INDÚSTRIA 4.0
Piracicaba
Maio de 2019
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................3
INDÚSTRIA 4.0..........................................................................................................................4
IMPACTOS POSITIVOS DA INDÚSTRIA 4.0.......................................................................7
IMPACTOS NEGATIVOS DA INDÚSTRIA 4.0.....................................................................8
BRASIL.......................................................................................................................................9
PREPARE-SE PARA A INDÚSTRIA 4.0................................................................................11
O MERCADO DE TRABALHO NA ERA DA INDÚSTRIA 4.0..........................................12
AS MUDANÇAS NAS EMPRESAS.......................................................................................13
INOVAÇÃO E NOVAS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIO..............................................14
DESAFIOS PARA INDÚSTRIA 4.0 NO BRASIL.................................................................15
CONCLUSÃO..........................................................................................................................19
BIBLIOGRAFIA......................................................................................................................20
Introdução
Primeiro, entenda que a palavra “revolução” caracteriza fenômenos em que há uma transformação
radical em uma sociedade.
Então, não é qualquer novidade no processo de um fabricante que desencadeia uma revolução
industrial, e sim uma tendência tecnológica que impacta a produção a nível mundial.
Ela não ocorre da noite para o dia. Demora décadas para se consolidar e para ser reconhecida como
revolução.
A primeira revolução industrial se concentra na energia mecânica e nos motores a vapor. Iniciou-se no
final do século XVIII sendo a mecanização da indústria têxtil um dos casos mais conhecidos.
A segunda revolução industrial se caracteriza pela eletrificação da fábrica, pela utilização dos métodos
científicos de produção culminando com a fábrica de produção em massa, cujo exemplo mais famoso
é linha de montagem de Henry Ford em 1913.
Com o advento da tecnologia de informação, foi possível iniciar a terceira revolução industrial em que
a informatização (computadores mainframe, computadores pessoais e a internet) entra na fábrica para
automatizar tarefas mecânicas e repetitivas. Isso começa a ocorrer a partir no século passado, a partir
dos anos 70, existindo até hoje.
A quarta revolução industrial se caracteriza por um conjunto de tecnologias que permitem a fusão do
mundo físico, digital e biológico.
As principais tecnologias que permitem a fusão dos mundos físico, digital e biológico são a
Manufatura Aditiva, a IA, a IoT, a Biologia Sintética e os Sistemas Ciber Físicos (CPS).
Indústria 4.0
Foi na edição de 2011 da Feira de Hannover que o conceito da Indústria 4.0 começou a ser
revelado ao público em geral. A iniciativa, fortemente patrocinada e incentivada pelo governo
alemão em associação com empresas de tecnologia, universidades e centros de pesquisa do
país, propõe uma importante mudança de paradigma em relação à maneira como as fábricas
operam nos dias de hoje.
1. Tempo real: a capacidade de coletar e tratar dados de forma instantânea, permitindo uma tomada de
decisão qualificada em tempo real.
2. Virtualização: é a proposta de uma cópia virtual das fábricas inteligentes, graças a sensores espalhados
em toda a planta. Assim, é possível rastrear e monitorar de forma remota todos os seus processos.
3. Descentralização: é a ideia de a própria máquina ser responsável pela tomada de decisão, por conta da
sua capacidade de se autoajustar, avaliar as necessidades da fábrica em tempo real e fornecer
informações sobre seus ciclos de trabalho.
4. Orientação a serviços: é um conceito em que softwares são orientados a disponibilizarem soluções
como serviços, conectados com toda a indústria.
5. Modularidade: permite que módulos sejam acoplados e desacoplados segundo a demanda da fábrica,
oferecendo grande flexibilidade na alteração de tarefas.
6. Interoperabilidade: pega emprestado o conceito de internet das coisas, em que as máquinas e sistemas
possam se comunicar entre si.
É por esse conjunto de inovações que podemos chamar a indústria 4.0 de Quarta Revolução
Industrial.
Cada conceito tem suas particularidades, mas todos têm em comum o objetivo de tornar as
máquinas mais eficientes.
Abaixo, algumas das tecnologias que podem ser consideradas os pilares da Industria 4.0.
1. Internet das Coisas: A internet das coisas, também conhecida pela sigla IoT (de Internet of Things), é
um conceito que trata da conexão de aparelhos físicos à rede. Não se trata de ter mais dispositivos para
acessar a internet, mas sim a hiperconectividade ajudando a melhorar o uso dos objetos. Isso acontece
dentro das residências (televisão, ar condicionado, geladeira e campainha conectados, por exemplo).
Mas também nas indústrias, com máquinas gerando relatórios instantâneos de produção para o software
de gestão na nuvem. Essa possibilidade é uma das bases da indústria 4.0.
2. Big Data: Big Data é o termo utilizado para se referir à nossa realidade tecnológica atual, em que
uma quantidade imensa de dados é coletada e armazenada diariamente na rede. Também é um conceito-
chave para a Quarta Revolução Industrial, porque são esses dados que permitem às máquinas
trabalharem com maior eficiência. Eis aqui uma questão que um filósofo julgaria um paradoxo: são
desenvolvidos algoritmos que permitem aos robôs tratarem e aproveitarem grande parte desses dados.
Afinal, os humanos não têm a capacidade de fazer isso por conta própria. A ironia é que esses
algoritmos são criados por cientistas da computação, que são seres humanos.
3. Inteligência artificial: Com o big data (coleta, armazenamento e tratamento de dados) e da internet das
coisas (conexão entre máquinas e sistemas), uma fábrica tem as ferramentas básicas para entrar na
Quarta Revolução Industrial. Para uma atuação realmente inovadora, no entanto, falta a inteligência
artificial(IA), que é o que permite a tomada de decisão da máquina sem a interferência humana. Essa é
uma questão bastante polêmica e temida por muitos que tentam enxergar o futuro da IA a longo prazo,
tema que abordaremos mais adiante.
4. Manufatura Aditiva: Também chamada de impressão 3D, a manufatura aditiva hoje é utilizada para a
produção de protótipos físicos e peças únicas. Na Indústria 4.0, a manufatura aditiva é utilizada em
larga escala para a produção de pequenos lotes de peças customizadas, que no modelo de processo
tradicional envolve altos custos de personalização, fabricação e transporte.
5. Biologia Sintética: É a convergência de novos desenvolvimentos tecnológicos nas áreas de química,
biologia, ciência da computação e engenharia, permitindo o projeto e construção de novas partes
biológicas tais como enzimas, células, circuitos genéticos e redesenho de sistemas biológicos existentes.
6. Realidade Aumentada: A Indústria 4.0 enxerga um enorme potencial na realidade aumentada para a
geração e prestação de serviços. Ao permitir interações entre o mundo real e o virtual, esta tecnologia é
de grande utilidade para aplicações na medicina e educação, assim como no treinamento profissional de
colaboradores.
7. Robôs autônomos: Robôs são utilizados há muito tempo na indústria, mas o diferencial do robô da
Indústria 4.0 está na capacidade de trabalhar sem a supervisão humana, agindo de forma inteligente,
cooperativa e autônoma. A utilização de robôs autônomos reduz custos com mão-de-obra e aumenta a
produção, tornando as indústrias mais competitivas.
8. Simulação: Simular virtualmente produtos e materiais já é uma realidade. Na Indústria 4.0, o ambiente
virtual envolve máquinas, produtos, processos e pessoas e faz uso de dados do mundo físico. Desta
forma, toda a cadeia de criação pode ser simulada.
9. Integração de Sistemas (horizontais e verticais): As integrações horizontais e verticais dizem respeito a
sistemas de TI consistentes e interligados dentro das empresas (engenharia, produção, serviços, etc) e
fora delas (empresas, fornecedores, distribuidores e clientes). Com redes universais de integração de
dados as corporações da quarta revolução industrial nunca estarão isoladas.
10. Segurança: A segurança do trabalho está longe de ser uma questão nova. Está entre as maiores
preocupações de grandes empresas, que dedicam diretorias inteiras para cuidar da área. O problema é
que quase todo o conhecimento acumulado ao longo de décadas sobre o assunto foca no comportamento
humano. Com fábricas cada vez mais automatizadas e máquinas inteligentes, o viés da segurança do
trabalho muda um pouco. A preocupação passa a ser menos manuais de conduta e mais robustez nos
sistemas de informação e prevenção de problemas na comunicação entre as máquinas.
11. Computação em nuvem: Na computação em nuvem, os sistemas são armazenados em servidores
compartilhados e interligados pela internet, de modo que possam ser acessados em qualquer lugar do
mundo. No contexto da indústria 4.0, isso permite ultrapassar os limites dos servidores da empresa e
ampliar as possibilidades de conectividade entre sistemas. Tudo isso com menos custo e de forma mais
ágil e eficiente que o modelo antigo.
A Indústria 4.0 nos mostra que é um grande erro pensar que a tecnologia já evoluiu ao nível
máximo na indústria.
A indústria 4.0 traz um salto tecnológico que eleva a automação à máxima potência.
É importante frisar que boa parte dessas novas tecnologias já está disponível, mas que a
transição para a Indústria 4.0 não ocorrerá de forma repentina, e sim gradual, com uma
velocidade de implantação que dependerá de fatores econômicos e estratégicos e da
capacitação tecnológica da indústria presente em cada país.
Impactos Positivos da Indústria 4.0
Para enxergar todos os benefícios da indústria 4.0, o gestor precisa ter uma visão
estratégica dos negócios.
Investindo na modernização dos processos industriais, ele terá uma grande redução nos custos
de produção.
Mas é claro que, antes de entrar com tudo na Quarta Revolução Industrial, é necessário um
detalhado planejamento.
Uma oportunidade para ter menos profissionais com função operacional e mais com
incumbências estratégicas (o que pode ser um desafio, como veremos a seguir).
Com máquinas inteligentes e o princípio da modularidade, é possível ter uma produção muito
mais flexível.
Desse modo, o gestor, ao identificar demandas e tendências do mercado, poderá agir com
muita velocidade para colocar um novo produto na rua.
Assim, a realidade da indústria 4.0 traz impactos positivos também para o público
consumidor, que terá maior acesso a produtos personalizados, de qualidade e a um custo
menor.
Impactos Negativos da Indústria 4.0
Além da finalidade comercial, as inovações podem ser usadas para fins nobres, mas também
para subjugar nações inteiras economicamente, acabando com seu mercado interno.
Outra questão que vale a pena ser mencionada é a utilização da inteligência artificial também
para fins escusos, como golpes, guerras e fake news (esse último um problema bastante em
voga atualmente).
Mas nenhuma das questões que acabamos de mencionar preocupa tanto quanto os inevitáveis
impactos da Quarta Revolução Industrial no mercado de trabalho.
O consenso entre os especialistas é de que a indústria nacional ainda está em grande parte na
transição do que seria a Indústria 2.0, caracterizada pela utilização de linhas de montagem e
energia elétrica, para a Indústria 3.0, que aplica automação por meio da eletrônica, robótica e
programação.
Para termos uma ideia da nossa defasagem, precisaríamos instalar cerca de 165 mil robôs
industriais para nos aproximarmos da densidade robótica atual da Alemanha. No ritmo atual,
cerca de 1,5 mil robôs instalados por ano no país, levaremos mais de 100 anos para chegar lá.
A boa notícia é que não precisaremos passar por todo o processo de modernização fabril
ocorrido nos países desenvolvidos nas últimas décadas para poder abraçar as tecnologias da
Internet Industrial e da Indústria 4.0. Podemos e devemos queimar etapas. O que não podemos
fazer é ignorar essa revolução se quisermos preservar a indústria presente no Brasil e prepará-
la para esse novo panorama competitivo.
O ideal é reunir a equipe interna com especialistas do mercado para analisar a viabilidade e o
impacto de cada uma das novas tecnologias. Na transição, uma dica é pensar grande e
começar pequeno, ou seja, pilotar cada ideia, medir os resultados e expandir para toda a
operação. Outra dica é não esperar por um momento futuro, a hora é agora, antes que seus
competidores o tirem do mercado.
Prepare-se para a Indústria 4.0
A quarta revolução ou Indústria 4.0, agora, está em curso neste novo cenário de confluência,
integração e digitalização de tecnologias já conhecidas e outras inovadoras. Projeta-se assim
que serão consolidadas pelas empresas globais com incorporação de máquinas, sistemas de
armazenagem e instalações de produção, proporcionando troca autônoma de informações
entre seus componentes e variáveis externas. Em outras palavras, ações e controle do sistema
de produção de forma independente.
O mercado de trabalho na era da Indústria 4.0
Para ter uma ideia, até já saiu notícia de um robô-jornalista da Google, que projeta escrever 30
mil notícias por mês.
Claro que, com a nova realidade, surgem novas profissões, como o cientista de dados.
Sem contar que os profissionais cuja posição deixa de existir podem ser realocados para
atividades estratégicas.
Uma das ideias propostas é aperfeiçoar o Estado de bem-estar social que vigora com sucesso
especialmente em países nórdicos, como a Dinamarca do economista Erik Brynjolfsson.
No livro A segunda era das máquinas, Brynjolfsson afirma que a sociedade precisa discutir a
distribuição da prosperidade com urgência. Afinal, a indústria 4.0 trará riqueza para alguns,
mas a demissão de milhões.
Em 2016, uma pesquisa feita junto a empresários de 15 economias estimou que as novas
tecnologias suprimissem até 7 milhões de postos de trabalhos em países industrializados nos
cinco anos seguintes.
Para os gestores, o primeiro passo é buscar a informação e procurem entender dos conceitos,
princípios e pilares da indústria 4.0.
No caso do desafio da mão de obra qualificada, se não for possível encontrar o perfil de
profissional desejado no mercado, a saída é investir na formação.
Investir na formação de um especialista pode até ser mais vantajoso do que contratar alguém
de fora, pois o profissional já conhece a cultura organizacional da empresa, e a tendência é
que, para retribuir o investimento, seja leal a ela.
Essa economia envolve ganhos de eficiência, redução nos custos de manutenção de máquinas
e consumo de energia.
Relatório "Readiness for the Future of Production Report 2018" (WEF) mostra o país na 41ª
posição em termo da estrutura de produção e na 47ª posição nos vetores de produção da
indústria.
No quadrante Nascentes, possuí países que tem alto potencial para o futuro da indústria,
países que lideram o processo, países nascentes no tema e países que possuem um relativo
legado industrial, mas estão mais distantes da corrida para a 4º revolução industrial.
Interessante que o Brasil se situa na interface deste quadrante, possuindo potencial para
melhorar sua posição nesta nova economia.
A indústria se encontra estagnada e pode-se dizer que estamos na rabeira tecnológica, mesmo
se comparados a outros países em desenvolvimento.
Cada indústria deve perseguir uma estratégia dual, em que se muda o presente e se constrói o
futuro.
Para não ficar para trás, o país precisa formar profissionais qualificados, para planejar,
executar e gerenciar as inovações tecnológicas.
Diante deste cenário, o MDIC instituiu, em junho de 2017, o Grupo de Trabalho para a
Indústria 4.0 (GTI 4.0), com o objetivo de elaborar uma proposta de agenda nacional para o
tema.
O GTI 4.0 possui mais de 50 instituições representativas (governo, empresas, sociedade civil
organizada, etc), por onde ocorreram diversas contribuições e debates sobre diferentes
perspectivas e ações para a Indústria 4.0 no Brasil.
A partir das experiências do GTI 4.0 a aliança entre associações empresariais, confederações,
federações de indústria e sindicatos é o primeiro passo para trabalharmos com tema tão
transversal e impactante.
Fomentar iniciativas que facilitem e habilitem o investimento privado, haja vista a nova realidade fiscal
do país.
Propor agenda centrada no industrial/empresário, conectando instrumentos de apoio existentes,
permitindo uma maior racionalização e uso efetivo, facilitando o acesso dos demandantes, levando o
maior volume possível de recursos para a “ponta”.
Testar, avaliar, debater e construir consensos por meio da validação de projetos-piloto, medidas
experimentais, operando com neutralidade tecnológica.
Equilibrar medidas de apoio para pequenas e médias empresas com grandes companhias.
Estratégias empresariais e políticas públicas precisam andar lado a lado. A Agenda Brasileira
para a Indústria 4.0 é resultado de amplo debate com o setor produtivo brasileiro, liderado
pelo MDIC.
A indústria 4.0 pode até demorar para se difundir completamente no Brasil. Mas ela já está aí.
É uma tendência global inevitável: as máquinas serão cada vez mais inteligentes e os
processos de produção continuarão se alterando.
Em vez de temer a tecnologia, é preciso se antecipar aos desafios que a nova realidade vai
trazer e pensar em maneiras de potencializar seus impactos positivos.
Bibliografia
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/saiba-o-que-e-a-industria-40-e-descubra-as-
oportunidades-que-ela-gera,11e01bc9c86f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD
http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/prepare-se-para-a-industria-
40,7610a25df13f8510VgnVCM1000004c00210aRCRD
http://www.portaldaindustria.com.br/publicacoes/2016/8/desafios-para-industria-40-no-brasil/
https://fia.com.br/blog/industria-4-0/
http://www.industria40.gov.br/
https://www.opencadd.com.br/9-pilares-da-industria-4-0/?gclid=EAIaIQobChMI-
qXjkZWZ4gIVxgSRCh2a_QPQEAAYAyAAEgJBsfD_BwE