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Escola Superior de Saúde – Politécnico do Porto

Ficha Clínica detalhada


Intervenção em fisioterapia num indivíduo
após uma entorse da tibiotársica

Ano Curricular: 3º Ano


Curso: Fisioterapia

Unidade curricular: Educação Clínica III

Regente de Educação Clínica III: Paula Clara Santos

Co-Regente de Educação Clínica III: Cristina Mesquita e


Sofia Lopes

Local de estágio: Clínica MAPADI - movimento De Apoio De


Pais E Amigos Ao Diminuído Intelectual Póvoa de Varzim

Educador Clínico: Diogo Bernardo

Estudante: Ana Catarina Martins Cerqueira

Número Mecanográfico: 10140035

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Índice

Resumo .............................................................................................................. 6
Introdução .......................................................................................................... 7
Participante e métodos ....................................................................................... 9
Descrição do caso clínico - Participante .................................................. 9
Instrumentos de avaliação ..................................................................... 10
Avaliação ............................................................................................... 12
Avaliação no momento M0 .................................................................... 12
Raciocínio Clínico .................................................................................. 14
Intervenção ............................................................................................ 15
Resultados em “M1” ......................................................................................... 16
Reflexão/ discussão critica do caso clínico ...................................................... 19
Conclusão ........................................................................................................ 23
Bibliografia........................................................................................................ 25
Anexos ............................................................................................................. 27
Anexo I – Consentimento Informado ..................................................... 27
Anexo II – END+EVA ............................................................................. 28
Anexo III - CIF e CIF-CJ ........................................................................ 29
Anexo IV - FAOS ................................................................................... 30
Anexo V – Body Chart ........................................................................... 34
Anexo VI – FAOS  M0 ........................................................................ 35
Anexo VII – FAOS M1 ........................................................................ 39
Anexo VIII – Avaliação ........................................................................... 43
Anexo IX – Plano de intervenção ........................................................... 48

Indicie de Gráficos, Figura e Tabelas


Gráfico 1 - Goniometria - Comparação entre M0 e M1 .................................... 17
Gráfico 2 – Perimetria- Comparação entre M0 e M1 ........................................ 18
Figura 1 - Boby Chart ....................................................................................... 34
Tabela 1 - Goniometria ..................................................................................... 43
Tabela 2 - Perimetria ........................................................................................ 45
Tabela 3 - Teste muscular ................................................................................ 45

3
Tabela 4 – CIF e CIF-CJ .................................................................................. 47
Tabela 5 - FAOS .............................................................................................. 47
Tabela 6 - SEBT ............................................................................................... 47

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Lista de abreviaturas
AVD’s – Atividades de vida diária
CIF – Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde
DD – Decúbito dorsal
DV – Decúbito Ventral
END – Escala Numérica da Dor
FAOS – Foot and Ankle Outcome Score
ICC - Coeficiente de correlação intraclasse
MI – Membro inferior
M0 – Momento de avaliação inicial
M1 – Momento de avaliação final
FT – Fisioterapeuta
TMM – Teste muscular manual
SEBT – Star Excursion Balance Test

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Resumo
Objetivo  Esta ficha clínica tem como objetivo descrever um plano de
intervenção em fisioterapia individualizado, com a duração de 5 semanas, e
analisar os resultados obtidos com essa intervenção num utente com
diagnóstico de entorse da tibiotársica de grau II.
Metodologia  O utente em estudo tem 16 anos de idade, do sexo masculino,
profissional de basquetebol, com diagnóstico de entorse da tibiotársica, de grau
II no tornozelo esquerdo. Refere dor e instabilidade que provoca incapacidade
na articulação tibiotársica, limitando as suas atividades de vida diária (AVD’s) e
jogar basquete. A avaliação ocorreu em dois momentos (Momento de avaliação
inicial (M0) e Momento de avaliação final(M1)) e incluiu exame objetivo,
observação, inspeção, palpação, testes passivos, ativos, resistidos e
adicionais. Como instrumentos de avaliação, usou-se a Escala Numérica da
Dor (END), Escala Visual Analógica (EVA), Perimetria, Goniometria, Teste
Muscular Manual (TMM), Classificação Internacional da Funcionalidade
Incapacidade e Saúde (CIF), Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde: versão para Crianças e Jovens (CIF-CJ), o Star
Excursion Balance Test (SEBT) e a escala Foot and Ankle Outcome Score
(FAOS). Foram formulados os objetivos gerais e específicos e a hipótese
clínica e, a partir destes, delineou-se um plano de intervenção. Definiu-se um
plano de intervenção que englobou: técnicas de crioterapia, eletroterapia,
mobilização de tecidos moles, fisiológica e acessória e exercício de mobilidade,
de fortalecimento e alongamento assim como exercícios propriocetivos.
Resultados  Através da comparação dos dois momentos de avaliação pode-
se considerar que o utente obteve uma evolução favorável. Tendo-se verificado
uma redução do quadro álgico, aumento da mobilidade e força muscular,
repercutindo-se numa melhor funcionalidade nas AVD’s. A escala FAOS obteve
uma pontuação mais positiva, bem como no SEBT, CIF-CJ e na CIF.
Conclusões  Este plano de intervenção permitiu uma maior estabilidade
dinâmica, diminuição do risco de recidivas de entorse e consequentemente, o
retorno à prática desportista.
Palavras chave: Desporto; Entorse da tibiotársica; Fisioterapia; Propriocepção.

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Introdução
O complexo articular do pé e do tornozelo tem como função primordial
de absorver os impactos com o solo e propiciar a libertação de energia
propulsora na caminhada, corrida e saltos, facilitando a interação do membro
inferior (MI) com o solo, e desempenha uma função de suporte do peso
corporal, (Dutton M. , 2012).
Assim, o tornozelo necessita de uma estabilidade estática, concebida
pela harmonia entre as superfícies articulares, cápsula articular e as limitações
ligamentares, por parte dos ligamentos peronioastragalino anterior,
peroniocalcaneano e peronioastragalino posterior, e uma estabilidade
dinâmica, deferida pelas estruturas musculo-tendinosas, especialmente pelos
músculos peroniais e tibiais, devido aos seus mecanismos propriocetivos, de
feedforward e feedback, (Moore, 2010; Hertel, 2002).
A entorse é um movimento violento, com estiramento ou rutura de ligamentos
da articulação, (Moore, 2010). Esta lesão músculo-esquelética é mais frequente
nas atividades desportivas de alto impacto que envolvam corrida, saltos,
mudanças de direção e contacto físico, (Rodrigues F. L., 2009). Este trauma
constitui 15-25% de todas as lesões músculo-esqueléticas, (Moreira & Antunes,
2008).
O padrão de lesão do tornozelo depende de vários fatores, incluindo a idade do
utente, alterações anatómicas predisponentes, a posição do pé no momento da
lesão, a direção, magnitude e intensidade das forças de carga, (Massada,
Pereira, Aido, & Massada, 2010; Fong, Chan, Mok, Yung, & Chan, 2009).
Existem alguns fatores de risco que aumentam a hipótese de suceder entorses.
Estes podem ser divididos em intrínsecos, relacionados com força muscular,
flexibilidade, tempo de reação muscular, instabilidade funcional, biomecânica e
história de lesão prévia (nomeadamente recidivas), e extrínsecos, que
envolvem o tipo de calçado, pavimento, condições ambientais, nível de
competição e número de jogos efetuados, ou uma combinação dos mesmos,
(Fong, Chan, Mok, Yung, & Chan, 2009; Massada, Pereira, Aido, & Massada,
2010).
O mecanismo de lesão mais comum caracteriza-se por uma sobrecarga do
movimento em inversão (flexão plantar + adução + rotação interna), para além

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da amplitude do movimento normal, correspondendo a cerca de 80% dos
casos. Como resultado deste evento, a disfunção é normalmente, localizada
em movimentos particulares que colocam em tensão os ligamentos envolvidos,
(Ribeiro, 2010). Assim, há, geralmente hipomobilidade provocada por dor em
flexão plantar, inversão e deslocamento anterior do astrágalo e longitudinal
caudal do perónio, comprometendo o ligamento perónioastragalino anterior e o
péroniocalcaneano e raramente é atingido o ligamento perónioastragalino
posterior. Quando a magnitude do impacto ultrapassa o limite da barreira
ligamentar são atingidas também as estruturas musculotendinosas (distensão
ou rutura muscular) e ósseas (contusão óssea), (Petty, 2008).
No caso da prática desportiva, este mecanismo pode, também, ocorrer devido
a causas diretas, perante o contacto entre atletas ou outros objetos, ou indireto,
durante acelerações, travagens, mudanças de direção, remates, movimentos
giratórios ou outros movimentos repentinos, (Fong, Chan, Mok, Yung, & Chan,
2009; Dutton M. , 2016).
As entorses são geralmente classificadas tendo por base critérios clínicos e a
sua severidade: grau I reflete um estiramento de algumas das fibras do
ligamento perónioastragalino anterior e sem instabilidade mecânica; grau II
representa uma rotura completa do ligamento perónioastragalino anterior e
parcial do péroniocalcaneano, com alguma instabilidade articular e perda
funcional; grau III significa uma rotura completa, ligamento perónioastragalino
anterior e péroniocalcaneano, levando a instabilidade articular e grande perda
funcional, (Moreira & Antunes, 2008).
Os objetivos do tratamento da entorse da tibiotársica passam pelo retorno às
atividades diárias, remissão dos sinais inflamatórios, prevenção de recidivas e
sintomas residuais, (Moreira & Antunes, 2008).
Com esta ficha clínica, pretende-se apresentar um plano de intervenção em
fisioterapia, com base na evidência, e verificar a sua eficácia na diminuição dos
sintomas e limitações sentidas nas AVD’s e ainda na prática desportiva. A ficha
clínica refere-se a um utente de 16 anos com diagnóstico de entorse da
tibiotársica do MI esquerdo, de grau II.

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Participante e métodos

Descrição do caso clínico - Participante


Indivíduo do sexo masculino, solteiro, com 16 anos, estudante do ensino
secundário (atualmente frequenta o 11º ano), jogador profissional de
basquetebol, veio à clínica para avaliação e tratamento após lesão por
mecanismo de entorse por inversão de grau II, no MI esquerdo. Como hobbies,
o utente refere que gosta de jogar basquetebol com os amigos, ver jogos
desportivos e tocar guitarra. Em termos de prática de atividade física, realiza
treinos e jogos de basquetebol, no entanto, atualmente apenas frequenta o
ginásio (três vezes por semana).
Em 25 de março de 2018, enquanto jogava basquetebol, durante um lance
individual em corrida, ao realizar um passe, não existiu contacto suficiente
entre superfícies o que desencadeou um mecanismo de entorse. Dirigiu-se ao
hospital onde realizou ecografia e raio-X, para despiste de fratura. Foi
reencaminhado pelo médico para realizar fisioterapia. Realizou em casa gelo,
ligadura elástica e pomada anti-inflamatória. Relata queixas de dor aquando de
movimentos que englobam flexão dorsal (4/10 END+EVA), flexão plantar (4/10
END+EVA) inversão (6/10 END+EVA) e eversão (4/10 END+EVA), todos estes
movimentos apresentam dor no final de amplitude.
O utente tem incapacidade de realizar a sua atividade desportiva, como
limitações nas AVD’s (marcha, agachamento, subir e descer escadas, corrida),
por edema, dor, limitação articular, posicionamento anatómico alterado do
perónio e astrágalo e instabilidade articular, pela lesão ligamentar de grau II.
De momento, realiza marcha autonomamente, não sente dor em repouso,
apenas em carga parcial e total, após um período aproximado de 10 minutos
de atividade e, ainda, na realização dos movimentos globais do pé.
Do historial clínico retiram-se episódios anteriores de entorses, com recurso à
fisioterapia para tratamento.
Demonstra-se bastante colaborante e empenhado, procurando obter
informações sobre o tratamento que está a ser realizado.
O utente menciona uma vida social satisfatória, mas que os sintomas limitam-
lhe as saídas com os amigos e idas à praia.

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Os seus principais objetivos são diminuir a dor, diminuir o risco e
suscetibilidade a lesões e regressar à competição desportiva (basquetebol).

Instrumentos de avaliação
Durante a avaliação é essencial compreender alguns aspetos relacionados
com a história do utente como a descrição e duração do seu problema,
sintomatologia e a sua localização, história anterior, tratamento médico já
realizado, outras patologias que possam estar presentes, estado funcional,
nível de atividade, nível de condicionamento físico, ocupação, objetivos e
expectativas do utente.
Para além disso recorreu-se ainda a instrumentos de avaliação de forma a
obter um registo mais efetivo e completo dos achados clínicos, nomeadamente:
END, a EVA, a FAOS, goniometria, perimetria, TMM e a CIF e as atividades e
participação e fatores ambientais, por outro lado, foram classificadas segundo a
CIF-CJ, (ver anexo III - CIF e CIF-CJ)
Por questões éticas o utente foi previamente informado de que iria participar
nesta ficha clínica, onde seria realizada uma avaliação detalhada e
reavaliações bem como a utilização de algumas fotografias, sempre que fosse
oportuno seriam retiradas, sendo que a confidencialidade e anonimato dos
seus dados seriam garantidos e respeitados. Foi ainda informado no que diz
respeito aos objetivos e métodos de toda a ficha clínica e de que era livre para
aceitar ou recusar a utilização dos seus dados, bem como interromper a sua
participação no estudo, a qualquer momento, (ver anexo I – consentimento
informado).
Para a avaliação da dor utilizou-se END associada à EVA. Tanto a END como
a EVA são usadas para medir a perceção da intensidade da dor. A END é
composta por 11 níveis (0 a 10), em que 0 significa ausência de dor e 10
significa dor máxima (Domingues & Cruz, 2011). Já a EVA é uma reta com
cerca de 10 cm em que o paciente realiza uma marca na mesma para
mensurar a sua dor. (ver anexo II – END+EVA). A EVA apresenta valores de
validade convergente de r=0.65 a 0.78, quando correlacionada com a END. A
END está validada internacionalmente e é bastante fiável, apresentando
valores de fiabilidade teste-reteste entre moderados e elevados, variando entre
0,67 e 0,96). (Domingues & Cruz, 2011)
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Além destas duas escalas, também foi aplicada FAOS, validada para a
população portuguesa, que consiste em 42 questões distribuídas em cinco
domínios: Dor; Outros Sintomas; Funcionalidade na vida diária; Funcionalidade
no desporto e lazer e Qualidade de Vida relacionada com o pé e tibiotársica.
Cada questão tem uma pontuação de 0 a 4 e é calculada uma pontuação
normalizada para cada domínio, em que 100 indica ausência de sintomas e 0
indica sintomas extremos, (Domingues, Esteves, & Pereira, 2008) (ver anexo IV
– FAOS).
Cada sub-escala (sintomas; dor; funcionalidade, vida diária; funcionalidade,
desporto e atividades de lazer; qualidade de vida), obteve bons indicadores de
fiabilidade intra-observador (ICC = 0,876, 0,828, 0,909, 0,894 e 0,936) e bons
indicadores de consistência interna (á = 0,821, 0,909, 0,956, 0,896 e 0,893),
(Domingues, Esteves, & Pereira, 2008).
Posteriormente realizou-se goniometria, com o auxílio de um goniómetro
universal, tendo como objetivo medir e avaliar a amplitude de movimento da
articulação tibiotársica e do joelho. A goniometria apresenta fiabilidade de 0.83
e 0.33, intra e inter-observador, respetivamente, (Santos, Oliveira, Silveira,
Carvalho, & Oliveira, 2011). Os resultados das medições foram obtidos através
da média de 3 medições.
Foi também utilizada a perimetria, este é um método simples que permite a
identificação de mudanças na dimensão dos membros, secundárias a edema
ou atrofia, através da medida da circunferência do segmento analisado, feita a
partir de um ponto anatômico, com referência a rótula e os maléolos. Os
valores obtidos são comparados com o membro contra lateral. Este
instrumento apresenta alto coeficiente de correlação (varia entre 0,80 e 0,99) e
excelente fiabilidade inter-observador (ICC de 0,97 a 0,99) e intra-observador
(ICC=0,99), (Kolber, 2012). Os resultados foram obtidos através da média de 3
medições.
O TMM é o método mais utilizado na clínica para mensuração da força
muscular, visto que este é de fácil e rápida execução e não apresenta qualquer
custo com instrumentação. A força muscular é graduada entre 0 (ausência de
contração muscular) a 5 (amplitude de teste completa e contração eficaz com
contra resistência máxima), sendo fundamental comparar a força muscular com

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o membro contralateral. Apresenta fiabilidade intra-observador elevada
atingindo valores de ICC médios na ordem dos 0,83 e uma fiabilidade inter-
observador mais baixa relativamente à anterior, variando entre valores médios
de ICC na ordem dos 0,28 e 0,34, (Santos, Oliveira, Silveira, Carvalho, &
Oliveira, 2011).
A CIF e a CIF-CJ permitem a avaliação com base nas funções e estruturas do
corpo, assim como atividades e participação do indivíduo e os próprios fatores
ambientais a ele intrínsecos. Aplica-se a vários aspetos de saúde e possibilita
uma classificação da condição do indivíduo de forma padronizada, e que, deste
modo, permite a simplicidade na descrição da saúde e estados relacionados
com saúde. A sua aplicação faz-se através de códigos, assim como dos seus
qualificadores (ver anexo III – CIF e CIF-CJ), que englobam uma ampla gama
de informações relativas a saúde, e está na base da comunicação entre
profissionais de saúde, (OMS, 2004).
Por fim, o SEBT é um teste que possibilita aferir o equilíbrio e controlo postural
dinâmico. Com a análise dos resultados, permite avaliar a propriocepção, força
muscular e flexibilidade. Os movimentos de alcance do MI são realizados nas
oito direções. Antes de iniciar o teste é necessário a permanência do calcâneo
no chão e joelho em ligeira flexão, do membro apoiado e de seguida é pedido
para tocar nas linhas com a ponta do hálux, sem desequilíbrios. Os resultados
das medições foram obtidos através da média de 3 medições. Este teste tem
uma fiabilidade inter e intra-observador elevada e ICC entre 0,67 e 0,96,
(Zeitoune, Leporace, Pinto, Zeitoune, & Batista, 2011).

Avaliação
A avaliação objetiva foi realizada em dois momentos: M0 a 28/05/2018) 
antes da intervenção e o M1 a 25/06/2018  após 5 semanas de intervenção.

Avaliação no momento M0
Através da observação à chegada do utente, foi possível concluir que se
apresentava bem-disposto e com marcha claudicante, sem recurso a auxiliares
de marcha.
Relativamente às fases da marcha verificou-se, que no MI esquerdo, que o
contacto inicial é executado pelo médio-pé e ante-pé, ataque ao solo com o pé

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todo, transfere a carga mais para o membro direito, diminuição do tempo de
apoio unipodal e aumento do tempo de duplo apoio; na fase de apoio médio, o
utente não consegue realizar uma extensão linear, visto que não é capaz de
suportar muita carga no pé. O alinhamento do pé encontra-se mais afastado da
linha média como forma de obter mais estabilidade durante a sequência, tendo
uma base de suporte mais alargada.
Na posição ortostática denota-se uma predominância de distribuição de carga à
direita, bordo lateral do pé e mais anterior, base de suporte larga, flexum do
joelho, anteversão da pélvis e ligeira anteriorização dos ombros. No utente é
percetível atrofias, nomeadamente nos gastrocnémios e solear esquerdo. O pé
tem um arco plantar acentuado e curvo, com tendência para a supinação e
denota-se uma subluxação de deslocamento anterior do astrágalo.
Após a recolha de dados acerca da história clínica, procedeu-se à inspeção. O
utente refere dor na face dorso-lateral do tornozelo esquerdo, dor à palpação
(2/10 END+EVA), sem alterações na cor na pele, temperatura ligeiramente
mais elevada comparativamente com o membro contralateral e presença de
edema extra articular.
Em termos de exame objetivo, no estado em repouso o utente não apresentava
dor, foram realizados testes ativos de flexão dorsal, flexão plantar, inversão e
eversão, sem sinal de dor. Nos testes passivos existe presença de
sintomatologia dolorosa no pé esquerdo, flexão dorsal (4/10 END+EVA), flexão
plantar (4/10 END+EVA), inversão (6/10 END+EVA) e eversão (4/10
END+EVA). Por fim, nos testes resistidos, o utente apresentou dor em todos os
movimentos do pé esquerdo, flexão dorsal (1/10 END+EVA), flexão plantar
(2/10 END+EVA), eversão (4/10 END+EVA) e Inversão (4/10 END+EVA).
Relativamente aos testes adicionais refere dor nos ligamentos perónio-
calcaneano (4/10END+EVA), calcâneo-cuboideu (7/10 END+EVA) e perónio-
astragalino anterior (7/10 END+EVA).
Em termos de goniometria, verifica-se alterações significativas em quase todos
os movimentos da tibiotársica afetada, por dor, (ver – tabela 1 – Goniometria).
Realizou-se perimetria, verificando-se uma diferenças entre os dois membros
(ver tabela 2 – Perimetria) sendo a mais significativa de 2,5 cm abaixo dos
maléolos, edema de gravidade moderada, de seguida com 1 cm de diferença,

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acima do bordo superior da rótula, 10 cm acima do bordo superior da rótula e
entre maléolos.
Posteriormente, através do teste muscular, foi avaliada a força muscular sendo
os resultados: graduados com grau 4: tibial anterior, peronial anterior, peronial
posterior, gastrocnémios:4+; quadricipete:5; isquiotibiais:3+ no membro
esquerdo. Por outro lado, o membro direito obteve 5 em todos os músculos
anteriormente mencionados (ver - tabela 3).
Posteriormente, através do teste muscular, foi avaliada a força muscular
estando os resultados na tabela 3. O utente na escala FAOS obteve melhor
valor no domínio funcionalidade, desporto e atividades de lazer (80/100) e pior
resultado no domínio qualidade de vida (19/100), (ver anexo VI - FAOS  M0;
ver - tabela 5). No que refere ao SEBT obteve os resultados que estão na
tabela 6. Quando foi posto em prova a capacidade de estabilidade dinâmica do
tornozelo esquerdo, dado que este necessitava de suportar todo o peso corporal e
as oscilações que ocorriam, foi possível verificar que os valores alcançados pelo
membro oposto foram menores, sobretudo na área ântero-lateral, lateral e póstero-
lateral.

Raciocínio Clínico
O principal problema identificado assenta na diminuição da funcionalidade da
tibiotársica do MI esquerdo na prática de basquetebol por queixas álgicas e
instabilidade da articulação. Como hipótese clínica delineou-se que, ao diminuir
os sinais inflamatórios, se obteria uma diminuição da dor; que ao aumentar a
força muscular dos estabilizadores do pé e ao promover a informação
propriocetiva da articulação, será possível aumentar a estabilidade da
tibiotársica, e consequente diminuição no risco de recidivas, permitindo, assim,
uma melhoria da funcionalidade integrada do segmento afetado e consequente
retorno à atividade desportiva.
Como objetivos gerais planeou-se regressar à prática desportiva sem dor,
aumentar a estabilidade dinâmica da tibiotársica e educação ao utente. Perante
os objetivos gerais traçou-se os seguintes objetivos específicos:

1. Diminuir a dor em 1 grau por semana e avaliar ao fim de 5 semanas;

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2. Diminuir os sinais inflamatórios, isto é, o edema na totalidade em 5
semanas;
3. Promover a cicatrização tecidular avaliar ao fim de 5 semanas;
4. Aumentar as amplitudes articulares dos movimentos de flexão dorsal,
eversão e inversão, aproximadamente 5 graus, e avaliar ao fim de 5
semanas;
5. Promover o aumento da capacidade propriocetiva na articulação da
tibiotársica esquerda e avaliar ao fim de 5 semanas com o SEBT e obter
um aumento aproximado de 20% em cada subescala;
6. Aumentar a força muscular, 1 em grau, gastrocnémios, quadricípite e
isquiotibiais e avaliar ao fim de 5 semanas com o teste muscular;
7. Capacitar o utente relativamente à sua condição, no que se refere a
cuidados a ter e exercícios para realizar em casa nos dias que não tem
fisioterapia.

Como objetivo funcional a curto prazo estipulou-se que o utente deveria ser
capaz de realizar receção de saltos altos sem manifestação da sintomatologia.

Intervenção
As sessões de intervenção foram realizadas 3 vezes por semana, em dias
alternados, com duração aproximada de uma hora.
Inicialmente, o foco da intervenção foi a diminuição dos sinais inflamatórios e
da dor. De forma a potenciar o efeito analgésico, associou-se o uso do
turbilhão durante vinte minutos, com o intuito reduzir o edema, e, além disso,
diminuir a dor devido ao seu efeito analgésico, pela teoria da comporta da dor,
(Kisner & Colby, 2012).
O uso do ultrassom promove a cicatrização tecidual. A massagem transversal
profunda às fibras dos ligamentos tem objetivo de impedir ou destruir
aderências e ajudar a otimização da qualidade do tecido cicatricial.
A mobilização dos tecidos moles, fez-se com as técnicas de effleurage
superficial e profunda, com o objetivo de promover o relaxamento músculo-
tendinoso por facilitação da drenagem e mobilização dos fluidos intersticiais
com consequente hiperémia. Para além disso, a massagem também atua ao

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nível da dor, aumentando o seu limiar, e auxilia na reparação tecidual, (Cassar,
2001).
Para o aumento das amplitudes articulares da articulação da tibiotársica
efetuou-se mobilização fisiológica e mobilização acessória, grau II, das
articulações superior do tornozelo e subtalar. Este procedimento teve como
objetivo colocar as estruturas no seu alinhamento normal, obter amplitude
normal e indolor; alívio da dor (analgesia) ao promover a estimulação nervosa
(grau I) e ao estimular também o retorno venoso e linfático (grau II), (Maitland,
2005).
O treino propriocetivo foi realizado desde do primeiro dia de intervenção, pois
tem como objetivo o aumento da estabilidade articular, controle postural,
cinestesia da articulação e redução do tempo de ativação dos músculos, e
consequentemente evita a ocorrência de novas lesões e a recorrência das
mesmas, (Nam, Kim, & Lee, 2018; Mattacola & Dwyer, 2002).
Com o objetivo de alongar os ventres musculares, foram efetuados
alongamentos dos músculos quadricípite, isquiotibiais e gastrocnémios
bilateralmente. Todos estes alongamentos foram 2 ciclos de 30 segundos.
Em continuidade com o trabalho terapeuta-paciente efetuado nas sessões,
foram aconselhados alguns exercícios que o utente executar em casa ou até
mesmo no ginásio.
Todo o plano de intervenção encontra-se detalhado no anexo IX – Plano de
Intervenção.

Resultados em “M1”
No segundo momento de avaliação “M1” realizado a 28 de junho de 2018,
foram avaliados os mesmos parâmetros que na avaliação M0. Após esta
avaliação foram evidenciadas melhorias a nível da dor (passou de dor 2/10
END+EVA na palpação para ser dor na palpação) e da funcionalidade.
No que refere à marcha o utente transfere a carga mais uniformente, mais ao
nível do retropé e do bordo lateral do pé. Como é capaz de suportar mais carga
no pé esquerdo, realiza uma melhor extensão linear, por outro lado também
melhorou a fase de propulsão influenciando um melhor contacto do calcâneo
ao solo.

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O utente na condição em repouso continua a não ter dor. Sem alterações de
temperatura e sem presença do edema extra articular, passando de uma
diferença entre membros de 2,5 cm para 0,1 cm, abaixo dos maléolos.
Foram realizados testes ativos de flexão dorsal, flexão plantar, inversão e
eversão, sem sinal de dor. Nos testes passivos o utente apresenta apenas
sintomatologia dolorosa no pé esquerdo no movimento de flexão plantar (4/10
END+EVA). Por fim, nos testes resistidos, o utente não referiu sintomatologia.
Os testes dos ligamentos revelaram-se todos negativos, contudo à palpação,
ainda se denota dor/desconforto no ligamento calcâneo-cuboideu (5/10
END+EVA).
Relativamente à goniometria, foi possível evidenciar-se ganhos a nível dos
movimentos essencialmente na inversão 6º ativos e flexão plantar 4º ativos.
Inicialmente os movimentos mais limitados, em M0, eram os movimentos de
flexão plantar (20º passivo), inversão (13º passivo), flexão dorsal (16º passivo)
e eversão (6º passivo). Não foi avaliado os movimentos ativos, tendo em conta
que deveria ter sido realizados. Os graus obtidos encontram-se na tabela 1,
comparados com o membro contralateral. Foi realizado o teste de instabilidade,
na avaliação inicial, sendo este positivo. Para confirmar esta situação, a
amplitude articular de inversão é de 24º, ou seja, mais de 11º que inicialmente,
(Hertel, 2002; Aquilino, Viana, Fonseca, Bricio, & Vaz, 2004).

GONIOMETRIA M0 E M1
Flexão Plantar Flexão Dorsal Eversão Inversão
50
45

30

30
24

24
20

20

20
18
16

13

10

10

10
6

Membro Membro direito Membro Membro direito


esquerdo M0 M0 esquerdo M1 M1

Gráfico 1 - Goniometria - Comparação entre M0 e M1


17
Através da perimetria, foi possível verificar uma diferenças entre os dois
membros, sendo a mais significativa de 1 cm, 10 cm acima do bordo superior
da rótula, como podemos verificar no seguinte gráfico de barras.

Perimetria M0 e M1
60

50

40
cm

30

20

10

Título do Eixo

M0 - Membro Inferior Direito M0 - Membro Inferior Esquerdo


M1 - Membro inferior Direito M1 - Membro Inferior Esquerdo

Gráfico 2 – Perimetria- Comparação entre M0 e M1

No que refere ao TMMfoi possível observar que em M0 obteve-se grau 4: tibial


anterior, peronial anterior, peronial posterior, gastrocnémios: 4+; quadricipete:
5; isquiotibiais: 3+ no membro esquerdo. Com presença de sintomatologia
dolorosa no tibial anterior (4/10 END+EVA), peronial anterior (4/10 END+EVA),
peronial posterior (4/10 END+EVA). Por outro lado, o membro direito obteve 5
em todos os músculos anteriormente mencionados (ver - tabela 3). No M1
pode-se verificar, que houve ausência de sintomatologia em todos os músculos
e aumento de força dos gastrócnemios e isquiotibiais.
O que refere à FAOS é possível evidenciar uma melhoria em M1
comparativamente com M0, sendo que na subescala Rigidez o paciente atingiu

18
o máximo de pontuação. Em todas as subescalas obteve valores mais
positivos, e podemos observar na tabela 5, (ver anexo VII – FAOS  M1).
Na CIF e CIF-CJ o utente demonstra uma evolução, isto pode ser observado
na tabela 4. É possível observar uma melhoria geral em todos quantificadores
dos códigos na CIF e CIF-CJ. É de salientar a melhoria em todas as atividades,
principalmente andar longas distâncias (mais que 10 minutos), andar sobre
planos inclinados, deslocar-se subir/descer escadas, correr e um aumento da
força muscular, bem como a função propriocetiva.
No decorrer da reavaliação, como anteriormente constatado o utente
apresentou uma evolução favorável.

Reflexão/ discussão critica do caso clínico


A Estabilidade articular pode ser definida com a capacidade de a articulação
retomar a sua posição de equilíbrio após uma perturbação. Para isso, é
necessário que superfícies ósseas, restrição ligamentar e força compressiva
geradas pelo peso corporal e ação muscular, interajam em sintonia e de forma
adequada. Deste modo, se ocorrer uma laxidez ligamentar e hipomobilidade
articular pode levar a uma instabilidade dinâmica articular e consequentemente
numa entorse da tibiotársica. No que refere à goniometria, não foi possível
verificar o movimento passivo devido a um erro de medição, assim sendo foram
classificados como dados insignificativos.
Perante a situação do atleta, para além de ter sido submetido a distensão
extrema, houve um desuso muscular durante dois meses. Isto faz com que
haja diminuição dos valores de força do tibial posterior, peroniais e
gastrocnémios, em M0 e da condição física generalizada. Isto resulta em
défices no equilíbrio, redução no sentido de posição articular, conferidos nos
dados do SEBT, em M0, aumento do tempo de reação da musculatura,
nomeadamente os peroniais que se encontram com défices de força,
comparativamente com o lado contralateral. Desta forma, também estes
recetores se encontram comprometidos. Por isso, podemos atribuir, talvez, o
défice propriocetivo à lesão nos ligamentos (confirmada pelo teste de
instabilidade) e cápsula articular, pela diminuição da força dos músculos
peroniais, comparativamente com o membro contralateral (grau 4/5

19
respetivamente, segundo o teste muscular), (Aquilino, Viana, Fonseca, Bricio, &
Vaz, 2004; Hertel, 2002).
Para além dos benefícios já referidos a nível propriocetivo, otimiza-se também
o retorno à prática desportiva pelo aumento da condição cardiovascular
conquistadas nos exercícios globais e cardiovasculares. Com base nos dados
obtidos pela avaliação M0, é possível verificar que, a manifestação de
sintomatologia dolorosa, estabilidade e força, estavam a afetar a sua vida
diária, principalmente a prática desportista. Frequentemente, os utentes
apresentam dor à palpação na face lateral do pé além de calor e rubor, (Kisner
& Colby, 2012; Hertel, 2002; Moreira & Antunes, 2008), esta sintomatologia foi
observada no utente.
Assim, de acordo com os achados clínicos, a condição do utente, segundo
Moreira & Antunes (2008), encontra-se entre o final da Fase II, fase de
cicatrização e início da Fase III, de reeducação funcional.
Na fase de reeducação funcional, salienta-se o treino específico para retorno à
atividade desejada, neste caso, o basquetebol, e a prevenção da recorrência
da entorse. Para tal, temos de dar maior ênfase particularmente ao treino
propriocetivo, com o uso de planos instáveis, exercícios de agilidade e
coordenação, de força resistente, nomeadamente excêntricos, de flexibilidade,
porque, dada a informação relevante de cessão de atividade durante um
período de dois meses pode se encontrar comprometida, sendo introduzido, de
forma gradual exercícios específicos à modalidade do atleta.
Posto isto, iniciou-se as atividades mais estáticas, para permitir aumentar a
estabilidade postural e articular, por redução significativa do tempo para
ativação da musculatura da tibiotársica. Uma finalidade destes exercícios,
passa pela melhoria da postura, dado que, quando é adequada potencia a
funcionalidade da musculatura e das articulações, melhorando a performance
desportiva de qualquer indivíduo, (Aquilino, Viana, Fonseca, Bricio, & Vaz,
2004).
Na primeira intervenção, os exercícios propriocetivos iniciaram-se com
atividades mais estáticas, ou seja, o treino de equilíbrio, com recurso ao bosu
em apoio unipodal e foi pedido para haver o menor número de oscilações
corporais. Para aumentar a exigência pediu-se para segurar um objeto com os

20
membros superiores e posteriormente retirar o estímulo visual. Para introduzir a
parte da prática desportiva, foi realizado um exercício que consistia em realizar
um passe picado para o fisioterapeuta (FT) enquanto estava em cima do
trampolim.
Assim, com as superfícies instáveis é possível conceber situações semelhantes
a perturbações externas, que possibilita a estimulação da musculatura que
promove o equilíbrio dinâmico da articulação, influenciando a estabilidade
postural. Sabendo isto, foram realizados percursos instáveis, com vários
materiais que causam desequilíbrios, (Moreira & Antunes, 2008; Kisner &
Colby, 2012).
As progressões dos exercícios propriocetivos assentam, por exemplo, de
bipodal para unipodal, de olhos abertos para olhos fechados, e, além disto os
exercícios devem envolver movimentos em diferentes superfícies, de
superfícies estáveis para superfícies instáveis, e diferentes estímulos
sensoriais, (Kisner & Colby, 2012). Antes de mais é fundamental que o utente
consiga manter a ativação dos músculos estabilizadores posturais, pois, caso
contrário, nenhum exercício de carácter progressivo deve ser realizado, (Kisner
& Colby, 2012).
O treino propriocetivo para o MI é eleito de extrema importância, pois tem como
objetivo o aumento da estabilidade articular, controlo postural, cinestesia da
articulação e redução do tempo de ativação dos músculos, e
consequentemente evita a ocorrência de novas lesões e a recorrência das
mesmas. Isto é conseguido, com o mecanismo de feedback aferente, que
aumenta o equilíbrio e o controlo postural dos músculos que envolvem as
articulações. Simultaneamente, ocorre fortalecimento muscular,
nomeadamente dos músculos peronial longo, peronial curto e tibial anterior,
que se associa a menor sensação de instabilidade articular. Também permite
um restauro das estruturas danificadas e uma resposta mais rápida do sistema
nervoso central aos estímulos que está a receber, (Nam, Kim, & Lee, 2018;
Mattacola & Dwyer, 2002).
Além disto, Moreira e Antunes (2008), relatam ainda em seu estudo de revisão
bibliográfica que o treino propriocetivo deve ser mantido, pois é,

21
provavelmente, a medida mais importante na redução do risco de recorrência
das entorses.
Como principais medidas que visam a prevenção destacam-se: treino
propriocetivo e fortalecimento muscular, (Moreira & Antunes, 2008). A
prevenção deve estar presente em qualquer indivíduo, atribuindo maior ênfase
em atletas, pois esta é essencial para uma boa performance e prática
desportiva.
Assim sendo, torna-se essencial o apelo ao utente à manutenção de exercícios
propriocetivos, realizados todas as sessões. Para tal, foi realizada uma
aprendizagem autónoma na decisão dos exercícios mais apropriados, de forma
a integrar o utente de forma ativa na sua recuperação, mantendo-o motivado.
Outro incentivo, foi o retorno à prática de atividade. Para tal foi proposto a
realização de alguns exercícios específicos e adequados ao atleta.
Acrescentou-se, também, exercícios globais de flexibilidade.
Após a realização dos exercícios, é importante promover o relaxamento
muscular e o aumento da flexibilidade muscular através de exercícios de
alongamento, (Kisner & Colby, 2012). Estes foram realizados para os membros
inferiores, com o objetivo de alongar a cadeia anterior e posterior.
Esta evolução pode ser explicada pela aplicação do turbilhão, visto que a
imersão provoca um aumento do retorno venoso e linfático. Também há um
aumento do fluxo sanguíneo para os músculos, melhorando o aporte de
oxigénio e nutrientes e a remoção de produtos catabólicos, (Branco, 2006).
Como complemento, a mobilização dos tecidos moles e a mobilização
fisiológica e acessória potenciam a eliminação dos produtos da inflamação e
diminuição do edema, e na diminuição da dor pela teoria do portão da dor,
(Cassar, 2001). Por outro lado, a mobilização dos tecidos moles incita o
relaxamento musculo-tendinoso, a facilitação da drenagem, a mobilização dos
fluidos intersticiais e a progressiva vasodilatação com consequente libertação
de substâncias vasoativas que geram uma hiperémia reativa. Esta atua
também ao nível da dor, aumentando o limiar de captação da mensagem
nociceptiva por parte das terminações livres e outros recetores e estimulando o
sistema opioide endógeno que e termina um bloqueio medular da dor devido à
priorização da via rápida (fibras mielinizadas de grande calibre) desenvolvendo-

22
se o conceito de teoria da comporta, (Cassar, 2001). A terapia ultrassónica,
promove um aumento do fluxo sanguíneo, relaxamento muscular, maior
permeabilidade das membranas, maior capacidade regenerativa dos tecidos,
redução da rigidez articular e atua no alívio da dor, (Kolber, 2012).
A Massagem transversal às fibras dos ligamentos permite bloquear a formação
de tecido cicatricial fibroso e alinhamento correto do colagénio que pode ser
estimulado com uma carga tensiva, lenta e progressivamente, e alinhada com
as sobrecargas normais do ligamento e assim evitar a criação de aderências
entre as várias fibrilas, e consequentemente ajuda a otimizar a qualidade do
tecido cicatricial, (Cyriax, 1984). Por outro lado, a estimulação dos
mecanorreceptores, produz uma quantidade de impulsos aferentes que
estimulam uma analgesia temporária e estabilização do fluxo de metabólitos
com a estimulação da hiperemia local, (Rodrigues E. , 2015).
É também de notar o aumento do controlo neuromuscular, bem como um
aumento da força e resistência à fadiga dos músculos. Estas alterações
surgem como consequência da realização de exercícios de fortalecimento
contribuindo assim para aumento de força. Isto irá repercutir-se num melhor
desempenho na realização das atividades funcionais e, consequentemente,
numa melhor qualidade de vida e prática desportiva, (Kisner & Colby, 2012).
As principais limitações do estudo centraram-se, sobretudo na falta de dados
concretos para avaliação da força muscular dos peroniais, devido ao facto de o
TMMser subjetivo, a falta de avaliação do tempo de reação dos peroniais e a
falta dos dados da goniometria passiva.

Conclusão
Com esta ficha clínica, focada e individualizada, conclui-se que a intervenção
em Fisioterapia é fundamental não só na recuperação funcional como na
prevenção de novas recidivas da lesão. Através da abordagem terapêutica
descrita obtiveram-se resultados positivos no que diz respeito ao alívio dos
sintomas, das amplitudes articulares da tibiotársica esquerda, aumento da força
dos grupos musculares que sustentam esta articulação assim como melhorias
na estabilidade desta e na funcionalidade da marcha. Em termos gerais obteve-
se uma evolução gradual e positiva da condição clínica do utente.

23
No dia 3 julho de 2018, a utente foi à consulta com o fisiatra e teve alta. Neste
momento o utente está preparado e é capaz de continuar o seu plano
individual.
Com a evolução do quadro clínico, a literatura defende a continuidade de
exercícios relacionados com a prática desportiva.

24
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25
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26
Anexos

Anexo I – Consentimento Informado

27
Anexo II – END+EVA

28
Anexo III - CIF e CIF-CJ

29
Anexo IV - FAOS

30
31
32
33
Anexo V – Body Chart

Figura 1 - Boby Chart

34
Anexo VI – FAOS  M0

35
36
37
38
Anexo VII – FAOS M1

39
40
41
42
Anexo VIII – Avaliação

Valores
MO M1
Referência
American
Association
Goniometria Membro Membro Membro Membro
of
inferior inferior inferior inferior
Orthopaedic
direito esquerdo direito esquerdo
Surgeons
(AAOS)

Articulação da tibiotársica
Flexão dorsal 20º 16º 20º 20º 18º

Flexão plantar 45º 20º 50º 50º 35º

Inversão 30º 13º 35º 30º 24º

Eversão 10º 6º 15º 10º 10º

Articulação do joelho
Flexão 125º 120º 135º 125º 120º

Extensão 5º 5º 10º 5º 5º
Tabela 1 - Goniometria

Nota: Utilizou-se um goniómetro universal. Limitações de amplitude devido à dor nos


ligamentos lesados. Estes valores correspondem à media de três medições.

MO M1
Membro Membro Diferença Membro Membro Diferença
Perimetria
Inferior inferior entre Inferior inferior entre
direito esquerdo membros direito esquerdo membros
15 cm
acima do
bordo 53 cm 52 cm - 1cm 53 cm 52,5 cm - 0,5 cm
superior
da rótula
10 cm 46 cm 45 cm - 1 cm 46 cm 45 cm - 1 cm

43
acima do
bordo
superior
da rótula
5 cm
acima do
bordo 41 cm 41 cm 0 cm 40, 5 cm 40,5 cm 0 cm
superior
da rótula
Bordo
superior 38,5 cm 38 cm - 0,5 cm 38,5 cm 38 cm - 0,5 cm
da rótula
Bordo
inferior da 36,5 cm 36,5 cm 0 cm 36,5 cm 36,5 cm 0 cm
rótula
5 cm
abaixo do
bordo 34 cm 34 cm 0 cm 34 cm 34 cm 0 cm
inferior da
rótula
10 cm
abaixo do
bordo 35,5 cm 35 cm - 0,5 cm 35,5 cm 36 cm + 1 cm
inferior da
rótula
15 cm
abaixo do
bordo 35,5 cm 35 cm - 0,5 cm 36 cm 35,3 cm - 0,7cm
inferior da
rótula
Acima dos
22 cm 22,5 cm - 0,5 cm 22,4 cm 22,5 cm + 0,1 cm
maléolos

44
Entre
25 cm 26 cm + 1 cm 25 cm 25,5 cm + 0,5 cm
maléolos
Abaixo
dos 27 cm 29, 5 cm + 2,5 cm 27 cm 27,1 cm +0,1 cm
maléolos
Tabela 2 - Perimetria

Nota: Utilizou-se uma fita métrica. Estes valores correspondem à media de três
medições.

MO M1

Teste Membro Membro inferior


Membro Membro

muscular Inferior direito esquerdo


Inferior inferior
direito esquerdo
Articulação da tibiotársica
4  (4/10 5 4
Tibial anterior 5
END+EVA)
4  (4/10 5 4
Peronial anterior 5
END+EVA)
4  (4/10 5 4
Peronial posterior 5
END+EVA)
4+ (falta de 5 5
Gastrocnémios 5 equilíbrio e
proprioceção)
Articulação do joelho
Quadricípite 5 5 5 5
Isquiotibiais 5 4 5 5
Tabela 3 - Teste muscular

M1
CIF e CIF-CJ MO

Domínios Código Código


Função do Dor localizada no b28015.2 b28015.0

45
corpo membro inferior
Função
b260.2 b260.1
propriocetiva
Mobilidade de
uma única b7100.2 b7100.0
articulação
Estabilidade de
uma única b7150.2 b7150.0
articulação
Funções da força
b7300.1 b7300.0
muscular
Estrutura do
s75021.192 s75021.092
tornozelo e pé
Estruturas do
Ligamentos e
corpo
fáscia do s75023.292 s75023.102
tornozelo e do pé
Andar distâncias
longas (mais que d4500.2 b280.3 d4500.0 b280.0
10 minutos)
Andar sobre
Atividades e d4502.2 b280.1 d4502.0 b280.0
planos inclinados
participação
Deslocar-se
subir/descer d4551.1 b280.1 d4551.0 b280.0
escadas
Correr d4552.1 b280.2 d4552.0 b280.0

Família próxima e310+4

Fatores amigos e320+4

ambientais treinador e330+4

professores e330+4

46
profissionais de
e355+4
saúde
Tabela 4 – CIF e CIF-CJ

FAOS MO M1
(Foot and Ankle Outcome Score)
Sintomas 60/100 85/100

Rigidez 25/100 100/100

Dor 56/100 75/100

Funcionalidade, vida diária 74/100 93/100

Funcionalidade, desporto e
80/100 75/100
atividades de lazer

Qualidade de vida 19/100 63/100

Tabela 5 - FAOS

MO M1
SEBT Membro Membro Membro Membro
(Star Excursion Balance Test)
esquerdo direito esquerdo direito

Anterior 62 cm 63 cm 70 cm 65 cm

Ântero-lateral 56 cm 64 cm 64,8 cm 71 cm

Lateral 54, 6 cm 69 cm 56,5 cm 78 cm

Póstero-lateral 64 cm 69 cm 70 cm 74,2 cm

Posterior 63 cm 65,5 cm 73,9 cm 73 cm

Póstero-medial 57 cm 60,5 cm 71 cm 68 cm

Medial 45,7 cm 49 cm 73 cm 60 cm

Ântero-medial 55 cm 57 cm 72,8 cm 60 cm

Tabela 6 - SEBT

47
Anexo IX – Plano de intervenção

Objetivos Procedimentos Estratégias Recursos

Diminuir a dor 1/10 Turbilhão Posicionamento do utente: sentado numa cadeira com o pé Tanque com água fria;
END+EVA por semana mergulhado no turbilhão, com água fria. Cadeira;
e avaliar ao fim de 5 Toalha.
Tempo de aplicação: 20 minutos.
semanas;
(Branco, 2006)
Diminuir os sinais
inflamatórios avaliar ao
fim de 5 semanas.

Promover a Ultrassom Posicionamento do utente: Deitado em DD sobre a marquesa com Almofada;


cicatrização tecidular (US) um rolo debaixo do cavado poplíteo. Realizar ultrassom na região Rolo;
avaliar ao fim de 5 perimaleolar, tornozelo esquerdo. Aparelho dos US;
semanas. Tempo de aplicação: Ultrassom com uma ERA de 1 cm2, uma Rolo de papel;
frequência de 3 MHz e uma intensidade de 1,0 W/cm2, pulsátil, Gel.
durante 4 minutos.

(Kolber, 2012)

48
Diminuir a dor 1/10 Massagem Posicionamento do utente: Deitado em DD sobre a marquesa com Almofada;
END+EVA por semana transversal um rolo debaixo do cavado poplíteo. Rolo.
e avaliar ao fim de 5 profunda Tempo de aplicação: 10 minutos após analgesia, em dias
semanas; (MTP) às fibras alternados.
Promover a dos ligamentos
(Rodrigues F. L., 2009; Cyriax, 1984; Kisner & Colby, 2012)
cicatrização tecidular lesados.
avaliar ao fim de 5
semanas;

Diminuir os sinais Mobilização Posicionamento do utente: decúbito lateral com uma almofada Creme;
inflamatórios avaliar ao dos tecidos quadrada para apoiar o membro esquerdo. Almofada;
fim de 5 semanas; moles Realizar as técnicas de effleurage superficial e profunda (mão após Almofada quadrada.
mão, e região tenar e hipotenar) na região ligamentar, no maléolo
lateral, dedos e fáscia plantar, progredindo para o tendão de Aquiles
e ventre muscular dos gastrocnémios, tibial anterior e posterior e
peroniais.
Tempo de aplicação: 10 minutos. (Cassar, 2001)

Aumentar as Mobilização Mobilização fisiológica de flexão plantar, flexão dorsal eversão e Almofada;
amplitudes articulares articular inversão. Cunha.
nos movimentos de passiva: Mobilização acessória grau II das articulações superior do
49
flexão dorsal, eversão e -Fisiológica tornozelo e subtalar.
inversão e avaliar ao -Acessória
fim de 5 semanas.
• AP da articulação superior do tornozelo (aumentar flexão
dorsal)

Posicionamento do utente: DD com a perna apoiada na marquesa


e o calcanhar no bordo da mesma.

Posicionamento do FT: Estabilizar a perna do paciente com uma


mão e a outra mão sobre o tálus, próximo à região distal da
articulação. Com os dedos e polegar, envolver o pé para manter o
tornozelo na posição de repouso. Aplicar uma força de direção
caudal. Deslizar o tálus posteriormente em relação à tíbia,
empurrando contra o tálus (Maitland, 2005).

• PA da articulação superior do tornozelo (aumentar a flexão


plantar)

Posicionamento do utente: DV com o pé no bordo da marquesa.

Posicionamento do FT: Posiciona-se no final da marquesa com


uma mão no dorso do pé e outra mão distalmente à articulação da
face posterior do tálus e do calcâneo.

50
Empurrar contra o calcâneo no sentido anterior em relação à tíbia.

• Transverso lateral da articulação subtalar (aumentar inversão)

Posicionamento do utente: Decúbito ventral, com a perna apoiada


na marquesa.

Posicionamento do FT: Alinhar o seu ombro e braço paralelamente


à base do pé. Estabilizar o tálus com uma mão e com a outra no
calcâneo medialmente, para causar um deslize lateral. Envolver os
dedos ao redor da superfície plantar. Aplicar uma força na direção
caudal, depois empurrar com a base da mão, contra o lado do
calcâneo, paralelamente à superfície plantar do calcanhar Fonte
especificada inválida. (Maitland, 2005).

Tempo de aplicação: Oscilações rítmicas de grande amplitude


dentro da amplitude de movimento, sem alcançar o limite: 1
oscilação a cada 2 segundos, 2 mobilizações por sessão, 15
segundos de duração para cada mobilização - sessões diárias
(Maitland, 2005).

51
Promover o aumento Treino Posição do utente: Em pé e realizar o SEBT. Bosu;
da capacidade propriocetivo Tempo de aplicação: 3 séries de 10 repetições, com 1 minuto de Cones;
propriocetiva na descanso entre séries. Colchões;
articulação da
(Kisner & Colby, 2012)
tibiotársica esquerda e Bolas;
avaliar ao fim de 5 Posição do utente: Com recurso a um bosu e com os dois Trampolim;
semanas com o SEBT; membros inferiores colocados de forma paralela,
realizar Tábua de freeman.
Aumentar a força agachamentos, com objetivo de manter a estabilidade dinâmica, com
muscular, 1 em grau, contração excêntrica.
gastrocnémios, Tempo de aplicação: 3 séries com 15 repetições com 1 minutos de
quadricípete e descanso entre séries.
isquiotibiais e avaliar ao
(Kisner & Colby, 2012)
fim de 5 semanas com
o teste muscular; Posição do utente: Com recurso a um buso, com um membro sobre
este e o outro membro apoiado no chão, ligeiramente afastado,
realizar lunge, com objetivo de manter a estabilidade dinâmica, com
contração excêntrica.

Tempo de aplicação: 3 séries com 15 repetições, para cada


membro, com 1 minutos de descanso entre séries.

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Posição do utente: Em pé, com recurso a cones, colchões em
planos instáveis, trampolim, e outros materiais que provoquem
desequilíbrios, realizar um percurso com uma bola de basquetebol
na mão.

Tempo de aplicação: realizar o percurso 3 vezes.

(Kisner & Colby, 2012)

Posição do utente: Em pé, em cima de um trampolim deve agarrar


e lançar a bola para o terapeuta. O terapeuta tenta criar
desequilíbrios lançando a bola com orientações diferentes.

Tempo de aplicação: 3 séries de 1 minuto e com 15 segundos de


repouso, (Kisner & Colby, 2012).

Alongar a cadeia Alongamento Posição do utente: DV. O FT, deve estabilizar a pélvis com pressão Almofada.
posterior e anterior do para baixo na região glútea; segurar a face anterior da tíbia e o
promovendo maior quadricípite joelho, realizando a flexão do joelho e extensão da anca.
flexibilidade. Tempo de aplicação: 2 ciclos de alongamentos de 30 segundos
estáticos, com 15 segundos de descanso.

(Kisner & Colby, 2012)

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Alongamento Posição do utente: DD. O FT realiza flexão da coxofemoral com a Almofada.
dos extensão do joelho e flexão dorsal da tibiotársica.
isquiotibiais e Tempo de aplicação: 2 ciclos de alongamentos de 30 segundos
gastrocnémios estáticos, com 15 segundos de descanso.

(Kisner & Colby, 2012)

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Educação do paciente, Ensino de Foi aconselhado ao utente realizar:
com exercícios para exercícios
realizar em casa nos adequados
• SEBT, uma vez que tinha espaço para fazer em casa.
dias que não tem para serem
fisioterapia. realizados em Tempo de aplicação: 3 séries de 10 repetições, com 1 minuto de
casa. descanso entre séries.

• Exercícios de fortalecimento da cadeia anterior e posterior da


perna.

Primeiro exercício:

Posição do utente: Com as pernas estendidas numa superfície


plana, ou diretamente no chão. De seguida, é pedido ao individuo
que levante o calcanhar.

Progressão: usar uma mochila com algum peso.

Tempo de aplicação: 3 séries de 10 repetições, com 1 minuto de


descanso entre séries.

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Segundo exercício:

Posição do utente: Permaneça em pé com as costas apoiadas


numa parede. Realize agachamentos, mas deve ter em atenção a
flexão exacerbada do joelho, sendo que este não deverá
ultrapassar o ponta do pé.

Deverá ainda associar a respiração: inspire ‘’enche o peito com


ar’’ quando desce e expire ‘’deite o ar todo fora’’ quando sobe.

Tempo de aplicação: 3 séries de 10 repetições, com 1 minuto de


descanso entre séries.

• Exercícios de alongamento

Gastrocnémios, quadricípite e psoas-ilíaco (em desportos de salto e


em que assumem posições de encurtamento da cadeia anterior é
importante o seu alongamento)

Alongamento dos gastrocnémios:

Posição inicial: Em pé com e apoiado numa parece com uma perna


dobrada e a perna de trás esticada, coloque o pé da perna de trás
firme no chão. Depois deverá inclinar o tronco lentamente para a

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frente e deverá sentir um desconforto na região posterior da perna.

Tempo de aplicação: 2 ciclos de 30 segundos.

Alongamento dos Isquiotibiais:

Posição do utente: Em pé deverá levar o queixo ao peito e tentar


chegar com as mãos ao chão o máximo possível (deve sentir um
desconforto nas costas e joelhos). Associe a respiração, sempre de
leva as mãos em direção ao chão expire e inspire quando voltar à
posição inicial.

Tempo de aplicação: 2 ciclos de 30 segundos.

Alongamento do quadricípite:

Posição do utente: Em pé com os pés alinhados com os ombros e


as mãos ao longo do tronco. Dobre um joelho, elevando o pé em
direção às nádegas e, segure no tornozelo, nesta posição puxe
suavemente em direção às mesmas para aumentar o alongamento.
Permaneça nessa posição por um momento, em seguida retorne à
posição inicial. Deverá sentir um desconforto na região anterior da
coxa.

Tempo de aplicação: 2 ciclos de 30 segundos.

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Alongamento do psoas-ilíaco:

Posição inicial: Na “posição de cavaleiro” com o membro a alongar


bem apoiado e para trás. Deve manter o tronco o mais estável na
realização deste alongamento. O outro membro permanece à frente
com o joelho dobrado. Para aumentar o alongamento, avance o
joelho da frente em direção ao pé.

Tempo de aplicação: 2 ciclos de 30 segundos.

• Caminhadas, de meia hora, sem que haja o aparecimento da


dor.

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