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CRIAÇÃO E COORDENAÇÃO
Prof. Dr. Eduardo Martins Morgado

TEXTO E ROTEIRO
Ariane Dutra Vieira
Gabriel Luiz Bastos de Oliveira
Matheus Cesário Mello dos Santos
Renato Schmidt
Rodrigo Yasuhiro Ueda

ILUSTRAÇÕES
Lucas Yuji Honma

ARTE E DIAGRAMAÇÃO
Lucas Yuji Honma

COLABORAÇÃO
Dineu Oliveira
José Torrone
José Rabello
Marcos Miranda
Thiago Tossi

Esta apostila foi desenvolvida pelo LTIA – Laboratório de Tecnologia da Informação Aplicada –
Departamento de Computação, da Faculdade de Ciências, da Universidade Estadual Paulista “Júlio
de Mesquita Filho”, Campus Bauru, sob patrocínio da Motorola Foundation.
SUMÁRIO

CAPÍTULO 1
INTRODUÇÃO
1. APRESENTAÇÃO
1a. ASPECTOS GERAIS
1b. PRÉ-REQUISITOS
1c. MR.M
1d. CONTEÚDO A SER ABORDADO
1e. CASOS DE USO
1f. APRESENTAÇÃO ÀS AULAS PRÁTICAS
2. APRESENTAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
2a. REGRAS DE USO E CUIDADOS GERAIS COM O EQUIPAMENTO
2b. SUGESTÃO DE ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS

CAPÍTULO 2
CPS
1. O QUE É CPS?
2. INSTALAÇÃO
2a. INSTALAR DRIVER
2b. INSTALAR CPS
3. INTRODUÇÃO ÀS FUNCIONALIDADES DO CPS
3a. BARRA DE FERRAMENTAS EM JANELAS
3b. ÍCONES DA BARRA DE FERRAMENTAS
3c. ÁRVORE DE COMPONENTES
3d. INFORMAÇÕES DO DISPOSITIVO
3e. EXIBIÇÃO DE AJUDA
3f. VISÃO
3g. MÚLTIPLAS JANELAS
3h. AJUDA ONLINE
4. CODEPLUGS
5. LABORATÓRIO 1
CAPÍTULO 3
RÁDIOS ANALÓGICOS
1. COMUNICAÇÃO
1a. TRANSMISSOR
1b. RECEPTOR
1c. A ONDA SENOIDAL
2. O QUE É UM RÁDIO BIDIRECIONAL?
2a. FUNCIONAMENTO DE UM RÁDIO PONTO-A-PONTO
CASO DE USO
3. LABORATÓRIO 1
3a. CONFIGURAÇÕES INICIAIS
3b. TIPOS DE SILENCIADOR
3c. VARREDURA
3d. BOTÕES
4. LABORATÓRIO 2
4a. CONFIGURANDO GRUPOS DE CONVERSA POR SUBTONS DIFERENTES
4b. CLONAR CONFIGURAÇÕES

CAPÍTULO 4
RÁDIOS DIGITAIS
1. COMUNICAÇÃO VIA RÁDIO-DIGITAL
1a. INTRODUÇÃO
1b. PADRÃO DA RADIOCOMUNICAÇÃO DIGITAL
1c. FUNCIONAMENTO
2. DIFERENÇAS ENTRE RÁDIO ANALÓGICO E DIGITAL
3. LABORATÓRIO 1
3a. CONFIGURAÇÕES INICIAIS
3b. CONFIGURANDO OS CONTATOS: CHAMADAS PRIVATIVAS
3c. CONFIGURANDO OS CONTATOS: CHAMADAS DE GRUPO
3d. CRIAR LISTA DE GRUPOS RECEPTORES (RX)
3e. CRIANDO OS CANAIS
3f. CONFIGURANDO CRITÉRIO DE ADMISSÃO
3g. CONFIGURANDO CRITÉRIOS EM CHAMADA
3h. CHAMADAS DE EMERGÊNCIA
3i. CONFIGURANDO MENSAGENS DE TEXTO
3j. CONFIGURANDO CHAVE DE CRIPTOGRAFIA
3k. RÁDIOS COM DISPLAY: CONFIGURANDO O MENU
4. LABORATÓRIO 2
4a. GRUPOS DE CHAMADAS COM CONTATOS DIFERENTES
TESTES
4b. GRUPOS COM CRIPTOGRAFIAS DIFERENTES
CAPÍTULO 5
REPETIDORA
1. CONCEITOS GERAIS
2. FUNCIONAMENTO ANALÓGICO
3. FUNCIONAMENTO DIGITAL
4. MODO MISTO
CASO DE USO
5. LABORATÓRIO ANALÓGICO
5a. CONFIGURANDO AS FREQUÊNCIAS
5b. CONFIGURANDO OS RÁDIOS
5c. REPETIDORA: CRIANDO UM CANAL ANALÓGICO TPL
6. LABORATÓRIO DIGITAL
6a. REPETIDORA: CRIANDO E CONFIGURANDO UM CANAL DIGITAL
6b. RÁDIO: CRIANDO UM CANAL DIGITAL
6c. CONFIGURANDO GRUPOS EM UM ÚNICO SLOT
6d. CONFIGURANDO GRUPOS EM SLOTS DIFERENTES
6e. REPETIDORA: MODO MISTO
6d. CONFIGURANDO GRUPOS EM SLOTS DIFERENTES

CAPÍTULO 6
IP SITE CONNECT
1. CONCEITOS BÁSICOS DE REDE
1a. INTRODUÇÃO A REDES DE COMUNICAÇÃO
1b. HUB E SWITCH
1c. IP
1d. UDP
1e. FIREWALL
2. CONCEITOS BÁSICOS DO IP SITE CONNECT - USO DE MÚLTIPLAS REPETIDORAS
2a. O QUE É IP SITE CONNECT?
2b . REPETIDORAS MASTER E PEER
CASO DE USO
3. LABORATÓRIO 1
3a. CRIANDO A REDE DE TESTES
3b. CONFIGURANDO A REPETIDORA MASTER
3c. CONFIGURANDO A REPETIDORA SECUNDÁRIA – PEER
3d. CRIANDO CANAL DIGITAL E CONFIGURANDO PARA IPSC
3e. SIMULANDO ROAMING
3f. CONEXÃO REMOTA À REPETIDORA UTILIZANDO RDAC

CAPÍTULO 7
CAPACITY PLUS
1. RECAPITULANDO: CONCEITO E APLICAÇÃO
1a. O SISTEMA
1a. O SISTEMA
CASO DE USO
2. LABORATÓRIO
2a. REPETIDORA – CRIANDO E CONFIGURANDO OS CANAIS
2b. RÁDIO – CONFIGURANDO OS RÁDIOS
TESTES

CAPÍTULO 8
CABOS COAXIAIS: INTRODUÇÃO E MONTAGEM
1. INTRODUÇÃO
1a. IMPEDÂNCIA
1b. ATENUAÇÃO E POTÊNCIA MÁXIMA DE TRANSMISSÃO
1c. REFLEXÃO
2. LABORATÓRIO

CAPÍTULO 9
INSTRUMENTAÇÃO E MEDIÇÃO
1. CONHECENDO O EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO
2. ATENUAÇÃO
2a. MEDINDO A ATENUAÇÃO: PASSO-A-PASSO
3. PERDA DE RETORNO E RELAÇÃO DE ONDA ESTACIONÁRIA (ROE OU SWR)
3a. MEDINDO A PERDA DE RETORNO E VSWR, SWR OU ROE: PASSO-A-PASSO
4. MODO DISTÂNCIA ATÉ A FALHA DTF
4a. MODO DISTÂNCIA ATÉ A FALHA: PASSO-A-PASSO
5. ANALISADOR DE ESPECTRO
5a. ANALISADOR DE ESPECTRO: PASSO-A-PASSO

CAPÍTULO 10
INSTALAÇÃO
1. INTRODUÇÃO
2. PRÉ-SELETORES
2a. MEDIÇÃO E AJUSTES
3. MULTIACOPLADORES
3a. MEDIÇÃO
4. CIRCULADORES
4a. MEDIÇÃO
5. COMBINADORES
5a. MEDIÇÃO E REGULAGEM
6. DUPLEXADORES
6a.MEDIÇÃO E AJUSTES
7. ANTENAS
7a.MEDIÇÃO E AJUSTES
CAPÍTULO 1

INTRODUÇÃO

1. APRESENTAÇÃO
1a. ASPECTOS GERAIS
Comunicação. Desde muito tempo o homem busca uma forma de se comunicar remotamente
com outros. Em 1893, foi realizado, pelo brasileiro Roberto Landell de Moura, a primeira transmis-
são falada através de telegrafia sem fio do alto da avenida Paulista para o alto de Sant’Ana. A partir
daí, se deu início à era das comunicações sem fio.

Roberto Landell de Moura foi um padre católico, cientista e inventor brasi-


leiro, considerado o Patrono dos Radioamadores do Brasil e o Pai Brasileiro do
Rádio.
O trabalho de Landell de Moura envolvendo experimentos com ondas eletro-
magnéticas foi pioneiro, tendo sido o primeiro a transmitir a voz humana por rádio
com sucesso.

Marquês Guglielmo Marconi (1874-1937), que recebeu o título de marquês


do rei Vítor Emanuel III da Itália em 1929, foi um físico e inventor italiano que in-
ventou o primeiro sistema prático de telegrafia sem fios (TSF), em 1896. Marconi
se baseou em estudos apresentados em 1897 por Nikola Tesla para em 1899
realizar a primeira transmissão pelo Canal da Mancha.

Nikola Tesla foi um inventor nos campos da engenharia mecânica e eletrotéc-


nica É mais conhecido por suas muitas contribuições revolucionárias no campo
do eletromagnetismo no fim do século XIX e início do século XX.

8
1 Jan 1897
Invenção do rádio

24 Dez 1906
Invenção do rádio AM

1 Jan 1930
Primeiro rádio para carros
desenvolvido pela Motorola

1 Out 1943
Primeiro rádio portátil FM de
recepção e comunicação
16 Mar 1965
Primeira antena de rádio FM
é desenvolvida
21 Set 1983
Primeiro celular
comercial Dyna-
TAC desenvolvido
14 Mar 1987 pela Motorola
Lançamento de satélites
com suporte à GPS

1994
Lançamento do
iDEN, primeiro
rádio com sinal
2003 digital
Digital Radio Mondiale
(DRM) – radio AM e FM com
qualidade digital
2004
Podcastings begins - Envio de
informações como vídeos, áu-
dio e dados pelo mesmo canal
compartilhando mesma
banda de frequência

9 CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO
Ao longo dos anos, esta área da tecnologia se desenvolveu rapidamente e hoje constitui parte
importante e bastante presente em nosso cotidiano. Utilizamos comunicação por rádio em celula-
res, notebooks, computadores, rádios portáteis e móveis, que são configurados por meio de fre-
quências de rádio (rádiofrequência).

Radiofrequência (RF) é a faixa de frequência que abrange aproximadamente de 3 Khz a 300


Ghz, que corresponde a frequência das ondas de rádio. Embora utilizamos a palavra rádio, pode-
mos transmitir áudio, vídeo, radionavegação, serviços de emergência e transmissão de dados por
rádio digital, tanto no âmbito civil como militar, utilizando a radiofrequência.

Embora se empregue a palavra rádio, as transmissões de televisão, rádio e telefonia móvel tam-
bém estão incluídas nesta classe de emissões de radiofrequência. Outros usos são áudio, vídeo,
radionavegação, serviços de emergência e transmissão de dados por rádio digital, tanto no âmbito
civil como militar.

Basicamente, para que um aparelho seja capaz de receber sinais de rádio, como por exemplo
aquele rádio de pilha AM/FM que toca sua música favorita, uma antena de rádio deve ser utilizada.
Esta antena funcionará como receptora dos sinais de rádio. Mas também precisamos de um sinto-
nizador, que irá sintonizar em uma frequência em particular (faixa).

Além do receptor (rádio a pilha sintonizado), é necessário também um transmissor, ou seja, o


aparelho que irá enviar os sinais de rádio em forma de ondas, propagando-se pelo espaço. Assim,
o sinal pode ser capturado pela antena do rádio, filtrado pelo sintonizador e convertido para som por
meio de um componente chamado conversor.

Sinal de banda
base original Antena de recepção

Transmissor Receptor

INTRODUÇÃO 10
Agora, um exemplo mais complexo. Numa comunicação entre dois rádios portáteis, é necessário
que ambos os rádios tenham receptor e transmissor. Esta é a estrutura básica. Quando falamos por
um rádio, um componente chamado conversor transformará o som em sinal analógico/digital e, por
meio dos circuitos, o aparelho será capaz de enviar este sinal pelo ar, que será propagado na forma
de ondas. Por sua vez, a antena do aparelho receptor irá captar o sinal e um componente chamado
demodulador fará a conversão para áudio. É simples.

Como o processo de recepção de sinais funciona

11 CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO
1b. PRÉ-REQUISITOS
Esta apostila foi construída com o propósito de tornar o curso mais prático e dinâmico. No final
de cada um dos capítulos haverá sempre atividades experimentais para solidificar o conhecimento
adquirido ao longo dos estudos. Por essas características, espera-se que o aluno tenha um conhe-
cimento básico sobre os componentes de um rádio, bem como radiofrequência.

Não nos aprofundaremos muito em cada conceito dado ao longo dos capítulos, pois nosso foco
é apresentar atividades práticas, usando para isso os equipamentos MOTOTRBO da Motorola e a
ferramenta CPS MOTOTRBO da Motorola para a configuração e execução dos experimentos.

Alguns lembretes informativos e de atenção, além de referências, estão dispostos ao longo dos
textos para auxiliar os alunos em caso de dificuldades ou curiosidade.

1c. MR. M
Durante o curso, acompanharemos nosso amigo Mr. M em diversos casos que envolvem
problemas de radiocomunicação. Nosso amigo Mr. M é um expert no assunto e irá nos auxiliar
enquanto aprendemos os diversos conceitos que envolvem radiocomunicação. Além do mais,
suas histórias também têm o intuito de situar o assunto abordado, servindo-nos como exemplo
de aplicação do conhecimento adquirido nos capítulos correspondentes.

E aí, pessoal, tudo bem? Eu sou o Mr. M,


e vou acompanhar vocês neste curso, dando
exemplos de aplicações e falando um pouqui-
nho de cada coisa. Será um caminho cheio de
novidades, veremos muitos assuntos interes-
santes e eu espero ajudar vocês a chegarem lá
sabendo tudo!

INTRODUÇÃO 12
1d. CONTEÚDO A SER ABORDADO
Agora que sabemos como um rádio básico funciona, vamos nos aprofundar um pouco mais
nas tecnologias que permitem a comunicação remota entre as pessoas. Ao longo do curso vocês
aprenderão como um rádio portátil funciona e como configurá-lo para se comunicar em um grupo
de usuários.

O CPS é o nome do software que será utilizado para configurar os rádios portáteis, móveis e
repetidoras que usaremos ao longo do curso prático. Com ele é possível definir faixas de frequência
que o rádio irá entender, configurar a comunicação analógica ou digital e configurar as repetidoras,
entre outros recursos. Este é um programa desenvolvido pela Motorola e tem a finalidade de facilitar
a configuração dos aparelhos da marca, dando maior comodidade ao usuário final e permitindo uma
personalização maior dos produtos adquiridos. No Capítulo 2 falaremos mais sobre este software
e como o utilizaremos ao longo do curso.

Os Capítulos 3 e 4 constituem parte imprescindível do aprendizado sobre radiocomunicação.


Nesses capítulos abordaremos o conceito de rádio com sinal analógico e digital. Vamos configurar
os rádios para simular a comunicação entre grupos de usuários e também abordaremos quais as
vantagens que a comunicação em formato digital trouxe em detrimento da comunicação analógica,
tratando também de todos os novos recursos trazidos pela tecnologia de sinal digital.

13 CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO
Nos Capítulos 5, 6 e 7 abordaremos o conceito de repetidora: um aparelho que tem como fina-
lidade estender o sinal enviado por um rádio a fim de aumentar o alcance da comunicação entre
um grupo de usuários. Vocês aprenderão como funciona uma repetidora, como configurá-la para
estender a comunicação e como unir mais de uma repetidora sobre a mesma rede. Exploraremos
também outros recursos Motorola, como Ip Site Connect, Capacity Plus e também o método de
acesso ao canal TDMA, que permite comunicações quase paralelas.

Repetidora.

No Capítulo 8 introduziremos um breve conceito sobre cabos coaxiais, aprendendo sobre impe-
dância, atenuação e reflexão. Em seguida, você irá para o laboratório prático, onde deverá construir
seu próprio cabo coaxial. É importante notar que parte dos capítulos seguintes utilizará os cabos
coaxiais em seus laboratórios. Portanto, sugerimos que você guarde o cabo construído para que
possa utilizá-lo nos próximos laboratórios.

Cabo caxial.

Depois que você aprendeu a montar um cabo coaxial, vai aprender a analisar a qualidade dos si-
nais emitidos e recebidos pelo cabo construído. No Capítulo 9 você irá aprender um pouco da teoria
de perda de retorno, atenuação, potência, distância até a falha (DTF) e sobre analisador de espectro,
e em seguida irá aprender a medir estes fatores com o auxílio do equipamento de medição.

Por fim, o Capítulo 10 tratará da etapa de instalação dos equipamentos de uma estação base.
Você vai aprender ao longo do capítulo conceitos sobre pré-seletores, combinadores, multiacopla-
dores, antenas e duplexadores, entre outros.

INTRODUÇÃO 14
Exemplo de cabo utilizado no setor de telecomunicações.

No próximo capítulo veremos por que é importante entender plenamente todos os conceitos que
serão abordados ao longo desta apostila.

1e. CASOS DE USO


A comunicação móvel está presente em diversos setores. Algumas das tecnologias do dia-a-dia
que dependem das ondas de rádio são transmissões de rádio AM e FM, telefones sem fio, portões
automáticos de garagem, redes sem fio, telefones celulares, receptores GPS, rádios da polícia,
Radares e até mesmo fornos de microondas.

Satélites de comunicação e navegação seriam impossíveis sem as ondas de rádio, como tam-
bém a aviação moderna. Um avião depende de uma dúzia de sistemas de rádio diferentes. A ten-
dência atual em direção ao acesso à Internet sem fio é também usar o rádio. Isso significa muito
mais conveniência no futuro.

Ao longo dos capítulos veremos diversas aplicações para a tecnologia de radiocomunicação.


Cada capítulo possui além da introdução teórica, atividades experimentais que tem o propósito
de apresentar situações onde este conhecimento pode ser aplicado. Vale lembrar também que o
conhecimento adquirido em cada etapa não está restrito a solucionar apenas o problema propos-
to. Os enunciados são apenas exemplos de aplicações, mas como veremos também, estes con-
ceitos e métodos podem ser utilizados em diversos setores, seja indústria, comércio ou turismo.

1f. APRESENTAÇÃO ÀS AULAS PRÁTICAS


As aulas práticas desta apostila foram elaboradas para complementar o aprendizado do aluno.
Quando necessário, este curso irá separar o conteúdo a ser abordado em dois laboratórios, onde o
foco do laborátorio 1 é introduzir ao aluno os passos básicos para se utilizar os equipamentos. Uma
vez concluído o primeiro laboratório, o aluno está pronto para aprimorar seu aprendizado realizando
tarefas mais elaboradas e aprendendo algumas funcionalidades extras dos equipamento vistos no
laboratório 2.

15 CAPÍTULO 1 - APRESENTAÇÃO
2. APRESENTAÇÃO DOS EQUIPAMENTOS
2a. REGRAS DE USO E CUIDADOS GERAIS COM O EQUIPAMENTO
Antes de iniciarmos nosso curso prático, algumas regras devem ser seguidas à fim de manter
todos os equipamentos em ordem e funcionando, para que os próximos grupos possam utilizá-los
sem comprometer o aprendizado. Assim:

1. Evite trazer alimentos ou bebidas para o laboratório.

2. Após utilizar os equipamentos, guarde-os no local indicado.

3. Manuseie o equipamento com cuidado e em cima da mesa, para evitar acidentes de queda
do aparelho.

4. Cuide da limpeza adequada do material utilizado.

5. Não estique, puxe ou contorça os cabos que conectam o dispositivo ao seu computador, e
certifique-se sempre de que estes dispositivos estão conectados corretamente.

2b. SUGESTÃO DE ORGANIZAÇÃO DOS GRUPOS


Para oferecer a melhor experiência possível para todos os alunos, sugerimos manter grupos
pequenos reunidos em volta dos equipamentos. Isto vai depender do número de alunos e de
equipamentos. Um grupo ideal deve ser composto de no mínimo dois alunos (um par para cada
computador e dispositivo) a até quatro alunos (dois pares por bancada). Assim, todos os alunos
conseguirão absorver o conteúdo teórico e prático deste curso sem comprometer o andamento
das próximas atividades. Caso a turma possua muitos alunos, sugerimos dividi-la em mais tur-
mas, para que todos os alunos venham a ter contato direto com os equipamentos durante as
atividades práticas.

Quanto aos equipamentos, é necessário que haja pelo menos um computador com o software
CPS e o RDAC da Motorola instalados, um cabo de programação para gravação das configura-
ções nos dispositivos e pelo menos um dispositivo – rádios móveis, portáteis ou repetidoras.

Agora você já sabe o que te espera nos próximos capítulos. Seja muito bem-vindo ao curso
MOTOTRBO! Pronto para começar?

Bons estudos!

APRESENTAÇÃO DE EQUIPAMENTOS 16
Utilize este espaço para fazer anotações.

17 CAPÍTULO 2 - CPS
CAPÍTULO 2

CPS

Olá, sou eu de novo! Neste capítulo iremos


aprender um pouco sobre o CPS, ferramenta
que utilizo para realizar meu trabalho. Abordare-
mos alguns assuntos interessantes sobre o
software, uma introdução a funções básicas. No
próximos capítulos iremos utilizar bastante este
sistema, por isso é muito importante vocês se
familiarizarem com as janelas, funcionalidades
e configurações. E claro, sempre que precis-
arem, vocês podem voltar a esse capítulo e
consultar as informações necessárias.

1. O QUE É CPS?
O CPS – Software de Programação do Cliente, na sigla em inglês – é a ferramenta utilizada para
programar as configurações e parâmetros específicos dos rádios e repetidoras. Cada família de
equipamentos possui uma versão do CPS própria, como por exemplo o CPS para série PRO, ou
para a série MOTOTRBO, entre outros. Cada versão inclui Codeplugs de amostra para os diversos
modelos de equipamentos suportados por aquela versão.

Neste curso, trabalharemos exclusivamente com a


série MOTOTRBO, permitindo a configuração dos rá-
dios e repetidoras em modo convencional analógico e Codeplugs são arquiv
digital, Capacity Plus e IP Site Connect, temas que se- os
que contêm os parâm
rão abordados nos próximos capítulos. e-
tros de configurações
2. INSTALAÇÃO de
cada equipamento.
Instalar o CPS é um processo simples e rápido. Para
isso, é necessário um computador com sistema opera-
cional Windows e possuir o software de instalação for-
necido pelo fabricante.

18
2a. INSTALAR DRIVER
Primeiramente é necessário instalar o driver de comunicação com os rádios. Para isso, execute
o arquivo MOTOTRBO_Radio_Driver.exe e siga os passos indicados.

Passo 1: esta é a tela inicial da instalação. Clique em Next para prosseguir.

Passo 2: leia os termos de uso e, caso aceite, clique em Yes, I accept e depois em Next.

19 CAPÍTULO 2 - CPS
Passo 3: clique em Install para prosseguir com a instalação.

Passo 4: aguarde até o fim da instalação.

Passo 5: clique em Finish para finalizar e sair da instalação.

INSTALAÇÃO 20
2b. INSTALAR CPS
Após a instalação dos drivers, podemos prosseguir com a instalação do CPS em si. A versão
demonstrada aqui é a 10.0 build 510, por isso as telas podem ser um pouco diferentes, porém a
ideia é a mesma.

Passo 1: dentro da pasta MOTOTRBO Platform LA CPS 10.0 build 510 with RM existe o arqui-
vo instalador. Abra a pasta e execute o arquivo MOTOTRBO_CPS_with_RM.exe.

Passo 2: ao executar, selecione a linguagem Português (Brasileiro) caso não esteja selecionada,
e clique em Avançar.

21 CAPÍTULO 2 - CPS
Passo 3: selecione somente a opção MOTOTRBO Customer Programming Software, que será a
utilizada durante este curso. Clique em Avançar para prosseguir com a instalação.

Passo 4: leia o contrato de licença e, caso aceite, clique em Aceito os termos e depois em Avançar.

INSTALAÇÃO 22
Passo 5: leia o outro contrato de licença e, caso aceite, clique em Aceito os termos e depois em
Avançar.

Passo 6: manteremos a pasta de instalação padrão. Clique em Instalar para prosseguir com a
instalação do CPS.

23 CAPÍTULO 2 - CPS
Passo 7: aguarde até que a instalação seja completada.

Passo 8: clique em Sim para reiniciar o computador (necessário para instalação do CPS). Obs.:
em alguns casos não será necessário este passo para o processo de instalação. Caso a solicitação
não apareça, prossiga normalmente.

Passo 9: assim que a reinicialização do sistema for completada, clique em Install (Instalar) para
instalar os softwares necessários para rodar o CPS.

INSTALAÇÃO 24
Passo 10: clique em Concluir para finalizar e sair da instalação.

3. INTRODUÇÃO ÀS FUNCIONALIDADES DO CPS


Como vimos, o CPS (Customer Programming Software) é um software desenvolvido para con-
figurar os aparelhos de forma fácil e rápida, oferecendo maior conforto e capacidade de personali-
zação para o cliente.

Após ter concluído a instalação do software na sua estação de trabalho, abordaremos os coman-
dos básicos do software e suas interfaces.

O CPS possui duas barras de ferramentas diferentes, como as quais se tem acesso às mesmas
funcionalidades. Uma é baseada em janelas, e a outra em ícones, como ilustra a imagem.

25 CAPÍTULO 2 - CPS
3a. BARRA DE FERRAMENTAS EM JANELAS
Arquivo – Neste menu tem-se acesso a diferentes seções tais como Abrir, Fechar, Guardar,
Relatórios, além de listar os últimos codeplugs que foram abertos.

Editar – Este menu dá acesso a um grupo diferente de funções, como Copiar, Colar, Eliminar,
Dados do Provedor, Preferência etc.

INTRODUÇÃO AS FUNCIONALIDADES DO CPS 26


Exibir – Aqui habilitamos as janelas que queremos visualizar e o modo como serão exibidas as
configurações dos aparelhos, permitindo ampliar (modo avançado) ou limitar (modo básico) alguns
parâmetros importantes do rádio que iremos trabalhar.

Dispositivo – Este menu dá acesso a um conjunto diferente de funções: Ler, Escrever, Clonar,
Atualizar, Restaurar e Converter.

Funções – Aqui encontramos as principais funções de registro e ativação de dispositivos.

Ajuda – Este menu permite o acesso ao conteúdo e índice, bem como à informação sobre o CPS.

27 CAPÍTULO 2 - CPS
3b. ÍCONES DA BARRA DE FERRAMENTAS

RM – Habilita conexão com o servidor RM.

Abrir – Permite ao usuário recuperar e exibir um codplug arquivado.

Salvar – Permite ao usuário armazenar um codplug no subdiretório desejado.

Relatórios – Permite ao usuário gerar três tipos diferentes de relatórios.

Excluir – Permite ao usuário remover da lista os itens selecionados.

Recortar – Permite ao usuário remover os itens selecionados de um documento, deixando-os


na área de transferência.

Copiar – Permite ao usuário copiar os itens selecionados para a área de transferência.

Colar – Permite ao usuário colar os itens que estão na área de transferência.

Ler – Permite ao usuário ler os dados armazenados em um rádio.

Gravar – Permite ao usuário gravar dados no rádio.

Clonar – Permite ao usuário copiar a configuração de um rádio a outro rádio do mesmo modelo.

Bluetooth – Nova funcionalidade que permite a gravação em certos aparelhos por meio de blue-
tooth. Desta forma, não são necessários cabos para conectar o aparelho ao computador.

Utilize este espaço para fazer anotações.

INTRODUÇÃO AS FUNCIONALIDADES DO CPS 28


3c. ÁRVORE DE COMPONENTES
Interface gráfica de usuário (GUI), possui ícones facilmente identificáveis. Isso será útil durante
as aulas, pois este formato de visão permite um acesso mais rápido aos diversos componentes do
rádio no momento da configuração.

Ao longo do curso veremos mais detalhadamente o que cada item da árvore de componentes faz
e exploraremos os recursos disponíveis.

29 CAPÍTULO 2 - CPS
3d. INFORMAÇÕES DO DISPOSITIVO
É nesta tela que todas as tarefas serão realizadas. A tela de informações do dispositivo é o
espaço reservado para exibir todas as informações sobre o aparelho que está sendo configurado
no momento.

3e. EXIBIÇÃO DE AJUDA


A tela abaixo, que mostra as informações do dispositivo, é chamada tela de ajuda, e sua função
é exibir mensagens de erros e informações que possam auxiliar o usuário.

INTRODUÇÃO AS FUNCIONALIDADES DO CPS 30


3f. VISÃO
O Software de Programação (CPS) do MOTOTRBO permite mudar da exibição básica para a
exibição avançada, ou seja, uma exibição com maiores detalhes.

Exibição básica – Exibe a maioria dos recursos comumente usados em um rádio ou repetidor.

Exibição avançada – Além dos recursos apresentados na exibição básica, exibe recursos mais
avançados.

3g. MÚLTIPLAS JANELAS

31 CAPÍTULO 2 - CPS
O CPS permite ao usuário abrir diversos Codeplugs de uma única vez. Cada um deles será aber-
to em uma nova janela, permitindo visualizar, comparar e trabalhar com cada um de forma indepen-
dente. Além disso, o usuário pode optar por arrastar um arquivo que já esteja salvo no computador
e soltá-lo no Software de Programação (CPS).

Ao trabalhar com diversas janelas,cuidado para não confundir configu-


rações parecidas e gravá-las nos equipamentos errados.

3h. AJUDA ONLINE

A ajuda online fornece uma explicação mais detalhada sobre os recursos e a operabilidade do rádio.

Agora que aprendemos sobre a disposição dos recursos disponíveis na nossa área de trabalho,
vamos agora aprender o que é um Codeplug.

INTRODUÇÃO AS FUNCIONALIDADES DO CPS 32


4. CODEPLUGS
O Software de Programação (CPS) do MOTOTRBO vem com um Codeplug de amostra para os
rádios da Motorola. Como já vimos, Codeplug é o arquivo que contém as configurações e caracterís-
ticas de um determinado modelo de equipamento.

Para abrir um Codeplug basta clicar no ícone abrir Abrir ou acessar o menu Arquivo, Abrir, e então
abrir o arquivo desejado. A extensão de um Codeplug é .ctb. Basta selecionar o arquivo ou arrastá-lo
para a área de trabalho do CPS.

Após carregar o Codeplug, uma tela com as informações gerais do aparelho irá aparecer na área
de trabalho do CPS.

A partir de agora já podemos começar os trabalhos. No Capítulo 3 iniciaremos com o conceito


de sinal analógico e daremos os primeiros passos na configuração dos aparelhos da série MOTO-
TRBO.

33 CAPÍTULO 2 - CPS
5. LABORATÓRIO
Antes de avançarmos em nosso curso, vamos realizar o procedimento básico para trabalhar com
os rádios e as repetidoras:

Primeiramente, você deve estar familiarizado com a utilidade e ferramentas do CPS.

Sendo assim, mãos na massa!

1. Desligue seu rádio e conecte o cabo de programação USB. Caso esteja programando
2. Depois de conectar o rádio ao computador, ligue-o e aguar- um rádio portátil, utilize
de até o computador reconhecer o novo dispositivo conectado. uma moeda para facili-
Obs: a instalação de hardware acontecerá apenas na primeira tar a fixação do parafuso
vez que conectar o rádio ao computador.
do cabo.

Caso o computador não reconheça o rádio, verifique se conectou o cabo


corretamente. No caso de rádios portáteis, verifique também se o para-
fuso está bem fixo.

3. Em seguida, abra o CPS do MOTOTRBO e clique no ícone Sempre que houver dú


ler Ler para ler o Codeplug do rádio utilizado.
vi-
das, clique no atalho
F1
Pronto! As configurações atuais do seu rádio serão exibidas
ou acesse o menu
na tela. Ajuda Índice e Con
teúdo.
Utilize o campo de bu
4. Agora aproveite para analisar todas as funções e opções
sca
ou o menu lateral lo
de configuração que seu rádio possui. Aproveite também para ca-
habilitar as configurações avançadas. Para isso, vá ao menu Exi-
lizado no lado esquer
do
bir, Avançado. Feito isso, observe as diferenças entre os dois para tentar solucion
ar seu
modos de visualização. problema.
Terminamos por aqui a apresentação do CPS MOTOTRBO.
Aproveite o tempo restante de sua aula para familiarizar-se com
as funções aprendidas até o momento. É importante que você fixe o conteúdo aprendido até o
momento para que possa seguir para as próximas seções, onde você irá aprender a como realizar
configurações para situações mais específicas.

Bons estudos e até lá!

LABORATÓRIO 34
Utilize este espaço para fazer anotações.

35 CAPÍTULO 2 - CPS
CAPÍTULO 3

RÁDIOS ANALÓGICOS

1. COMUNICAÇÃO

1a. TRANSMISSOR
Um transmissor é um dispositivo eletrônico que, com a ajuda de uma antena, propaga um sinal
eletromagnético. O transmissor de rádio é composto por um circuito amplificador e um circuito de
saída. É possível estabelecer comunicação com outra pessoa por um transmissor de rádio, e para
isso o receptor necessita estar sintonizado na mesma frequência de transmissão.

Para transmitirmos uma informação, por exemplo o som, é necessário adequá-la para que seja
possível realizar a comunicação através de ondas eletromagnéticas. Chamamos este sinal que
será modificado de portadora de rádio frequência (ou portadora de RF). A portadora é um sinal ana-
lógico em forma de onda (tipicamente senoidal) que será modulado (manipulado) para representar
a informação a ser transmitida.

O circuito transmissor de um rádio pode ser dividido nos seguintes componentes: microfone,
controle de transmissão de áudio, modulador, oscilador de RF, amplificador de potência e antena.
Cada parte possui uma função específica e importante no processo de conversão da voz em sinal
que possa ser transmitido.

36
O microfone é o responsável por converter a vibração mecânica (som) em sinais elétricos. Estes
sinais são então transmitidos para o controle de transmissão de áudio. Este controle é o primeiro
estágio no transmissor. Sua tarefa é amplificar o nível do sinal de áudio. Ele possui um controle de
ganho que pode ser ajustado para melhorar a intensidade do sinal. Também chamado de pré-am-
plificador, é o estágio de um amplificador de áudio que recebe o sinal da fonte sonora, tendo como
saída um sinal suficientemente elevado para o amplificador de potência.

O coração de um transmissor é o oscilador, que produz um sinal na faixa da transmissão. O os-


cilador é responsável por gerar uma onda portadora de RF em uma frequência específica. O áudio
recebido é modulado, ou seja, alterado, à partir da frequência do oscilador, em um sinal que pos-
sui um comportamento senoidal (para cima e para baixo). Um receptor, sintonizado na frequência
principal do oscilador, irá detectar as mudanças e então será capaz de recuperar o sinal de áudio
original.

O sinal modulado entra em um amplificador de potência de rádio frequência. O amplificador é


um dispositivo eletrônico que eleva os níveis de tensão dos sinais a serem transmitidos. Ao elevar
o sinal, o amplificador garante potência e impedância adequados para que a antena transmissora
possa difundir o sinal.

Ao final do circuito, a antena é o dispositivo responsável pela transformação da energia eletro-


magnética vinda do amplificador de potência em sinal de rádio (energia eletromagnética irradiada)
e vice-versa. Sua função é realizar a conversão do sinal elétrico para ondas de rádio, que serão
propagadas pelo ar.

1b. RECEPTOR
Após o sinal de rádio ter sido propagado, o circuito receptor será responsável por captar este
sinal. Para isso, é necessário que ele esteja sintonizado na mesma frequência da onda de rádio da
portadora de RF.

37 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


O circuito receptor é similar ao transmissor, porém realiza o caminho inverso. Ele irá captar a
onda de rádio, interpretá-la por meio do demodulador e transformá-la de volta em um sinal audível
que será lançado por um alto-falante.

A antena de recepção intercepta as ondas eletromagnéticas enfraquecidas devido a distância de


transmissão, e o amplificador de RF amplifica este sinal. O sinal resultante da amplificação é filtrado
para remover os ruídos.

Em seguida, a frequência de referência (ou seja, a frequência que o receptor está sintonizado) e
o sinal recebido, que foi amplificado, são inseridos no Misturador, que irá combiná-los gerando um
sinal de frequência intermediária (IF). Este sinal mantém todas as características do sinal recebido,
mas em uma frequência muito mais baixa, e será utilizado pelo demodulador na etapa de conversão
para sinal elétrico.

COMUNICAÇÃO 38
O sinal de frequência intermediária, ao sair do misturador, é inserido no amplificador de IF. O am-
plificador de IF aumentará a intensidade do sinal desejado, enquanto minimiza o ruído da frequên-
cia intermediária. A frequência amplificada de saída é enviada ao demodulador. O demodulador
irá separar o sinal original e então descartará a frequência vinda do amplificador de IF. Este sinal
(denominado sinal de banda base de saída) é amplificado pelo amplificador de áudio e enviado ao
alto-falante, que converte o sinal elétrico novamente em som, resultando em saída de áudio.

1c. A ONDA SENOIDAL


Como vimos antes, o papel do modulador e demodulador é converter o sinal de banda base para
a frequência portadora de RF e vice-versa.

O sinal de áudio é uma onda senoidal que obedece a uma função seno ou cosseno e é a forma
de onda mais simples. Por meio de cálculos específicos é possível decompor todas as outras for-
mas de ondas em conjuntos de ondas senoidais.

O que a modulação faz é manipular a portadora vinda do oscilador em uma forma que imite o
comportamento do sinal de áudio. Em modulação analógica, isto pode ser feito de diversas formas,
dentre elas destacamos as modulações em amplitude (AM) ou em frequência (FM). O que obtemos
no final da modulação são os sinais AM e FM vistos logo abaixo, e o mesmo vale para o demodula-
dor. O demodulador fará o caminho inverso: dado um sinal modulado, ele interpretará o comporta-
mento e transformará em um sinal elétrico, que será transformado em som pelo alto-falante.

Transceptor é um acrônimo das palavras transmissor e receptor. É um termo


muito utilizado quando falamos de rádios bidirecionais, os quais podem receber e
transmitir sinais de rádio.
Em sua engenharia ele é composto pelos dois elementos, possibilitando a re-
cepção e transmissão de sinais de rádio. Todos os rádios que utilizaremos no curso
são transceptores, podendo transmitir e receber sinais analógicos e digitais.

Portadora de alta frequência

Sinal de áudio

Modulação em amplitude (AM)

Modulação em frequência (FM)

39 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


2. O QUE É UM RÁDIO BIDIRECIONAL?
Um rádio bidirecional é um rádio normal, que pode tanto transmitir quanto receber sinais. Os rádios
bidirecionais usam ondas eletromagnéticas para enviar informações pelo ar. Isso é feito pela produ-
ção de um sinal elétrico que oscila, em uma frequência rápida, produzindo uma onda senoidal.

Essas ondas de rádio eletromagnéticas são invisíveis ao olho humano, mas sabemos que elas
existem toda vez que ligamos o rádio e ouvimos nosso programa favorito ou quando usamos o con-
trole remoto do portão da garagem.

Um rádio bidirecional é composto basicamente de três componentes: um transmissor, um receptor


e uma antena.

A função do rádio bidirecional é converter a energia sonora ou dados em ondas eletromagnéticas


para transmitir as informações (função transmissora) e converter essas mesmas ondas em energia
sonora ou dados para o usuário de destino (função receptora).

2a. FUNCIONAMENTO DE UM RÁDIO PONTO-A-PONTO


O estabelecimento de comunicação ponto-a-ponto é a forma mais simples de comunicação. Tam-
bém chamada de comunicação direta, estabelecemos uma troca de informações ponto-a-ponto quan-
do sintonizamos um ou mais rádios na mesma frequência. Esta forma de conexão exclui a necessida-
de de uma repetidora ou estação de despacho.

Por ser simples, tem recursos limitados, pois a comunicação direta reduz a distância máxima pos-
sível para estabelecer uma conversação.

Um exemplo de aplicação é seu uso no setor hoteleiro. Hotéis ocupam um espaço razoável e não
efetuam tarefas críticas, que necessitem de recursos mais avançados ou comunicação a longas dis-
tâncias.

O QUE É UM RÁDIO BIDIRECIONAL? 40


CASO DE USO

“Seu” Yotta é um senhor que resolveu abrir um pequeno hotel nos arredores da cidade. Com o
passar do tempo, a pousada foi-se expandindo e “seu” Yotta teve de aumentar o número de empre-
gados. Mas ele acabou percebendo que passar as tarefas para as diversas equipes do hotel tinha
se tornado algo complicado demais, e como ele já estava com certa idade, transmitir os afazeres se
tornara cada vez mais complicado.

Sabendo disso, Mr. M se dispôs a solucionar o problema de “seu” Yotta. Utilizando alguns rádios
analógicos e os conceitos ensinados neste capítulo, Mr. M configurou os rádios para a mesma fre-
quência, criando grupos de conversação para que “seu” Yotta pudesse distribuir as informações de
forma rápida e confortável.

Mr. M: “Bom dia, ‘seu’ Yotta! Que cara cansada é essa?”.

Yotta: “Ah, Mr. M, estou tendo muito trabalho ultimamente. Ando para lá e para cá dando ordens
e por isso estou muito cansado. Agora que meu hotel está crescendo, preciso de mais empregados,
e dessa forma fica difícil organizar as coisas”.

Mr. M: “Hum... Já sei! E se o senhor usasse alguns rádios para se comunicar com as equipes?”.

Yotta: “Como assim? Eu não entendo nada dessas coisas”.

Mr. M: “Muito simples, ‘seu’ Yotta. Podemos configurar os rádios com diversos canais. Como seu
hotel não precisa de recursos avançados e a área do hotel não é grande, permitindo uma comuni-
cação direta entre aparelhos, basta configurarmos os rádios bidirecionais MOTOTRBO desse jeito
aqui, olhe”.

41 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


Mr. M: “Configuramos alguns canais para cada equipe, como limpeza, segurança, recepção e
cozinha, e atribuímos um botão para cada um. Pronto. Agora, quando o senhor precisar falar com
alguma equipe, só precisa selecionar o canal aqui e falar”.

Yotta: “Incrível! Agora posso despachar as tarefas sem ter que subir e descer escadas o dia todo!
Muito obrigado, Mr. M”.

Mr. M: “O legal seu Yotta, é que por ser um recurso simples e barato para se configurar, essa
ideia serve para outras pessoas também. Por exemplo, padarias, estacionamentos, eventos sim-
ples, entre outras abordagens utilizam a mesma configuração. Este é um jeito simples e barato de
configurar os rádios, pois não necessita de recursos extras, como segurança, prioridade, mensa-
gens, etc”.

Como vimos, uma das aplicações para a comunicação analógica seria um sistema em um am-
biente mais simples. O hotel do “seu” Yotta não tem tanta necessidade de recursos avançados que
os rádios digitais oferecem, como criptografia e envio de dados, nem ocupa uma área muito vasta
que exija centrais de despacho ou repetidoras. Esses assuntos serão abordados nos próximos ca-
pítulos.

Assim, a solução analógica se mostrou a mais adequada por causa da facilidade e do baixo cus-
to de sua implantação, permitindo o básico: comunicação ponto-a-ponto e entre grupos.

Agora vamos aprender como configurar os rádios para criar uma solução viável que seu Yotta
possa utilizar no seu hotel.

Utilize este espaço para fazer anotações.

O QUE É UM RÁDIO BIDIRECIONAL? 42


3. LABORATÓRIO 1
3a. CONFIGURAÇÕES INICIAIS
Vamos iniciar a configuração dos aparelhos para estabelecer comunicação analógica ponto-a-
-ponto. Abra o CPS, e com o rádio conectado à sua estação de trabalho, clique no ícone Ler Ler .Você
também pode ler o dispositivo acessando o menu “Dispositivo”, “Ler” ou pelo atalho “Ctrl+R”.

A tela inicial será aberta na área de trabalho do CPS, exibindo as informações do dispositivo.
Esta tela mostra informações sobre o codeplug aberto, como número de série do aparelho, ID do
Firmware e faixa de frequência atuante.

Na área “Funções do Dispositivo” estão listadas todas as funções disponíveis para este apare-
lho, e logo abaixo são exibidos o total de memória que o aparelho suporta e o total que já foi utilizado.

Agora clique no item “Configurações Gerais” da árvore de funções localizada à esquerda do


CPS. Nesta tela é possível definir o nome do aparelho, seu ID (para funções do formato digital), mi-
crofone e botões para habilitar tipos de alertas.

43 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


O nome que for escolhido para o rádio será o nome que os aparelhos com tela LCD mostrarão em
seus visores. Selecione um nome para o rádio e depois clique no item “Canais” da árvore de seleção.

É nesta área que configuramos os canais. Basicamente, o item “Canais” é uma pasta que pode
agregar zonas (subpastas para armazenar canais) ou canais analógicos e digitais. Na tela da área de
trabalho é mostrada uma listagem de todas as zonas ou canais que pertencem à pasta.

Ao clicar em “Zone1” é exibida uma tela parecida com a anterior, porém esta mostra configura-
ções avançadas para cada canal da listagem. Este formato de apresentação é muito prático quan-
do se tem necessidade de configurar diversos canais ao mesmo tempo. É possível alterar cada
configuração de cada item de forma independente, garantindo maior velocidade a configurações
simples. Caso queira, você poderá clicar no canal (subitem de “Zone1”) para ver as opções de
configuração em tela completa.

LABORATÓRIO 1 44
Repare que dentro de Zone 1 existem dois canais: Channel1, que é um
canal digital representado pelo símbolo à esquerda de seu nome ,e
Channel2, um canal analógico com o símbolo .

Vamos iniciar configurando o Channel2, criando uma comunicação ponto-a-ponto do jeito mais
simples possível. Para isto, basta alterar os campos de “Frequência (MHz)” de Rx e Tx para aque-
la previamente estipulada. Nesta primeira configuração iremos manter o campo “Tipo de Silencia-
dor” com o valor CSQ (silenciador de portadora).

Como estamos usando a mesma frequência de Rx e Tx, basta preencher o


campo de Rx com a frequência e, em seguida, conferir se o campo “Diferença
(MHz)” possui o valor “0,000000” e pressionar o botão “Copiar” para repetir as
configurações para Tx.
Outros valores da configuração do canal analógico:
Largura da Banda do Canal (kHz): 12,5 – Essa é a largura de banda usada pelo padrão
brasileiro de rádios.
Lista de procuras: Nenhum – A configuração será abordada futuramente no tópico de
varredura.
Apenas Rx: desmarcado – Com esta configuração o rádio se torna somente receptor,
incapaz de transmitir.
DTMF: Nenhum – “Dual Tone Multi Frequency”.
VOX: desmarcado – Função que ativa a transmissão sem o uso de botões, uso indica-
do em conjunto com acessórios específicos.
Nível de potência: Alto – Potência de transmissão do rádio.

45 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


Lidar com a transmissão de rádios em um ambiente pequeno como um
laboratório pode gerar interferência, principalmente com o uso de rádios
móveis. Caso se suspeite que isso está acontecendo, baixar o “Nível de
Potência” em Tx pode solucionar o problema.

Com tudo configurado, basta agora gravar as alterações em seu rádio. Para isso, clique no botão
Gravar e, com o processo concluído, desconecte o cabo de dados do rádio.
Gravar

Para testar as configurações precisamos de dois rádios configurados conforme as instruções


anteriores. Ligue-os e selecione o segundo canal, o analógico.

Procure testar a recepção e transmissão de todos os rádios configurados pressionando o botão


“Push to Talk”.

Como já estudado, somente um rádio pode transmitir ao mesmo tempo, mantendo a linha ocu-
pada. Como característica de rádios analógicos, todos os demais deverão ser capazes de receber
simultaneamente, porém não serão capazes de transmitir.

3b. TIPOS DE SILENCIADOR


A partir de agora, serão feitos testes alterando o
campo “Tipo de Silenciador”. Os tipos de silenciado- TPL são tons de baix
a frequên-
res são: CSQ (Silenciador de Portadora), TPL (Linha cia transmitidos junt
o com o
Privada de Tom) e DPL (Linha Privada Digital). Basi- sinal de voz. Caso o
transmis-
camente, eles podem adotar duas funções: filtro, a fim sor possua um TPL
de reduzir o ruído de chamadas causado por diversos diferente
do configurado no re
fatores, e elevar a privacidade em uma frequência. ceptor, a
transmissão será ig
norada. O
mesmo ocorre com o
Por motivos que ficarão claros mais adiante, iremos DPL, no
entanto o “tom” envi
manter o nosso primeiro canal analógico criado, ex- ado é um
cluindo o canal digital existente e criando um novo ca- sinal digital.
nal analógico para o modo TPL. Na árvore de funções,
selecione “Zone1”.

1. Clique com o botão direito em “Channel1” e selecione a opção “Excluir”, confirmando a ação.

2. Clique com o botão esquerdo em “Channel2” para alterar seu nome: renomeie-o como “Ana-
lógico CSQ”.

LABORATÓRIO 1 46
3. Clique com o botão direito no canal “Analógico CSQ” e selecione a opção “Copiar”.

4. Clique com o botão direito sobre a área branca logo abaixo do canal e selecione a opção “Colar”,
duplicando o canal analógico.

5. Renomeie o novo canal com o nome de “Analógico TPL”, clicando com o botão esquerdo sobre
o seu nome.

Ao fim do processo a sua lista de canais deve ficar semelhante à imagem acima.

Agora configure o novo canal criado mantendo as mesmas frequências de Rx e Tx e alterando


a opção “Tipo de Silenciador” para TPL. Para configurar o canal, basta selecioná-lo (Analógico
TPL) na árvore de funções.

Note que dois campos são habilitados para a edição:

– Frequência de TPL (Hz).


– Código TPL.

Dessa forma, a frequência de TPL, que corresponde à frequência da codificação de transmissão


da linha privada de tom (TPL) neste canal, pode ser alterada numericamente na primeira opção,
ou escolhendo um código TPL de dois algarismos hexadecimais e que fazem referência a uma de-
terminada frequência. Neste caso, vamos adotar o código TPL “1A”, correspondente à frequência
103,5 Hz.

Não se esqueça de manter as mesmas configurações de frequência, tipo


de silenciador (TPL) e código TPL (1A) para Rx e Tx. Pode se usar o bo-
tão “Copiar” para facilitar tal tarefa.

47 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


Novamente, grave as alterações feitas no rádio e em seguida realize mais uma vez testes de
transmissão e recepção para todos os rádios configurados.

Vamos agora configurar um canal analógico com silenciador do tipo DPL. Primeiro vamos criar
um terceiro canal em “Zone1”, que será uma cópia do canal “Analógico TPL” e iremos chamá-lo
de “Analógico DPL”:

1 – Na árvore de funções, selecione “Zone1”.

2 – Clique com o botão direito no canal “Analógico TPL” e selecione a opção “Copiar”.

3 – Clique com o botão direito na área branca logo abaixo do canal e selecione a opção “Colar”,
duplicando o canal analógico.

4 – Renomeie o novo canal como “Analógico DPL” clicando com o botão esquerdo sobre o seu
nome.

Temos então três canais criados, conforme mostra a figura.

Agora selecione o canal “Analógico DPL” na árvore de funções para configurá-lo, alterando o
campo “Tipo de Silenciador” para “DPL” em Rx e Tx.

Note que desta vez outras duas opções são habilitadas:

– Código DPL (Octal).


– Inversão de DPL.

LABORATÓRIO 1 48
O “Código DPL” corresponde a um número de três digitos na base Octal (aceita somente núme-
ros de 0 até 7). É usado para codificar (Tx) e descodificar (Rx) o tráfego de voz do canal de Linha
Privada Digital.

Podemos manter o Código DPL com o seu valor “023”, tanto em Rx como Tx. Posteriormente
iremos alterar esse valor para realizar alguns testes.

A outra opção (Inversão de DPL), caso selecionada, faz com que o rádio inverta o código DPL da
Linha Privada Digital. Este recurso permite a compatibilidade com certos equipamentos que exigem
essa função. No caso deste canal, iremos manter a opção desmarcada.

Agora, com todos os passos concluídos, grave as alterações em seu rádio e realize testes de
transmissão e recepção entre todos os rádios configurados, assim como nos experimentos anteriores.

3c. VARREDURA
Criados o três canais analógicos, vamos utilizar um recurso muito interessante que pode ser
agregado a um determinado canal, a lista de varredura. Com ela, é possível monitorar o conteúdo
de mais de um canal simultaneamente.

Na árvore de funções há uma pasta chamada “Varredura”. Note que dentro dela existe uma
lista de varredura chamada “List1”.
Varredura
List1

Clique com o botão direito em “List1” e selecione a opção renomear, atribuindo o nome “Lista
Varredura” à lista.

Em seguida, selecionando a lista, observe que ficam visíveis duas listas:

– Disponível: todos os canais existentes disponíveis para serem selecionados na lista de varredura.

– Membros: todos os canais que fazem parte da lista de varredura.

Selecione o Canal “Analógico DPL” e pressione o botão “Adicionar >>”. Repita a operação
para o canal “Analógico DPL”.

O resultado das operações será semelhante à imagem acima.

49 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


Com a lista de varredura criada e configurada, é necessário atribuí-la a um canal existente. Nes-
te caso, vamos usar o canal “Analógico CSQ”, selecionando-o na árvore de funções.

Em seguida, basta alterar o campo “Lista de Procuras” selecionando a opção “Varredura


Lista Varredura” e mantendo todas as demais opções.

Depois desses passos, a lista de varredura para o canal “Analógico CSQ” já está configurada,
mas ainda não é possível utilizar a função. Para isso, precisaremos conhecer a próxima seção, que
irá mostrar como se configuram os botões do seu rádio. Vamos precisar adicionar uma funcionali-
dade para algum botão que faça com que a varredura de um canal seja ligada ou desligada.

3d. BOTÕES
Olhando para o seu rádio, é possível perceber que ele tem vários botões, além do PTT (Push To
Talk) e do seletor de canais. Esses botões podem ser configurados de forma personalizada, depen-
dendo da necessidade de uso dos rádios.

Selecione a opção Botões Botões na árvore de funções e note que o CPS irá mostrar as
opções de configuração dos botões. Cada botão pode ter duas funcionalidades:

– Pressionamento rápido.
– Pressionamento demorado.

LABORATÓRIO 1 50
Note que a opção “Ativar/Desativar Varredura” já está associada ao “Botão Lateral 2”. Sendo
assim, não seria preciso alterar as configurações de botão. Para fins didáticos, vamos alterar o botão
responsável por “Ativar/Desativar Varredura”, atribuindo essa funcionalidade ao “Botão Laranja”.

Para isso, basta selecionar a lista correspondente ao botão laranja e selecionar a opção “Ativar/
Desativar Varredura”. Você deve ter notado que existem inúmeras funcionalidades que podem ser
atribuídas aos botões dos rádios, inclusive funcionalidades personalizáveis caracterizadas pelas op-
ções “Acesso de Um Toque”. Grande parte das funções só irá fazer sentido quando abordarmos as
comunicações por canais digitais. Elas serão mais exploradas no próximo capítulo.

Depois de feitas as alterações, podemos agora testar a funcionalidade de varredura; basta gravar
as configurações em seu rádio e realizar os seguintes testes:

1 – Coloque todos os rádios configurados no canal 1 (Analogico CSQ) e faça testes de tranmis-
são e recepção como anteriormente.

2 – Pressionando o botão laranja, ative a varredura e novamente realize os testes de transmis-


são e recpção.

3 – Mantenha um dos rádios no canal 1 (Analógico CSQ) com a opção de varredura ligada e os
demais divididos entre o canal 2 (Analógico TPL) e o canal 3 (Analógico DPL). Procure associar
quais rádios são capazes de transmitir e receber comunicação com quais rádios.

4. LABORATÓRIO 2
Neste segundo laboratório do capítulo, vamos procurar entender melhor as diferenças e as me-
lhores formas de uso para os diferentes tipos de canais analógicos. Serão feitos testes de compa-
tibilidade entre as diferentes opções de tipo de silenciador, além da compatibilidade entre canais
(DPL e TPL) com o mesmo tipo de silenciador, porém com códigos distintos.

4A. CONFIGURANDO GRUPOS DE CONVERSA POR SUBTONS DIFE-


RENTES

Vamos continuar usando as mesmas configurações do laboratório anterior. Primeiramente,


vamos criar mais dois canais:

– “Analógico TPL 2”, na posição de canal 4.

– “Analógico DPL 2”, na posição de canal 5.

Para isto, basta copiar alguns dos canais e renomeá-los com os nomes citados.

51 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


No final, a organização dos canais será semelhante à imagem acima.

Vamos configurar os novos canais criados da seguinte forma:

– “Analógico TPL 2”: usando um silenciador do tipo TPL, com o Código TPL XZ (67,0 Hz),
tanto em Rx quanto em Tx.

– “Analógico DPL 2”: usando um silenciador do tipo DPL, com o Código DPL 777, novamente
em Rx e Tx.

Grave as alterações em seu rádio e proceda aos seguintes testes de recepção e transmissão:

1. Alterne os canais dos rádios entre os canais 2 (Analógico TPL) e 4 (Analogico TPL 2) e veja
se existe comunicação entre esses dois canais.

LABORATÓRIO 2 52
2. Repita o processo com os canais 3 (Analógico DPL) e 5 (Analógico DPL2).

3. Selecione o canal 1 (Analogico CSQ) em um dos rádios tornando a opção de varredura


ligada. Com os demais alterne entre os canais 4 (Analógico TPL 2) e 5 (Analógico DPL 2), pres-
sionando o botão PTT para testes. Note se existe comunicação entre eles.

Entenda no final dos testes realizados que os diferentes tipos de silenciador dos canais podem
ser usados para criar grupos de conversa, agregando certa privacidade ao sistema. Por exemplo,
podemos criar um grupo A e um grupo B. Cada grupo só pode conversar internamente entre seus
membros, já que os rádios dos dois grupos possuem canais analógicos de tipos diferentes. Por fim,
podemos criar um grupo C, que, por uma lista de varredura, será capaz de interagir com ambos os
grupos A e B.

Note que, independentemente de o grupo de um canal não poder se comunicar


com o de outro, se ambos os grupos utilizarem os mesmos valores de frequência
de transmissão e recepção, quando qualquer indivíduo de qualquer um dos grupos
apertar o botão PTT para transmitir a linha ficará ocupada para todos.

4b. CLONAR CONFIGURAÇÕES


Uma função que pode ser muito útil para a configuração de muitos rádios com as mesmas fun-
ções é a de Clonar. Com ela, é possível transferir todas as configurações de um rádio para outro
sem copiar seu “Nome” e “Id”. Para isso, inicialmente verifique se a opção para não copiar esses
atributos se encontra desmarcada. No menu “Editar”, selecione a opção “Preferências...”

A opção “Clonar Identidade do rádio” deve ser mantida desmarcada.

Em seguida, você deve conectar o rádio que terá suas configurações clonadas e realizar sua
leitura. Com suas configurações absorvidas pelo CPS, você já pode desconectar o rádio e, conec-
tando o próximo a receber as configurações, pressione o botão Clonar Clonar .

53 CAPÍTULO 3 - RÁDIOS ANALÓGICOS


CAPÍTULO 4

RÁDIOS DIGITAIS

1. COMUNICAÇÃO VIA RÁDIO DIGITAL

1a. INTRODUÇÃO
Nas décadas de 1930 e 1960, as transmissões digitais passaram a ser reconhecidas por suas
vantagens em relação às transmissões analógicas. No entanto foi na década de 1970 que surgiram
as oportunidades necessárias para utilizar a transmissão digital de modo eficiente e com baixo cus-
to, e a partir de 1989 os rádios digitais começaram a ser desenvolvidos.

De modo geral, os rádios digitais se destacam pela melhoria apresentada na qualidade do áudio,
menor consumo de energia e melhor aproveitamento do espectro de frequência. Permitem também
novas funcionalidades, como redução de ruídos em ambientes barulhentos, monitoramento remoto
para ativar e desativar rádios quando necessário, entre outros. Veja abaixo alguns benefícios dos
rádios digitais:

– Maior capacidade e menor custo: um canal de rádio suporta vários usuários utilizando a
mesma licença de frequência, reduzindo custos.

– Privacidade de voz: por ser uma transmissão digital, evita que terceiros escutem a conversa.
Além disso, é possível criptografar as chamadas sem perder qualidade do áudio, proporcionando
maior segurança para os usuários.

– Qualidade do áudio: maior nitidez, melhor qualidade de voz. Isso ajuda a garantir que os des-
tinatários irão entender a mensagem enviada, com menos falhas e cortes na voz.

– Existência de aplicativos de dados: oferece recursos e possibilidade para enviar e receber


mensagens de texto, GPS para rastreamento e envio de dados como imagem, por exemplo.

– Durabilidade da bateria: aumenta a durabilidade da bateria em até 40%, se comparados com


rádios analógicos, facilitando e dando maior independência para longas jornadas de trabalho.

54
1b. PADRÃO DA RADIOCOMUNICAÇÃO DIGITAL
A radiocomunicação digital trabalha seguindo padrões internacionais, tais como TETRA,
APCO25 ou DMR. Isso garante que aparelhos de fabricantes e modelos diferentes possam ser
utilizados em uma mesma solução, fazendo com que eles possam se comunicar normalmente
desde que estejam utilizando o mesmo padrão.Neste curso, estamos trabalhando com o padrão
DMR, utilizado pela linha MOTOTRBO.

O DMR é um padrão de radiocomunicação desenvolvido em 2005 pela ETSI – Instituto Euro-


peu de Padrões de Telecomunicação – para usuários profissionais e comerciais. Ele é um siste-
ma TDMA (acesso por multiplexação por divisão de tempo) de dois slots, que utiliza modulação
4FSK. O padrão DMR foi desenvolvido para permitir uma migração de sistemas analógicos para
digitais de uma forma simples e compatível, permitindo a atualização de equipamentos e siste-
mas de forma gradual, de modo que é possível coexistirem rádios analógicos e digitais em uma
mesma rede.

TETRA (Terrestrial
Trunked Ra- APCO-25: também co
dio) é um padrão utili nhecido
zado em sis- como Project25 ou P2
temas de situações cr 5, é um
íticas e que padrão aberto que su
exigem maior sigilo rgiu na
nas mensa- década de 90 para su
gens e garantia de qu
e a mensa- prir as
gem chegue ao destin necessidades de pequ
atário. enas e
Desenvolvido pelo ET médias agências de
SI (Instituto seguran-
Europeu de Padrões de ça dos Estados Unido
Telecomu- s que
nicação) na década possuíam poucos usuá
de 90 para que
pudesse atender as ne rios
cessidades mas espalhados em
de áreas governamen
tais e de se-
grandes
gurança pública, por áreas geográficas.
exemplo.

1c. FUNCIONAMENTO
A comunicação por rádios digitais pode ser realizada de três formas:

– um-para-um, pela qual os usuários podem conversar com outro usuário específico sem que os
demais usuários que estejam no mesmo canal consigam ouvir a conversa;

– um-para-todos, pela qual quando um usuário enviar uma chamada todos os usuários da rede
irão recebê-la;

– um-para-muitos, pela qual o usuário pode enviar chamadas para grupos específicos da rede,
ou seja, ao enviar uma mensagem para um grupo todos os membros deste grupo poderão ouvir a
conversa.

Em sistemas analógicos, as informações como voz e áudio são transformadas em sinais cujos
valores variam de modo contínuo, ou seja, pode-se assumir qualquer valor em um intervalo, sendo
inteiro ou não. Já nos sistemas digitais as informações são transformadas em números discretos e
inteiros, que variam de acordo com a precisão do conversor, conforme ilustrado na figura abaixo.
Isso permite que sejam aplicados filtros para a melhoria da qualidade de voz e processos de cripto-
grafia, entre outros processos que são facilmente realizados nos sinais digitais.

55 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


15
14
13
12
11
10
9
8
7
6
5
4
3
2
1
0
Legenda: onda analógica (vermelho) convertida para digital (preto).

Por exemplo, como a voz é uma informação analógica, é necessário fazer a conversão deste
sinal em um sinal digital para que possa ser transmitido. Não deve ocorrer nenhuma alteração na
mensagem final, e para isso é utilizado um conversor analógico-digital (ADC). Na recepção, deve
ocorrer a conversão do sinal digital em um sinal analógico para que a mensagem possa ser escuta-
da de forma correta. Para isso utiliza-se um DAC – conversor digital-analógico.

Apesar de trabalharmos com a informação no domínio digital, a comunicação por rádiofrequên-


cia se dá de forma analógica. É necessário que haja a modulação da informação do sinal digital em
uma onda analógica para que ocorra a transmissão do sinal. Como padrão de modulação, o DMR
utiliza o 4FSK. Este processo de digitalização e modulação da informação permite uma maior efi-
ciência na transmissão, reduzindo a quantidade de energia necessária para realizar a comunicação
e permitindo maior qualidade do sinal de voz.

COMUNICAÇÃO VIA RÁDIO DIGITAL 56


2. DIFERENÇAS ENTRE RÁDIO ANALÓGICO E DIGITAL
A principal diferença entre o sinal analógico e digital é como a qualidade do áudio se degrada
conforme a onda percorre o ambiente. As ondas analógicas se degradam conforme a distância,
enquanto a qualidade do áudio digital se mantém estável na mesma região de cobertura. Isso se
deve à correção de erros embutida na transmissão digital. É importante notar que o uso de sinais
digitais não necessariamente aumenta o raio de cobertura do sinal RF, no entanto ocorre a melhoria
do áudio recebido.

Melhoria na Qualidade de Áudio


DIGITAL
Excelente

Área de Ganho
de Qualidade
QUALIDADE DO ÁUDIO

ANALÓGICO

Qualidade de Áudio Mínima Aceitável

Ruim

Forte FORÇA DO SINAL Ruim

Além disso, o rádio digital permite novas funcionalidades, incluindo:

– Chamadas individuais, em grupo e para todos;

– Chamadas de emergência;

– Criptografia nas chamadas;

– Identificador de chamadas;

– Mensagens de texto;

– Posição dos rádios por GPS;

– Escuta remota.

57 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


3. LABORATÓRIO 1
Antes de começarmos o labo-
Agora que você já aprendeu sobre o funcionamento e os prin- ratório de rádio ponto-a-pon
cipais conceitos dos sistemas convencionais ponto-a-ponto digi- to
digital, conecte seu rádio ao
tal, vamos realizar nosso laboratório prático. No final deste labo-
ratório você deverá estar apto a criar e configurar canais digitais computador e faça a leitura
em rádios ponto-a-ponto. do dispositivo. Caso tenha
dúvidas, consulte o capítulo
2, Introdução ao CPS.

3a. CONFIGURAÇÕES INICIAIS


Vamos configurar nossos rádios para que eles tenham um ID (identificador único) e um nome.
Quando o rádio tiver um display, irá mostrar o nome configurado no aparelho. Utilize um padrão
fácil de lembrar para ser o seu ID, pois ele será seu ‘número telefônico’ para realizar chamadas
privativas.

Para ficar padronizado e evitar conflitos por IDs repetidos, você pode utilizar os
quatro últimos dígitos do número de série do aparelho

Abra o CPS e após realizar a leitura do seu rádio e clique em “Configurações Gerais”. Você
deverá visualizar a tela abaixo:

LABORATÓRIO 1 58
CASO DE USO
Atenção: antes de darmos sequência ao laboratório, vamos imaginar o seguinte contexto para
facilitar o aprendizado:

Uma empresa de eventos fechou contrato para realizar um grande show de uma banda famosa.
A empresa, que foi inaugurada há pouco tempo, viu nessa oportunidade o momento certo para
alavancar seus negócios. Portanto, tudo deveria ocorrer da melhor maneira possível, evitando con-
tratempos e permitindo que o show fosse realizado com segurança e qualidade.

Preocupado com o planejamento do evento, o Sr. Tenor, gerente geral da empresa, reuniu toda
a sua equipe para uma reunião.

Sr Tenor: “Pessoal, todos sabem que temos um grande trabalho pela frente. Nosso sucesso e o
momento de alavancar os negócios dependem do andamento desse evento. Precisamos que a ban-
da saia satisfeita com nossos serviços e que os fãs saiam do show sentindo que eventos realizados
por nossa empresa são diferenciados pela segurança e qualidade dos serviços”.

“Seu” Bemol: “Chefe, qual é o plano? Temos um grande recinto que estará lotado, como fare-
mos para evitar problemas com a segurança?”.

Sr. Tenor: “Não se preocupe, Bemol! Comprei rádios portáteis para todos vocês e contratei o
Mr. M para programá-los da melhor maneira possível. Com os rádios, trabalharemos da seguinte
maneira: Bemol, você, como chefe da segurança, terá um canal para se comunicar comigo, para
que possamos nos comunicar sobre decisões e problemas críticos. Ré e Sol, vocês, como chefe
da manutenção e chefe da limpeza, também terão um canal para se comunicarem exclusivamente
comigo. Fora isso, eu poderei ouvir todos vocês e vocês poderão se comunicar entre vocês e suas
respectivas equipes”.

Dona Sol: “Hum... acho que estou começando a entender. De fato, se eu puder me comunicar
com o senhor e com o Ré, poderia adiantar muito meu trabalho. Terei maior controle sobre os

59 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


setores que precisam de limpeza com mais urgência e também poderei avisar quando algo no
banheiro quebrar”.

“Seu” Bemol: “Concordo, e eu consigo monitorar minha equipe em tempo real, garantindo que
a segurança esteja eficiente. Porém, Senhor Tenor, o senhor sabe que nesses eventos é importante
manter sigilo em algumas informações. Como faremos para garantir que ninguém irá interceptar
nossas mensagens podendo burlar a segurança ou até mesmo vazando informações internas para
a imprensa?”.

Senhor Tenor: “Não se preocupem. Falei com o Mr. M e ele, com toda a experiência em progra-
mação de rádios, me garantiu que se utilizarmos canais digitais nossas informações ficarão segu-
ras. Vamos utilizar criptografia e até mesmo mensagens de texto quando necessário”.

3b. CONFIGURANDO OS CONTATOS: CHAMADAS PRIVATIVAS


Seguindo nosso exemplo de um possível uso, vamos criar meios para que o gerente geral con-
siga se comunicar diretamente com a chefe da limpeza, com o chefe da segurança e o chefe da
manutenção.

Clique em “Contatos”, em seguida clique com o botão direito do mouse em “Digital”, “Adicio-
nar”, “Chamada Privativa”.

LABORATÓRIO 1 60
Note que na área direita da tela irá aparecer o contato recém-criado com o nome “Chamada 1”.
Note também que já existe um contato cadastrado, “Grupo 1” – você pode removê-lo ou renomeá-lo.

Você pode deletar seus contatos, desde que exista mais de um contato criado.

Repita o processo de criar chamadas privativas por quatro vezes

Agora que temos quatro contatos criados, clique em cada um deles para renomeá-los e configu-
rar os IDs de chamada. Configure-os conforme os dados da imagem abaixo:

Meus canais:
Não se esqueça que
o ID é o
nosso “número de te
lefone”.
Logo, ao criar um co
ntato no
campo ID você deve co
locar o
ID correspondente ao
rádio do
contato desejado.

61 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


3c. CONFIGURANDO OS CONTATOS: CHAMADAS DE GRUPO
Em uma chamada de grupo é realizada uma chamada um-para-muitos. Por exemplo, quando a
chefe da limpeza quer se comunicar com seu setor, ela faz uma chamada para o grupo “Setor Lim-
peza”, e todos os rádios configurados para este grupo irão ouvi-la.

Clique em “Contatos”, em seguida clique com o botão direito do mouse em “Digital”, “Adicio-
nar”, “Chamada de Grupo”. Repita o processo por três vezes.

Adicione também um grupo para fazer chamadas um-para-todos. Basta repetir o processo anterior,
porém, ao invés de clicar em “Chamada de Grupo”, clique em “Chamada para Todos”.

Configure-os conforme os dados da imagem abaixo :

Você pode renomear se


us
contatos. Para renom
ear, na
área direita da tela,
dê duplo
clique em cima do co
ntato
criado.

O processo de criar chamadas de grupo e chamadas privativas é o mes-


mo. No entanto fique atento às configurações. Em uma chamada priva-
tiva o ID é o número do rádio desejado, enquanto em uma chamada de
grupo o ID é o número com o qual o próprio grupo irá se identificar.

LABORATÓRIO 1 62
3d. CRIAR LISTA DE GRUPOS RECEPTORES (RX)
Agora que já temos nossos contatos, vamos cadastrar os usuários que poderão se comunicar
entre si. Clique em “Lista de grupos de Rx”, clique com o botão direito do mouse em “Digital”,
“Adicionar”, “Lista de Grupos de Rx”. Repita o processo até você ter quatro listas.

Clique com o botão direito em cada lista e as renomeie conforme a imagem abaixo:

Agora, em “Lista de Grupos de Rx”/“Digitais”, clique no nome da sua lista para adicionar
os grupos de contatos que poderão ouvir a conversa. Por exemplo, na nossa lista “Lista Todos”
queremos que todos os grupos se escutem, portanto adicionaremos os setores de limpeza, manu-
tenção e de segurança.

Para as outras listas, adicione apenas os grupos correspondentes. Ou seja, para a lista limpeza
apenas o grupo “Setor limpeza” deverá ser adicionado à lista de membros, conforme as figuras
abaixo, e assim por diante.

63 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


3e. CRIANDO OS CANAIS
Diferentemente dos rádios analógicos, além das frequências
de transmissão e recepção, nos canais digitais também é preciso
configurar a lista de grupos dos quais seu rádio poderá ouvir as
Para que os rádios po
conversas (lista de receptores) e os grupos de contatos para os ssam trans-
mitir e receber inform
quais seu rádio irá transmitir. ações, eles
devem estar sintoniza
dos na
mesma frequência.
Cada rádio deve ter seus canais configurados conforme a ne- No caso de
rádios ponto-a-ponto,
cessidade do usuário. Por exemplo, vamos configurar os canais é possível
utilizar a mesma fr
do nosso rádio para atender às necessidades do gerente geral da equência para
TX e RX. No entanto,
empresa do nosso caso de uso. Ele precisa conversar com todos se for utili-
zada uma repetidora
os setores ao mesmo tempo, além de poder ouvir cada setor indi- , é necessário
utilizar duas frequê
vidualmente, mas falar apenas com o chefe daquele setor. ncias, uma
para TX e outra para
RX – mas não
se preocupe, isso será
Para comerçar, vamos criar quatro canais digitais. Clique em abordado nos
próximos capítulos.
“Canais”. Com o botão direito, clique em “Zone1”, “Adicionar”,
“Canal Digital”. Note que já existe um canal padrão criado, por-
tanto iremos criar apenas mais três canais. Repita o processo até
que você tenha quatro canais adicionados.

LABORATÓRIO 1 64
Agora iremos configurar cada canal individualmente, para que cada um deles tenha uma função
específica que atenda a nossos requisitos. Para começar, clique no primeiro canal da sua lista de
canais criados. Em seguida, digite as frequências que serão utilizadas para este canal.

No campo “Rx”, “Lista de Grupos”, selecione a “Lista Todos”, pois queremos que o gerente
ouça todos. No campo “Tx”, “Nome do Contato”, selecione o contato “Todos os setores”, pois
queremos que todos ouçam o gerente

Agora que você já sabe como configurar a lista de RX e TX de um canal, repita o processo para
os demais canais observando a seguinte instrução:

– Canal 2: “Rx” para “Lista Limpeza” e “Tx” para “Chefe Limpeza”.

– Canal 3: “Rx” para “Lista Manutenção” e “Tx” para “Chefe Manutenção”.

– Canal 4: “Rx” para “Lista Segurança” e “Tx” para “Chefe Segurança”.

Lembre-se, estamos realizando as configurações para o rádio do gerente da


nossa história. Portanto, os canais estão todos configurados apenas para as ne-
cessidades do gerente.

65 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


Configuração de Canal (Posição do Seletor)

Um canal

Transmite para:

Chamada de grupo

Chamada privativa Configurado em


contatos
Ninguém (só RX)

Recebe de:

Grupo (1 ou mais)
Configurado em lista de
grupos de RX
Apenas chamadas privativas

3f. CONFIGURANDO CRITÉRIO DE ADMISSÃO


O critério de admissão determina quando é permitido transmitir no canal, impedindo que ocorra
transmissão em canais que já estão sendo utilizados. Possui as seguintes opções:

Sempre: o rádio sempre fará a transmissão, mesmo que o canal esteja em uso. É também cha-
mada de acesso “descortês”.

Sem código de cores (ou código de cor livre): o rádio verifica se o canal está livre antes de
realizar a transmissão, mas interromperá transmissões analógicas ou de outros sistemas. É tam-
bém chamado de acesso “cortês para o próprio sistema”.

Canal livre: o rádio verifica se o canal está livre antes de realizar a transmissão. É também
chamada de acesso “cortês para todos”. É necessário configurar também o Limiar do RSSI, que
determina se o nível de sinal detectado corresponde a ruídos na frequência de portadora. O valor
padrão de -124dBm é muito sensível a interferências; um valor de -90dBm é adequado.

O código de cores é um identificador do sistema de comunicação. Ele é utiliza-


do para segmentar uma mesma alocação de frequência para diversos sistemas.
Os rádios ignorarão transmissões que possuam um código de cor diferente do
programado no canal.

LABORATÓRIO 1 66
No nosso caso, vamos utilizar a opção sem código de cores. Para configurar o critério de admis-
são é necessário habilitar o modo avançado, clicando no menu “Exibir”, “Avançado”.

Agora, selecione “Sem código de cores” no campo “Tx”, “Critério de Admissão”.

67 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


3g. CONFIGURANDO CRITÉRIOS EM CHAMADA
Os critérios em chamada definem quando é permitido interromper e transmitir voz mesmo que já
exista uma chamada em andamento, com as seguintes opções:

Sempre: o rádio irá transmitir “por cima” da chamada, mas isso causa contenção no canal de RF,
podendo corromper ambas as transmissões.

Interrupção de Tx: antes de começar uma transmissão, o rádio envia uma requisição para o
outro dispositivo que está ocupando o canal no momento, “pedindo” para liberar o canal para que
ele possa começar a transmitir.

Seguir os Critérios de Admissão: o usuário não poderá transmitir quando estiver recebendo
uma chamada para ele.

Embora um critério de chamada “Sempre” agilize a comunicação entre usuários disciplinados,


isso pode causar chamadas cortadas. É recomendado que a maioria dos usuários utilize o critério
de chamada “Seguir os Critérios de Admissão”.

Neste momento, utilizaremos o critério de chamada “Seguir os Critérios de Admissão”. Com


o modo exibir no avançado, selecione “Seguir os Critérios de Admissão” no campo “Tx”, “Cri-
térios de Chamada”.

Para utilizar o critério de chamada de Interrupção de Tx, o rádio que irá


receber a interrupção deverá estar configurado para aceitar essas inter-
rupções (opção “Permitir Interrupção”).

LABORATÓRIO 1 68
3h. CHAMADAS DE EMERGÊNCIA
Chamadas de emergência são comunicações que possuem uma prioridade maior de chamada
e são utilizadas em situações críticas. Para habilitar a realização destas chamadas, você deverá
configurar o botão laranja para ativar e desativar o modo de emergência. Apenas o botão laranja
possui a funcionalidade de ativar este modo.

Na opção “Botões” do CPS, configure o botão laranja para “Emergência Ativada”. Note que
ao escolher esta ação para o pressionamento rápido, o CPS automaticamente seleciona “Emer-
gência Desativada” para a ação de pressionamento demorado do botão laranja.

É necessário definir os parâmetros da chamada de emergência. Para isso, clique em “Sistemas


de Sinalização” no menu esquerdo e abra “Emergência Digital”. Note que já existe um sistema
de chamadas de emergência por padrão. Selecione este sistema.

A opção “Tipo de Alarme” define o comportamento quando o botão laranja é pressionado:

– Normal: o rádio informa ao usuário que entrou no modo de emergência com um aviso sonoro
e uma mensagem no display.
– Silencioso: o rádio não informa ao usuário que está em uma chamada de emergência e silen-
cia as comunicações por voz que ocorrem no canal sintonizado.
– Silencioso com voz: o rádio não informa ao usuário que está em uma chamada de emergên-
cia, mas permite escutar as comunicações por voz do canal sintonizado.

A opção “Modo” determina se existirá uma chamada por voz além da indicação de emergência
nos outros rádios:

– Alarme de emergência: uma mensagem informando que aquele rádio está em situação de
emergência será enviada para os membros do canal sintonizado.
– Alarme de emergência c/ Chamada: a mensagem é enviada, e é possível realizar uma cha-
mada de voz com maior prioridade apertando o botão de PTT.
– Alarme de emergência c/ Voz a Seguir: a mensagem é enviada e é iniciada uma chamada
de voz automaticamente. A duração dessa chamada pode ser configurada na opção “Duração do
Mic Ativo”.

69 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


Após configurar os parâmetros da chamada de emergência, é necessário definir no canal quais
parâmetros de chamadas de emergência devem ser utilizados quando o usuário apertar o botão
laranja e estiver sintonizado. Para isso, clique em um canal, e na opção “Tx”, “Sistema de Emer-
gência” selecione o sistema de emergência que acabamos de configurar. Por exemplo, “Sys1”.

LABORATÓRIO 1 70
3i. CONFIGURANDO MENSAGENS DE TEXTO
Mensagens de texto são pequenas mensagens pré-definidas que são enviadas quando se de-
seja discrição. Configurar uma mensagem de texto é uma tarefa simples. Para isso, no CPS clique
em “Mensagem de Texto” localizado no menu esquerdo. Note que no campo central da tela irá
aparecer uma tabela. Para adicionar novas mensagens, basta clicar no botão “Adicionar”. Para
deletar uma mensagem existente, selecione a mensagem desejada e clique em “Excluir”.

Caso seu rádio seja do modelo sem display, é necessário configurar um botão para enviar as
mensagens. Como você já aprendeu no capítulo anterior, configure em “Botões” o botão deseja-
do. Na seção “Acesso de Um Toque”, no campo “Tipo de Chamada”, selecione “Mensagem de
Texto” e a mensagem que deseja disparar ao selecionar o botão recém configurado.

Rádios sem display apenas enviam mensa-


gens. Somente rádios com display ou rá- Essa função é suport
ada
dios móveis recebem mensagens de texto. apenas para o modo
digital.

71 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


3j. CONFIGURANDO CHAVE DE CRIPTOGRAFIA
A chave de criptografia garante que não existam terceiros indesejados ouvindo a transmissão.
Quando um rádio está conectado em um canal que tem uma chave de criptografia diferente do seu,
o usuário irá ouvir apenas ruídos. Sem a chave, o usuário conseguiria ouvir a conversa claramente.

Para criar uma chave de criptografia, clique em “Segurança”, selecione o Tipo de Privacidade
“Avançado” e altere o valor de chave para a chave desejada. É possível adicionar até 16 chaves.

Com a chave criada, agora vamos adicioná-la nos canais que desejamos. Para isso, clique em
um canal, selecione a opção “Privacidade” e em “Alias de Privacidade”, selecione “Chave 1”.
Faça isso para todos os canais.

As chaves são constit


uídas por
dígitos hexadecimai
s que vão de 1 a
FFFF FFFF FE.

LABORATÓRIO 1 72
3k. RÁDIOS COM DISPLAY: CONFIGURANDO O MENU
Os rádios com display possuem funções adicionais como por exemplo habilitar escuta remota e
bloquear e/ou desbloquear usuários. Para realizar estas operações é necessário configurar o menu
geral do rádio. Por enquanto, vamos habilitar apenas as opções de escuta remota e habilitar/desa-
bilitar usuários.

Escuta remota: é uma função que permite abrir o microfone de um rádio por 10 segundos sem
que o portador do rádio perceba. Esta função é útil para situações de perigo, como por exemplo
assaltos. Para acessar a função em seu rádio, mediante menu:

1. acesse o menu.

2. escolha o contato desejado e pressione ,

ou, vá até discagem manual e pressione para selecionar a opção. Se existe uma
ID discada anteriormente, esta aparece juntamente com um cursor piscando. Use o teclado para
editar a ID. Pressione para selecionar a opção,

ou, vá até discagem manual e pressione para selecionar a opção. Coloque o ID


desejado e pressione para selecionar a opção.

3. vá até escuta remota e pressione para selecionar a opção.

4. O rádio irá emitir um som de alerta e o LED se iluminará em um verde piscando. Aguarde.

5. A tela mostrará Sucesso no monitoramento remoto:

O rádio começa a receber o áudio do rádio supervisionado durante um período programado. Ao


finalizar esse período, o rádio emite um tom de alerta e o LED se desliga, finalizando o monitoramento.

ou, Falha no monitoramento remoto:

O rádio repete a tentativa o número de vezes programado.

73 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


Habilitar e desabilitar usuários: esta função permite bloquear e desbloquear o rádio de outro
usuário. Quando um rádio é bloqueado não é possível realizar ou receber nenhuma transmissão. Isso
é útil para casos, por exemplo, de perda ou roubos de rádios. Para acessar a função em seu rádio:

1. acesse o menu.

2. vá até contatos e pressione (estarão em ordem alfabética).

3. vá até o ID desejado e pressione para selecionar a opção,

ou, vá até discagem manual e pressione para selecionar a opção. Coloque o ID


desejado e pressione .

4. vá até Ativação de Rádio e pressione para selecionar a opção.

5. A tela mostrará Habilitar rádio: (ID do cadastrado ou nome), e o LED se iluminará em um verde
contínuo. Aguarde.

6. Se for concluído com sucesso, o rádio irá emitir um som e mostrará na tela Habilitação com-
pletada. Caso contrário, emitirá um som e mostrará na tela Habilitação não completada.

Não pressione “Back”


durante
a operação de ativação
de rádio
porque não receberá
a mensa-
gem de confirmação
.

Exemplos de displays.

Pronto! O rádio do nosso gerente já está configurado. Faça os testes e observe o funcionamen-
to. Sintonizem seus rádios em canais diferentes, conversem uns com os outros e observem quem
receberá a transmissão. Observe que, embora criamos quatro canais, apenas o canal com permis-
são para ‘Todos’ será possível realizar uma transmissão. Isso ocorre porque todos os rádios foram
programados para satisfazer as necessidades específicas do nosso gerente, ou seja, não temos
os rádios com os requisitos e permissões para os setores de limpeza, manutenção e segurança. A
seguir, vamos programar rádios com permissões diferentes para simular o caso de uso do show.

LABORATÓRIO 1 74
4. LABORATÓRIO 2
A esta altura do curso você já aprendeu as funcionalidades básicas de se programar um rádio
ponto-a-ponto digital. Para ajudá-lo a fixar seu aprendizado, vamos utilizar os conhecimentos adqui-
ridos e programar nossos rádios simulando nosso caso de uso. Para isso, vamos precisar satisfazer
os requisitos para os usuários de segurança, limpeza e manutenção.

Divida sua turma em grupos e defina os grupos “Limpeza”, “Segurança” e


“Manutenção”. Combine também um grupo para ser o chefe geral e manter as
configurações atuais.

4a. GRUPOS DE CHAMADAS COM CONTATOS DIFERENTES


Utilize seus conhecimentos de criar canais e crie canais seguindo as orientações abaixo:

– Chefe Limpeza:

crie um canal para se comunicar apenas com o setor de limpeza


crie um canal para se comunicar apenas com o chefe geral

– Chefe Segurança:

crie um canal para se comunicar apenas com o setor de segurança


crie um canal para se comunicar apenas com o chefe geral

– Chefe Manutenção:

crie um canal para se comunicar apenas com o setor de manutenção


crie um canal para se comunicar apenas com o chefe geral

- Todos os grupos:

crie um canal para se comunicar apenas com o setor de limpeza


crie um canal para se comunicar apenas com o setor de manutenção
crie um canal para se comunicar apenas com o setor de segurança

Lembre-se de que ao criar os canais, para que os rádios possam se co-


municar, eles devem estar configurados com frequências iguais.

Caso um canal esteja recebendo transmissão de um grupo que não deveria,


verifique as configurações dos contatos e lista de grupos no canal e confira tam-
bém os IDs da chamada dos contatos. Em caso de dúvida, consulte as seções 2
e 3 deste capítulo.

75 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


TESTES

Transmitindo apenas para a equipe:

Combine com seus colegas a seguinte estrutura:

– grupo do chefe geral: sintonize o canal de transmissão para o chefe da limpeza.

– grupo do chefe da limpeza: sintonize no canal de transmissão para o setor de limpeza.

– grupo do chefe da segurança e chefe da manutenção: vocês deverão simular os trabalhadores


do setor de limpeza, portanto sintonizem no canal de transmissão do setor limpeza.

Resultado esperado:

– o chefe geral escuta o setor limpeza, mas conversa apenas com o chefe da limpeza.

– o chefe da limpeza se comunica com todos do setor limpeza.

– o setor limpeza se comunica com o chefe da limpeza e entre si.

Sintonize todos os rádios no canal de comunicação com o chefe geral:

Note que em todos os setores este canal é de transmissão para o chefe geral. Assim, o esperado
é que a transmissão seja concedida para o primeiro usuário que fizer a requisição e o canal deverá
mostrar-se ocupado para todos os outros usuários.

4b. GRUPOS COM CRIPTOGRAFIAS DIFERENTES


Vamos aproveitar que criamos alguns canais no exercício anterior e testá-los com criptografias
diferentes. Combine com sua turma de um grupo modificar a chave de criptografia do canal criado
para “setor de limpeza”.

Note que quando o chefe da limpeza estiver se comunicando com seu setor, o grupo que modifi-
cou a chave de criptografia irá receber apenas ruídos e mensagens distorcidas.

LABORATÓRIO 2 76
Utilize este espaço para fazer anotações.

77 CAPÍTULO 4 - RÁDIOS DIGITAIS


CAPÍTULO 5

REPETIDORA

1. CONCEITOS GERAIS
Uma repetidora é um equipamento que tem a função de receber um sinal em uma determinada
frequência, amplificá-lo e retransmiti-lo em outra frequência. Seu funcionamento dá-se de forma
duplex, ou seja, é possível receber e transmitir os sinais simultaneamente.

Normalmente, as repetidoras são utilizadas quando é necessário dar cobertura a uma grande
área. Em alguns casos, mesmo quando a área é pequena, pode ser necessário o uso de repetido-
ras em pontos estratégicos, devido a limitações geográficas como montanhas e depressões ou até
mesmo grandes construções, que se tornam obstáculos para uma boa recepção.

Em ambos os casos o uso de uma repetidora pode solucionar grande parte dos problemas de
qualidade de sinal de uma forma que não implica em mudanças no manuseio do rádio e seleção
de canais.

Sem repetidora: o sinal não


consegue chegar no seu destino
(sem a antena no prédio).

Com a repetidora: o sinal che-


ga no seu destino com qualidade.

78
2. FUNCIONAMENTO ANALÓGICO
No modo analógico, a repetidora irá retransmitir todos os sinais que estiverem sendo emitidos
em uma determinada frequência. No entanto, em seu modo mais básico, a repetidora não consegue
diferenciar o sinal de voz de um ruído ou interferência, ocupando o canal com uma transmissão
desnecessária.

A solução é utilizar os subtons TPL ou DPL. Eles farão com que a repetidora seja capaz de sele-
cionar apenas os sinais que devem ser retransmitidos. Para que isso ocorra, é necessário que tanto
a repetidora quanto os rádios estejam configurados com o mesmo tipo de subtom e frequência ou
código correspondente.

Como vimos no Capítulo 3, um canal analógico não possui recursos como mensagem de texto,
GPS, chamadas privativas ou criptografia. Entretanto o uso de transmissões analógicas ainda é
utilizado devido ao grande número de sistemas legados ainda ativos.

3. FUNCIONAMENTO DIGITAL
No modo digital, a repetidora vai retransmitir apenas as comu-
nicações que possuam um mesmo código de cor. Além disso, a
repetidora permite uma divisão do canal físico em dois canais vir-
tuais, dobrando a capacidade de usuários que serão suportados. O código de cor é o id
Isto ocorre porque os canais virtuais, ou slots, operam utilizando
entifi-
cador de um sistema.
TDMA (do inglês Time Division Multiple Access, ou acesso múlti-
plo por divisão de tempo), e a repetidora se encarrega de forne-
cer as informações necessárias para os rádios, como ocupação
do canal, slot para uso, tipo de tráfego (voz ou dados) e origem e
destino da comunicação.

Quando trabalhamos com repetidoras, o canal digital utiliza duas frequências para a comunica-
ção, assim como no modo analógico. No entanto, ao programar um canal, também é necessário
definir qual slot TDMA deverá ser utilizado durante a transmissão. É importante notar que o slot de
comunicação não é dinâmico, ou seja, este mecanismo não realiza a troca para um slot livre caso
o atual esteja em uso – esse tipo de operação será abordado nos capítulos seguintes, quando es-
tudarmos os sistemas de trunking.
início 60 ms. 30 ms.

SLOT 1

SLOT 2
dados de controle

SLOT 1 SLOT 2

REPETIDORA
tempo

2,5 ms.
dados de
controle

79 CAPÍTULO 5 - REPETIDORA
O padrão DMR, utilizado pelos rádios MOTOTRBO, utiliza frames de 60ms de duração. Cada
frame é composto por dois slots de comunicação e um intervalo que contém dados de controle. Com
isso, ocorrem as seguintes situações.

– Repetidora em espera: neste caso, a repetidora apenas escuta a frequência, porém seu
transmissor está desligado.

Quando uma nova chamada é realizada, é necessário verificar se o canal está sincronizado com
a repetidora. Como a repetidora não está transmitindo as informações de controle, o rádio dispara
uma requisição para “acordar” a repetidora.

Uma vez acordada, a repetidora envia as informações de controle para a frequência, e então o
rádio inicia a transmissão no slot pré-definido em suas configurações.

– Repetidora ativa: este caso ocorre quando já existe uma transmissão em andamento, por-
tanto o rádio já está recebendo as informações de controle quando está sintonizado na frequência
da repetidora. Estas informações incluem o status de ocupação dos slots no momento. Caso o slot
programado no rádio esteja livre, a transmissão é iniciada. Se não, o usuário irá ouvir um sinal de
linha ocupada.

– Sistema indisponível: quando não foi possível estabelecer comunicação entre a repetidora e
o rádio, devido à distância, interferências, equipamento com problemas ou desligado. Neste caso, o
usuário irá ouvir um sinal sonoro alertando que o sistema está sem serviço. Se houver necessidade
de comunicação entre rádios, esta só poderá ser realizada pelo modo direto.

Além de chamadas de voz, as repetidoras também suportam os comandos como escuta remota,
chamadas de emergência e envio de mensagens de texto. Outra vantagem de se utilizar o modo
digital é a identificação e correção de erros pela repetidora antes de retransmitir os sinais recebidos,
permitindo que a qualidade de voz seja mantida mesmo em grandes distâncias.

4. MODO MISTO
As repetidoras também podem operar em modo misto. Isso permite a coexistência de canais
analógicos e digitais em uma mesma frequência. Como vimos anteriormente, a repetidora, mesmo
em modo de espera, está sempre escutando a frequência configurada. Vimos também que um ca-
nal digital, diferentemente do analógico, envia uma requisição para “acordar” a repetidora.

Quando a repetidora em espera recebe um sinal para ser retransmitido, ela o analisa para identi-
ficar se contém um subtom TPL ou DPL – característica do analógico – ou se é uma requisição para
a repetidora “acordar”, caracterizando a comunicação digital. Em seguida, a repetidora irá realizar
a retransmissão de acordo com o modo identificado.

Quando configurado para modo misto, o canal da repetidora deve obrigatoria-


mente possuir um subtom.

FUNCIONAMENTO DIGITAL 80
CASO DE USO

Em uma de suas viagens Mr. M passou por uma rodovia situada entre várias montanhas. De-
vido ao caminho cheio de curvas e difícil acesso, no meio do percurso estava sendo instalado um
novo posto de atendimento aos motoristas. Mr. M notou que havia um senhor com ar preocupado
olhando para a rodovia e analisando um grande mapa da região. Assim, Mr. M resolveu parar para
conversar um pouco.

Mr. M: “Olá, tudo bem? Vejo que estão construindo um posto de atendimento aos motoristas.
Parece-me um belo projeto”.

ZETTA: “Olá, meu senhor. Sim, estamos sim. A ideia é que o posto sirva de apoio para os moto-
ristas, ajudando-os caso tenham problemas com o carro, por exemplo”.

Mr. M: “Muito interessante! Como funciona?”.

ZETTA: “Bom, aqui na rodovia nós temos um pequeno prédio onde dispomos de enfermeiros,
remédios, mecânico e sala de descanso. Também temos um guincho e um pequeno setor adminis-
trativo. Por ser um espaço pequeno,quando precisamos de algo que não haja no nosso estoque
ou apoio até mesmo de seguranças, entramos em contato com a sede regional, que fica na cidade
vizinha. Essa, no momento, é nossa maior preocupação. Compramos os rádios para facilitar nos-
so trabalho. Internamente funcionam muito bem, mas não conseguimos entrar em contato com a
regional”.

Mr. M: “Veja que interessante: por coincidêencia, sou desenvolvedor da área de radiocomuni-
cação. Esta é uma área muito montanhosa e isso acaba prejudicando o sinal das transmissões,
deixando ruídos e até mesmo perdendo totalmente a conexão. Minha sugestão é que vocês utilizem
uma repetidora. Com ela vocês ampliam a área de cobertura, diminuem os ruídos causados devido
à baixa potência dos sinais transmitidos e ainda é fácil de integrar sistemas analógicos e digitais.
Seria o ideal para vocês”.

81 CAPÍTULO 5 - REPETIDORA
5. LABORATÓRIO ANALÓGICO
Como vimos anteriormente, utilizamos repetidoras para estender o sinal de nossos rádios, ga-
rantindo maior alcance para nosso sistema. Vamos agora configurar nossa repetidora, assim como
Mr.M sugeriu na história, e ampliar a cobertura de nossa transmissão.

Ao configurar a repetidora, certifique-se de que os rádios estejam a uma dis-


tância adequada e que a repetidora esteja com uma antena conectada correta-
mente. Isso é necessário para que a repetidora detecte o sinal vindo de um rádio
e transmita-o de forma nítida.

5a. CONFIGURANDO AS FREQUÊNCIAS


Ao ler sua repetidora, você pode perceber que sua árvore de funções é muito menor do que a
de um rádio. A razão disto é porque ela possui a única função de receber e transmitir dados com
transparência, sem fazer nenhum tipo de tratamento neles.

Ao selecionar a opção “Zone1”, localizada dentro de “Canais” na árvore de funções, veja que
já existem dois canais criados: um digital e um analógico, cada um deles com o devido símbolo,
assim como no caso dos rádios.

Como um primeiro passo, já que vamos configurar um canal analógico para a repetidora, delete o
canal digital existente (Channel1) e renomeie o canal analógico (Channel2) para “Canal Analógico”:

A repetidora não possui um seletor de canais; por isso, ela sempre irá utilizar
o canal que estiver na posição 1.

LABORATÓRIO ANALÓGICO 82
Agora, vamos configurar nosso canal analógico selecionando-o na árvore de funções.

Note que as opções de configuração do canal são semelhantes às de um rádio, com a diferença
que, desta vez, temos de utilizar valores diferentes de transmissão e recepção para o canal.

Usando os valores de transmissão e recepção previamente estipulados, altere os valores para


o canal da repetidora, mantendo todas as outras configurações existentes, inclusive a opção “Tipo
de Silenciador” em “CSQ”.

Lembre-se de que vo
cê sem-
pre pode, no campo “D
ife-
rença (Mhz)”, inseri
ra
diferença entre os va
lores
de frequência de “Rx”
e “Tx”
e em seguida pression
ar o
botão “Copiar”.

Por fim, salve as alterações, pressionando o botão Gravar Gravar .

83 CAPÍTULO 5 - REPETIDORA
5b. CONFIGURANDO OS RÁDIOS
Nossos rádios portáteis serão configurados da mesma maneira como vimos no Capítulo 3. A
diferença é que desta vez iremos alterar as frequências de recepção e transmissão do canal.

Como a repetidora está configurada com uma frequência de transmissão A e uma frequência de
recepção B, basta inverter essa configuração em nossos rádios. Assim, os rádios que irão escutar a
repetidora terão sua frequência de transmissão em B e recepção em A. Mantenha também a opção
“Tipo de Silenciador” para “CSQ”, assim como na repetidora.

Frequencias dos aparelhos de comunicação (rádios)

Depois de gravadas as novas configurações nos rádios, podemos testar toda a interação do
sistema.

Ligue a repetidora e aguarde o LED correspondente ao analógico se acender; agora ligue os rádios
e realize testes de transmissão e recepção. Note que os LEDs da repetidora “Tx” e “Rx” irão ficar
acesos quando alguém utilizar o canal.

LABORATÓRIO ANALÓGICO 84
5d. REPETIDORA: CRIANDO UM CANAL ANALÓGICO TPL
Agora vamos configurar nossa repetidora para receber e transmitir canais com o tipo de silen-
ciador TPL. Como vimos anteriormente, TPL, ou linha privada de tom, é um tipo de decodificação
necessário para que o rádio receba uma chamada no canal. Assim como para estabelecer comu-
nicação os rádios ponto-a-ponto precisavam estar configurados num mesmo tipo de silenciador,
nossa repetidora também deverá seguir esta regra.

Nos rádios portáteis esta opção está localizada logo abaixo do canal de frequência. Desse modo,
alteramos o tipo de silenciador da nossa repetidora para o tipo TPL.

O mesmo vale para o canal DPL (Linha Privada Digital).

Certifique-se de que a configuração do tipo de silenciador de sua repe-


tidora corresponde com os rádios que irão receber e transmitir o sinal.

Após ter terminado a configuração, grave e reinicie sua repetidora. Agora verifique a configura-
ção dos rádios e teste a comunicação por meio da repetidora.

85 CAPÍTULO 5 - REPETIDORA
6. LABORATÓRIO DIGITAL
Agora vamos configurar uma repetidora para receber e transmitir canais digitais.

6a. REPETIDORA: CRIANDO E CONFIGURANDO UM CANAL DIGITAL


Agora vamos criar um canal digital para nossa repetidora, para permitir que ela possa transmitir
e receber sinais digitais. Na aba esquerda do CPS, dentro da pasta “Canais”, clique com o botão
direito na zona correspondente e vá para a opção “Adicionar”.

Agora clique em “Canal Digital”. Com o canal digital criado, clique novamente na pasta da “Zona”.
Na área de trabalho do CPS aparecerá uma lista com todos os canais criados na repetidora.

Você também pode criar um canal digital apertando as teclas “Shift+F6”.

É necessário você posic


ionar o
canal digital (ou o ca
nal utiliza-
do atualmente) no to
po da lista
porque, quando a rep
etidora iniciar
seu sistema, ela irá
trabalhar com o
primeiro canal encont
rado na lista.
Você pode manter di
versos canais
armazenados na conf
iguração da
repetidora, porém só
um estará ope-
rante durante a exec
ução.

LABORATÓRIO DIGITAL 86
Localize o canal digital criado, clique e, segurando o clique, arraste-o para o topo da lista. Quan-
do a repetidora iniciar seu sistema, ela verificará qual o primeiro canal em sua lista e passará a
operar a partir dele. Desta forma, certifique-se sempre de que o canal que você configurou está no
topo da lista de canais da sua repetidora.

Arrastando o canal para o topo da lista.

Para configurar o canal da nossa repetidora é muito simples: basta selecionarmos uma frequên-
cia de transmissão e outra de recepção, lembrando que elas deverão ser diferentes uma da outra.
As configurações de segurança são iguais às mencionadas no Capítulo 4. As configurações de
rede serão explicadas no próximo capítulo, quando falaremos sobre o recurso IP Site Connect, que
permite a conexão de múltiplas repetidoras, criando uma rede interligada pela internet.

87 CAPÍTULO 5 - REPETIDORA
6b. RÁDIO: CRIANDO UM CANAL DIGITAL
Novamente, lembre-se de configurar as frequências utilizadas de acordo com as frequências da
repetidora. Para relembrar como configurar um rádio digital, consulte o Capítulo 4.

6c. CONFIGURANDO GRUPOS EM UM ÚNICO SLOT


Como vimos na seção 3, o TDMA é um protocolo que funciona dividindo um canal de frequência
em intervalos de tempos distintos. Assim, cada usuário ocupa um espaço de tempo específico na
transmissão, o que impede problemas de interferência. A grande vantagem é poder estabelecer
conversas distintas e simultâneas. Como o tempo é curto e dividido igualmente, os canais conse-
guem transmitir a carga como se não houvesse interferência, permitindo que outros canais possam
ocupar intervalos dentro deste tempo, e também possibilitando o envio de dados e voz.

Para definir qual slot o rádio irá utilizar, abra as configurações do canal que você acabou de criar
no rádio e configure o campo “Repetidor/Slot de Tempo” para o slot 1.

LABORATÓRIO DIGITAL 88
Após selecionar o “Slot”, configure o resto do painel da mesma forma que se faz para a configu-
ração de um canal digital convencional. Terminada a configuração, grave e reinicie seu rádio. Com o
slot selecionado, você irá perceber que o LED correspondente ao slot na parte frontal da repetidora
acenderá toda vez que receber os sinais de transmissão naquele slot. Faça um teste, configurando
todos os rádios para o slot 2. Observe que o LED indicativo que será aceso irá mudar.

6d. CONFIGURANDO GRUPOS EM SLOTS DIFERENTES


Na atividade anterior, definimos que todos os nossos rádios iriam operar no mesmo slot. Agora,
vamos expandir este recurso. Vamos dividir nossos rádios em dois grupos para trabalharmos com
slots diferentes ao mesmo tempo.

Vamos começar criando duas chamadas de grupo em nossos rádios. De acordo com o Capítulo
4, crie e configure os seguintes itens:

“Contatos”, “Digital”, “Grupo 1” e “Grupo 2”

“Listas de Grupo de RX”, “Digital”, “Lista Grupo 1” e “Lista Grupo 2”. Cada lista deve con-
ter apenas o grupo correspondente.

– Canais: crie dois canais digitais na Zona 1, conforme as especificações abaixo:

Todos os canais devem ser criados com os campos:

– Conexão ao Site por IP: desabilitado

– Critério de Admissão: sem Código de Cores

– Critério de Chamada: seguir os Critérios de Admissão.

89 CAPÍTULO 5 - REPETIDORA
Nome do Freq. RX Freq. TX Slot Lista de Nome do
Canal Grupos Contato
Slot 1 1 Lista Grupo 1 Grupo 1
Mesma frequência da
repetidora, porém com
ordem invertida
Slot 2 2 Lista Grupo 2 Grupo 2

As frequências utilizadas nos exemplos são ilustrativas. Pergunte ao seu pro-


fessor com quais frequências vocês irão trabalhar.

Feito isso, inicie os testes estabelecendo a comunicação entre os aparelhos. Você vai perceber
que a repetidora estará com os leds indicativos Slot 1 e Slot 2 acesos conforme o uso dos canais.
Isso indica que a troca de informações está sendo feita pelos dois slots diferentes, ou seja, um slot
a mais foi alocado ao método TDMA utilizado pela repetidora. Assim, é possível manter conversas
simultâneas, dobrando a capacidade que uma repetidora tem de receber e enviar informações.

Agora que aprendemos como configurar nossa repetidora para utilizar ambos os slots, vamos
descobrir como ajustar a repetidora para que ela opere sobre um canal digital e um canal analógico
ao mesmo tempo. Esta função é chamada de modo misto dinâmico, e permite que nossa repetidora
possa receber e transmitir sinais vindos de aparelhos de sinais analógicos ou digitais.

6e. REPETIDORA: MODO MISTO


Nos laboratórios anteriores aprendemos como fazer com que nossa repetidora receba e transmi-
ta em canais digitais e analógicos. Mas as repetidoras do modelo DGR 6175 possuem um recurso
que permite que canais digitais e analógicos funcionem simultaneamente. Este recurso é chamado
de canal de modo misto, e, como foi observado anteriormente, permite que ambos os formatos
funcionem ao mesmo tempo.

Este recurso permite a possibilidade de manter um sistema antigo (analógico) enquanto imple-
mentamos um novo (digital). Sua importância está no fato de conseguir manter dois formatos de
comunicação.

Agora vamos configurar nossa repetidora para um canal de modo misto. Adicione um novo canal,
do tipo “Modo de Misto Dinâmico”. Se preferir, você criar um novo canal de modo misto dinâmico
apertando as teclas Shift+F11.

LABORATÓRIO DIGITAL 90
O painel de configuração que será exibido na área de trabalho é semelhante aos vistos ante-
riormente.

Então, configuramos este canal exatamente como os canais anteriores, e o posicionamos no


topo da lista da repetidora. Após gravar a repetidora, aguarde ela reiniciar para realizar os testes.

Para testar o modo misto dinâmico da repetidora, vamos configurar alguns rádios no formato
digital e outros no analógico (sempre observando as frequências correspondentes). Converse com
seus colegas para definir quais grupos estabelecerão comunicação digital e quais farão a comuni-
cação analógica. Feita as configurações, gravem Gravar e testem a transmissão pela repetidora. Para
relembrar como configurar rádios analógicos, consulte o Capítulo 3. Para rádios digitais, consulte
o Capítulo 4.

91 CAPÍTULO 5 - REPETIDORA
0100 1101

CAPÍTULO 6

IP SITE CONNECT

1. CONCEITOS BÁSICOS DE REDE


1a. INTRODUÇÃO A REDES DE COMUNICAÇÃO
Uma rede de comunicação é composta por diversos nós independentes, isto é,
cada um funciona e realiza suas próprias tarefas. Cada nó está
conectado com outros nós pertencentes à rede, o que permite a
comunicação entre todos eles e pode ser classificado em: pon-
to de conexão, ponto de redistribuição ou um ponto terminal da Um nó é todo dispos
itivo capaz
rede. de enviar, rece ber ou retrans-
mitir informações. Di
O modelo de comunicação de rede pode ser organizado por spositivos
passivos, como cabos,
camadas, que podem ser descritas por diversos modelos. Cada tomadas e
painéis de distribuiçã
camada é responsável por uma função específica no funciona- o, não são
mento da rede, como apresentado na tabela abaixo. considerados nós.

Camadas de rede seguindo o modelo TCP/IP.

Camada Exemplos de protocolo Função


5 - Aplicação HTTP, FTP, DNS, Ping, “Janela do usuário”: é onde o usuário final acessa os
IP Site Connect dados
4 - Transporte TCP, UDP Responsável por entregar as mensagens sem erros,
perdas ou interrupções
3 - Rede IP (IPv4, IPv6), IPX, IPSec Controla a transmissão, é ela que define qual caminho
físico os dados devem seguir
2 - Enlace Ethernet, Wifi, Frame Relay Realiza a transferência de pacotes de dados de um nó
(vínculo de dados) para outro
1 - Física Ethernet, USB, DSL, GSM Responsável pela transmissão e recepção dos dados
no meio físico

Pacotes são blocos de dados e inform


ações que serão
enviados ou recebidos na internet. De
modo aná-
logo, são como “cartas” que serão env
iadas pelos
correios. Eles possuem cabeçalho, end
ereçamento e a
mensagem desejada.

92
0100 1101

Uma vez que o foco deste capítulo e deste curso não é nos aprofundarmos em conceitos e mé-
todos do funcionamento de uma rede, vamos apresentar o fluxo das informações entre as camadas
de forma resumida para que você tenha o conhecimento básico necessário para compreender o
conteúdo a ser desenvolvido nas próximas seções, conforme ilustra a figura abaixo.

1b. HUB E SWITCH


Para interligar equipamentos é necessário utilizar dispositivos que os conectem em uma rede.
Para isso, são utilizados os seguintes componentes:

– Hub: é um repetidor cuja função é repassar todos os pacotes recebidos de um equipamento


para todos os demais participantes da rede. Atualmente os hubs estão em desuso, já que sua velo-
cidade de funcionamento é menor e os switches se tornaram mais baratos e vantajosos.

– Switch: um switch, assim como o hub, tem a função de redirecionar os pacotes de dados para
os participantes da rede. No entanto, o switch possui a vantagem de ser um dispositivo “inteligente”,
ou seja, ele realiza a retransmissão apenas para o dispositivo destino do pacote, pois ele possui
informações de endereçamento de todos os dispositivos conectados a ele.

93 CAPÍTULO 6 - IP SITE CONNECT


0100 1101

1c. IP
Como vimos anteriormente, a camada de rede é responsável por conectar os dispositivos e
selecionar o caminho que os dados deverão seguir até o destino final. Para isso, é utilizado o que
chamamos de roteamento. Ou seja, o roteador identifica em sua tabela de endereços qual o dis-
positivo mais próximo do destinatário final e então repassa os dados para o próximo roteador, até
chegar ao destino final.

Todo o endereçamento destes pacotes de dados ocorre devido ao protocolo IP (Protocolo de


Internet). Cada dispositivo pertencente à rede deve ter um endereço único, que pode ser definido
manualmente ou por meio de um protocolo como o DHCP, que distribui automaticamente os ende-
reços IP para os dispositivos. Atualmente existem duas versões do protocolo IP: IPv4 e IPv6.

A primeira versão criada foi o IPv4, cujos endereços possuem 32 bits. Isso permite a existência
de aproximadamente 4 bilhões de endereços. No entanto, a demanda tornou-se maior, superando
a quantidade de endereços livres disponíveis. Isso fez com que surgisse o IPv6, cuja chave de en-
dereçamento possui 128 bits, o que permite a existência de cerca de 3,4 x 1038 novos endereços.
Como diversos equipamentos ainda utilizam IPv4, ambas as versões são utilizadas em paralelo.

Ex: endereço IPv4 formado por 32 bits

Endereço 192 . 168 . 10 . 1


Endereço em Bits 11000000 10101000 00001010 00000001

O IP é como se fosse
o número
Esses endereços foram divididos em cinco classes, das quais da nossa casa, que a
identi-
três (A, B e C) são utilizadas para atribuir TCP/IP aos nós e as ou- fica e mostra onde um
tras duas classes (D e E) são consideradas classes reservadas
a en-
comenda deverá ser
para multicast e usos futuros, conforme ilustra a tabela abaixo. entregue.
Ele identifica um di
spositivo
dentro de uma rede.

Classe Primeiro bit Endereço Observações


A 0 1.0.0.0 até 127.255.255.255
B 10 128.0.0.0 até 191.255.255.255
C 110 192.0.00 até 223.255.255.255
D 1110 224.0.0.0 até 239.255.255.255 Multicast
E 11110 240.0.0.0 até 247.255.255.255 Reservado

Quando vamos alterar as configurações do endereço de IP de um dispositivo devemos levar em


consideração dois pontos importantes: máscara de rede e gateway.

– Máscara de rede: quando vamos enviar um pacote de da- A máscara de rede é


dos, precisamos verificar onde se encontra o destinatário final. O
como se fos-
se um bairro com vá
responsável por isso é a máscara de rede, pois é ela que permite rias casas
(nossos IPs). É ela qu
identificar se o dispositivo final encontra-se na mesma rede do e identifica
a qual rede cada IP pe
dispositivo de origem ou em outra rede. rtence.

CONCEITOS BÁSICOS DE REDE 94


0100 1101

– Gateway: caso o dispositivo final esteja localizado em outra rede, é necessário encaminhar os
pacotes de dados para essa outra rede. Para isso, é utilizado um gateway, ou seja, um equipamento
intermediário – por exemplo, o roteador –, para transportar os pacotes entre as redes.

ROTEADOR: um ro
teador é
um dispositivo que re
aliza a
ligação entre diversas
redes e
funciona como uma
espécie de
distribuidor de pacote
s, ser-
vindo de ponte entre
as redes.
É como uma espécie
de “cor-
reio”, que tem a mis
são de ler
o endereço de destino
do pacote
e enviá-lo para entreg
a.

1d. UDP
Cada pacote de dados, ao ser enviado, também deve incluir informações sobre qual aplicação
deve processar os dados. Esta identificação é realizada pelo número da porta origem e destino,
especificado pelo protocolo de transporte, como o UDP. Isto cria um canal de comunicação entre as
aplicações, como por exemplo, uma repetidora se comunicando com a outra.

1e. FIREWALL
O firewall é um mecanismo de segurança que tem por objetivo restringir o acesso à rede. O uso
do firewall permite que seja feito um controle de acesso aos equipamentos que estão conectados à
rede, evitando comunicação não autorizada.

Justamente por bloquear a entrada e/ou saída de dados, pode ser necessário criar uma regra no
firewall para autorizar as comunicações da sua aplicação.

95 CAPÍTULO 6 - IP SITE CONNECT


0100 1101

2. CONCEITOS BÁSICOS DO IP SITE CONNECT –


USO DE MÚLTIPLAS REPETIDORAS
2a. O QUE É IP SITE CONNECT?
O IP Site Connect é um mecanismo de interligação de duas ou mais repetidoras MOTOTRBO, vi-
sando a aumentar a cobertura RF, permitir a comunicação entre vários sistemas que estão localizados
em locais diferentes ou entre sistemas cujas frequências sejam de bandas diferentes (VHF e UHF).

Além de manter todas as funcionalidades do modo digital suportadas pela repetidora e pelos rá-
dios, não é necessário nenhum hardware novo para permitir que os rádios migrem automaticamente
de uma área para outra. Isso acontece devido ao processo de roaming, que deve ser configurado nos
rádios.

O IP Site Connect pode funcionar em uma rede local ou pela internet, mas não deve ser utilizado
com conexões discadas ou internet por satélite, devido à pequena largura de banda e grande latência,
ou seja, haverá perda e atraso dos pacotes de dados.

Problemas das conexõ


es
via internet:
- Latência (atraso)
- Perda de pacotes
- Baixa velocidade de
conexão

2b. REPETIDORAS MASTER E PEER


Quando trabalhamos com IP Site Connect, uma repetidora será responsável por coordenar todas
as outras que pertencem à rede. Esta repetidora é chamada de Master, e todas as outras serão as
Peers. Devido à sua importância, a Master deve ser configurada com um endereço IP fixo, enquanto
as Peers podem ser configuradas manualmente ou pelo DHCP.

Como as repetidoras estão conectadas em uma rede, também é possível monitorar o funcio-
namento delas de modo remoto, com o software RDAC. Com ele é possível verificar o estado da
repetidora, a potência de transmissão e recepção do sinal e detectar falhas de hardware, além de
permitir mudança de canais e da potência de transmissão.

CONCEITOS BÁSICOS DE IP SITE CONNECT -


USO DE MÚLTIPAS REPETIDORAS 96
0100 1101

CASO DE USO

Um dos casos que Mr. M teve de solucionar durante seu período de trabalho foi como ajudar uma
empresa a criar uma rede de comunicação com sua filial situada do outro lado da cidade.

Mr.M: “Olá, boa tarde! Acabei de chegar para uma reunião com o Sr. Canvas, sobre o planeja-
mento da comunicação entre as empresas”.

Sr. Canvas: “Olá, Canvas sou eu mesmo. Que bom que você pôde vir. O caso é o seguinte: te-
nho uma empresa que, por necessidade, acabou de ser ampliada e possui uma nova filial do outro
lado da cidade. No entanto os negócios são entrelaçados e preciso que minhas equipes consigam
se comunicar instantaneamente uns com os outros.

Mr.M: Hum... entendi! Tenho a solução ideal para sua equipe. Vamos aproveitar que as filiais já
estão interligadas pela rede da empresa e vamos utilizar IP Site Connect. Assim, podemos ligar as
repetidoras de cada unidade uma com a outra e permitir a comunicação entre as equipes.

97 CAPÍTULO 6 - IP SITE CONNECT


3. LABORATÓRIO 1
3a. CRIANDO A REDE DE TESTES
Considerando o caso de uso, primeiro iremos montar nossa própria rede local para simularmos a
rede existente entre as filiais. Para isso, utilizaremos um switch.

1. Conecte o switch na tomada.

2. Separe dois cabos ethernet que serão utilizados para conectar as repetidoras no switch.

3. Conecte uma ponta do cabo de rede na porta ethernet da repetidora. Conecte a outra ponta em
uma porta do switch.

4. Faça o mesmo com a outra repetidora.

3b. CONFIGURANDO A REPETIDORA MASTER


Agora conecte o cabo USB de programação da repetidora ao computador e abra o MOTOTR-
BO CPS. Certifique-se de que você está com o modo de exibição avançado habilitado, clique em
‘‘Configurações Gerais” e no campo ‘‘Nome do Rádio” digite “Rep. Master”. No campo ‘‘ID do
Rádio” preencha com o ID da repetidora.

LABORATÓRIO 1 98
Em seguida, clique em “Rede” e desça até a seção “Estabe-
lecimento de Link” para configurarmos os seguintes parâme- Lembre-se que o ID do
tros: equipa-
mento é um número
único. Para
facilitar, sugerimos
– Tipo de Link: como estamos configurando a repetidora utilizar os
quatro últimos dígi
master, selecione Controlador. tos do núme-
ro de série do equipa
mento.
– IP do Controlador: defina o IP da repetidora Master. Lem-
bre-se que deve ser um endereço único para a rede. Neste exem-
plo, usaremos o IP 169.254.1.1.

– Porta UDP do Controlador: defina a porta UDP da repetidora Master. Utilizaremos o padrão,
que é 50000.

– DHCP: as repetidoras Master não devem obter seus IPs por DHCP, portanto, deixe este campo
desativado.

– IP da Ethernet: é o endereço IP da repetidora. Como estamos configurando a repetidora Mas-


ter, vamos colocar o mesmo valor que configuramos em IP do Controlador, no caso 169.254.1.1.

– IP do Gateway: é o endereço IP do gateway da rede. Como estamos simulando uma rede


local, mantenha 0.0.0.0.

– Máscara de rede de Gateway: é a máscara de rede. Neste exemplo, utilizaremos 255.255.0.0.

– Porta UDP: define a porta UDP que será utilizada. Utilizaremos o padrão, que é 50000.

– Temporizador Aberto de Firewall(s): é o intervalo de tempo para o envio de pacotes de


“keep-alive” para manter a conexão aberta. Utilizaremos o padrão de 6 segundos.

99 CAPÍTULO 6 - IP SITE CONNECT


Após configurarmos a rede da repetidora Master, vamos criar o canal digital responsável pelo IP
Site Connect. No CPS, clique em “Canais”, “Zona 1”, “Adicionar” e “Canal Digital”; em seguida,
configure a opção “Conexão ao site por IP” com a opção “Slot 1 e Slot 2”. Esta opção controla
quais slots serão habilitados pelas repetidoras participantes do IP Site Connect. Em caso de dúvida,
consulte o Capítulo 5.

Ao trabalharmos com IP Site Connect, o canal obrigatoriamente deverá


ser digital.

3c. CONFIGURANDO A REPETIDORA SECUNDÁRIA – PEER


Antes de prosseguirmos, é necessário atribuir um nome e um ID para a repetidora secundária.
Esta repetidora, também chamada de peer, deve ser configurada da mesma forma que a repetidora
Master, mas algumas configurações de rede devem ser diferentes:

– Tipo de Link: deve ser configurado como “Nível”.

– IP da Ethernet: deve ser diferente, já que o endereço IP de cada dispositivo da rede dever ser
único. Neste exemplo usaremos o IP 169.254.1.2.

LABORATÓRIO 1 100
Além disso, as frequências do canal devem ser diferentes. No demais, mantenha as configurações
de código de cor e os slots da opção “Conexão ao site por IP”.

101 CAPÍTULO 6 - IP SITE CONNECT


3d. CRIANDO CANAL DIGITAL E CONFIGURANDO PARA IPSC
De acordo com o Capítulo 4, crie os seguintes itens:

– “Contatos”, “Digital”, “Grupo 1” e “Grupo 2”.

– “Listas de Grupo de RX”, “Digital”, “Lista Grupo 1” e “Lista Grupo 2”. Cada lista deve
conter apenas o grupo correspondente.

– Canais: crie quatro canais digitais na “Zona 1”, conforme as especificações abaixo:

Todos os canais devem ser criados com os campos:

– Conexão ao Site por IP: habilitado.

– Critério de Admissão: sem Código de Cores.

– Critério de Chamada: seguir os Critérios de Admissão.

Nome do Freq. RX e Freq. TX Slot Lista de Nome do


Canal Grupos Contato
Master Slot 1 Mesma frequência da repeti- 1 Lista Grupo 1 Grupo 1
dora Master com ordem
invertida
Master Slot 2 2 Lista Grupo 2 Grupo 2
Peer Slot 1 Mesma frequência da 1 Lista Grupo 1 Grupo 1
repetidora Peer com ordem
invertida
Peer Slot 2 2 Lista Grupo 2 Grupo 2

As frequências utilizadas nos exemplos são ilustrativas. Pergunte ao seu


professor com quais frequências você irá trabalhar.

Importante: as frequê
ncias dos
rádios são as mesmas
da repeti-
dora, porém com TX
e RX inver-
tidos. Ou seja, TX R
epetidora =
RX Rádio e vice-versa
.

LABORATÓRIO 1 102
Roaming: crie agora as listas de roaming: clique com o botão
direito em “Roaming”, vá para “Adicionar” e clique em “Lista Roaming é o processo
de Roaming”. de troca
de repetidoras quando
o sinal
não é suficientemen
Na Lista 1, adicione os canais Master Slot 1 e Peer Slot 1. te forte
para realizar a comun
icação.
Quando habilitado,
Na Lista 2, adicione os canais Master Slot 2 e Peer Slot 2. isso permi-
te que os usuários co
ntinuem
Note que nos parâmetros da Lista de Roaming existe a con- se comunicando em
um deter-
figuração do Limiar de RSSI. Isto representa o nível de sinal ne- minado canal mesm
o saindo
cessário para que o rádio procure outra repetidora para continuar da área de cobertura
de sua
sua transmissão. O valor padrão de -108dBm é adequado para repetidora original.
repetidoras que possuam áreas de cobertura que se sobrepõem
umas às outras.

– Adicionar as listas de roaming aos canais: para cada canal, defina a “Lista de Varredura/
Roam” do canal. Ou seja, vamos indicar quais repetidoras serão utilizadas por aquele canal quando
o rádio entrar na área de roaming.

103 CAPÍTULO 6 - IP SITE CONNECT


Siga as informações da tabela abaixo.
Canal Lista de Roam
Master Slot 1 Roaming Lista 1
Master Slot 2 Roaming Lista 2
Peer Slot 1 Roaming Lista 1
Peer Slot 2 Roaming Lista 2

Feito isso, os rádios estão prontos para serem testados. Divida sua turma em grupos e testem
da seguinte maneira: um grupo sintoniza o canal do Grupo 1 na repetidora Master, enquanto outro
grupo sintoniza o canal do Grupo 1 na repetidora Peer. Observe que quando inicia-se a transmis-
são, o sinal de uma repetidora é repassado para a outra. Com isso, o LED indicador de transmissão
de ambas as repetidoras irá acender-se. Realizem outros testes sintonizando nos outros canais de
forma alternada e observem o comportamento das repetidoras pelos LEDs.

3e. SIMULANDO ROAMING


Para simularmos uma situação de roaming, os grupos deverão sintonizar seus rádios no canal
do Grupo 1. No entanto um grupo deve utilizar o canal da repetidora Master e outro deve utilizar o
canal da repetidora Peer.

Em seguida, desligue uma das repetidoras e inicie uma chamada. Observe que mesmo com uma
repetidora desligada, simulando uma situação em que os rádios estão fora da área de cobertura,
o rádio sintonizado no canal da repetidora desligada continuará a comunicar-se normalmente por
meio da repetidora que permaneceu ligada.

3f. CONEXÃO REMOTA À REPETIDORA UTILIZANDO RDAC


O RDAC – Controle e Diagnósticos de Repetidoras Remoto – é um software que permite visua-
lizar e controlar o status de cada repetidora pertencente à rede IP Site Connect.

Dentre as funcionalidades do RDAC destacamos:

– Habilitar e desabilitar a repetidora;

– Ler e modificar a potência de transmissão;

– Verificar a potência do sinal recebido;

– Detectar superaquecimento, perda de energia elétrica e falhas na ventoinha.

LABORATÓRIO 1 104
Para gerenciar suas repetidoras pelo RDAC, você deve conectar-se à repetidora Master. Antes
qualquer coisa, ligue seu computador à rede das repetidoras, conectando-o ao switch.

Seu computador deverá automaticamente reconhecer um IP livre. Abra o RDAC e clique no bo-
tão “Sistemas”. Clique em “Adicionar” para adicionar uma nova rede a ser monitorada. Configure
os seguintes parâmetros:

– Tipo de Sistema: conexão ao Site por IP

– Endereço IP do Controlador: coloque o IP que você configurou na repetidora Master. No nos-


so exemplo, utilizamos 169.254.1.1

– Porta UDP do Controlador: coloque a porta UDP que você configurou na repetidora Master.
No nosso exemplo, utilizamos a porta 50000.

Agora clique em “OK” e depois em “Conectar”. Você deverá visualizar o estado de todas as
repetidoras conectadas à rede.

105 CAPÍTULO 6 - IP SITE CONNECT


CAPÍTULO 7

CAPACITY PLUS

1. RECAPITULANDO: CONCEITO E APLICAÇÃO


Capacity Plus é uma configuração troncalizada de site único para sistemas de rádio MOTOTRBO,
baseada no IP Site Connect. Isto quer dizer que podemos ter diversas repetidoras conectadas à mes-
ma rede, controlando a comunicação dos rádios por meio de um processo chamado troncalização.

Pela troncalização (trunking) é definida a distribuição automática e dinâmica de uma pequena


quantidade de canais de RF entre um grande número de usuários. A palavra “Trunk” significa tron-
co, que advém do sistema de telefonia, representando um caminho ou canal de comunicação entre
dois pontos; a palavra “Trunking” pode ser entendida como sistema de rádio auxiliado por compu-
tador, pois seus equipamentos possuem “inteligência” capaz de gerenciar o tráfego de chamadas
sem a necessidade de intervenção do usuário.

Um sistema troncalizado funciona como uma fila de banco.

Num sistema convencional, temos uma fila para cada atendente. O problema deste sistema é
que em certos momentos os atendentes podem ficar ociosos, ou uma pessoa com mais urgência
pode ficar presa em uma fila enquanto outro atendente está ocioso.

106
Fazendo uma analogia, um sistema troncalizado seria um sistema com uma fila única: todos os
clientes esperam numa fila e, conforme a disposição dos caixas, eles se movem até os atendentes.
Assim, temos um processo mais otimizado, pelo qual os clientes seriam alocados assim que um
atendente se tornasse disponível.

No sistema Capacity Plus conectamos diversas repetidoras por meio do recurso Ip Site Connect
visto anteriormente (para mais detalhes, consulte o Capítulo 6 – IP Site Connect). Dentro deste
sistema de repetidoras temos dois papéis distintos: uma controladora, chamada master, e outras
que realizarão o trabalho de controlar o tráfego de comunicações, chamadas peers.

A repetidora master será a responsável pela distribuição de IPs disponívels e as repetidoras


peers irão estabelecer as comunicações. Sempre que houver uma chamada, a master irá verificar
se há algum canal disponível, e então a repetidora peer fará a transmissão. Dessa forma, não pre-
cisamos de um sistema que controle os espaços livres para chamada, pois a inteligência computa-
cional necessária está contida nos rádios. Veremos a seguir como um rádio MOTOTRBO faz uma
varredura de canais e envia uma requisição de chamada para o sistema Capacity Plus.

Utilize este espaço para fazer anotações.

107 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


1a. O SISTEMA
A primeira etapa se inicia quando o sistema é ligado. Conforme as repetidoras são iniciadas, elas
se comportam como um sistema troncalizado de dois canais (slot 1 e slot 2). Quando todas tiverem
se registrado na master, a repetidora que tiver o menor número de slot (slot 1… slot N) tornar-se-á
o canal de descanso. O canal de descanso é um canal definido como referência para os aparelhos
que irão se conectar ao sistema. Por definição, ele é o menor slot livre disponível para comunicação
no sistema.

Sistema conectado.

Quando um rádio faz uma chamada, seu sistema interno fará uma varredura em busca do canal
de descanso.

Varredura.

RECAPITULANDO: CONCEITOS E APLICAÇÃO 108


Assim, todos os rádios que são ligados estarão inicialmente no canal de descanso. Se ele estiver
livre, ao pressionar o PTT o rádio já irá transmitir para seu grupo. A repetidora master, além de retrans-
mitir a mensagem, irá informar o próximo canal de descanso (ou seja, um canal livre) para os outros
grupos, que mudam de canal automaticamente. Resumindo, se grupo A está utilizando o slot 1 para
conversar, a repetidora irá verificar qual o próximo canal de descanso disponível e todos os rádios que
não pertencem ao grupo A configuram este slot como novo canal de descanso.

Rádios no canal de descanso.

Este processo se repete toda vez que o usuário de um grupo aperta o PTT. Quando todas as
repetidoras estiverem ocupadas, o último canal de descanso acionado terá uma funcionalidade adi-
cional: de sistema ocupado. Quando os rádios terminam suas chamadas, eles são redirecionados
para o canal de ocupado, onde aguardarão até que um novo canal de descanso seja definido.

Canais ocupados.

109 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


CASO DE USO

Durante uma de suas viagens, próximo de seu destino final, Mr. M nota que a cidade mudara um
pouco desde de sua última visita. Ele se dá conta de que não sabe como chegar ao seu destino,
então tenta procurar por informações e encontra um guarda por perto.

Mr. M: “Com licença, guarda, você poderia me dar uma indicação de qual é a forma mais rápida
de chegar a este lugar aqui?”, e apontou no mapa o local de destino.

Guarda: “Hum, vamos ver… eu não tenho certeza, mas vou contactar meu colega, provavel-
mente ele saberá como proceder”. Porém, quando o guarda apertou o PTT do rádio, o sinal indicou
ocupado.

Guarda: “De novo!? Já é a terceira vez hoje que este rádio dá ocupado! Parece que é impossível
estabelecer contato nesta área”, resmungou o guarda. Diante do problema, Mr. M logo imaginou
que o motivo disso fosse o alto tráfego de usuários dentro do sistema, sem controle de canais. O
guarda então explicou que, como a ocupação da área aumentou muito rápido, o sistema que eles
usam, que é o convencional, não está dando conta da demanda de usuários.

Mr.M: “Vocês poderiam optar um sistema troncalizado, que tal?”

Guarda: “Um o que?”.

Mr.M: “Um sistema troncalizado. Ao invés de criar uma fila de usuários para cada repetidora,
vocês poderiam criar uma fila única que fosse distribuindo os usuários ao longo dos canais dispo-
níveis. Embora o número de usuários tenha crescido, as chamadas quase sempre são curtas e a
chance de todos quererem falar ao mesmo tempo é muito pequena. Levando em conta estes dois
fatores, acho que esta solução resolveria o problema”.

Guarda: “Acho que você tem razão! Vou falar com a equipe e dar essa sugestão assim que
possível! Obrigado. Estou com um cidadão aqui que precisa chegar no centro, qual o caminho mais
rápido?”.

O colega então respondeu que a melhor saída seria pegar o metrô da linha 5, e depois da linha
7. Agradecendo a ajuda do guarda, Mr. M se despediu e partiu rumo à estação do metrô.

RECAPITULANDO: CONCEITOS E APLICAÇÃO 110


2. LABORATÓRIO
Como vimos, Mr. M se deparou com um problema cuja solução está no método de troncalização.
Devido ao aumento de usuários dentro de um sistema, se torna necessário controlar os canais,
alocando as chamadas de maneira mais eficiente do que no método convencional. Assim como o
problema visto anteriormente, esta solução pode ser aplicada para diversos outros pontos: setor
da indústria, como campos de mineração e petroquímicas; setor comercial, como hotéis ou merca-
dos que precisam controlar seus estoques; e mesmo no setor público, controlando a comunicação
crítica da polícia, ambulância ou bombeiros. Vamos agora implementar nossa própria solução, co-
nectando as repetidoras por meio do recurso presente nos equipamentos MOTOTRBO, o Capacity
Plus.

Primeiramente, precisamos entender como é um sistema simples Capacity Plus. O diagrama a


seguir ilustra como o sistema é organizado:

Conexão do sistema de repetidoras.

O sistema irá funcionar em qualquer switch padrão (não roteador) e deve usar a função IP Site
Connect nas configurações de rede para designar um Repetidor Master e Peers, similar ao IP Site
Connect. Os IPs que usaremos são arbitrários, ou seja, podemos definir o que quisermos.

Por exemplo: podemos usar 192.168.0.101 para Master e 192.168.0.102 para a repetidora
Peer, e assim por diante. Podemos também programar também em uma repetidora de dados o IP
192.168.0.103.

Se você estiver usando um roteador na frente do switch para acessar


o sistema com RDAC, precisará certificar-se de que os IPs escolhidos
estão fora da faixa do DHCP daquele roteador.

111 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


2a. REPETIDORA – CRIANDO E CONFIGURANDO OS CANAIS
Iniciando a configuração das repetidoras, vamos começar pela Master:

Selecione a opção “Rede” na árvore de funções.

Na seção “Estabelecimento de link”, altere o “Tipo de Link” para “Controlador”, liberando


assim, as configurações para a rede. Como citado antes, vamos usar o IP da repetidora master
“192.168.0.101”, e também vamos utilizar a “Porta UDP do Controlador” com o valor “50000”.
Para os demais valores:

– DHCP: Desmarcado, o IP utilizado nesta repetidora deve ser fixo;

– IP de Ethernet: “192.168.0.101”, mesmo valor que o campo “IP do Controlador”, indicando que
esta repetidora é a master;

– IP do Gateway: “192.168.0.254”, IP do gateway associado à repetidora;

– Máscara de Rede de Gateway: “255.255.255.0”;

– Porta UDP: “50000”, mesmo valor da opção “Porta UDP do Controlador”.

Todas as opções a segu


ir são
usadas como um exem
plo e
podem variar de acor
do com
as configurações do
seu Gate-
way. Informe-se com
o admi-
nistrador da rede se
essas con-
figurações são válid
as para o
seu caso, ou, caso tenh
a aces-
so, configure o Gatew
ay para
ser compatível com os
valores
das suas repetidoras.

LABORATÓRIO 112
Ainda em “Rede”, vamos alterar a seção “Capacity Plus”:

– Canal de Descanso/IP do Site: “192.168.0.13”;


Os valores do canal
– Canal de Descanso/Porta do Site UDP: 55000. de des-
canso são referentes
a um ca-
nal virtual e devem
ser iguais
para todas as repetido
ras de
um sistema de Capa
city Plus.

Se você tentar carregar o arquivo de exemplo do CPS referente às repeti-


doras, elas podem não conter as opções de Capacity Plus, já que nem todo
equipamento desse modelo as possui. Nesse caso, conecte uma repetidora
que possui a funcionalidade em seu computador e realize uma leitura.

Agora, em “Canais”, vamos adicionar o canal referente ao capacity plus na repetidora. Adicione
um “Canal de Voz Capacity Plus” (Shift+F8) dentro da zona de canais, na árvore de funções:

Podemos manter as configurações como estão, você pode alterá-las caso queira, mas não se
esqueça de que as configurações alteradas devem ser compatíveis com todas as repetidoras do
sistema.

– Código de Cores: “1”;

– Limiar do RSSI (dBm): “-100”;

– Nível de Preferência: “1”;

– ID do Canal do Slot 1: “1”, use esse valor para atribuir os slots 1 e 2 para esta repetidora.

113 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


Altere as configurações de frequência de transmissão e recepção para as definidas pelo seu
instrutor.

Utilize este espaço para escrever os valores de TX e RX

A configuração da repetidora Master já está concluída, salve todas as alterações e pressione o


botão “Gravar” para incluir as alterações em sua repetidora conectada. Vamos agora configurar a
repetidora Peer do sistema:

Assim como no caso da primeira repetidora, vamos iniciar pelas configurações de “Rede”, sele-
cionando, desta vez, a opção “Tipo de Link” para “Nível”, na seção “Estabelecimento de Link”.

Também vamos atribuir o IP desta repetidora como “192.168.0.102” e manter os mesmos valo-
res para as opções de porta e gateway da primeira repetidora, para fazê-las trabalhar em conjunto:

– IP do Controlador: “192.168.0.101”, referência da repetidora Master;

– Porta UDP do Controlador: “50000”;

– IP de Ethernet: “192.168.0.102”;

– IP do Gateway: “192.168.0.254”;

– Máscara de Rede de Gateway: “255.255.255.0”;

– Porta UDP: “50000”.

LABORATÓRIO 114
Altere também as configurações da seção “Capacity Plus” para valores exatamente iguais aos
da primeira repetidora (Master):

– Canal de Descanso/IP do Site: “192.168.0.13”;

– Canal de Descanso/Porta do Site UDP: 55000.

Crie também um “Canal de Voz Capacity Plus” (Shift+F8) dentro da zona de canais para esta
repetidora. Diferentemente da repetidora Master, o campo “ID do Canal do Slot 1” deve ser alterado
para o valor “3”, também devemos colocar o “Nível de preferência” desse equipamento com o valor
“2” As demais opções devem ser mantidas exatamente como as da primeira repetidora configurada.

115 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


As alterações necessárias na repetidora já estão concluídas, as repetidoras Master e Peer já
podem compor um sistema de entrocamento Capacity Plus, com a primeira ocupando os slots 1 e 2
e a segunda ocupando os slots 3 e 4. Salve suas configurações e pressione o botão “Gravar” para
adicionar as configurações realizadas na repetidora Peer.

Agora, para testar o sistema, vamos configurar nossos rádios móveis e portáteis de modo a se-
rem compatíveis com os recursos Capacity Plus.

2b. RÁDIO – CONFIGURANDO OS RÁDIOS

Neste tópico só serão configurados os canais dos rádios. Para dúvidas com
outras configurações, consulte os capítulos anteriores.

Para proceder às alterações nos rádios, localize primeiramente na árvore de funções, dentro
do componente “Canais”, o subcomponente chamado “Pool de Canais” e, clicando com o botão
direito, ou pressionando o atalho “Shift+F8”, inclua dois novos “Canais de Voz Capacity Plus” –
vamos nomeá-los, neste exemplo, como “RepetidoraMaster” e “RepetidoraPeer”.

Configure os dois canais para serem compatíveis com suas respectivas repetidoras – eles deve-
rão ficar com exatamente os mesmos valores, possuindo o “Código de Cores” com o valor “1” e
as frequências de Rx e Tx com valores contrários aos das repetidoras:

Utilize este espaço para escrever os valores de TX e RX

LABORATÓRIO 116
Com os dois canais criados, vamos agora associá-los a seus respectivos slots. Para isso, locali-
ze na árvore de funções o componente “Capacity Plus” e note que dentro de seu subcomponente
“Voz” já existe uma lista criada. Não será necessário criar uma nova lista, se preferir você pode
renomear a existente.

Selecionando esta lista, veja que existe uma lista chamada “Disponível” contendo os dois pools
de canais criados; note também que em frente da segunda lista (“Membros”) há uma coluna cha-
mada “IDs”.

Adicione os canais de modo que o canal chamado “RepetidoraMaster” ocupe a posição relativa
aos IDs “1-2” e o canal “RepetidoraPeer”, os IDs “3-4”.

117 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


Seguindo, vamos criar grupos de conversação e canais com as funcionalidades Capacity Plus:

Como exemplo e para futuros testes, vamos criar cinco grupos de contatos Capacity Plus. Para
isso, localize na árvore de funções o componente “Contatos” e, dentro de seu subcomponente
“Capacity Plus”, adicione cinco vezes uma “Chamada de Grupo”, nomeando-as de “Grupo1”
até “Grupo 5”.

Em seguida, altere os valores de “ID da chamada” com os valores de “1” até “5”, respectiva-
mente.

Agora vamos criar os grupos de recepção respectivos de cada grupo de contatos.

No componente “Lista de Grupos de Rx” da árvore de funções, localize o subcomponente


“Capacity Plus” e adicione cinco vezes uma “Lista de Grupos de Rx”, renomeando cada uma de
“RxGrupo1” até “RxGrupo5”.

LABORATÓRIO 118
Configure cada lista adicionando somente o respectivo grupo de contatos.

Finalmente, iremos criar os canais e associá-los às listas criadas:

No subcomponente “Zone1” do componente “Canais”, adicione cinco canais com a caracterís-


tica “Personalidade Capacity Plus”. Neste exemplo, cada canal será renomeado com os nomes
“Grupo 1” até “Grupo 5” respectivamente.

Cada um dos canais deve receber as seguintes configurações:

– ARS: “desbilitado”;

– Privacidade: opção desmarcada;

– Placa Opcional: opção desmarcada;

– Cabeçalho de Dados UDP Compactado: opção desmarcada;

– Lista de Voz: “List1”;

119 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


– Lista de Dados: “Nenhum”;

– TOT de Aquisição de Canal de Descanso: “5”;

– Intervalo de Beacon: “1920”.

Em “Rx”:

Lista de Grupos: Valores de “RxGrupo1” até “RxGrupo5” respectivos aos nomes dos
canais.

– Indicação Alarme de Emergência: opção desmarcada.

– Indicação Chamada de Emergência: opção desmarcada.

LABORATÓRIO 120
Em “Tx”:

Nome do Contato: Valores de “Grupo1” até “Grupo5” respectivos aos nomes dos canais.

– Sistema de Emergência: “Nenhum”.

– VOX: opção desmarcada.

– Nível de Potência: “Alto”, altere o valor conforme a necessidade.

– TOT: “60”.

– Atraso de Regeneração de TOT: “0”.

– Permitir Interrupção: opção desmarcada.

– Frequências Interruptas de Tx: opção desmarcada.

– Critério de Admissão: “Sem Código de Cores”.

– Critérios de Chamada: “Seguir os Critérios de Admissão”.

– Chamada Privativa Confirmada: opção desmarcada.

– Chamada de Dados Confirmada: opção marcada.

Os valores apresentados são genéricos, com exceção dos ressaltados em


negrito, e podem ser alterados segundo a necessidade do uso. Caso tenha
dúvida com alguma das funcionalidades, consulte os capítulos anteriores deste
material.

121 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


TESTES
Com todos esses passos, as repetidoras e os rádios já foram configurados completamente, mas
não se esqueça de pressionar o botão “Gravar” para incluir as alterações nos rádios. Podemos
agora testar todo o sistema criado.

Ligue as duas repetidoras e todos os rádios configurados e procure fazer os seguintes testes:

1. Colocando os rádios em canais diferentes, usando o seletor de canais, pressione e mantenha


o PTT em cada um deles em ordem e aguardando um intervalo de cerca de 5 segundos entre cada
um. Observe as luzes das repetidoras se acendendo.

2. Coloque pares de rádios nos mesmos canais. É possível que todos eles consigam se co-
municar?

3. Desligue a repetidora Peer e realize o primeiro e o segundo testes novamente. O sistema


continua funcionando?

4. Repita o terceiro teste, desta vez com a repetidora Master desligada.

LABORATÓRIO 122
Utilize este espaço para fazer anotações.

123 CAPÍTULO 7 - CAPACITY PLUS


CAPÍTULO 8

CABOS COAXIAIS:
INTRODUÇÃO E MONTAGEM

1. INTRODUÇÃO
Cabos coaxiais são assim chamados devido à sua construção interna: são compostos por um
condutor interno e uma camada isolante, envoltos por uma blindagem metálica e normalmente co-
bertos por uma capa protetora de plástico.

As características do cabo, como impedância, atenuação e potência máxima de transmissão,


são diretamente relacionadas a suas dimensões e ao material do dielétrico.

1a. IMPEDÂNCIA
A impedância do cabo coaxial depende do material do dielétrico utilizado e da relação entre o
diâmetro do condutor interno e da blindagem externa. É importante ressaltar que o comprimento do
cabo e a frequência da transmissão não interferem na impedância.

Os valores de impedância para cabos coaxiais normalmente são de 50 e 75 ohms, sendo que
o valor de 50Ω é mais comum em sistemas de comunicação e 75Ω em sistemas de recepção de
televisão.

Estes valores foram escolhidos devido a suas características. No gráfico abaixo estão desenha-
das as linhas de potência de transmissão e de atenuação em relação à impedância de um cabo com
dielétrico de ar. Note que um cabo de 30Ω possibilita o uso de potências maiores mas apresenta
grande atenuação. Já um cabo de 77Ω tem a menor atenuação do sinal, mas sua capacidade de
transmissão é baixa. A impedância de 50Ω balanceia essas duas características e por isso foi esco-
lhida para uso em sistemas de comunicação.

1,4

1,2

1,0

Padrão de
0,8

0,6

12 03 04 05 06 07 08 0 100

124
A impedância característica do cabo, medida em ohms, é calculada pela seguinte fórmula:

z= 138
εr
x log
D
d
Onde εr a constante do dielétrico, D é o diâmetro do condutor externo e d o diâmetro do con-
dutor interno.

1b. ATENUAÇÃO E POTÊNCIA MÁXIMA DE TRANSMISSÃO


A atenuação é um fator linearmente proporcional ao comprimento do cabo. Caracteriza a perda
de sinal ao longo da linha de transmissão e é medida em dB/m (decibéis por metro). Este valor de-
pende da qualidade do dielétrico e das dimensões dos condutores.

Durante a transmissão, o cabo se aquece devido às perdas do dielétrico e do efeito pelicular,


que aumentam de acordo com a frequência utilizada. Isso resulta em um aumento da atenuação
e o aquecimento em excesso causa danos ao dielétrico, o que altera as características do cabo,
reduzindo a potência máxima que pode ser transmitida com segurança.

Como regra geral, um cabo mais grosso possui uma atenuação por metro menor. No entanto, é
necessário ter em mente o espaço físico, a frequência e potência que serão utilizadas, para que seja
possível escolher o cabo mais adequado antes de realizar qualquer instalação.

1c. REFLEXÃO
O cabo coaxial, se danificado, pode alterar as ondas eletromagnéticas que estão sendo transmi-
tidas, causando reflexões e interferências construtivas e destrutivas, degradando assim a qualidade
do sinal transmitido. A realização de curvas fora das recomendações do fabricante para cada tipo
de cabo durante a instalação também compromete a qualidade do sinal transmitido.

125 CAPÍTULO 8 - CABO COAXIAL


2. LABORATÓRIO
Neste laboratório vamos aprender a montar um cabo coaxial. É importante que nesta etapa vo-
cês se dediquem a construir um cabo com qualidade, pois ele será a base para o próximo capítulo
do nosso curso.

Antes de iniciarmos o passo a passo, verifique se você está em um ambiente com espaço sufi-
ciente para manusear os equipamentos com segurança. O correto é que você utilize equipamentos
de segurança para proteção dos olhos.

Passo 1: preparando o cabo

A primeira etapa a fazer é preparar as pontas do cabo para que posteriormente elas recebam os
conectores. Com o auxílio de uma serra, corte as extremidades do cabo de modo que fique o mais
reto possível.

Em seguida, você deverá “apontar” as extremidades do cabo até que a ferramenta pare de cortar, ou
seja, por mais que você gire a ferramenta, o cabo não será cortado.

LABORATÓRIO 126
Cuidado! Ao cortar o cabo, os resíduos podem causar cortes em sua
mão. Faça essa etapa com cuidado e segurança.

Cuidado para não arranhar o alumínio, pois isso irá danificar a qualidade
do sinal do seu cabo.

Passo 2: removendo a película de cola do condutor interno.

Com o auxílio de uma linha de prumo para remover a película: enrole a linha em volta do condu-
tor e friccione-a com força,fazendo com que a cola aqueça e seja removida até que todo o condutor
esteja limpo. Você também pode optar por utilizar um estilete para, cuidadosamente, fazer um leve
corte em volta do condutor de modo que permita puxar a película para fora do cabo.

127 CAPÍTULO 8 - CABO COAXIAL


Passo 3: conectando o cabo com a rosca do conector.

Pegue a rosca do conector e encaixe corretamente a primeira parte no cabo. Você deve ros-
queá-la até que fique totalmente presa ao cabo, ou seja, até o ponto que não for mais possível
girar a rosca no cabo. Caso você precise, utilize um alicate para dar apoio e força necessária para
o procedimento.

Em seguida, com a ajuda de uma lima, remova suavemente as rebarbas do condutor interno.

Passo 4: flange.

Neste passo vamos fazer com que o condutor externo faça contato com o conector interno. Para
isso, pegue o equipamento de preparo de cabo e encaixe o cabo na parte traseira do equipamento.
Gire cuidadosamente o equipamento no sentido anti-horário até que o cabo tenha feito contato com
o conector.

Antes de passarmos para o próximo passo, com o auxílio de uma escova de metal, remova os
resíduos que ficaram dentro do cabo.

Não utilize uma escova de aço. Isso pode acarretar perda de performan-
ce elétrica do cabo.

LABORATÓRIO 128
Cuidado! Em momento algum você deverá assoprar os resíduos que fi-
cam dentro do cabo. Isso poderá lhe causar lesões nos olhos.

Passo 5: rosqueando o conector.

Pegue o conector e coloque-o corretamente


na rosca presa ao cabo. Certifique-se de que não
ficou torto ou mal encaixado e, com a mão, gire-o
até que esteja bem preso à rosca.

É importante que o conjunto conector-ros-


ca-cabo esteja bem fixado uns nos outros para
realizar contato métalico. Para garantir que eles
estejam presos o suficiente, utilize uma chave de
boca para segurar o cabo e outra para girar a ros-
ca até que ela trave.

129 CAPÍTULO 8 - CABO COAXIAL


CAPÍTULO 9

INSTRUMENTAÇÃO E MEDIÇÃO

1. CONHECENDO O EQUIPAMENTO DE MEDIÇÃO


Agora que você já aprendeu a montar cabos, vamos analisar a qualidade dos sinais a serem emi-
tidos e recebidos por eles. Com o uso do equipamento certo, conseguimos identificar pontos falhos,
qualidade do sinal e perda de retorno, entre outras funções mais específicas, como por exemplo
utilizar o GPS para identificar a cobertura de sinal de uma determinada região.

Dentre os modelos existentes no mercado, vamos utilizar neste capítulo o aparelho da Anritsu
modelo S412E, como você pode ver nas fotos abaixo. No entanto é importante ressaltar que exis-
tem outras marcas e modelos no mercado, variando entre maior e menor grau de funcionalidade.

Portas de medição

– Porta RF In 50Ω - Entrada para Analisador de Espectro e Medidor de Potência: tolerância de


sinais com até +33dBm e +/- 50VDC.

– Porta Signal Generator Out 50Ω - Saída do Gerador de Sinal: saída de até +/-16VDC.

– Porta VNA Port 1 50Ω - Porta de Entrada 1 do Analisador Vetorial (S11): tolerância de sinais
com até +23dBm e +/- 50VDC.

– Porta VNA Port 2 50Ω - Porta de Entrada 2 do Analisador Vetorial (S21): tolerância de sinais
com até +23dBm e +/- 50VDC.

É importante respeitar os limites de cada porta, caso contrário, o equipamento será danificado.
Caso seja preciso medir sinais de alta potência, por exemplo, é necessário o uso de atenuadores
para evitar que a porta seja danificada.

130
Entrada de
Alto-Falante Ar

Menu
Secundário

Shift
Saída de
Ventilação Teclado Numérico/
Botões de Opção
(1 a 9)
Em Azul

Menu Botão Liga/Desliga


Principal
Entrada de
Ar

Entrada de Referência Entrada do Gatilho


Externa Externo Entrada de RF Entradas USB

Entrada para
Antena do Gps

Entrada de
Alimentação

Entrada de Áudio

Vna Port 2 Vna Port 1 Saída do Gerador Saída para Entradas USB
de Sinais Fone de Ouvido

CAPÍTULO 9 - INSTRUMENTAÇÃO
131 E MEDIÇÃO
Nas seções abaixo você aprenderá a utilizar o equipamento para fazer algumas das medições
disponíveis que consideramos importantes para a identificação de pontos falhos presentes nas ins-
talações. Uma vez familiarizado com o equipamento, você estará apto a utilizá-lo para realizar os
demais tipos de medição disponíveis.

Por ser um equipamento de grande precisão, é necessário fazer a calibração do equipamento


antes de iniciar o uso de uma nova função, e a cada vez que os parâmetros de intervalo de frequên-
cia e o número de data points forem alterados.

2. ATENUAÇÃO
A atenuação é a medida da quantidade de energia transmitida que é perdida. Normalmente
é dada em decibéis por metro (dB/m). Esta perda está relacionada ao comprimento da linha de
transmissão, e ocorre devido à irradiação, ou seja, o sinal “vaza” para fora do cabo, ou devido à
resistência elétrica do cabo, que converte parte do sinal transmitido em calor.

Além disso, fatores como a frequência utilizada, a instalação de conectores, o tipo e qualidade
do material utilizado na fabricação dos componentes e diâmetro dos cabos, também influenciam
na atenuação do sinal. A atenuação típica de cada cabo é especificada pelo fabricante, e pode ser
consultada nas folhas de especificação (datasheet) fornecidas.

2a. MEDINDO A ATENUAÇÃO: PASSO-A-PASSO

1. Conecte um cabo de teste à porta VNA Port 1.

2. Aperte o botão Menu e selecione o ícone Vector Network Analyzer.

3. Coloque o equipamento nas condições default de fábrica: aperte Shift+1 (Preset).

4. Defina a faixa de frequência que será utilizada na medição: na parte inferior da tela, aperte o
botão Freq/Dist. Pressione Start Freq para definir a frequência inicial e Stop Freq para a frequên-
cia final. Por exemplo, defina a frequência inicial como 50 MHz e a final como 1 GHz.

5. Pressione Measure na parte inferior da tela. Em seguida, pressione Measure Type e escolha
a opção Cable Loss.

6. Realize a calibração de uma porta:

a) Aperte os botões Shift+2 (Calibrate). Pressione o botão Cal Type, selecione 1-Port e pressio-
ne Start Cal.

b) No menu que aparece, você pode notar que estarão listadas todas as pontas do componente
de calibração. Conecte a ponta indicada pelo aparelho ao cabo que está ligado à porta VNA Port 1
e pressione Enter.

ATENUAÇÃO 132
c) Quando o aparelho termina de calibrar uma porta, ele emite um aviso sonoro e já seleciona a pró-
xima etapa de calibração. Realize o procedimento de calibração para as pontas Open, Short e Load.

d) Finalize a calibração selecionando a opção Calculate and Finish Cal e pressione Enter.

e) Verifique se o equipamento foi calibrado, observando a indicação Cal: On no canto superior


esquerdo da tela.

7. Conecte o cabo a ser medido ao cabo de teste. Em alguns casos pode ser necessário o uso
de um adaptador.

8. Pressione o botão Scale na parte inferior da tela e escolha a opção Auto Scale para ajuste
automático da escala de medição.

9. Pressione o botão Marker para adicionar até 6 marcadores para analisar os pontos desejados.

A medição do Cable
Loss
mostra a perda em de
cibéis
pela frequência.

Para observar as variações dos pontos marcados, você pode deixar o cabo
mal conectado ou então curvá-lo. Faça os testes e observe a variação dos resul-
tados.

CAPÍTULO 9 - INSTRUMENTAÇÃO
133 E MEDIÇÃO
3. PERDA DE RETORNO E RELAÇÃO DE
ONDA ESTACIONÁRIA (ROE OU SWR)
A perda de retorno representa a existência de sinais refletidos devido a variações de impedância
na linha de transmissão. Isso é causado pela presença de conectores, danos físicos e característi-
cas do processo de fabricação do cabo, e principalmente pela presença da antena, que gera maior
reflexão de sinal.

Quando um sinal é refletido, significa que a quantidade de


energia ou potência que será efetivamente transmitida será A perda de retorno é
menor do que a potência do sinal emitido inicialmente, im- a relação entre a
potência refletida e a
plicando perda de qualidade do sistema e menor alcance da potência trans-
mitida, calculada em
transmissão. uma escala
logarítmica.
Perda de Retorno =
A perda de retorno é medida em dB, e quanto maior o valor, 10 x log(Potência Re
fletida)
(Potência transmitid
melhor, pois teve menor energia refletida. Isso significa que a a)
energia que regressa ao transmissor, ou seja, foi refletida, será
menor, e portanto o sinal que chegará ao destino final será
próximo ao sinal emitido inicialmente.

O sinal que foi refletido é somado com o sinal transmitido. Nos pontos em que as ondas estão
em fase, os sinais são adicionados, e quando as ondas estão fora de fase os sinais são subtraídos.
A onda resultante desta interferência é chamada de onda estacionária.

PERDA DE RETORNO E RELAÇÃO DE ONDA


ESTACIONÁRIA (ROE OU SWR) 134
A medição da onda estacionária é outra forma de se analisar a reflexão dos sinais. Para isso,
medimos a Relação de Ondas Estacionárias – ROE, ou, em inglês, SWR (Standing Wave Ratio).
Esta medida representa a relação entre as voltagens máximas e mínimas da onda.

SWR= VVmax
min

O valor do ROE é registrado na forma x:1, sendo x de 1 a infinito. Isso significa que um ROE 1:1
é ideal, pois não existe uma onda estacionária que cause interferência no sinal transmitido, ou seja,
não há perda da potência transmitida.

Podemos encontrar o valor da perda de retorno ou a potência refletida com as seguintes equações:

[(ROE+1)
Perda de Retorno (dB) = 20log
[
(ROE-1)

[
(-1 x Perda de Retorno) [
Potência Refletida (%) = 10
10

ROE Return Loss (dB) Reflected Power (%)


1:1 ∞ 0
1.1:1 26.44 0.228
1.2:1 20.83 0.816
1.3:1 17.69 1.71
1.4:1 15.56 2.78
1.5:1 13.98 4
1.6:1 12.74 5.5
1.7:1 11.73 6.8
1.8:1 10.88 8.2
1.9:1 10.16 9.6
2.0:1 9.54 11
3.0:1 6.02 24.9
4.0:1 4.44 36
5.0:1 3.52 44.4
6.0:1 2.92 50.8
∞:1 0 100

CAPÍTULO 9 - INSTRUMENTAÇÃO
135 E MEDIÇÃO
3a. MEDINDO A PERDA DE RETORNO E VSWR, SWR OU ROE:
PASSO-A-PASSO
1. Conecte um cabo de teste à porta VNA Port 1.

2. Aperte o botão Menu e selecione o ícone Vector Network Analyzer.

3. Coloque o equipamento nas condições default de fábrica: aperte Shift+1 (Preset).

4. Defina a faixa de frequência que será utilizada na medição: na parte inferior da tela, aperte o
botão Freq/Dist. Pressione Start Freq para definir a frequência inicial e Stop Freq para a frequên-
cia final. Por exemplo, defina a frequência inicial como 50 MHz e a final como 1 GHz.

5. Pressione Measure na parte inferior da tela. Em seguida, pressione Measure Type e escolha
a opção Return Loss.

Caso o equipamento
já tenha
sido calibrado, só será
necessá-
rio recalibrá-lo nova
mente caso
a faixa de frequência
tenha
sido alterada.

6. Faça a calibração de uma porta:

a) Aperte os botões Shift+2 (Calibrate). Pressione o botão Cal Type, selecione 1-Port e pressio-
ne Start Cal.

b) No menu que aparece, você pode notar que estará listado todas as pontas do componente de
calibração. Conecte a ponta indicada pelo aparelho ao cabo que está ligado à porta VNA Port 1 e
pressione Enter.

c) Quando o aparelho termina de calibrar uma porta, ele emite um aviso sonoro e já seleciona a
próxima etapa de calibração. Realize o procedimento de calibração para as pontas Open, Short e
Load.

d) Finalize a calibração selecionando a opção Calculate and Finish Cal e pressione Enter.

e) Verifique se o equipamento foi calibrado, observando a indicação Cal: On no canto superior


esquerdo da tela.

7. Pressione o botão Marker, escolha a opção Peak Search e em seguida Marker Table. Note
que com a carga padrão de calibração, a curva medida está abaixo de 42dB.

PERDA DE RETORNO E RELAÇÃO DE ONDA


ESTACIONÁRIA (ROE OU SWR) 136
8. Pressione o botão Scale na parte inferior da tela e escolha a opção Auto Scale para ajuste
automático da escala de medição.

9. Pressione o botão Marker para adicionar até 6 marcadores para analisar os pontos desejados.

10. É possível adicionar um limite de aceitação para o teste: Pressione o botão Shift+6 (Limit),
pressione Limit Edit e determine um valor para Amplitude. Pressione Back e habilite a Pass/Fail
Message. No exemplo abaixo, o cabo medido possui uma perda de retorno acima do limite de -14dB.

11. Também é possível visualizar a perda de retorno em termos de SWR. Para isso, pressione o
botão Measure e na opção Measure Type, troque para SWR. Não é necessário realizar uma nova
calibração, pois estamos trabalhando com a mesma faixa de frequência.

CAPÍTULO 9 - INSTRUMENTAÇÃO
137 E MEDIÇÃO
4. MODO DISTÂNCIA ATÉ A FALHA DTF
Utilizando o equipamento é possível identificar a perda de retorno ao longo da linha de trans-
missão, localizando a posição e distância exata dos pontos que possam estar apresentando falhas.
Para isso, é utilizado a função de DTF - distância até a falha - que mostra a perda de retorno de cada
componente, incluindo conectores.

Uma das melhores maneiras de se trabalhar com esta função é aplicando uma carga de 50 ohm,
pois sua impedância será de 50 ohm em toda a faixa de frequência estabelecida. No entanto, uma
antena também pode ser utilizada como terminação, mas a impedância da antena não será fixa e
irá se modificar de acordo com a frequência de medição.

4a. MODO DISTÂNCIA ATÉ A FALHA: PASSO-A-PASSO


1. Conecte um cabo de teste à porta VNA Port 1.

2. Aperte o botão Menu e selecione o ícone Vector Network Analyzer.

3. Coloque o equipamento nas condições default de fábrica: aperte Shift+1 (Preset).

4. Defina a faixa de frequência que será utilizada na medição: na parte inferior da tela, aperte o
botão Freq/Dist. Pressione Start Freq para definir a frequência inicial e Stop Freq para a frequên-
cia final. Por exemplo, defina a frequência inicial como 50 MHz e a final como 1 GHz.

5. Pressione Measure na parte inferior da tela. Pressione Measure Type e selecione DTF Re-
turn Loss.

Caso o equipamento
já tenha
sido calibrado, só é ne
cessário
recalibrá-lo novamen
te caso a
faixa de frequência
tenha sido
alterada.

6. Faça a calibração de uma porta:

a) Aperte os botões Shift+2 (Calibrate). Pressione o botão Cal Type, selecione 1-Port e pressio-
ne Start Cal.

b) No menu que aparece, você pode notar que estarão listadas todas as pontas do componente
de calibração. Conecte a ponta indicada pelo aparelho ao cabo que está ligado à porta VNA Port 1
e pressione Enter.

c) Quando o aparelho termina de calibrar uma porta, ele emite um aviso sonoro e já seleciona a
próxima etapa de calibração. Realize o procedimento de calibração para as pontas Open, Short e
Load.

MODO DISTÂNCIA ATÉ A FALHA DTF 138


d) Finalize a calibração selecionando a opção Calculate and Finish Cal e pressione Enter.

e) Verifique se o equipamento foi calibrado, observando a indicação Cal: On no canto superior


esquerdo da tela.

7. Pressione Freq/Dist. O botão Start Dist permite definir a distância inicial da medida. O botão
Stop Dist define a distância máxima para a realização da medida. Um exemplo: para uma linha de
transmissão com 10 metros, defina Start Dist igual a 0 metro e Stop Dist igual a 11 metros.

8. Pressione o botão More, em seguida pressione Cable Loss e informe a atenuação do cabo.
Também é necessário definir a velocidade de propagação do cabo em Propagation Velocity. Para
garantir a precisão da medição, estes valores devem ser os especificados pelo fabricante do cabo.

5. ANALISADOR DE ESPECTRO
O analisador de espectro permite visualizar a magnitude dos sinais que possuem uma determi-
nada frequência dentro do espectro de radiofrequência. Esta é uma ferramenta valiosa na análise,
teste e manutenção de sistemas RF, pois com ela é possível avaliar o sinal que está sendo gerado
por um transmissor.

Diferentemente de um osciloscópio, que permite visualizar sinais no domínio do tempo, o anali-


sador de espectro mostra os sinais no domínio da frequência. Assim, é possível observar os níveis
de ruído, interferências existentes no ambiente e adequação do sinal transmitido quanto a suas
características de potência e largura de banda, entre outros.

CAPÍTULO 9 - INSTRUMENTAÇÃO
139 E MEDIÇÃO
5a. ANALISADOR DE ESPECTRO: PASSO-A-PASSO
1. Primeiro conecte o cabo de teste de 1.5m, que é fornecido com o equipamento, na porta RF
In. Na outra extremidade do cabo, conecte uma antena compatível com a frequência do sinal a
ser medida.

2. Pressione o botão Menu ou Shift+9, e selecione a opção Spectrum Analyzer.

3. Deixe o equipamento nas condições padrão de fábrica realizando um Preset. Para isso,
pressione Shift+1.

4. Agora selecione a frequência central para processar a medição. Para isso, basta pressionar
o botão Freq e digitar a frequência desejada, como por exemplo 171.252500 MHz.

5. Para definir a faixa de frequências a ser analisada, selecione Span e configure os valores.
Observe que uma faixa de 20MHz irá realizar a análise do espectro de RF compreendido entre,
por exemplo, 161.2525 e 181.2525 MHz. Além disso, cada divisão horizontal da tela do monitor
irá compreender uma faixa de 2MHz de frequência.

Além do passo-a-passo básico que você acabou de aprender, o aparelho de medição também
permite ajustar a escala de sinal visível, ajustar filtros RBW e VBW e selecionar marcadores (Mar-
ker), entre outras opções.

– Ajustando escala: selecione Amplitude, Reference Level.

– Marcadores: selecione Marker, Peak Search, Mark Freq to Center. Essa função irá buscar
o pico do sinal e mostrá-lo na tela do aparelho de medição.

– Filtros: embora os filtros RBW e VBW venham configurados de modo automático, você pode
ajustá-los pressionando o botão BW e escolhendo uma das opções disponíveis entre RBW, VBW,
Auto RBW e Auto VBW. Note que, conforme o RBW é reduzido, diminui o nível de ruídos e me-
lhora o isolamento dos sinais próximos, mas o tempo para realizar a varredura das frequências
aumenta.

ANALISADOR DE ESPECTRO 140


Utilize este espaço para fazer anotações.

CAPÍTULO 9 - INSTRUMENTAÇÃO
141 E MEDIÇÃO
CAPÍTULO 10

INSTALAÇÃO

1. INTRODUÇÃO
No capítulo anterior vimos como fazer as medições de cabos e instrumentos. Neste capítulo apren-
deremos um pouco sobre alguns componentes utilizados na instalação de repetidoras e estações-ba-
se. Utilizaremos os equipamentos de medição para proceder às regulagens e identificar possíveis de-
feitos, entre outros. É essencial que você tenha cumprido corretamente o Capítulo 9. Se tiver alguma
dúvida, pergunte ao professor ou volte ao capítulo anterior para revisar o conteúdo.

A instalação de um transmissor ou receptor não envolve somente a configuração de uma repeti-


dora ou estação-base. Para o pleno funcionamento de um sistema de rádio, alguns dispositivos de-
vem ser acoplados aos nossos aparelhos para que funcionem da forma desejada. A seguir iremos
abordar alguns deles, assim como regular para as frequências desejadas. Para qualquer dúvida,
chame o professor antes de mexer com os dispositivos. Como eles são caros, tome cuidado ao
alterar a regulagem para não danificar os equipamentos.

2. PRÉ-SELETORES
Um pré-seletor de RF é um filtro passa-faixa, ou seja, permite passar uma frequência central
específica e bloqueia as frequências indesejadas. Regulamos a frequência central desejada e o
pré-seletor filtrará essa frequência com algum espaçamento para mais e para menos, determinado
por cada equipamento (banda passante, também chamada de notch).

Por exemplo, na foto abaixo vemos que o aparelho testado teve sua frequência central regulada
em aproximadamente 149 MHz (MK2) e permite passar de 146 MHz (MK1) a até 152 MHz (MK3),
tendo então uma banda passante de 6 MHz. Em 149 MHz ele terá seu funcionamento ideal, pas-
sando com pouca perda (-1.19dB). Quanto mais próximo das extremidades, maior será a perda,
consequentemente bloqueando as frequências indesejadas. Normalmente esse aparelho é utilizado
na recepção do sinal para filtrar todas as frequências extras que possam causar ruídos ao sistema.

142
2a. MEDIÇÃO E AJUSTES
Para conseguir ajustar os dispositivos da maneira desejada, utilizaremos as portas VNA Port 1 e
VNA Port 2. A primeira fará o papel de transmissor, e a segunda de receptor. É importante guardar
essa informação, pois a utilizaremos no decorrer deste capítulo.

Para efeito de testes, utilizaremos o aparelho parecido com a imagem abaixo, portanto, caso
esteja lidando com um aparelho diferente, atente para as configurações corretas. Conecte as portas
conforme a foto abaixo.

VNA Port 1
(Entrada)

VNA Port 2
(Saída)

143 CAPÍTULO 10 - INSTALAÇÃO


Esse dispositivo funciona de 360 a 400 MHz, tendo sua frequência central regulada pelos parafu-
sos do lado direito. Veio configurado de fábrica para uma frequência que não conhecemos, portanto
é necessário fazer a medição para ver se já está da forma desejada.

Acesse o menu Vector Network Analyzer no aparelho de medição. Configure a frequência ini-
cial em 360 MHz e final em 400 MHz, conforme o range (extensão) do pré-seletor. Caso seja neces-
sário, calibre o dispositivo. Se houver alguma dúvida, retorne ao Capítulo 9 e revise o conteúdo.
Configure o Measure Type para Return Loss. Defina Scale para AutoScale.

Return Loss
10dB
0dB

-35dB
360MHz 400MHz

Podemos também colocar um marcador para identificar qual a frequência configurada. Clique
em Marker, selecione o Marker 1 e a opção Valley Search. Deste modo poderemos ver no Marker
1 a frequência configurada para o dispositivo. O dispositivo de medição gera as frequências 360
MHz até 400 MHz, envia pela VNA Port 1 passando pelo pré-seletor e recebe as informações pela
VNA Port 2. De acordo com essas informações, consegue apresentar na tela os dados da medição,
como por exemplo a frequência passante no pré-seletor.

Se forem encontrados dois ou mais notchs, será necessário regular o dispositivo, pois alguma
cavidade estará desregulada. No gráfico abaixo podemos ver um exemplo de dispositivo descon-
figurado, que necessita regulagem. Para isso, é preciso apertar ou afrouxar os parafusos ao lado.

Return Loss
10dB
0dB

-30dB
360MHz 400MHz

Exemplo de pré-seletor desconfigurado.

PRÉ-SELETORES 144
3. MULTIACOPLADORES
Um multiacoplador (também chamado de multicopler) permite que um número maior de repe-
tidoras seja conectado a uma mesma antena. Ele recebe o sinal de uma antena e amplifica para
mais receptores, por exemplo 4:1 (4 receptores para 1 antena), 8:1 ou 16:1, entre diversos outros
modelos.

Este componente serve somente para a recepção de RF. O dispositivo


capaz de combinar um ou mais transmissores é chamado de combina-
dor, e será abordado em um próximo tópico neste mesmo capítulo.

Dependendo do tamanho da torre, pode haver perdas pela atenuação do cabo e outros compo-
nentes conectados ao sistema. Nesse caso o multiacoplador é conectado a um TTA – Tower Top
Amplifier (amplificador de topo de torre), e este é conectado à antena. Mas são dois tipos diferentes
de multiacopladores. Caso o dispositivo não seja para conexão com o TTA, terá seu próprio ampli-
ficador interno, assim como o pré-seletor.

O TTA possui um pré-seletor interno, limitando a banda passante. Porém nem sempre possui um
notch desejável, como por exemplo 30 MHz ou 40 MHz de banda passante. Caso seja necessário
alterar esse valor (estreitar o notch ou alterar a frequência central de referência), é possível conec-
tar a um pré-seletor externo, diretamente no multiacoplador.

145 CAPÍTULO 10 - INSTALAÇÃO


Como podemos ver, este multiacoplador está conectado a um TTA configurado para funcionar
em uma faixa de aproximadamente 789 MHz (marker 1) a 827 MHz (marker 2), quase 40 MHz de
banda passante. Nesse caso é possível conectar um pré-seletor configurado da forma desejada.
O pré-seletor interno ainda funcionará, por isso deve-se tomar cuidado ao comprar/encomendar o
dispositivo que tenha sua frequência configurada para a aplicação correta.

Todo amplificador de potência necessita de uma fonte externa. Como o multiacoplador pode ter
um amplificador ou estar conectado a um TTA, deve estar conectado à energia para funcionar. A
conexão com o TTA envia a tensão diretamente ao topo da torre.

3a. MEDIÇÃO
Para este caso, utilizaremos o modelo para conexão com um TTA. Esse dispositivo vem de
fábrica configurado com a frequência desejada, por isso não é possível alterar essa configuração.
Também é possível comprá-lo diretamente com o ganho necessário (23dB, por exemplo). A seguir
temos um exemplo de TTA.

Test Port Transmission


Line

Antenna

Main
Rx 1 Rx 8

Terra Filtro
Expan
Test
Port

O Terra de todos os aparelhos deve ser ligado diretamente ao terra da torre, para proteger o
sistema contra curtos. A Test Port é utilizada para testar o sistema quando tudo está instalado, o
TTA está no topo da torre e de difícil acesso. A porta Main é a conexão com o TTA diretamente na
porta Transmission Line. Essa porta é a que fornece a tensão necessária para o TTA funcionar
corretamente.

MULTIACOPLADORES 146
O Filtro está ligando um lado ao outro, pois dessa forma será utilizado o pré-seletor do TTA.
Caso haja necessidade de adicionar outro pré-seletor, é nessas portas que devem ser conectados.
A porta Expan expande a quantidade de portas de recepção, neste caso de oito portas para mais
portas. Mas a limitação imposta pelo fabricante deve ser respeitada. As portas RX1 a RX8 são as
conexões dos receptores – repetidoras, por exemplo.

Nunca conecte o aparelho de medição na porta Main, pois poderá dani-


ficá-lo.

Para executar os testes no aparelho, acesse o menu Vector Network Analyzer e configure
as frequências de funcionamento do TTA. No nosso caso, ficou em 770 MHz a 845 MHz. Altere o
Measure Type para Insertion Loss. Defina a Scale para 30db a -100dB. Conecte a VNA Port 1
do aparelho de medição no TTA na porta Antenna. Ligue a porta Main do multiacoplador à porta
Transmission Line do TTA com outro cabo. Conecte também a VNA Port 2 do aparelho de me-
dição em qualquer porta de RX. Não se esqueça de conectar o multiacoplador à tomada para que
funcione corretamente. Assim, você poderá ver o gráfico apresentado anteriormente.

4. CIRCULADORES
Um circulador é um dispositivo de três portas, constituído de ímãs e ferrita. É utilizado para con-
trolar o fluxo do sinal de RF. Evita que a energia refletida volte para o transmissor e danifique a re-
petidora ou qualquer outro transmissor. Deve vir configurado de fábrica para a frequência desejada.
É essencial aos combinadores, que veremos no próximo tópico.

Porta B
Porta A

Transmissor Antena

Sentido Porta C
Sinal RF

Na imagem temos um transmissor conectado na Porta A, uma antena conectada na Porta B e


uma carga-fantasma de 50 Ω conectada na Porta C. Caso haja alguma energia refletida na antena,
não irá afetar o transmissor, pois será direcionada à carga-fantasma e será dissipada. Porém, se
não houver uma carga conectada na Porta C, a energia refletida será direcionada para a Porta A,
podendo avariar o transmissor. Por isso, ao testar e encontrar energia refletida, a carga pode estar
afetada (queimada), ou o circulador não estar funcionando corretamente.

147 CAPÍTULO 10 - INSTALAÇÃO


4a. MEDIÇÃO
Os circuladores não necessitam de regulagem, pois eles passarão todas as frequências defini-
das em sua operação. Também vêm definidas de fábrica quais frequências são suportadas, por isso
tome cuidado ao comprar esse dispositivo para a aplicação correta.

O circulador é um dispositivo bem simples; seu teste e exemplo de funcionamento também o


são. No aparelho de medição, acesse o menu Vector Network Analyzer. Configure para a frequên-
cia de operação do seu circulador (por exemplo, 780 MHz a 840 MHz). Caso necessário, calibre o
aparelho. Altere o Measure Type para Insertion Loss.

Conecte a porta VNA Port 1 (transmissão) do aparelho de medição à Porta A do circulador. Co-
necte também a porta VNA Port 2 (recepção) do aparelho à Porta B do circulador. Não se esqueça
de conectar a carga-fantasma na Porta C do circulador. Assim que terminar a conexão, defina a op-
ção Scale para Auto Scale. Deverá ver um gráfico parecido com a imagem 1. Assim, toda a energia
que entra na porta A é redirecionada para a Porta B, com pouca perda.
Return Loss
10dB

0dB

-10dB
360MHz 400MHz
Gráfico 1

Agora conecte a porta VNA Port 1 do aparelho de medição à Porta B do circulador. Conecte
também a porta VNA Port 2 do aparelho à Porta A do circulador, de modo que inverta as portas A e
B do exemplo anterior. Com a carga conectada na Porta C, toda a energia entrante na Porta B pelo
VNA Port 1 será redirecionada para a Porta C. O gráfico deve ficar algo parecido com a imagem 2.
Return Loss
10dB

0dB

-10dB
360MHz 400MHz

Gráfico 2

Agora remova a carga-fantasma da Porta C. Desse modo o gráfico deve ficar parecido nova-
mente com a imagem 1, pois não há carga para dissipar a energia da Porta B, passando tudo para
a Porta A com pouca perda.

CIRCULADORES 148
5. COMBINADORES
Em torres de transmissão, nem sempre há espaço suficiente para acomodar muitas antenas, ou
então a instalação é inviável devido a perigos de sobrecarga, altura etc. Para resolver esse proble-
ma podemos conectar vários transmissores a uma única antena com o uso de combinadores. Esse
dispositivo combina a energia de duas ou mais entradas de RF em proporções iguais. Por ter uma
largura de banda operacional bem larga, é possível combinar múltiplos transmissores em um sinal
único de RF, ocupando um intervalo amplo de frequência.

Exemplo de combinador de 6 canais

149 CAPÍTULO 10 - INSTALAÇÃO


Para combinar os canais sem que haja energia refletida em nenhum deles, utiliza-se um circu-
lador por canal. Como a transmissão envolve potências altas (50W, 150W ou até mais), as cargas-
-fantasma podem esquentar demais e queimar. Na foto, podemos ver as cargas de três dos seis
circuladores conectadas pelo cabo preto à Porta C e presos a um dissipador de calor na parte de
baixo. A Porta B está conectada ao circulador, e a Porta A é a entrada de cada transmissor, como
vemos na imagem a seguir.

Porta C

Porta C

Porta A

Porta A

Para efeito de testes, a carga-fantasma do canal 6 (CH6) foi removida.


Em ambiente real, deve-se tomar cuidado para não ligar o sistema sem
as cargas estarem devidamente conectadas, para evitar avarias nos apa-
relhos de transmissão.

Esses sistemas não são tão perfeitos, por isso apresentam uma perda relativamente grande.
Cada trecho do combinador tem uma perda de energia de 50%, ou -3dB. Por exemplo, se dois
transmissores estiverem conectados a uma antena por um combinador, metade da energia de cada
transmissor chegará à antena. Para ajudar a amenizar esse problema, pode-se conectar uma ante-
na com ganho alto, porém o ruído aumentará também.

COMBINADORES 150
5a. MEDIÇÃO E REGULAGEM
A regulagem de um combinador funciona de forma parecida com os pré-seletores. Devemos
girar uma alavanca para que a cavidade de cada canal altere as bandas passantes. Tome cuidado
para configurar as frequências corretas para cada canal, respeitando as limitações do aparelho de
espaçamento mínimo por canal, possivelmente descrito no datasheet. O dispositivo utilizado para
esse teste permite que os canais estejam a no mínimo 150 kHz de diferença entre um e outro, po-
rém utilizaremos uma diferença de 1 MHz para não ocorrer nenhum erro.

No aparelho de medição, acesse o menu Vector Network Analyzer. Configure as frequências


para as limitações de cada aparelho. No nosso caso, configuramos de 855 MHz a 867 MHz. Em
Measure Type, selecione Return Loss; crie seis marcadores e coloque cada um em uma frequên-
cia desejada por canal do combinador. No nosso caso, escolhemos de 859.600 MHz a 864.600
MHz, com intervalo de 1 MHz por canal. Mude também Scale para iniciar em 10dB e terminar em
-30dB. Conecte a VNA Port 1 em qualquer canal do combinador, à sua escolha. Conecte a VNA
Port 2 na saída para a antena. Se o combinador estiver bem regulado, verá um gráfico parecido
com o seguinte.

A quantidade de notchs deve ser igual à quantidade de canais do combinador, e cada marker
deve ficar no ponto mais baixo, conforme ilustra a figura. Caso não esteja nesse formato, tente re-
gular os canais incorretos para sua devida frequência.

Altere o Measure Type para Insertion Loss, e veja a forma do gráfico. O ponto mais alto deve
ser aquele a que o VNA Port 1 está conectado, em nosso caso no canal 1. Os outros pontos são
os outros canais.

151 CAPÍTULO 10 - INSTALAÇÃO


Conecte o VNA Port 1 em outros canais e verifique como o gráfico muda. O ponto mais alto deve
ser da frequência desejada para aquele canal. Caso algum esteja incorreto, pode ter invertido a
frequência de um canal com o outro.

6. DUPLEXADORES
Além de ser possível transmitir vários canais ou conectar vários receptores a uma única ante-
na, também é possível combinar um transmissor e um receptor a uma mesma antena. Para isso,
utilizamos um dispositivo chamado duplexador. Esse dispositivo tem a capacidade de transmitir e
receber ao mesmo tempo, isolando os canais entre si, de modo que a frequência transmitida não
seja direcionada ao receptor, e sim para a antena.

Um duplexador é formado por dois filtros passa-banda, um sintonizado para passar a frequência
de transmissão e outro para a frequência de recepção. Para o transmissor não sobrecarregar o re-
ceptor, é essencial que as especificações corretas sejam escolhidas, e o duplexador bem regulado.

Existem também os duplexadores com filtros diferentes, que rejeitam a frequência indesejada.
Por exemplo, na recepção configuramos para rejeitar a frequência de transmissão, e na trans-
missão configuramos para rejeitar a frequência de recepção. Na imagem abaixo podemos ver um
exemplo prático. Conectamos o transmissor ao lado que marca high (indicando alta potência) e o
receptor ao lado que marca low (indicando baixa potência). A regulagem é feita de forma parecida
com o pré-seletor, apertando ou afrouxando os parafusos do lado direito.

DUPLEXADORES 152
Transmissão

Antena

Recepção

Esse dispositivo tem seu funcionamento de 160 MHz a 174 MHz. Possui três cavidades para
cada canal, ou seja, as três primeiras cavidades (divisões) são destinadas à transmissão, e as ou-
tras três para recepção. Para regular, deve-se girar os parafusos das três cavidades até encontrar
o ponto correto, por isso requer paciência e calma.

Abaixo podemos ver a medição desse dispositivo. O MK1 está configurado na frequência de TX,
ou seja, 164 MHz, e MK2 na frequência de RX, ou 159 MHz. No canal de recepção foi configurado
o notch em 164 MHz (frequência de RX) e na transmissão em 159 MHz (frequência de TX).

153 CAPÍTULO 10 - INSTALAÇÃO


6a. MEDIÇÃO E AJUSTES
Para regular um duplexador trabalharemos de forma bem parecida como foi feito com os pré-se-
letores, porém com mais cavidades fica um pouco mais complicado obter a frequência desejada.

No aparelho de medição, selecione o menu Vector Network Analyzer. Altere para as frequên-
cias limitadas pelo duplexador, no nosso caso de 151 MHz a 167 MHz. Altere o Measure Type para
Insertion Loss. Altere também Scale para iniciar em 10 dB e terminar em -100 dB. Conecte a porta
VNA Port 1 do aparelho de medição à porta Antena (a porta central) do duplexador. Conecte a
porta VNA Port 2 à porta Recepção (marcado como Low). Conecte também uma carga de testes
à porta restante (Transmissão). Caso o aparelho já esteja regulado, você verá um gráfico parecido
com o da imagem abaixo.

Medição em RX.

O ponto mais baixo é a frequência limitada. Agora estamos testando o lado de recepção, por isso
a frequência bloqueada deve ser igual à de transmissão. No nosso caso, a frequência de transmis-
são pode ser vista no gráfico, de aproximadamente 164 MHz (marker 1). Caso haja mais de um
notch ou a frequência esteja incorreta, gire os parafusos das três cavidades de Recepção até atingir
a frequência correta.

Agora vamos testar o lado de transmissão. Para isso, conecte a VNA Port 1 à porta Transmis-
são (marcada como High) do duplexador e VNA Port 2 na porta Antena. Conecte também uma
carga de testes à porta restante (Recepção). Logo que a conexão for terminada, já será possível
ver a frequência bloqueante do lado de transmissão, semelhante à imagem abaixo

DUPLEXADORES 154
Medição em TX.

Os mesmos problemas do canal de recepção podem se repetir no canal de transmissão. Regule


o dispositivo conforme necessário. Ao final, conecte a VNA Port 1 à porta de Transmissão, a VNA
Port 2 à porta de Recepção, e a carga-fantasma à porta da Antena. Dessa forma, poderemos ver
um gráfico igual à imagem abaixo.

155 CAPÍTULO 10 - INSTALAÇÃO


7. ANTENAS
Uma antena é um dispositivo capaz de irradiar a energia eletromagnética para o espaço, como
também de coletar essa mesma energia. As antenas variam de formato, tamanho, dimensões, de
acordo com vários fatores. Frequência de transmissão, área de cobertura desejada (se deve ser
direcional ou omnidirecional) etc. Hoje em dia existem vários modelos de antena disponíveis, cada
uma com seu propósito.

Antena Direcional de Antena Omnidireci


ve ser onal é uma
apontada para o loca antena que transmit
l deseja- e para
do, pois abrangerá so todos os lados, portan
mente a to não
região direcionada. necessita ser aponta
da direta-
mente para o local de
sejado.

7a. MEDIÇÃO E AJUSTES


No exemplo, podemos ver uma antena plano-terra G3, omnidirecional, indicada para estações
físicas. Essa antena é indicada para relevos planos, pois não tem tanta inclinação de transmissão.
Sua regulagem é feita pela parte superior, em que devemos aumentar ou diminuir sua altura para
alcançar a frequência desejada. Na imagem abaixo podemos ver que a antena foi regulada para
aproximadamente 161.6 MHz.

ANTENAS 156
Antena.

Para conseguir regular a antena na frequência desejada, determinamos um intervalo para poder-
mos visualizar bem o gráfico. No aparelho de medição, acesse o menu Vector Network Analyzer,
configure as frequências desejadas (145 MHz e 174 MHz, em nosso caso), e em Measure Type
selecione VSWR. O ponto que tiver menor VSWR será a transmissão ideal daquela antena, quase
sem perdas. Para isso, crie um marker e ajuste na frequência desejada.

Utilizaremos somente a VNA Port 1, conectada diretamente à antena. Após conectar, altere a
altura da antena mexendo a haste superior móvel. Quanto maior for a altura da antena, menor será
a frequência de funcionamento. Faça os testes necessários e regule a altura para a frequência de-
sejada.

157 CAPÍTULO 10 - INSTALAÇÃO

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