UNIVERSIDADE CATÓLICA DE PETRÓPOLIS

ENGENHARIA CIVIL
INSTALAÇÕES ELÉTRICAS
AULA 4
ETAPA 7
Prof. Alexandre de Castro Silva
Prof. Felipe Baldner
Etapa 7 – Dimensionamento dos condutores

Esta etapa trata do dimensionamento dos condutores de cada

circuito. Segundo a norma ABNT NBR 5410 (2008) – Tabela 46, as
dimensões mínimas dos condutores são:
• Circuitos de iluminação: 1,5mm²
• Circuitos de força: 2,5mm²

Ainda segundo a mesma norma ABNT NBR 5410 (2008), as cores

padronizadas para os condutores são:
• Fase: quaisquer cores, exceto as cores definidas para o condutor
neutro e proteção (PE)
• Neutro: azul clara
• Proteção (PE): verde amarelada ou verde
 O cálculo das correntes de cada circuito, podem ser calculadas
pelas equações:
Circuitos monofásicos:
𝑃
𝐼=
𝑉𝐹𝑁 . 𝑐𝑜𝑠𝜑
Equação 1: Corrente circuito monofásico
Fonte: MAMEDE (2013)
Circuitos bifásicos:
𝑃
𝐼=
𝑉𝐹𝐹 . 𝑐𝑜𝑠𝜑
Equação 2: Corrente circuito bifásico
Fonte: MAMEDE (2013)
 Circuitos trifásicos:

𝑃
𝐼=
3. 𝑉𝐹𝐹 . 𝑐𝑜𝑠𝜑

Equação 3: Corrente circuito trifásico

Fonte: MAMEDE (2013)

Em que:
I: corrente (A)
P: potência (W)
VFN: tensão fase-neutro (V)
VFF: tensão fase-fase (V)
cos 𝜑: fator de potência (adimensional)
 Para instalações residenciais, o cálculo da bitola dos condutores
de cada circuito, segundo a norma ABNT NBR 5410 (2008), segue
basicamente os seguintes critérios:

Critério da Capacidade de corrente

Consiste nas seguintes fases:

• Calcular a corrente por meio de uma das equações do item
anterior, dependendo do tipo de circuito
• Verificar o tipo de instalação, de acordo com a tabela 33 da
norma ABNT NBR 5410 (2008):
Tabela 4: Tabela 33 (parte) ABNT
NBR 5410
Fonte: ABNT NBR 5410 (2008)
Comentário do item: Normalmente em instalações residenciais utiliza-
se o método 7/B1 para instalações internas da residência e o método
61A/D para instalações enterradas oriundas do circuito principal que
vem do padrão de entrada de energia da concessionária local.

• Fatores de correção:
De acordo com a norma ABNT NBR 5410 (2008), em instalações
residenciais são necessários dois fatores de correção para a corrente
nominal. São eles:

✓ Correção por temperatura ambiente (fator k1): fator obtido por

meio da Tabela 40 da norma ABNT NBR 5410 (2008) para
temperaturas ambientes diferentes de 30°C.
Tabela 5: Tabela 40 ABNT NBR 5410
Fonte: ABNT NBR 5410 (2008)
Comentário do item: por questões de prática e segurança utiliza-se o
fator 0,94 considerando a temperatura ambiente de 35°C para
instalações em alvenaria e o fator 0,77 considerando a temperatura
ambiente de 40°C para instalações enterradas no solo. O cabo
normalmente utilizado neste tipo de instalação é de isolação PVC 70°C,
modelo de referência Superastic ® do fabricante Prysmian ®.
✓ Agrupamento de circuitos (fator k2): fator obtido por meio da
Tabela 42 da norma ABNT NBR 5410 (2008), para dois ou mais
circuitos agrupados.

Tabela 6: Tabela 42 (parte) ABNT NBR 5410

Fonte: ABNT NBR 5410 (2008)
Comentário do item: por experiência, utiliza-se o fator 0,70
considerando uma média de 3 circuitos agrupados para a instalação em
alvenaria e o fator 1,00 para instalações enterradas (circuito principal
da residência) e circuitos de tomadas específicas pois normalmente
esses circuitos não são acompanhados de outros circuitos.

Portanto, após a atribuição dos fatores de correção citados

anteriormente, a corrente corrigida será dada pela equação a seguir:
𝐼
𝐼𝐶 =
𝑘1 . 𝑘2
Equação 4: Corrente corrigida
Fonte: MAMEDE (2013)
Em que:
IC: corrente corrigida (A)
k1: fator de correção de temperatura
k2: fator de correção de agrupamento
 De posse dos valores das correntes corrigidas de cada circuito,
utiliza-se a Tabela 36 da norma ABNT NBR 5410 (2008) para a escolha
da bitola do cabo mais adequada para este critério.
Tabela 7: Tabela 36 (parte) ABNT NBR5410 – Cabos PVC 70°C – Temperatura ambiente 30°C
Fonte: ABNT NBR 5410 (2008)
 Neste caso específico, as colunas utilizadas seriam B1 e D, para
os circuitos internos da residência e para o alimentador principal,
respectivamente.
Para circuitos monofásicos ou bifásicos, utiliza-se 2 condutores
carregados – Tabela 36 ABNT NBR 54101 (2008) coluna 6 para método
B1 e coluna 12 para método D – e para circuitos trifásicos utiliza-se 3
condutores carregados – Tabela 36 ABNT NBR 54101 (2008) coluna 7
para método B1 e coluna 13 para método D.
Critério da Queda de Tensão

Segundo NISKIER (2014), de forma que os equipamentos possam

funcionar satisfatoriamente, é necessário que a tensão sob a qual a
corrente lhes é fornecida esteja dentro de limites estabelecidos.
Ao longo do circuito, desde o quadro terminal até o ponto de
utilização, ocorre uma queda na tensão. Assim, é necessário
dimensionar os condutores para que esta redução na tensão não
ultrapasse os limites estabelecidos pela norma ABNT NBR 5410 (2008),
que estabelece um limite máximo de 4% de queda de tensão no ponto
de abastecimento.
 MAMEDE (2013) sugere uma equação prática para cálculo da
seção mínima de um condutor pelo critério de queda de tensão. São
elas:

• Circuitos monofásicos

200. 𝜌. 𝐿𝐶 . 𝐼
𝑆𝐶 =
∆𝑉𝐶 . 𝑉𝐹𝑁
Equação 5: Seção mínima condutor - circuito monofásico
Fonte: MAMEDE (2013)
• Circuitos bifásicos

200. 𝜌. 𝐿𝐶 . 𝐼
𝑆𝐶 =
∆𝑉𝐶 . 𝑉𝐹𝐹
Equação 6: Seção mínima condutor - circuito bifásico
Fonte: MAMEDE (2013)

• Circuitos trifásicos

100 3. 𝜌. 𝐿𝐶 . 𝐼
𝑆𝐶 =
∆𝑉𝐶 . 𝑉𝐹𝐹
Equação 7: Seção mínima condutor - circuito trifásico
Fonte: MAMEDE (2013)
Em que:
SC: seção mínima do condutor (mm²)
𝜌 : resistividade do material do condutor, no caso o cobre, ρ=1/56
Ω.mm²/m
LC: comprimento do circuito (m)
I: corrente do circuito (A)
VC: queda de tensão percentual, no caso, 4%
VFN: tensão fase-neutro (V)
VFF: tensão fase-fase (V)
Considerando os critérios de dimensionamento acima mencionados,
pode-se, a partir dos dados dos circuitos da residência exemplo,
montar uma planilha prática inserindo as equações mencionadas e
definindo a bitola dos cabos de cada circuito:

Tabela 8: Tabela com resultados das bitolas dos cabos

 Finalizada esta etapa e usando a residência exemplo, a
implantação dos circuitos com suas respectivas numerações atribuídas
e respectivas bitolas dos cabos está ilustrada na figura a seguir:
Figura 10: Planta com a indicação
dos circuitos e suas respectivas
bitolas