1. Introdução
Sobre a realidade de “Recursos Humanos”, Lucena (1995) afirma que o profissional desta
área pode se limitar a alguns afazeres como o Planejamento de Recursos Humanos (nos seus
aspectos técnicos, quantitativos e qualitativos), o levantamento de necessidade de pessoal em curto
prazo (criando algumas alternativas para atender a essas necessidades). Mas esta é uma ‘visão
incompleta’ e não vem melhorar os resultados a médio e longo prazos na organização. Ela ainda
alerta que a atividade desta área não se restringe “a aparente simplicidade de manter os que
apresentam bom desempenho, treinar ou substituir os que não correspondem e buscar no mercado
o que está faltando (p.16)”.
Assim a realidade atual exige que cada administrador - seja ele um diretor, gerente, chefe ou
supervisor – deve estar apto a desempenhar as quatro funções administrativas que constituem o
processo administrativo, a saber: planejar, organizar, dirigir e controlar (Chiavenato, 2005, p13).
Gestão
de
Pessoas
É com base nestes processos que se desenvolverá a Política de Gestão de Pessoas do HU,
entendendo-se que esta “trata com e de pessoas”, tendo um componente legal e institucional,
pautado em leis e normas, de caráter objetivo, mas também um componente subjetivo,
considerando-se as relações interpessoais, baseadas em sensações e percepções (MALIK,
1998). O objeto da gestão de pessoas são as pessoas e suas relações na organização.
A Política de gestão de pessoas do HU/UFSC visa à valorização pessoal e
profissional, que refletirão na valorização institucional, garantindo, desta forma, a missão da
instituição de “preservar e manter a vida, promovendo a saúde, formando
profissionais, produzindo e socializando conhecimentos, com ética e
responsabilidade social”.
“Recrutamento significa, teoricamente, buscar o trabalhador ideal, esteja ele onde estiver, e
interessá-lo em tornar-se um membro da organização”.
2.1.2 SELEÇÃO
“Seleção é o processo de escolher o melhor candidato para o cargo” (Cenzo & Robbins,
1996, p.157). Para Chiavenato (2005), “a seleção de pessoas funciona como uma espécie de filtro
que permite que apenas algumas pessoas possam ingressar na organização: aquelas que
apresentam características desejadas pela organização”. p.130
4. A área de Capacitação da DAP é responsável pela seleção dos novos trabalhadores, porém
não existe ainda um processo padronizado de seleção; DEFINIR O PROCESSO DE
SELEÇÃO – COMO SERÁ FEITO E COORDENADO.
Dificuldades levantadas:
Ainda não existir uma linguagem única nas diferentes etapas do processo, por vezes
dificultando e atrasando bem como passando uma imagem distorcida da instituição para
o novo trabalhador;
Adaptar a estrutura da DAP para realmente desenvolver suas funções como uma
extensão do órgão maior de gestão de pessoal da UFSC, inclusive com uma
representatividade garantida em todas as reuniões de planejamento relativas à
pessoal;
A DAP trabalhar com relatórios gerenciais incluindo um mapa mensal atualizado das
baixas de pessoal com quantitativos reais;
Criar um programa introdutório que inclua a apresentação da direção do HU, da DAP
com uma explanação dos direitos e deveres do novo servidor, uma apresentação de
um vídeo institucional (conforme sugestão), e com a participação das chefias das
áreas afetas para garantir a orientação e conscientização da importância das tarefas
na atividade-fim do Hospital, o que certamente reverterá numa melhor qualidade no
atendimento aos pacientes, como também para o novo servidor em termos de
segurança e qualidade no trabalho;
E ainda nos casos de afastamentos, que a Junta Médica possa contar com o apoio da
Psiquiatria, conforme sugestão da Chefia da DAP;
P.S. Informar como acontece o acompanhamento do trabalhador Fapeu, com relação aos atestados
médicos, apoio psicológico, junta médica, psiquiatria, etc.
As empresas precisam promover a socialização dos novos funcionários, o que pode acontecer
através de vários programas de integração:
1) formal ou informal: formal é com programas específicos de integração e orientação. Informal
coloca o funcionário imediatamente em seu cargo com pouca ou nenhuma atenção;
2) individual ou coletivo: os membros podem ser socializados individualmente ou em grupo,
mas a socialização é processada de maneira idêntica como, por exemplo, no serviço militar;
3) uniforme ou variável: o programa uniforme estabelece estágios padrões de transição da
etapa inicial de entrante para etapa de funcionário. O variável não prevê nenhum programa
de integração;
4) seriado ou randômico: a socialização seriada utiliza papéis que treinam e encorajam como
nos programas de aprendizagem e tutoração. A randômica não utiliza papéis e os novos
funcionários atuam por conta própria;
5) reforço ou eliminação: a socialização por reforço confirma e apóia certas qualidades e
qualificações do novo funcionário para o sucesso no cargo. A socialização por eliminação
elimina ou neutraliza certas características indesejáveis do recruta para adaptá-lo ao papel a
ser desempenhado.
A manutenção
Após o indivíduo ser recrutado, selecionado, socializado, aceito e ter começado a trabalhar
na organização, por uma série de motivos – entre os quais os custos mencionados anteriormente –
passam a ser necessário mantê-lo dentro dela. O conceito de manutenção (para equipamentos,
trata-se de tê-los em condições adequadas de funcionamento o maior tempo possível, tanto a partir
da disponibilidade de insumos básicos e de peças de reposição quanto da observação de suas
condições de operação) valoriza o contrato psicológico, que começa a assumir a forma de um
contrato mais objetivo, mediado por relações de trabalho.
Contrato pode ser definido como um instrumento por meio do qual diferentes partes afirmam
formalmente suas vontades, direitos e obrigações. O contrato de trabalho corresponde a essa
definição, embora deixe muitas entrelinhas para serem preenchidas. Na verdade, a manutenção do
trabalhador em qualquer organização depende de uma equação, em que um dos lados corresponde
àquilo que o trabalhador acredita estar oferecendo à organização (a) e o outro, àquilo que ele
percebe estar recebendo dela (b). Continuando o raciocínio matemático, a equação só será válida
se b for percebido como maior ou igual a a. No momento em que parecer ao trabalhador que ele
oferece à organização mais do que dela recebe, ou ele se retira dela ou deixará de ser um
trabalhador interessado em permanecer na organização. Com freqüência, a segunda situação é
ainda mais grave, pois sua permanência nessas condições não abre vaga, desperdiça os recursos
da organização e eventualmente mina as condições psicológicas de trabalho dos demais colegas.
Essa situação costuma ser citada como lugar-comum no setor público – municipal, estadual ou
federal –, em que as pessoas podem ter interesse em se manter na organização devido às
vantagens percebidas (ou dificuldades de obter colocação fora), mas sem a intenção de colaborar
com ela.
Entre as condições de operação (condições que a organização oferece para o trabalhador)
há aquilo que os teóricos da motivação chamam de “fatores higiênicos do trabalho”. Entre esses
fatores, encontram-se os aspectos salários e benefícios, mas há uma série de outras variáveis a
considerar: tipo de tarefa, tipo de chefia e/ou condições físicas de acesso e até de trabalho (como
calor ou frio excessivo, nível de ruído, etc.). Por vezes, as pessoas procuram trabalho no setor
público não para servir o público, mas em busca de benefícios considerados como importantes.
A realidade dos últimos anos do século aponta para um cenário em que se fala do final dos
empregos formais e da extinção da lealdade eterna à organização. Verificam-se relações
passageiras, lealdades efêmeras e a valorização das oportunidades conjunturais. Esse cenário está
ocupando um lugar importante na fantasia dos funcionários de qualquer organização.
5.1 O TREINAMENTO
Existem vários termos que nomeiam esse treinamento, são eles: introdução, orientação,
integração ou indução. Para Boog o treinamento de integração se refere “ (...) a um conjunto de
práticas (reuniões, projeção de filmes ou slides, visita às instalações da empresa, etc. ) mais ou
menos regulares e semelhantes de empresa a empresa” (1980, p.273).
O programa de treinamento integracional objetiva a ambientação do novo funcionário à
empresa, atuando no sentido de “familiarizar” e “ajustar” o novo funcionário à empresa , bem como
ao seu processo de funcionamento, através da facilitação do primeiro contato com a empresa,
fazendo com que este novo funcionário “vista a camisa” da empresa, informando-o e sensibilizando-
o.
Para Chiavenato (1986, p.512) o treinamento de integração deve conter informações
relativas: 1. à empresa (como história, desenvolvimento e organização); 2. ao produto ou serviço; 3.
aos direitos e deveres do pessoal; 4. aos termos do contrato de trabalho; 5. às atividades sociais de
empregados (benefícios e serviços); 6. às normas e regulamentos internos; 7. às noções sobre a
proteção e segurança do trabalho; 8. ao cargo a ocupar (natureza do trabalho, horários, salários,
oportunidades de promoção); 9. ao supervisor do novo empregado (apresentação); 10. às relações
do cargo com outros cargos; e, 11. à descrição detalhada do cargo. Sendo, realizado isto, no intuito
promover a inserção correta do funcionário e permitindo vantagens, como redução do turn-over,
clarificação de informações ao empregado, entre outras.
Crítica ao treinamento
Porém, quanto ao uso supervalorizado dos treinamentos, sabe-se que não basta apenas
realizá-los, mas preparar os indivíduos para as mudanças que ocorrem dia-a-dia nas organizações,
colocando-os numa compreensão de que as coisas transformam-se, preparando-os para as
escolhas e para que eles se defrontem com o novo, visto que a inconstância parece ser a constante
dos dias de hoje.
PERSPECTIVAS DE AÇÕES
Proporcionar, além de cursos de caráter geral, cursos que abordem conteúdos que estejam
relacionados diretamente com as atribuições de cada cargo presentes no quadro de pessoal do
Hospital Universitário.
Reestruturar a Divisão Auxiliar de Pessoal (DAP), bem como, priorizar a capacitação dos
servidores lotados nesta Divisão;
Desenvolver um processo de análise buscando uma maior satisfação possível dos servidores em
relação ao seu local de trabalho.
Realizar pesquisa para conhecer o nível de satisfação dos servidores em seus locais de
trabalho;
Criar mecanismos para o remanejamento dos servidores no âmbito do HU, buscando aproveitar
as competências de cada um.
Propor grupos de estudos para avaliar o processo de trabalho, dos diferentes setores do HU,
afim de propor ações que dinamizem e ou aperfeiçoem as atividades desenvolvidas.
Criar espaços de promoção e divulgação do potencial artístico e cultural dos servidores técnico-
administrativos do HU.
Investir na capacitação dos servidores em estágio probatório, com base nos resultados obtidos
por meio dos instrumentos utilizados para avaliar o desempenho destes servidores.
7.2 AVALIAÇÃO
O que é? É um processo que deve ser continuo e permanente, com o objetivo de possibilitar
mudanças, reordenar práticas, identificar potencialidade e fragilidades, respeitando os valores e
cultura institucional. Para gerar mudanças efetivas, deve ser participativo. Deve incluir indicadores
objetivos e subjetivos, permitindo uma análise mais global e contextualizada.
O que avaliar?
- Instituição – interna e externamente
- Os serviços
- Os trabalhadores
O que se avalia?
- Na instituição e serviços: efetividade, eficácia, eficiência, equidade, qualidade técnico-científica,
acessibilidade, adequação, aceitação (texto Uchimura e Bosi).
- Nos trabalhadores: habilidade específicas profissionais, habilidades relacionais, habilidades de
gestão e integração à instituição.
Como se avalia?
- Com participação;
- com indicadores definidos;
- com ampla divulgação entre os envolvidos;
- com garantia da devolutiva do processo de avaliação.
Porque se avalia?
Para possibilitar mudanças institucionais e dos profissionais, conhecer a realidade, reordenar
práticas e processos, aprimoramento profissional e institucional.
Para valorização institucional e profissional.
Quem avalia?
- Instituição: - internamente: trabalhadores da instituição (gestores/profissionais) e no caso da UFSC,
também os discentes.
- externamente: parceiros, comunidade, órgãos externos (ex. outras universidades,
representantes do ministério da educação).
- Serviços/unidades acadêmicas: também internamente e externamente, da mesma forma que a
instituição.
- Trabalhadores: outros trabalhadores e chefias superiores.
Formas de Recrutar
Ao invés de chamar de técnicas de recrutamento optou-se por chamar este tópico por
‘formas de recrutar’ por cada profissional escolher a técnica que melhor se adequar às condições de
sua função na empresa, as características da própria empresa a ser trabalhada e as possibilidades
de recrutamento; que pode ser: interno ou externo (por recomendação, por pessoal dispensado,
através de agências, convênios com escolas e outras instituições ou entidades, pela veiculação de
anúncios, entre outros).
Recrutamento interno
O recrutamento interno para Gil (1994) é aquele realizado dentro da empresa, que pode ser
por recomendação interna de algum supervisor. A vantagem desse procedimento está no fato da
empresa já conhecer o indivíduo e seu modo de trabalho; e seria uma boa opção para a
demonstração do apoio da organização no funcionário, utilizando desse método para motivação do
empregado, mostrando a possibilidade de promoção dentro da empresa. Segundo Pontes (1988),
esta deveria ser a primeira opção no processo de recrutamento, “a não ser que se trate de cargos
iniciais de carreira, como Ajudante Geral, Contínuo, Estagiário, etc, (...) caso não haja internamente
nenhum candidato com potencial, é que se deve recorrer às fontes externas”, fazendo parte de uma
política de valorização dos Recursos Humanos existente numa organização (p. 56).
Recrutamento externo
-
DEFINIÇÃO DE CARGO
Chiaveneto (2005, p.191) citando Edwards Deming, o guru dos métodos estatísticos de
qualidade, do alto da sua experiência, notou que 80% dos gerentes americanos não conseguem
responder com confiança a três simples perguntas:
1. Qual é o meu trabalho?
2. O que realmente importa nele?
3. Como o estou desempenhando?
Sugestões:
1. Gostaríamos de sugerir uma verificação de como estão as nossas chefias imediatas com
relação a estes questionamentos?
2. E em relação aos cargos/função: existe total conhecimento das funções pelos próprios
servidores?
REFERÊNCIAS
FIALHO, F. & SANTOS, N. Manual de Análise Ergonômica no Trabalho. Curitiba: Gênesis, 1997.
MALIK, A.M. et al. Gestão de recursos humanos. In: Cidadania & Saúde: para gestores municipais
de serviços de saúde. USP. São Paulo,1988.
http://www.epsjv.fiocruz.br/v2005/boletim_bibliografico/textoscompletos/volume09.pdf. Acesso em
21agos.2007.