RESUMO
ABSTRACT
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Aluna do 9° período do Curso de Direito, orientada pela ProfessoraLívia Barros.
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1. Introdução
2.1. Conceito
Levy (1979) traz em seu artigo algumas das definições, que permitem situar
o que é suicídio. Em sentido estrito é considerado como uma auto-
eliminação consciente, voluntária e intencional. Num sentido mais amplo, o
suicídio inclui processos autodestrutivos inconscientes, lentos e crônicos.
Tentativas de suicídio são atos deliberados de auto-agressão em que a
pessoa não tem certeza da sobrevivência manifestando uma intenção
autodestrutiva e uma consciência vaga do risco de morte. (2006, p. 171 )
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Diante disso, temos que o suicídio não é apenas o ato propriamente dito de
tirar a própria vida, é um ato consciente de escolha, com intenção autodestrutiva, do
indivíduo que o comete. Outro fato que deve ser consideradoé a letalidade da forma
empregada, para que seja possível diagnosticar se o sujeito é de fato suicida ou se
utilizou do ato para chamar atenção para outra coisa, como desejo de valorização
pessoal.
Mas o que leva a pessoa a suicidar-se? Por que chega a decisão tão
extrema? Explica-se.
O suicídio não é necessariamente uma psicose, não sendo cometido por uma
causa especifica, comumente dito popularmente, como por exemplo, nos seguintes
termos: "Ele suicidou por que acabou com a namorada" ou "Suicidou por que a mãe
morreu".Na verdade, é um processo, um conjunto de causas que fazem o indivíduo
encontrar-se em tamanha frustração com a vida, que vê na morte uma saída
definitiva para a dor.
Segundo a Organização mundial de saúde, em seu artigo WHO – World
Health Organization (2003). The World Health Report 2003: Shapingthe future.
Geneve, é possível identificar que entre os principais fatores de risco, os transtornos
mentais, como a depressão, perdas recentes, dinâmica familiar conturbada,
personalidade com fortes traços de impulsividade e agressividade, certas situações
clínicas (como doenças crônicas incapacitantes), bem como aqueles com fácil
acesso a meios letais, (WHO, 2003; Suominen et al., 2004). No entanto, esses
estudos foram realizados com pessoas que tentaram o suicídio ou que faziam
tratamento psicológico,e, conforme os resultados obtidos, temos a seguinte
realidade:
a) Aproximadamente 60% das pessoas mortas por suicídio nunca o haviam
tentado antes; 214 Botega, N. J. et al. PSICO, Porto Alegre, PUCRS, v. 37, n. 3,
pp. 213-220, set./dez. 2006;
b) Dos que morrem por suicídio, 50-60%, nunca consultaram com um
profissional de saúde mental ao longo da vida;
c) Dois terços dos que cometem suicídio comunicaram claramente essa
intenção a parentes próximos ou amigos, na semana anterior.
d)Metade dos que morrem por suicídio foram a uma consulta médica em
algum momento do período de seis meses que antecederam a morte, e 80% foram
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a um médico no mês anterior ao suicídio. Mas ainda permanece correto que 50%
dos que se suicidam nunca foram a um profissional de saúde mental;
e) Com base nas evidências proporcionadas por entrevistas com familiares e
amigos, bem como por documentos médicos e pessoais, um diagnóstico
psicopatológico pode ser feito em 93-95% dos casos de suicídio, notadamente
transtornos do humor (40-50% dos casos de suicídio tinham depressão grave),
dependência de álcool (em torno de 20% dos casos) e esquizofrenia (10% dos
casos).
Fonte: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio
Além disso, as pessoas ao redor devem estar atentas aos seguintes sinais:
a) Aparecimento ou agravamento de problemas de conduta ou de
manifestações verbais durante pelo menos duas semanas; nesse caso muitas vezes
as pessoas próximas interpretam como uma ameaça ou chantagem emocional, mas
tais problemas de conduta e manifestações devem ser entendidos como um pedido
por ajuda;
b) Preocupação com sua própria morte ou falta de esperança; normalmente
quem pretende acabar com a própria vida manifesta o desinteresse e a
desesperança com o futuro,seja verbalmente, por desenho ou de forma escrita;
c) Expressão de idéias ou de intenções suicidas; como "eu não aguento
mais","cheguei no meu limite", "vou te deixar em paz", "é inútil tentar";
d)Isolamento; aspessoas com pensamentos suicidas costumam desgostar de
tudo o que antes costumavam fazer, não atendem telefonemas, e desaparecem das
redes sociais.
Identificado algum ou vários desses sinais, a pessoa deve mostrar-se aberta a
escutar e encaminhar o indivíduo à ajuda especializada. É importante que aquele
que tenha ideias suicidas sinta-se acolhido e escutado. Neste sentido, o Ministérioda
Saúde divulgou nova cartilha informando como a pessoa que identifica tal
comportamento deve agir:
Fonte: http://portalms.saude.gov.br/saude-de-a-z/suicidio
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2.3. Índices
Fonte: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-
epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf
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Fonte: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-
epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf
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Fonte: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-
epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf
Foiconstatado ainda que a proporção de suicídios foi maior entre aquelas que
não possuem um relacionamento conjugal, totalizando 60,4%.
Fonte: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-
epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf
Fonte: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-
epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf
Fonte: http://portalarquivos2.saude.gov.br/images/pdf/2017/setembro/21/2017-025-Perfil-
epidemiologico-das-tentativas-e-obitos-por-suicidio-no-Brasil-e-a-rede-de-atencao-a-saude.pdf
Segundo o World Health Statistics de 2016, publicado pela OMS (WHO, 2016,
p. 62), após o crescente número de países adotado políticas de prevenção ao
suicídio, ocorreu uma redução global de 9% no número de mortes e uma queda de
21% na taxa mundial, entre 2000 e 2012.
Além disso, em seu artigo 4º, a supracitada Portaria determinou que fosse
criado um Grupo de Trabalho para garantir que essas diretrizes fossem
regulamentadas: "Determinar à Secretaria de Atenção à Saúde que constitua um
Grupo de Trabalho, a ser instituído por portaria específica, para propor a
regulamentação dessas diretrizes no prazo máximo de 120 (cento e vinte) dias."
Em 2011, foi criada a Portaria 3088/2011, que instituiu a RAPS, Rede de
Atenção Psicossocial, pelo SUS.Trata-se de uma assistência, objetivando cuidarda
saúde mentaldas pessoas que sofrem com transtorno mental e dependência de
drogas.Prevê também a articulação desde a Atenção Básica, que tem como
integrantes a Equipe de Saúde da Família (ESF), as Unidades Básicas de Saúde
(UBS), oCentro de Convivência, o Consultório na Rua, o Núcleo de Apoio à Saúde
da Família (NASF), bem como a Atenção Hospitalar e serviços de urgência e
emergência (UPA 24h, SAMU 192), sob a coordenação dos Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS). Faz ainda parte dessa Portaria o programa “De Volta para
Casa”, que oferece bolsas para pacientes egressos de longas internações em
hospitais psiquiátricos.
Em 06 de Junho de 2014 foi criada a Portaria nº 1271, a qual definiu a Lista
Nacional de Notificação Compulsória de doenças, agravos e eventos de saúde
pública nos serviços de saúde públicos e privados em todo o território nacional, além
de tornar as tentativas de suicídio e o suicídio agravos de notificação compulsória e
imediata em todo o território nacional. Sobre isso dispõe a referida Portaria:
4. Conclusão
5. Referências Bibliográficas
GIANNINI, Deborah; LISBÔA, Gabriela. Estável, suicídio entre jovens ainda é quarta
causa de morte no Brasil.Após 15 anos de crescimento, número de suicídios no
país estabilizou; índices em RR, PI e RS, no entanto, são maiores que a média
nacional, saúde, 09/05/2018, atualizado em 21/05/2018. Disponível em:
<https://noticias.r7.com/saude/estavel-suicidio-entre-jovens-ainda-e-quarta-causa-
de-morte-no-brasil-21052018>. Acesso em: 12 de dezembro de 2018.
ONUBR. Oms: Quase 800 Mil Pessoas se Suicidam por Ano. 2018. Disponível
em: https://nacoesunidas.org/oms-quase-800-mil-pessoas-se-suicidam-por-ano/
Acesso em: 11 de dezembro de 2018.
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WHO – World Health Organization. (2003). The World Health Report 2003: Shaping
the future. Geneve.
ONUBR. OMS: quase 800 mil pessoas se suicidam por ano. 13/09/2018.
Disponível em: https://nacoesunidas.org/oms-quase-800-mil-pessoas-se-suicidam-
por-ano/. Acesso em: 12 de dezembro de 2018.