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Marcelo Gauto

CAPÍTULO 1

O petróleo

O petróleo é uma matéria-prima essencial à vida moderna, sendo o


componente básico para a produção de milhares de produtos de forma
indireta. Dele se produz gasolina, combustível de aviação, gás de cozinha,
lubrificantes, borrachas, plásticos, tecidos sintéticos, tintas e até mesmo
energia elétrica. Ele é encontrado a profundidades variáveis, tanto no
subsolo terrestre como no marítimo. Dentre os assuntos abordados neste
capítulo, você encontrará informações sobre a história, a origem e a
composição do petróleo, bem como a caracterização dos diferentes tipos
de óleo e as propriedades físico-químicas importantes envolvidas.

Objetivos de aprendizagem
Explicar, em linhas gerais, a história do petróleo, da Antiguidade à era
moderna.
Listar os principais componentes do petróleo.
Identificar e distinguir os diferentes tipos de hidrocarbonetos que compõem
o petróleo.
Reconhecer os principais contaminantes do petróleo.
Avaliar como as impurezas do petróleo interferem nas etapas subsequentes
de refino.
Citar as principais propriedades físico-químicas do petróleo.
Classificar a qualidade do petróleo para a produção de determinada fração.

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2 PETRÓLEO E GÁS

PARA COMEÇAR
A importância do petróleo
O nosso mundo é movido a petróleo. O homem utiliza o petróleo há milhares
de anos – inicialmente, na forma de betume, alcatrão, e, mais recentemente,
na forma de óleo bruto, gás e derivados. Contudo, foi no último século que esse
energético fóssil passou a ser usado de forma intensiva, em grandes quantidades.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o consumo diário passou de alguns milhares
de barris, em 1900, para próximo de 20 milhões de barris/dia, no ano 2013
– o que equivale a mais de três bilhões de litros por dia!

O petróleo é nossa principal fonte de energia, fornecendo o combustível


necessário para manter em funcionamento os diferentes meios de transporte,
enquanto o gás natural gera a energia elétrica necessária para mantermos
nosso estilo de vida moderno.

À primeira vista, o petróleo em estado natural – chamado de óleo bruto – não


parece algo especial. No entanto, concentra uma grande quantidade de energia.
Um barril de óleo bruto (159 litros) é suficiente para gerar, em média, 1.680
kWh de energia, o que daria para manter 10 residências brasileiras com
energia elétrica durante um mês.

A gasolina e o diesel derivados do petróleo impulsionam os carros e outros


veículos que permitem nos deslocarmos com facilidade e rapidez inimagináveis
em tempos passados. Hoje, ao irem trabalhar, muitas pessoas percorrem
distâncias que antigamente demandavam dias de viagem a cavalo. Com mais de
um bilhão de veículos motorizados circulando pelas estradas do planeta (uma
cifra que aumenta diariamente), o consumo de petróleo hoje atinge números
impressionantes, de bilhões de barris por mês.

Graças ao petróleo, uma grande variedade de produtos, produzidos em distintos


pontos do planeta, transportados por avião, navio ou caminhão, chegam aos
estabelecimentos comerciais em todo o mundo. Além de gerar o combustível
para o transporte, o petróleo fornece a matéria-prima para a fabricação de
diversos produtos.

AGORA É A SUA VEZ


Com o auxílio de seus colegas e de seu professor, faça uma lista de 10 itens
contemplando produtos ao seu redor que derivem direta ou indiretamente do
petróleo.

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3 CAPÍTULO 1 O petróleo

Breve histórico do petróleo


Antiguidade
Na Antiguidade, em muitas regiões do Oriente Médio, o petróleo contido em reservatórios
subterrâneos aflorava à superfície, formando poças de uma substância negra, denominada
então de betume. Na realidade, há muito tempo o homem fazia usos diversos do betume,
entre eles:

•• os caçadores da Idade da Pedra usavam a substância negra para unir as pontas feitas de
rochas às flechas;
•• há pelo menos 6.500 anos, as populações que viviam nos pântanos, na região que hoje é
o Iraque, aprenderam a colocar um pouco de betume nos tijolos e argamassas para
impermeabilizá-los e proteger suas casas das cheias dos rios;
•• logo as pessoas aprenderam que o betume podia ser usado para selar tanques de água
ou colar potes quebrados; e
•• os egípcios utilizavam o betume no processo de mumificação, fato comprovado por aná-
lise química de algumas múmias recentemente.
Além disso, durante milhares de anos, a única
O óleo utilizado nas lamparinas luz na longa escuridão da noite provinha de
podia ser de gordura animal fogueiras e tochas, até que foram inventadas as
(óleo de baleia era o mais lamparinas de óleo, que eram simplesmente
comum), de cera de abelha ou
pedras côncavas nas quais se colocavam
de vegetais. Às vezes, usava-se o
betume encontrado em musgos ou fibras vegetais embebidas em óleo
afloramentos superficiais. e se ateava fogo. Descobriu-se, depois, que as
lamparinas queimavam por mais tempo e eram
mais brilhantes quando se colocava apenas
uma fibra (pavio) molhada em um recipiente com óleo. As lamparinas ou lâmpadas de óleo
foram a principal fonte de iluminação durante alguns séculos.

Era moderna
A era moderna do petróleo começou em 1853, quando o químico polonês Ignacy
Lukasiewicz (1822–1882) descobriu uma forma de industrializar querosene a partir de
petróleo, montando, em 1856, a primeira refinaria de petróleo, em Ulaszowice, na Polônia.
O canadense Abraham Gesner (1791–1864) já tinha produzido querosene a partir do carvão,
em 1846, mas os custos e a quantidade de carvão necessário para suprir a demanda eram
elevados.

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4 PETRÓLEO E GÁS

Rapidamente, o querosene substituiu o óleo de baleia como principal combustível para


lamparinas na América do Norte e Europa. A elevação da demanda por querosene produziu
uma corrida para encontrar novas fontes de petróleo, especialmente nos Estados Unidos
(SOCIETY OF PETROLEUM ENGINEERS, 2013).

O advogado nova-iorquino George Bissel (1812-1884) tinha certeza de que era possível
extrair petróleo do subsolo pela perfuração de um poço. Criou a empresa Seneca Oil e
contratou Edwin L. Drake (1818-1880), condutor ferroviário aposentado, enviando-o para
Titusville, na Pensilvânia, onde os poços de água frequentemente estavam contaminados
com óleo. Em 28 de agosto de 1859, os homens de Drake encontraram petróleo a 21 m de
profundidade, depois de perfurarem aquele que foi considerado o primeiro poço petrolífero
dos Estados Unidos (Figura 1.1).

CURIOSIDADE
Outros marcos históricos acerca da perfuração de poços petrolíferos
•• O primeiro poço petrolífero do mundo foi perfurado em 1847, em Baku, atual Azerbai-
jão, nas margens do mar Cáspio. A exploração de petróleo fez Baku prosperar com a nova
demanda por óleo. Centenas de poços extraíam óleo das vastas reservas subterrâneas nas

Figura 1.1    Drake e o primeiro poço de petróleo dos Estados Unidos.


Fonte: Grotzinger e Jordan (2013).

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5 CAPÍTULO 1 O petróleo

proximidades. Conhecida como a “Cidade Negra”, em 1860 Baku produzia 90 % do pe-


tróleo mundial. Baku continua sendo um grande centro petrolífero ainda hoje.
•• Em 1858, James Williams (1818–1890) percebeu que os lamaçais escuros e oleosos de
Lambton County, Ontário (Canadá), poderiam ser uma fonte de petróleo para a produ-
ção de querosene. Ele cavou um buraco e descobriu que o óleo borbulhava do chão tão
prontamente que ele podia encher balde atrás de balde. Foi o primeiro poço de petróleo
da América. A região ficou conhecida como “Oil Springs” (mananciais de petróleo). O Ca-
nadá possui ainda hoje reservas gigantescas de areias betuminosas, uma importante fonte
não convencional de obtenção de petróleo.

A partir da perfuração do primeiro poço


No site do Grupo A, você petrolífero dos Estados Unidos, na caça ao
encontra um artigo contendo petróleo, milhares de pessoas arriscaram
noções sobre a geopolítica do tudo pelo sonho de se tornarem ricas com o
petróleo.
“ouro negro”. Assim, as áreas de exploração
de petróleo foram crescendo. Não tardou
muito para que algumas empresas fossem constituídas com esse intuito, e muitas delas
permanecem até hoje como gigantes da indústria do petróleo, como Exxon Mobil, Chevron,
Royal Dutsch Shell e British Petroleum (BP).

Composição e propriedades
do petróleo
Enfim, o que é petróleo? O óleo e o gás natural – substâncias orgânicas formadas pela
combinação de moléculas de carbono e hidrogênio em níveis variáveis – formam o petróleo,
palavra latina que significa óleo de pedra. Trata-se de uma substância escura e oleosa que
geralmente é líquida, mas também pode ser sólida ou gasosa.

•• Quando sai direto do subsolo como líquido, o petróleo é chamado de óleo bruto se for
negro e pegajoso e de condensado se for claro e volátil (se evapora facilmente).
•• Quando em estado sólido, é denominado asfalto.
•• Quando é semissólido, é chamado de betume.
•• Quando em estado gasoso, é referido como gás natural, que pode ou não estar associado
ao óleo.

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6 PETRÓLEO E GÁS

O petróleo é o resultado de um longo processo natural, decorrente, em grande parte, da


decomposição dos restos de seres vivos. Embora pareça uma massa pegajosa simples, na
realidade, é uma complexa mistura de compostos químicos, principalmente de
hidrocarbonetos gasosos, líquidos e sólidos.

Segundo a American Society for Testing and Materials - ASTM (2011), o petróleo é uma
mistura de hidrocarbonetos de ocorrência natural, que contém alguns contaminantes, tais
como enxofre, nitrogênio, oxigênio, metais e outros elementos. Sua composição elementar
varia pouco (SPEIGHT, 1991), como pode ser observado na Tabela 1.1.

Tabela 1.1    Composição elementar média do petróleo


Elemento Teor em massa (%)

Carbono 83 a 87

Hidrogênio 10 a 14

Enxofre 0,05 a 6

Nitrogênio 0,1 a 2

Oxigênio 0,05 a 1,5

Metais (Fe, Ni, V, etc.) < 0,3

Apesar de a composição elementar média variar pouco, as propriedades físicas dos diferentes
tipos de óleo variam muito, dependendo do tamanho e do tipo dos hidrocarbonetos
presentes, principalmente. As cadeias carbônicas variam desde a menor, metano (CH4), com
apenas um átomo de carbono, até compostos grandes, com 300 ou mais átomos de carbono.

CURIOSIDADE
Como o petróleo surgiu?
Esta questão será mais bem detalhada no Capítulo 3, mas fazem-se aqui algumas
considerações prévias a respeito de sua formação.

Segundo a ideia mais difundida entre os geólogos, o petróleo se forma como resultado da
ação da própria natureza, que transformou em óleo e gás o material orgânico de restos de
animais e de vegetais depositados há milhões de anos no fundo de antigos mares e lagos.
Com o passar do tempo, outras camadas foram se depositando sobre esses restos de animais

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7 CAPÍTULO 1 O petróleo

e vegetais. A ação do calor e da pressão, causados pelas novas camadas, transformou aquela
matéria orgânica, mediante reações termoquímicas, em petróleo.

É importante destacar que o petróleo não é encontrado em qualquer lugar, apenas onde
ocorreu o acúmulo de material orgânico – as chamadas bacias sedimentares. Dependendo
das condições de temperatura e pressão, da idade geológica da rocha, entre muitos
outros fatores, o petróleo espalhado ao redor do mundo é bastante diversificado, sendo que
suas características variam grandemente de acordo com a região onde é encontrado. Dessa
forma, tanto a composição química quanto a aparência podem variar muito, e isso irá nortear
o tipo de aplicação ao qual determinado tipo de óleo é mais indicado.

AGORA É A SUA VEZ


Preencha a segunda coluna do quadro a seguir com o nome dado ao petróleo em
cada estado físico em que ele se encontra.

Estado físico Nome

Líquido (negro e pegajoso)

Líquido (claro e volátil)

Sólido

Semissólido

Gasoso

Hidrocarbonetos
Os hidrocarbonetos são os principais constituintes do petróleo. Eles são normalmente
divididos em grupos, de acordo com o tipo de ligação química presente entre os átomos e a
estrutura da cadeia carbônica. A primeira grande divisão é em relação a serem alifáticos ou
aromáticos (derivados do anel benzênico):

•• os alifáticos podem ser de cadeia aberta ou fechada, com ligações simples (saturadas),
duplas ou triplas (insaturadas);
•• os aromáticos podem ser mononucleados (com apenas um anel aromático) ou polinucle-
ados (com dois ou mais anéis aromáticos, condensados ou não).

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8 PETRÓLEO E GÁS

O Quadro 1.1 apresenta um resumo das famílias dos hidrocarbonetos.

Quadro 1.1    Classificações dos hidrocarbonetos


Alcanos ou parafínicos

Cadeia aberta ou acíclica Alcenos ou olefínicos

Alifáticos Alcinos

Cicloalcanos ou naftênicos
Cadeia fechada ou cíclica
Cicloalcenos

Mononucleares
Aromáticos
Polinucleares

Algumas subclasses de hidrocarbonetos alifáticos possuem maior relevância para o estudo da


composição do petróleo. Tais subclasses serão apresentadas no Quadro 1.2, juntamente com
os hidrocarbonetos aromáticos.

Quadro 1.2    Definição e exemplos das principais classes de hidrocarbonetos na


composição do petróleo
Os compostos parafínicos, de fórmula geral CnH2n+2, são hidrocarbonetos saturados
(contêm apenas ligações simples entre carbonos), com cadeias abertas, podendo ser
lineares ou ramificados.
Alcanos ou
parafínicos

Exemplo:  

Os hidrocarbonetos olefínicos, de fórmula geral CnH2n, são compostos insaturados


(apresentam ligação dupla entre átomos de carbono), de cadeias abertas ou fechadas,
ramificados ou não, que normalmente não estão presentes no petróleo cru, mas são
amplamente produzidos durante os processos de refino, como no craqueamento
Alcenos ou catalítico e no coqueamento retardado.
olefínicos

Exemplo:      

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9 CAPÍTULO 1 O petróleo

Diolefinas são hidrocarbonetos com duas ligações duplas conjugadas. Tanto diolefinas
como olefinas de cadeia fechada possuem fórmula geral CnH2n-2.
Diolefinas e
olefinas de
cadeia fechada

Exemplo:       

Os compostos naftênicos, de fórmula geral CnH2n, são também hidrocarbonetos


saturados, porém, de cadeias fechadas, contendo um ou mais ciclos, podendo ou não
ser ramificados.
Cicloalcanos
ou naftênicos

Exemplo:    

Os hidrocarbonetos aromáticos são aqueles que contêm um ou mais anéis benzênicos,


com ou sem ramificações laterais. Seu teor no petróleo pode variar muito, mas quanto
mais pesada for a fração do óleo refinado, maior será sua participação na
composição desta fração. Eles recebem o nome de mono, di, tri, ou poliaromáticos,
dependendo do número de anéis benzênicos na sua estrutura.
Aromáticos

Exemplo:

Impurezas do petróleo
O petróleo é composto, de forma geral, por hidrocarbonetos e impurezas. Estas podem ser
encontradas nas formas dos seguintes compostos:
•• sulfurados
•• nitrogenados
•• oxigenados
•• organometálicos
•• oleofóbicos (água e sedimentos)

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10 PETRÓLEO E GÁS

Compostos sulfurados
O enxofre é o terceiro elemento mais abundante no petróleo cru. Ele ocorre na forma de
sulfetos, polissulfetos, benzotiofenos, moléculas policíclicas com nitrogênio e oxigênio, ácido
sulfídrico, dissulfeto de carbono, sulfeto de carbonila e enxofre elementar (a forma mais rara).
Tais compostos estão presentes em todos os tipos de óleos crus, tanto na forma orgânica
quanto na inorgânica.

H2 S R–SH R–S–R R–S–S–R


Ácido sulfídrico Mercaptano Sulfeto orgânico Dissulfeto S
Benzotiofeno

Figura 1.2    Moléculas de compostos sulfurados.

Dentre os compostos sulfurados orgânicos, os mais comuns são os alquil-mercaptanos,


que se concentram nos produtos do petróleo da faixa do gás liquefeito de petróleo (GLP)
ao querosene. Nas frações mais pesadas, o enxofre normalmente se apresenta na forma
de mercaptanos aromáticos, tiofenos e benzotiofenos. Todos esses compostos
sulfurados orgânicos são instáveis termicamente e se transformam por craqueamento em
hidrocarbonetos mais leves, H2S e mercaptanos.

Os compostos de enxofre são indesejáveis porque aumentam a instabilidade das


emulsões, provocam problemas associados à corrosão e à contaminação de
catalisadores e, quando presentes nos produtos finais, alteram a qualidade ambiental por
conta da emissão do gás SOx para a atmosfera.

Dependendo do teor de enxofre, o petróleo pode ser classificado de acordo com o Quadro 1.3.

Quadro 1.3    Classificação do petróleo segundo o teor de enxofre

Óleos com percentual de enxofre superior a 2,5 %.

Petróleos azedos Seu valor comercial é reduzido, pois seu refino é mais caro
devido aos problemas associados a este composto que foram
citados anteriormente.

Petróleos doces Óleos com teor de enxofre inferior a 0,5 %.

Petróleos “semidoces” ou “semiácidos” Óleos que situam-se na faixa intermediária.

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11 CAPÍTULO 1 O petróleo

Normalmente, quanto maior a densidade


Petróleos com menos de 1% de
do óleo, maior o seu teor de enxofre, po-
enxofre em massa são rém, existem óleos não convencionais pesa-
considerados como BTE. dos cujo teor de enxofre é baixo, como, por
exemplo, o óleo brasileiro do campo de Mar-
lim. Os petróleos brasileiros são, em sua grande maioria, petróleos com baixo teor de enxo-
fre (BTE). A Figura 1.3 apresenta o teor de enxofre de alguns petróleos brasileiros, a exceção
do Árabe leve.

1,75
1,63

1,5
Teor de enxofre (% em massa)

1,25

0,77
0,75 0,73

0,56
0,5
0,35

0,25

0,05 0,06
0
Urucu Baiano Lula Marlim Jubarte Papa-terra Árabe Leve

Figura 1.3    Teor de enxofre em alguns petróleos.


Fonte: O autor.

Compostos nitrogenados
Os compostos nitrogenados se apresentam no petróleo, quase que em sua totalidade, na
forma orgânica (piridinas, quinolinas, pirróis, compostos policíclicos com oxigênio, enxofre,
metais, etc), podendo se transformar, por hidrocraqueamento, em amônia (NH3).

N N N
H Quinolina Pirrol
Piridina

Figura 1.4    Moléculas de compostos nitrogenados.


Fonte: O autor.

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12 PETRÓLEO E GÁS

Cerca de 90 % dos óleos crus contém 0,20 % em peso de nitrogênio, situando-se o seu
valor médio nas frações mais pesadas e residuais do petróleo (onde tende a se concentrar).
Consideram-se como altos teores acima de 0,25 % em massa de nitrogênio.

Os compostos nitrogenados são termicamente estáveis, aumentam a capacidade do


óleo de reter água em emulsão e tornam instáveis os produtos de refino, formando
gomas e alterando a sua coloração, além de provocar o envenenamento de catalisadores, o
que interfere nos processos de conversão.

Os compostos nitrogenados, assim como os compostos de enxofre, tendem a se concentrar nas


frações mais pesadas do petróleo (gasóleos e resíduos de vácuo) e representam um desafio ao
refino brasileiro, pois a maioria dos petróleos brasileiros tem alto teor de nitrogênio na sua
composição. A alternativa adotada nos processos foi a de desenvolver catalisadores mais resistentes
à ação desse contaminante. A Figura 1.5 apresenta o teor de nitrogênio em diferentes petróleos.

0,600

0,531

0,500 0,480
Teor de nitrogênio (% em massa)

0,400
0,360

0,300

0,200

0,140

0,100

0,000 0,002 0,001


0,000
Urucu Baiano Lula Marlim Jubarte Papa-terra Árabe Leve

Figura 1.5    Teor de nitrogênio em alguns petróleos.


Fonte: O autor.

Compostos oxigenados
Tal como os nitrogenados, os compostos oxigenados aparecem no petróleo na forma
complexa, como ácidos carboxílicos, ácidos naftênicos, fenóis, cresóis, ésteres, amidas,
cetonas e benzofuranos. Os quatro primeiros são facilmente separados do petróleo devido a
sua elevada acidez.

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13 CAPÍTULO 1 O petróleo

No site do Grupo A, você saberá como as emissões de SOx e NOx são prejudiciais ao meio
ambiente.

Figura 1.6    Moléculas de compostos oxigenados.

De um modo geral, esses compostos tendem a se concentrar nas frações mais pesadas do
petróleo e são responsáveis pela sua acidez, que provoca problemas associados a corrosão de
equipamentos e tubulações, coloração, odor e formação de gomas.

Os ácidos naftênicos são particularmente importantes devido aos seus efeitos corrosivos
nas refinarias, o que exige maiores investimentos em metalurgia a fim de se encontrar
maneiras de aumentar a vida útil dos equipamentos.

Compostos organometálicos
Esses compostos estão presentes sob duas formas, como pode ser visto no Quadro 1.4.

Quadro 1.4    Formas de compostos organometálicos presentes no petróleo


Estes sais, propriamente ditos, não fazem parte do petróleo
Sais orgânicos dissolvidos na água
e podem ser facilmente removidos através do processo de
emulsionada com petróleo
dessalgação (processo que será visto no Capítulo 4).

Tendem a se concentrar nas frações mais pesadas e estão


Compostos complexos orgânicos
presentes em moléculas orgânicas complexas.

Os metais que contaminam o óleo são Fe, Zn, Cu, Pb, Co, Ar, Mn, Hg, Cr, Na, Ni e V, sendo os
dois últimos os de maior incidência. Esses metais provocam o envenenamento de catalisadores.

A presença de sódio em combustíveis para fornos afeta os tijolos refratários, uma vez que
reduz o ponto de fusão dos tijolos. Já a presença de óxido de vanádio nos gases de
combustão pode atacar os tubos de exaustão de queimadores e formar um eutético de
menor ponto de fusão, causando derretimento dos tubos do forno.

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14 PETRÓLEO E GÁS

Impurezas oleofóbicas
Entre essas impurezas, incluem-se:

•• águas
•• sais (brometos, iodetos, sulfetos, cloretos, etc.)
•• argilas
•• areias
•• sedimentos (como os sólidos provenientes de corrosão de equipamentos)
Na verdade, as principais fontes dessas impurezas são as gotículas de fluidos aquosos, salinos,
conhecidos como água de formação, que acompanham o óleo cru nas suas jazidas.

Resinas e asfaltenos
Sobre a composição do petróleo, ainda é necessário mencionar as resinas e os asfaltenos, que
são compostos de estrutura policíclica aromática ou nafteno-aromática, contendo elevados
teores de enxofre, nitrogênio, oxigênio e metais. São insolúveis em hidrocarbonetos leves
como o propano, por exemplo. São de difícil isolamento e caracterização e se concentram nas
frações mais pesadas e residuais do petróleo.

Os asfaltenos se diferenciam das resinas pelo maior tamanho do agregado molecular ou micela
(BRASIL; ARAÚJO; SOUZA, 2011). A estrutura típica de um asfalteno é apresentada na Figura 1.7.

Figura 1.7    Molécula típica de um composto asfaltênico.


Fonte: Adaptada de Brasil, Araújo e Souza (2011).

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15 CAPÍTULO 1 O petróleo

AGORA É A SUA VEZ


Dê exemplos de como cada tipo de impureza ocorre no petróleo. Faça um
destaque sobre a(s) forma(s) mais importante(s), quando essa informação tiver
sido dada no texto.
Compostos sulfurados
Compostos nitrogenados
Compostos oxigenados
Compostos organometálicos
Impurezas oleofóbicas

Qualidade do petróleo
Conforme já mencionado, dependendo das características geológicas do local de onde é
extraído, o petróleo bruto pode variar quanto à sua composição química e ao seu aspecto
(viscosidade e cor, por exemplo). Há aqueles que possuem alto teor de enxofre e outros que
apresentam grandes concentrações de gás sulfídrico, por exemplo.

Quanto ao aspecto, há petróleos pesados e viscosos e outros leves e voláteis, segundo o


número de átomos de carbono existentes em sua composição. Da mesma forma, o petróleo
pode ter uma ampla gama de cores, desde o amarelo claro, semelhante à gasolina, chegando
ao verde, ao marrom e ao preto.

Como o petróleo pode ter diferentes composições, é necessário que se faça uma avaliação
econômica prévia a respeito do esquema de refino a ser adotado para o atendimento a um
determinado mercado.

A definição do elenco de petróleos a serem utilizados em uma planta de refino depende


das suas qualidades físico-químicas, que darão ao refinador uma ideia da facilidade de
movimentação e processamento, assim como do potencial produtivo dos óleos disponíveis.
São aspectos importantes para avaliar a qualidade de um petróleo:

•• densidade
•• pressão de vapor
•• ponto de fluidez

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16 PETRÓLEO E GÁS

•• viscosidade
•• acidez
•• teor de resinas e asfaltenos
•• teor de contaminantes
•• curva de destilação

Densidade API

Densidade é a razão entre a massa específica de um determinado produto e a massa


específica de um padrão a uma temperatura de referência.

No caso do petróleo, utiliza-se a densidade API (ºAPI), do American Petroleum Institute


(c2015), definida pela equação:

A densidade do óleo utilizada é a densidade específica calculada tendo-se como referência


a água, a uma temperatura de referência de 15,6 °C. Observa-se, pela equação, que quanto
maior o valor de °API, mais leve é o óleo ou o derivado.

Segundo Farah (2012), a classificação de petróleos de acordo com a densidade API é a


seguinte:

•• petróleos extraleves: maior ou igual a 40 °API


•• petróleos leves: entre 33 e 40 °API
•• petróleos médios: entre 27 e 33 °API
•• petróleos pesados: entre 19 e 27 °API
•• petróleos extrapesados: entre 15 e 19 °API
•• petróleos asfálticos: menor do que 15 °API

Petróleos mais leves dão maior quantidade de gasolina, GLP e naftas, que são produtos
leves. Já os petróleos pesados resultam em maiores volumes de óleos combustíveis e
asfaltos (Tabela 1.2).

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17 CAPÍTULO 1 O petróleo

Tabela 1.2    Densidade API de alguns óleos e derivados do petróleo


Óleo ou derivado °API

Asfalto 11

Óleo bruto pesado 18

Óleo bruto leve 36

Nafta 50

Gasolina 60

A Figura 1.8 apresenta a densidade API para alguns petróleos.

50
46,4

40
36,1
33,2
30,5
30
Densidade ºAPI

20 19,4
16,8
14,2

10

0
Urucu Baiano Lula Marlim Jubarte Papa-terra Árabe Leve

Figura 1.8    Densidade API de alguns petróleos.


Fonte: O autor.

PARA REFLETIR
Qual dos petróleos da Figura 1.8 produziria mais derivados leves? Qual produziria
mais derivados pesados?

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18 PETRÓLEO E GÁS

Pressão de vapor
A pressão de vapor de uma substância é a pressão exercida pelo vapor, quando atingido o
equilíbrio líquido-vapor, contra as paredes de um recipiente a uma dada temperatura.
Representa a pressão resultante da formação de duas fases, vapor e líquido em equilíbrio, a
partir de um dado volume de líquido a uma temperatura padrão (normalmente 37,8 °C – Método
ASTM D323).

A pressão de vapor indica a presença relativa de frações leves no petróleo, que refletem
questões relacionadas a evaporação, segurança no manuseio e estocagem do produto. O
armazenamento de petróleo com pressão de vapor maior do que 75 kPa, por exemplo,
indica que ele é bastante volátil e que sua estocagem deve ocorrer em tanques com teto fixo
e com recuperação dos vapores desprendidos durante sua estocagem. Se a pressão de vapor
for menor do que 75 kPa, pode-se utilizar tanques com teto flutuante.

A Figura 1.9 apresenta a pressão de vapor de alguns petróleos.

90
84,6

80

70

60
Pressão de vapor (kPa)

50 48,7

40

30
24,5

20 17,0
13,7
10,0
10
4,3

0
Urucu Baiano Lula Marlim Jubarte Papa-terra Árabe Leve

Figura 1.9    Pressão de vapor de alguns petróleos.


Fonte: O autor.

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19 CAPÍTULO 1 O petróleo

Ponto de fluidez

O ponto de fluidez é definido como a menor temperatura na qual uma substância ainda flui
sob a ação da gravidade.

O ponto de fluidez é um indicativo da parafinicidade do petróleo e suas frações, pois maiores


teores de compostos parafínicos conduzem a maiores valores de ponto de fluidez.
É importante para definir as condições de temperatura necessárias para que se realize a
transferência em oleodutos e estocagem do petróleo. Pode-se classificar o petróleo, a partir
do ponto de fluidez, em dois tipos:

•• baixo ponto de fluidez (BPF): ponto de fluidez inferior à temperatura ambiente


•• alto ponto de fluidez (APF): ponto de fluidez superior à temperatura ambiente

A Tabela 1.3 apresenta o ponto de fluidez de alguns petróleos. Pelos dados da tabela, observa-
se que, se tivermos uma temperatura ambiente de 30 °C, por exemplo, o petróleo Baiano
exigirá aquecimento para ser transportado, enquanto os demais óleos fluirão facilmente na
temperatura indicada.

Tabela 1.3    Ponto de fluidez de alguns petróleos


Petróleo Ponto de fluidez (°C)

Urucu 0,00

Baiano 39,00

Lula -27,00

Marlim -33,00

Jubarte -18,00

Papa-terra 5,00

Árabe Leve -33,00

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20 PETRÓLEO E GÁS

Viscosidade

A viscosidade representa a resistência ao escoamento de uma substância, sendo, portanto,


um importante parâmetro para o transporte do petróleo e derivados.

Petróleos muitos viscosos irão representar maior perda de carga durante uma operação
de bombeamento, por exemplo, requerendo maior potência das bombas ou até mesmo
o aquecimento do produto, já que, via de regra, quanto maior a temperatura, menor a
viscosidade de uma substância.

A Figura 1.10 apresenta a viscosidade de alguns petróleos.

1529
500,0

400,0
Viscosidade a 50ºC (mm 2/s)

300,0 293,4

200,0

100,0 81,7

14,4 9,4
1,6 5,1
0,0
Urucu Baiano Lula Marlim Jubarte Papa-terra Árabe Leve

Figura 1.10    Viscosidade a 50 °C de diferentes petróleos.


Fonte: O autor.

PARA REFLETIR
Qual dos petróleos da Figura 1.10 apresentaria maior dificuldade de escoamento
em um duto de transporte? É possível que um petróleo tenha baixo ponto de
fluidez e alta viscosidade?

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21 CAPÍTULO 1 O petróleo

Acidez total
A acidez do petróleo é causada pela presença de ácidos oxigenados, tais como ácidos
carboxílicos e fenóis. Como já foi visto, os compostos ácidos particularmente preocupantes
quando presentes no petróleo são os ácidos naftênicos (ácidos carboxílicos de cadeia
fechada), pois costumam causar corrosão acentuada de equipamentos e tubulações.

A acidez total de uma amostra de petróleo é medida pela quantidade, em miligramas, de


hidróxido de potássio (KOH) necessário para neutralizar um grama de amostra de óleo. Se o
número de acidez total for maior do que 0,5 mg KOH/g de óleo, considera-se que há maior
tendência de o petróleo gerar corrosão.

A Figura 1.11 apresenta a acidez total de alguns petróleos.

3,35

3 2,89
Acidez total (mg KOH/g petróleo)

1,25

0,26
0,04 0,09 0,08
0
Urucu Baiano Lula Marlim Jubarte Papa-terra Árabe Leve

Figura 1.11    Acidez total de diferentes petróleos.


Fonte: O autor.

Teor de resinas e asfaltenos – análise SARA


Os componentes presentes no petróleo podem ser agrupados em quatro classes principais,
sendo este critério baseado na diferença de solubilidade, conhecido como análise SARA. A
análise SARA é um método de fracionamento no qual o petróleo é separado em compostos:

•• saturados (alcanos e cicloparafinas)


•• aromáticos (hidrocarbonetos mono, di e poliaromáticos)

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22 PETRÓLEO E GÁS

•• resinas (frações constituintes de moléculas polares contendo heteroátomos N, O ou S)


•• asfaltenos (moléculas similares às resinas, porém, com maior massa molar e núcleo polia-
romático)
A caracterização de alguns petróleos pela análise SARA é mostrada na Figura 1.12.

100%
0,5 0,5 0,5 3,1 2,7 7,2 1,7
10,7 15 10,6
18,8
23,4 21,6
8,5
80%
28,8
13 29,2
27,3
Rendimento percentual em volume

31,3
60%
33,3

27,9

40% 80,8
68,8
57,7 58,5

40,2 44,8
20%
36,6

0%
Urucu Baiano Lula Marlim Jubarte Papa-terra Árabe Leve

Saturados Aromáticos Resinas Asfaltenos

Figura 1.12    Análise SARA de alguns petróleos.


Fonte: O autor.

Observa-se que o petróleo Urucu é rico em hidrocarbonetos saturados, enquanto o


Papa-terra possui elevado teor de aromáticos e resinas. Esse tipo de análise é útil para
saber previamente se determinado tipo de petróleo é mais indicado para produção de derivados
leves ou pesados, quando utilizada com os demais critérios de qualidade dos óleos.

A análise de resinas e asfaltenos é um bom indicativo de estabilidade do petróleo. A


estabilidade de petróleos está diretamente relacionada à interação dos asfaltenos com as
resinas e à sua composição (insolubilidade dos asfaltenos em hidrocarbonetos parafínicos).
Um petróleo é estável quando os asfaltenos permanecem dispersos pelas resinas e é instável
quando não há resinas e aromáticos suficientes para o equilíbrio da dispersão.

Além disso, a análise de resinas e asfaltenos fornece uma boa indicação sobre as misturas de
petróleos. A mistura do petróleo Urucu com o Papa-terra, por exemplo, fatalmente levaria à
precipitação das resinas e asfaltenos, dada a elevada parafinicidade do petróleo Urucu.

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23 CAPÍTULO 1 O petróleo

Destilação PEV do petróleo


O petróleo, como já foi visto, é formado por uma mistura complexa de hidrocarbonetos
gasosos, líquidos e sólidos, na qual os gases estão solubilizados no meio líquido e os
constituintes sólidos se mantêm estáveis, na forma de uma dispersão, de forma que a mistura
tem uma aparência homogênea. Essa mistura pode ser desestabilizada por aquecimento,
levando à vaporização das frações mais leves e à precipitação das mais pesadas. Assim,
uma amostra de petróleo pode ter seus constituintes separados através da destilação.

A destilação PEV do petróleo é a separação dos constituintes de uma amostra de petróleo


por seus pontos de ebulição verdadeiros (PEV). Trata-se de um teste de bancada de laboratório
em que uma amostra de petróleo é submetida a uma elevação gradual de temperatura, a fim
de se obterem pequenos volumes fracionados.

Na destilação PEV, para cada fração que volatiliza e condensa, se registram o volume recuperado
e a temperatura do vapor. Em seguida, é gerada a curva de destilação PEV, plotando-se os
volumes destilados no eixo x e as temperaturas no topo da coluna de destilação no eixo y. Cada
ponto da curva PEV representa o percentual volumétrico de compostos existentes no petróleo
com temperaturas de ebulição inferiores à temperatura desse ponto.

A Figura 1.13 ilustra a curva de destilação PEV para dois tipos genéricos de Petróleo A e B.

Petróleo A Petróleo B
600
B A

500

400
Temperatura (ºC)

300

200

100

0
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Percentual destilado da amostra

Figura 1.13    Curva de destilação PEV para duas amostras de Petróleo A e B.


Fonte: O autor.

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24 PETRÓLEO E GÁS

Observa-se, na Figura 1.13, que, para uma temperatura de 200 °C, por exemplo, o Petróleo A
tem pouco mais de 40 % de seus componentes vaporizados, enquanto o Petróleo B tem
pouco mais de 10 % na mesma temperatura. Isso indica que o Petróleo B é mais “pesado” do que
o A e que ele produz menos derivados leves por destilação direta do que o A.

O tipo de informação fornecido pela curva de destilação PEV é de grande valia para o refinador,
pois permite que ele avalie os cortes ou as frações que determinado petróleo produzirá e se
ele é adequado ao seu esquema de refino implantado.

ATIVIDADES
1. Sobre a história do petróleo, marque V (verdadeiro) ou F (falso).

( ) Está comprovado que o processo de mumificação do Egito Antigo incluía o uso de betu-
me.

( ) Todo o óleo utilizado nas lamparinas de óleo tinha origem animal, sendo que a cera de
abelha constituía a fonte mais comum.

( ) A Polônia foi pioneira no processo de refino de petróleo, dando lugar à primeira refinaria
de petróleo do mundo.

( ) O primeiro poço petrolífero da América foi encontrado nos Estados Unidos.

Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.

(A) V –V – F – F
(B) F – V – F – V
(C) F – F – V – V
(D) V – F – V – F

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