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A consolidação da República: rebeliões de ordem e progresso – Prof. Dr.

Elio Chaves
Flores (UFPB)

A cultura Política da coisa pública

O objetivo do artigo é procurar analisar não somente o processo histórico que se


desenrolou na difícil conjuntura política entre 1889 e 1895, mas também a crítica dos
republicanos as tradição republicana. Para isso, Elio traz à tona o conceito de ‘’cultura
política’’ como um elemento para se entender a histórica do início da República. (p.49)

A conjuntura que estava estabelecida com a proclamação da República estava


desgastada em pouco tempo e acelerava a cada medida em que propaganda, opiniões e
atos atingiam princípios e pessoas.

Todavia, deve-se destacar que se ia inventando uma espécie de cultura política da coisa
pública, em oposição Às intimidades governamentais da monarquia decaída. (p.50)

A importância dada a esses modelos explicativos indica que a cultura política vai
brotando dos próprios fatos e se enraizando neles, uma vez que não há história e política
separadas das palavras, sejam elas ditas ou escritas. (p.51)

Com efeito, num primeiro momento, os propagandistas e os que participaram da


proclamação da República estavam convictos de que o mal do Brasil era mesmo a
Monarquia. Daí se esforçarem para demonstrar que a República seria o exercício do
poder em torno do bem comum, do respeito à coisa pública, vista como de todos, de
uma coletividade nacional. Os monarquistas brasileiros acreditavam na ‘’desigualdade
natural entre os homens’’ em que somente os ‘’grandes homens’’ (os proprietários) têm
as virtudes da honra e do melhoramento material e espiritual; ao passo que numa
República a igualdade política passa a ser condição para a construção da cidadania, que
nada mais é do que viver num lugar em que os interesses públicos e coletivos devem ser
sobrepor aos privados e pessoais. (p.52)

É importante ressaltar que 67 anos de regime monárquico (1822-1889) não seria tal fácil
de serem removidos com a proclamação da República, daí decorreu violentas discussões
e as disputas políticas entre os anos de 1889 e 1895.

O princípio da Espada
Nas semanas seguintes aos fatos da proclamação do novo regime surgiriam muitas
manifestações que procuravam entender as questões políticas e econômicas que o Brasil
atravessava. (p.52)

Em contraposição ao posicionamento de Aristides Lobo, onde este coloca que o povo


assistiu a chegada da República bestializada, Campos Porto, 1990, p.270, coloca que o
movimento militar revolucionário político, desde que conseguiu a deposição do governo
legalmente constituído, substituindo-o por um governo provisório, apoiado pelo exercito
e pela armada, e mais ou menos aclamado pela população.

Aqueles que estavam situados na camada da população letrada e que possuíam


interesses políticos mais imediatos, como cargos administrativos, vantagens econômicas
ou mesmo por acreditar nas mudanças, manifestavam-se pela imprensa. (p.53)

O jornal ponderava que o novo governo era tão digno de confiança quanto o antigo e
que, se mantivesse em ordem, não teria problemas para saldar os empréstimos
contraídos em Londres no decorrer da Guerra do Paraguai (1864-1870).

Com efeito, o governo provisório durou 15 meses, e suas preocupações imediatas se


deram em torno das questões federativas, especialmente com a manutenção da ordem
pública. Em setembro de 1890, foram realizadas eleições para o Congresso, que teria a
incumbência de elaborar e aprovar a primeira Constituição republicana e eleger o
mandatário da nação, daí por diante denominado de presidente da República. (p.54)

Com a Constituição promulgada em 24 de fevereiro de 1891, contendo a prerrogativa do


Habeas Corpus, tratava-se de um instrumento jurídico inexistente no período
monárquico e de vital importância para a construção da cidadania republicana. A
cláusula de pedra se tornaria um poderoso álibi para acusar qualquer opinião contrária
aos governantes de restauradora e sebastianista, expressões de significação pejorativa
para o ideário monarquista. (p.55)

A República da Espada ganhou uma conotação nada positiva acerca da participação dos
militares nos primeiros anos da República.

O militarismo na política advém não precisamente dos quartéis, mas, sobretudo das
raízes autoritárias da estrutura social, do isolamento dos agentes produtivos e da
atomização das classes sociais.
O deodorismo constitucional duraria pouco, de fevereiro a novembro de 1891. As
constantes desavenças entre a autoridade militar do Executivo e as posturas civilistas da
maioria dos congressistas evoluíram para o impasse político e a perda de legitimidade
da governança. De modo que, no decorrer dos oito meses de regime constitucional, o
marechal se sobrepôs ao presidente, com frequentes discussões e deposições de
ministros e apelos para medidas administrativas não condizentes com a República
imaginada pouco tempos antes. (p.56) No entanto, no dia 23 de novembro de 1891, a
República trocaria de presidente depois de uma grave crise institucional que se
prolongaria por mais alguns anos.

A visão dos militares mesmo após a queda de Deodoro demonstra que, eles
continuavam acreditando que a proclamação da republica foi um ato de ‘’vingança’’
após a guerra do Paraguai, já que uma elite bacharelesca com interesses próprios
comandava o Brasil e manchava o status quo militar da época.

Pode-se dizer que a tradição da República da espada, entre o cômico e o patético,


também se cristalizava para as gerações seguintes aos acontecimentos dos anos iniciais
da República. Era uma imagem galhofeira que, sob certos aspectos, ia se contrapondo à
versão oficial cuja história ‘’Se mantinha no nível da crônica e do testemunho’’ (Viotti
da Costa, 1999, p.416) (p.59-60)

A legalidade do Florianismo

A substituição de Deodoro por Floriano Peixoto apenas aumentaria a crise institucional


e o radicalismo dos grupos envolvidos que se tornaria intenso até os contornos da guerra
civil. Uma das primeiras medidas foi nomear novos presidentes dos estados, diminuindo
a influência deodorista nos meios políticos e nas máquinas estaduais.

Com a oposição florianista concedendo plenos poderes ao Executivo para combater as


revoltas e ‘’consolidar’’ o regime republicano. Floriano Peixoto institui a mão de ferro,
onde usa os poderes excepcionais para enfrentar as oposições armadas que se
alastravam no Distrito Federal e em várias unidades federativas.

O mês de abril seria ainda mais quente no termômetro da política. No dia 6, 13 generais,
nove oficiais superiores do Exército e quatro da Armada enviam carta, datada de 31 de
março, na qual pediam eleições pesidenciais. Eles reclamavam da substituição dos
administradores dos estados, da morte de inúmeros cidadãos e do ‘’estado de
desorganização geral do país’’. No mesmo dia, os signatários foram demitidos dos
cargos comissionados, reformados nas carreiras, passando para a reserva, isto é,
militares aposentados e, portanto, sem tropo para comandar. Em manifesto à nação,
datado do dia 7 de abril, o Executivo afirmava ‘’deixar, por um momento, o caminho da
tolerância benévola, que tem sido a norma’’ (Monteiro, 1986, p.55). No dia 9 de abril
surge, na imprensa oposicionista do Rio de Janeiro, a convocação para manifestação de
homenagem a Deodoro a se realizar no dia seguinte. O evento implicava, mesmo que
seus organizadores negassem uma atitude pública antiflorianista, e assim foi entendida
pelo governo, que a dissolveu como sedição contra a República. Floriano Peixoto
decreta o estado de sítio no Distrito Federal por 72 horas, tempo suficiente para a
detenção dos envolvidos e suspeitos, definindo-se suas penas nos presídios militares ou
desterro no interiro amazônico. (p.61)

Ocorreu uma alta abstenção no pleito eleitoral do Distrito Federal e que a historiografia
trata de passar como um período florianista, onde o apoio recebido por Floriano das
camadas populares, em função da alta acelerada do custo de vida. De fato, o florianismo
passou a simbolizar, para os estratos sociais médios e baixos, a luta contra os
monopólios, a especulação e os altos lucros. Os latifundiários e os grandes comerciantes
atacadistas, que controlavam a economia do país desde o Império, desconfiavam do
jacobinismo florianista, que, de certa forma, não hesitava em levar adiante a República à
revelia dos grupos parlamentares tradicionais, conservadores e liberais. (p.64)

O mês de agosto também não seria dos mais esperançosos: no dia 23, a morte de
Deodoro da Fonseca não consegue dar trégua aos descontentes; e, no, dia 27, boatos
diziam que o ministro da Fazenda, Rodrigues Alves, pedira demissão por discordâncias
com o presidente, assumindo em seu lugar o político Serzedelo Correia. Os
parlamentares discutiam se Deodoro tinha sido fundador da República, a imprensa
também divergia, e a batalha simbólica pela fundação do regime acirraria ainda mais os
ânimos, já alterados por espaços políticos e repartições públicas. (p.64)

Entre junho e setembro, as sedições explodem no Brasil meridional onde federalista


adepto do senador imperial Silveira Martins, e republicanos radicais, sob a liderança de
Júlio de Castilhos, assassinaram mutuamente num prelúdio de guerra civil. Daí por
diante, o castilhismo sulista se tornaria um dos grandes aliados políticos dos atos e da
governabilidade do florianismo.
A revolta da Armada

No início de 1893, a situação no Brasil meridional evolui para a guerra civil, com a
invasão do Rio Grande do Sul pelas tropas federalistas que se haviam exilado no
Uruguai. No Distrito Federal, a oposição dentro do próprio Executivo se torna pública.
A situação de crise política se acentua com a demissão do almirante Custódio José de
Melo do cargo de ministro da Marinha. (p.66)

A crise da Armada, um tradicional reduto de monarquistas, tornou-se mais a frente uma


das principais oposições florianista.

No dia 6 de setembro, eclode a Revolta da Armada, liderada pelo Almirante Custódio


José de Melo, foram cinco meses, entre maio e setembro de 1893, em que o velho
liberalismo perderia a primeira batalha para o jacobinismo florianista.

O congresso aprova moção de solidariedade ao Executivo, pede energia e patriotismo


das autoridades republicanas para manter ‘’a ordem constitucional’’. O senado autoriza
o presidente a decretar o estado de sítio que foi anunciado no dia 10 de setembro,
extensivo ao Distrito Federal e à cidade de Niterói, pelo prazo de dez dias. O ato previa
que, ‘’se a alteração da ordem pública exigir’’, a medida poderia ser tomada ‘’a
qualquer ponto do território da República’’. No dia 13 de setembro ocorreria o primeiro
bombardeio da cidade do Rio de Janeiro. Rui Barbosa embarca para o exílio em Buenos
Aires. As garantias individuais a liberdade de imprensa são suspensas. Reorganiza-se o
Conselho Supremo Militar e de justiça para julgar os revoltosos e guardar a ordem
pública, sob o comando do próprio presidente da República e composto por dez
militares da ativa e da reserva. (p.68)

Os últimos três meses de 1893 oscilariam entre a revolta, a legalidade e o direito


constitucional.

No mês de dezembro, a população do Rio de Janeiro toma conhecimento do manifesto


do almirante Saldanha da Gama que foi afixado em vários pontos da cidade. A imprensa
também divulga o documento, e os jornais favoráveis ao governo destacam amplamente
o seu teor monarquista.

Nos três primeiros meses de 1894, a situação dos revoltosos na baía de Guanabara
torna-se cada vez mais desgastada. O governo intensifica o discurso legalista,
empurrando os revoltosos para o campo da ilegalidade e da sedição. Impedidos de
desembarcar e de atracar nos portos começam a faltar munição e água potável nos
navios da esquadra. (p.71)

A revolução federalista

O federalismo implantado com a Constituição de 1891 deliberou aos estados as questões


da segurança pública, e cada qual organizou o seu aparelho repreensivo. Não seria
errôneo afirmar que a prática política, nas distantes regiões do país, como no Império,
continuou a ser uma questão de Estado, cujo guardião era agora o Exército, secundado
pelos aparatos estaduais. O Resultado foi a subsistência da ‘’polícia partidária’’, que já
vinha do período imperial, utilizada como instrumento habitual de ação política e
mesmo como instituição definidora do resultado eleitoral. (p.72)

Durante esse período, a situação no estado, principalmente nas regiões da campanha e


da fronteira, passa a ser de insegurança e exacerbação partidária. De um lado, os
republicanos castilhistas conspiravam em Monte Caseros, na Argentina, para retomar o
poder aliando-se aos florianismo; de outro lado, os partidários de Gaspar Silveira
Martins, os gasparistas, que, desde o Congresso de Bagé, em 31 de março de 1892, ao
fundarem o Partido Federalista, retomavam o prestígio que haviam tido no fim do
período monárquico. De novembro de 1891 até a posse definitiva de Júlio de Castilhos,
em janeiro de 1893, os decretos dos governos que sucediam apelavam por manter a
ordem pública e promover a restauração da Constituição violada. (p.73)

Nos primeiros três meses do ano de 1893, a situação somente agravaria a radicalização:
em janeiro, Júlio de Castilhos toma posse na presidência do estado, prometendo salvar a
República dos federalistas e, em fevereiro e março, ocorre a mobilização militar,
ocasião em que grupos rebeldes armados, organizados nas fronteiras do Uruguai e da
Argentina, invadem o estado para o enfrentamento com as tropas legalistas.

Os principais líderes militares da revolta são João Nunes da Silva Tavares (Joca
Tavares) e Gumercindo Saraiva, antigos próceres políticos da Monarquia e vinculados
ao Partido Liberal. A expressão civil dos revolucionários é Silveira Martins, a liderança
dos liberais no estado e que teve destacada atuação nos últimos anos da Monarquia
como senador imperial. (p.75)
Com efeito, até o fim de 1893, o avanço das tropas federalistas foi impressionante: em
outubro passam pelo planalto e serra rio-grandenses; em novembro, atravessam o rio
Pelotas, penetram em Santa Catarina e juntam-se aos revoltosos da Armada, que haviam
tomado Desterro e instituído a cidade como capital de uma república provisória até a
deposição do florianismo; no mês seguinte, avançam sobre o Paraná e instala outro
governo provisório na capital, Curitiba. O objetivo passou a ser São Paulo, e chegaram
mesmo à divisa deste na cidade de Castro, ainda em território paranaense. (p.76)

Nos últimos meses de 1893 e os três primeiros de 1894, o florianismo esteve na


iminência de sucumbir, e o castilhismo enfrentou sérios riscos de derrocada militar no
conflito regional. Entretanto o enlace dos dois movimentos, a Revolta da Armada e a
Revolução Federalista, tinha apenas um fator comum, a hostilidade ao legalismo
florianista. Logo surgiram desavenças entre o exército federalista, o governo provisório
de Desterro e as lideranças civis e militares antiflorianistas. (p.77) Além disso, a
resistência florianista no Rio de Janeiro e a aglutinação das forças federais e estaduais
nos estados sulinos em torno da salvação da República fariam, a partir de março de
1894, o fluxo das batalhas pender para o lado do legalismo, defendido com mão de ferro
por Floriano Peixoto e Júlio de Castilhos. (p.77-78)

Os eventos da Lapa fizeram recrudescer o jacobinismo florianista e o radicalismo


legalista dos castilhistas no Rio Grande do Sul. A ofensiva governista avança nos
estados sulinos depois do heroísmo singular nos muros e ruínas da Lapa: em abril a
cidade de Desterro é retomada, em maio os revoltosos abandonam Curitiba e, assim, os
estados do Paraná e Santa Catarina vão caindo em poder das tropas legalistas. Os
federalistas são perseguidos, combatidos e se dispersam em deslocamentos nem sempre
eficazes. (p.78)

A violência seria também discursiva, em que a fala não se descola da prática e se torna
mesmo sua evocação legitimadora.

O epílogo da Revolução Federalista coincide com a morte, ocorrida em 29 de junho de


1895, de Floriano Peixoto, que havia deixado o poder no fim do ano anterior com a
sucessão presidencial. Persistiam o jacobinismo florianista e os adeptos de uma
república radical, com cidadãos em armas e soldados como cidadãos em defesa da
República. No Sul, o castilhismo venceu os maragatos, e a constituição estadual, ponto
de controvérsia ideológica e política permaneceram irretocavelmente positivistas. (p.81)
Com efeito, a prática da degola, que marcou profundamente a história da Revolução
Federalista, extrapolaria a sua própria cronologia, chegando ao arraial de Canudos, no
sertão baiano. Com a pacificação regional empreendida no segundo semestre de 1895,
no governo de Campos Sales, alguns contingentes de republicanos castilhistas foram
deslocados para dar combate aos revoltosos sertanejos, liderados por Antônio
Conselheiro. (p.81)

Por fim, consolidava-se assim, uma república oligárquica com cidadania exclusiva para
os grandes proprietários, os barões do café e os coronéis, com seus vastos domínios
privados.

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