesão a si mesmo,[...] a partir de
pensamentos de autodestruição, passando por ameaças, gestos, tentativas de suicídio e,
finalmente suicídio”.

Primeiramente, para uma boa atuação profissional nessa área, é de grande


importância o amplo entendimento dos contextos de depressão e suicídio, pois, por mais
que sejam termos de fácil entendimento no senso comum, há muita coisa por trás disto,
o que se torna um grande desafio para o profissional de saúde mental no seu campo de
atuação.

Por sua vez, o profissional psicólogo exerce um papel diferenciado das outras
pessoas, por se tratar de um indivíduo que é capacitado (ao menos deveria) para exercer
esse tipo de função, que é o de acolhimento, escuta qualificada e até mesmo a
prevenção, com fatores estudados e científicos, aprovados pelo Conselho Federal de
Psicologia (CFP), exercendo sua ética profissional e humana acima de tudo. Por falar
em ética, é imprescindível que o profissional mantenha um certo distanciamento de seus
pacientes para que ocorra um vínculo saudável entre ambos, porém, em casos de
pacientes com tendências suicidas, o terapeuta pode intervir por meios tecnológicos,
podendo salvar a vida de um indivíduo em casos de surtos, por exemplo.
O risco de suicídio não deveria ser uma preocupação exclusivamente médica,
mas de todos os profissionais de saúde mental, e talvez da comunidade humana em sua
totalidade. Nos pacientes em risco de suicídio consideram-se necessárias intervenções
em múltiplos níveis, incluindo psicoterapia, farmacoterapia, terapias biológicas,
psiquiatria comunitária, hospitalização, além de medidas psicopedagógicas (Rothschild,
1997; Hillard, 1983; Schmitt, 2001).

Apesar da alta demanda de casos de suicídios ou tentativas na qual sua principal


causa é a depressão, ainda há muito o que se consolidar na atuação do profissional da
saúde mental principalmente na rede de saúde pública, na qual sua função é de
prevenção, acolhimento, promoção da importância da saúde mental e minimizar o
sofrimento psíquico de toda a sociedade.

O psicólogo tem o caráter de desenvolver intervenções psicoeducativas, além de


estudar e analisar cada caso como único, criando um vínculo seguro com o paciente e
seus familiares para, assim, obterem resultados positivos. O acompanhamento é uma
experiência de atuação em saúde mental no qual se observa, analisa e tenta-se modificar
a qualidade de vida de sujeitos acometidos de transtornos psiquiátricos. O objetivo
maior é contribuir na organização e implementação de cuidados intensivos em saúde
mental, no intuito de modificar uma vida paralisada que não é mais capaz de encontrar
saída alguma, ou que somente encontra como saída a aniquilação e a mortificação do
estado vital. Tenta-se traçar rumos diferentes daqueles que se encontram fixados ou
“emperrados” (motivo pelo qual o atendimento foi solicitado), seja por uma atitude
psiquiátrica excessivamente biologizante e pouco compreensiva, seja pela gravidade
intrínseca ao caso clínico. Psyche (São Paulo) v.10 n.18 São Paulo set. 2006.

6. EQUIPE MULTIDISCIPLINAR

Segundo Machado et al (2017) com a crescente demanda de casos de ideação suicida


pelos estados brasileiros, algumas instituições da área de saúde mental se propuseram a
produzir conhecimentos sobre prevenção e criação de métodos terapêuticos. O Centro
de Atenção psicossocial (CAPS), serviço de saúde comunitário, recebe diversos
encaminhamentos e possui vantagem de proximidade local de grande parte dos
encaminhados por estar voltada à comunidade como apontado pelo Ministério da Saúde
no Manual de prevenção ao suicídio (2006). No mesmo manual é dito que no CAPS se
encontram profissionais de diferentes áreas do saber, a partir desta demanda uma equipe
se estrutura para assegurar o acolhimento, profissionais da área da saúde, serviço social
e saúde mental compõe uma abrangência multidimensional sobre o usuário.

No manual é explicado que a proximidade da dimensão onde os usuários residem se


torna um facilitador para avaliar a situação em que estes se encontram, condições do
ambiente, como se dão as relações familiares e sociais, esta avaliação visa compreender
o sujeito e suas condições a fim de melhorá-las durante o tratamento. A organização
desta rede multidisciplinar possibilita que os dados coletados sobre as condições dos
usuários sejam amparados segundo o manual, torna-se um trabalho mais eficiente por
integrar as esferas biopsicossociais de cada usuário. Como aponta Gutierrez (2014), a
esfera familiar possui grande importância durante a avaliação, pois os membros da
família costumam estar fragilizados perante a situação, então se torna parte do processo
visitas domiciliares e a participação destas famílias em grupos em espaços de escuta
fornecidos pela instituição.

Entre as atividades realizadas se encontram as oficinas terapêuticas, durante o


planejamento das oficinas participam os diferentes profissionais confeccionando
atividades que englobam diversos aspectos, promovem desenvolvimento de múltiplas
habilidades que sem este trabalho multidisciplinar talvez não fossem exploradas, assim
limitando a terapia. Durante avaliação dos resultados deste trabalho multidisciplinar se
mostraram efetivos os trabalhos entre os usuários com ideação suicida, se observou
como positivo o acolhimento integral e contínuo que a instituição oferecia, a partir disso
se torna relevante a valorização deste trabalho como constatado por Gutierrez (2014).

Outra instituição de grande destaque nacional é Centro de Valorização da Vida (CVV),


uma associação sem fins lucrativos que presta serviços voluntários de apoio emocional e
prevenção do suicídio como descrito no Portal do Ministério da Saúde (2018). O
contato com o serviço do CVV pode ser realizado através de ligação telefônica pela
linha 188, visita aos postos de atendimento regionais e através do chat disponibilizado
pelo site, respeitando sigilo e garantindo anonimato do usuário.

Além dos atendimentos individuais oferecidos pelo CVV, existe um programa de apoio
emocional comunitário intitulado CVV Comunidade, que está disponível em todas as
regiões do país. Este programa dispõe de grupos de apoio aos sobreviventes de suicídio
(GASS), o caminho de renovação contínua (CRC) para promover reflexões através de
troca de experiências e o Cine-SER CVV que exibe filmes que abordam estes temas e
alguns cursos sobre escuta e auto-conhecimento segundo o site do CVV (s.d.). O CVV
Comunidade tem como objetivo atender indivíduos que se encontram em situação de
risco que precisam de apoio emocional, assim ajudando a criar novas formas de lidar
com as problemáticas cotidianas nesse ambiente. A proposta destes grupos comunitários
seria promover o autoconhecimento e solidariedade, a fim de que estes usuários sejam
capazes de desenvolver autonomia e futuramente se interessem pelos cursos oferecidos,
tornando-se também voluntários podendo ajudar aos outros indivíduos.
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