A morte é um fato que bate e bate pesado, é inevitável.
Mas a morte do outro tem algo útil
para quem fica: refletir. Pensar sobre como anda sua vida, seus atos, suas direções, suas metas, seus caminhos. Será que é ali mesmo que acaba? Será possível que acaba assim num quartinho apertadinho de madeira todo envolto em terra fria a sete palmos sob o solo? Minha vida está toda direcionada para acabar ali? Tudo o que faço, o que almejo, o que trabalho, o que amo, é para acabar ali? Ou, os que pensam um pouco melhor, pensam em “deixar algo” para alguém, seja em termos materiais ou de valores. Mas, só isso basta? Basta viver toda essa vida pra deixar algo pra outra pessoa que você nem sabe se vai querer usar o que você deixou, por mais que seja seu próprio filho? Além do mais, tudo bem, deixou (legal), e você? Foi pra onde? Acabou ali naquele mesmo quartinho apertado de madeira? (O ser humano tem mania de grandeza até pra morrer, chama aquele quartinho de caiXÃO...) A morte do outro deve te chocar, e é bom que você se choque, mas é melhor que você vá além e que esse chocar te leve a refletir sobre tudo isso tudo (e além) diante daquele ente querido cuja vida não anima mais o corpo que está diante de você. O luto é o período de dor que leva a essa reflexão. Se você pode refletir sobre isso sem a dor do luto, certamente pensará sobre a morte diferente, e – veja só – sobre a vida diferente! Na morte não se deve pensar só quando se morre alguém, e sim sempre - e nisso digo que nós católicos levamos vantagem, pois nela pensamos pelo menos 53 vezes ao dia quando dizemos “agora e na hora da nossa morte, amém”. Há quem ignore haver Deus, há quem ignore haver Nossa Senhora junto de Deus. Eu vivo pensando neles, pensando em que estejam junto de mim agora – para que eu encaminhe minha vida para junto deles - e na hora da minha morte – para que me recebam no céu onde estão e vivem eternamente. E para que te ajudem a encaminhar bem sua alma, pois ela é eterna, única para Deus, não é gêmea e não vai para o céu via tinder.