É a idealizadora do Projeto Balaio que visa desenvolver um espaço seguro para que
conversas difíceis aconteçam entre grupos que se entendem como oponentes, abor-
dando questões como Feminismo X Machismo, entre outros.
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NOSSO CONTEÚDO
SUMÁRIO
1/ Introdução à CNV
2/ O que é AHIMSA?
3/ O que é autocompaixão?
4/ A teoria das necessidades humanas universais
5/ Lista de necessidades
6/ Lista de sentimentos
7/ Resumo dos principais elementos da CNV
Observação sem julgamento
Escuta empática
Expressão autêntica
Necessidades X estratégias
Pedidos X Exigências
8/ Recomendação de livros
9/ Recomendação de vídeos
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1/ INTRODUÇÃO À COMUNICAÇÃO NÃO-VIOLENTA
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2/ O QUE É AHIMSA?
AHIMSA é um dos yamas da Yoga clássica, fazendo parte de princípios que forma
um código de conduta para evolução do ser humano.
Tu és tudo. “
E perceber isto, é transformar o que existe.
Jiddu Khrisnamurti
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3/ O QUE É AUTO COMPAIXÃO?
(Texto na íntegra retirado de: https://autocompaixao.wordpress.com/sobre/)
Sabemos ser bons amigos das pessoas, mas temos grande dificuldade em sermos
tão bons com a gente, com o nosso mundo interno, com a nossa realidade. O mun-
do nos ensina que precisamos ser eficientes, perfeitos, bons no que fazemos, e que
precisamos atender a diversas expectativas quanto ao que se considera ter sucesso
na vida. Precisamos estudar e tirar as melhores notas na escola para entrar numa
boa Universidade e conseguir um emprego que permita conquistar uma série de
coisas; precisamos casar, ter filhos, depois ter netos; precisamos cuidar da saúde, ter
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uma vida espiritual; precisamos poder viajar e conhecer outros lugares, comprar um
imóvel, trocar de carro periodicamente. Não somos ensinados a estar satisfeitos com
o que temos, a precisar de menos para ser felizes, a apreciar as nossas qualidades.
Pelo contrário, somos incentivados a buscar uma felicidade que parece estar sempre
fora do nosso alcance e, pior ainda, aprendemos a nos enxergar por comparação
com outras pessoas. Dessa forma, nossa autoimagem vai sendo construída a partir
de referenciais externos: nos sentimos bem conosco se estamos melhores em com-
paração com algumas pessoas. Aprendemos a competir desde muito cedo, e vamos
flutuando nossa percepção de nós mesmos conforme esse referencial externo. O
problema disso é que é impossível, por comparação, nos sentirmos bem o tempo
todo. Na maioria das vezes, podemos observar alguém que tenha algo que não
temos, seja uma relação, seja um carro, ou status, ou aparência atraente. E quando
nos sentimos inferiores, nos isolamos, nos sentimos inadequados, e temos vergonha
de falar sobre isso. Como se o problema fosse unicamente nosso.
Nesse exato momento, quando nos damos conta disso, também podemos nos jul-
gar por não sermos compassivos conosco. Mais um item da lista imensa de cobrança
que incorporamos ao longo da vida.
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Embora seja possível cuidar do outro passando por cima das nossas necessidades, a longo
prazo essa ação não se sustenta. Em algum momento, nosso corpo e nossas emoções nos
sinalizam que também precisamos desse cuidado e desse olhar atento. Não por acaso, a
síndrome de burnout (caracterizada por fadiga excessiva, desânimo, sensação de impo-
tência e estresse) é tão presente entre os profissionais da saúde, que precisam cuidar dos
outros grande parte do tempo. Cuidar de si é, portanto, um pré-requisito indispensável
para cuidar dos outros.
A boa notícia é que a habilidade de ser (auto)compassivo pode ser treinada. É o que tem
sido demonstrado pela pesquisadora e psicóloga Kristin Neff, da Universidade do Texas.
Neff tem mostrado através de diversos estudos que cultivar a autocompaixão possibili-
ta uma série de benefícios, como: redução dos sintomas de estresse e depressão, assim
como outros sintomas de adoecimento mental; aumento da liberação do hormônio de
ocitocina no corpo, responsável pelo prazer e pelas emoções prazerosas; diminuição da
autocrítica e da sensação de isolamento; aumento da conexão entre as pessoas; e, princi-
palmente, aumento de comportamentos pró-sociais, como a compaixão e a empatia. Em
uma cultura que favorece a competição a qualquer custo, cultivar a autocompaixão tem
se mostrado como um dos caminhos para superar a sensação de baixa autoestima e de
isolamento, infelizmente, cada vez mais crescente nos dias de hoje.
O livro acaba de ser traduzido para o português. Kristin nos convida a praticar autocom-
paixão (em vez de se prender ao jogo da autoestima) e conceitua de uma forma original o
que seriam os componentes essenciais para a prática da autocompaixão.
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4/ NECESSIDADES HUMANAS UNIVERSAIS
Comunicação Não-Violenta (CNV)
(Fonte: https://psicosaude.wordpress.com/2013/06/02/comunicacao-nao-violenta-aikido/)
Estudo Completo por Joseph Galtung sobre a abordagem das necessidades humanas uni-
versais pode ser encontrado aqui em inglês:
https://www.transcend.org/galtung/papers/The%20Basic%20Needs%20Approach.pdf
A teoria das necessidades humanas parte do princípio que nós seres humanos comparti-
lhamos as mesmas necessidades. Por exemplo, todos nós temos a necessidade por inclu-
são, liberdade, expressão de identidade, compreensão, portanto conseguimos compreen-
der quando outra pessoa manifesta a mesma necessidade. É algo que nos aproxima.
Agora reflita sobre o seguinte, quais são os seus sentimentos quando alguma necessidade
sua não é atendida? Já se sentiu excluído de algum grupo? Como foi isso? E quando você
precisa muito ser compreendido e não foi?
Como se sente quando é capaz de descansar, ter lazer, estar entre amigos?
Imagine qual é o sentimento de um grupo de pessoas que vive em uma zona de guerra,
onde as necessidades por segurança, moradia, alimentação estão constantemente amea-
çadas.
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5/ LISTA DE ALGUMAS NECESSIDADES HUMANAS
UNIVERSAIS QUE TODOS TEMOS EM COMUM
(FONTE CNVC)
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6/ LISTA DE SENTIMENTOS
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7/ RESUMO DOS PRINCIPAIS ELEMENTOS DA CNV
“Olá gente, vamos aprender como a Comunicação Não-Violenta pode ser útil em nossas
vidas diárias?
A CNV possui 4 elementos essenciais e eles estão relacionados com a conexão com os
nossos sentimentos e necessidades. Por necessidade não quero dizer por bens materiais,
como carro, dinheiro ou casa, mas algo mais profundo, aquilo que realmente é muito im-
portante para todas nós nos sentirmos plenas.
Como você se sente quando as suas necessidades por apoio, escuta e descanso são aten-
didas?
Possivelmente sua resposta será, tranquila, segura, alegre. E quando elas não são atendi-
das, o que acontece? Possivelmente seus sentimentos serão: ansiedade, chateação, des-
confiada, tristeza, sobrecarregada, solidão. Certo?
A pergunta que não quer calar: E aí? O que fazemos com isso?
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A resposta a essa pergunta nos leva às ESCOLHAS por ESTRATÉGIAS! São elas que vão
atender às nossas necessidades. Ou seja, cada um de nós, de acordo com quem somos
vamos escolher uma forma de lidar com os conflitos e de suprir essas necessidades. A
questão é que essa forma pode trazer resultados positivos ou negativos.
Por exemplo: Se eu chego na minha loja e vejo tudo fora do lugar e os clientes insatisfei-
tos. Como forma de atender minha necessidade por ordem, apoio e eficiência eu posso
escolher:
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O elemento 3:
3) ESCUTA EMPÁTICA: Quando nos dispomos a ouvir o outro lado com empatia. Se na
EXPRESSÃO AUTÊNTICA focamos em nós, na escuta empática focamos nos sentimen-
tos e necessidades do OUTRO.
Ex: A equipe diz:
- É muito trabalho para pouca gente, e passou um furacão de pessoas aqui, achamos
que alguém estava tentando roubar algumas mercadorias. Na confusão ficou tudo es-
parramado.
Escuta empática: Eu entendi que durante o horário de expediente muitas pessoas en-
traram na loja ao mesmo tempo, vocês ficaram desconfiados e inseguros sobre o grupo
e sobre o que fazer. Além disso, vocês sentem sobrecarregados. A movimentação pela
loja fez com que as coisas saíssem do lugar, é isso?
Note que sempre começa com “Eu entendi... ou deixa ver se eu entendi...” e no final
sempre haverá uma pergunta de verificação “é isso?” . O que permite a pessoa corrigir
o seu entendimento e adicionar mais informação.
Ficou claro?
A CNV, como qualquer arte, exige prática e dedicação. O primeiro passo é saber nome-
ar e se conectar com as suas necessidades. Isso te ajudará e entender os seus sentimen-
tos e a identificar a melhor estratégia para você e para as pessoas que te cercam. Assim
como te ajudará a escutar e compreender melhor os outros.
DICAS:
1) Comece a incluir as necessidades na sua fala. Verbalize o que é muito importante para
você, ao invés de julgar ou criticar o outro.
Ex: Não aguento mais seus atrasos, assim vai perder o emprego.
CNV: Eu fico bem chateada e preocupada (expressão de sentimento) quando você se
atrasa mais de 2 vezes na mesma semana (observação sem julgamento). Eu não dou
conta de fazer tudo sozinha, preciso de apoio e consideração (expressão das necessida-
des). Vamos conversar para melhorar isso? (Pedido)
Note que sentimento, necessidades foram verbalizados. É muito importante que sejam
verdadeiros.
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2) Pratique ouvir as necessidades e sentimentos por trás dos julgamentos e críticas que
você escuta.
EX: Você é muito autoritária e chata!
Escuta: Eu percebo que você precisa de mais liberdade e autonomia em suas funções, é
isso?
Note: Tente pensar assim: se uma pessoa chama a outra de AUTORITÁRIA, o que será que
é muito importante para ela que não está acontecendo? Nesse caso, poderia ser a necessi-
dade por liberdade e autonomia.
3) Quando se sentir muito irritada ou insatisfeita procure respirar fundo, encontre um es-
paço onde possa ficar sozinha. Se permita sentir essas emoções, se permita chorar ou ficar
em silêncio até que você tenha mais clareza das suas necessidades e mais disposição inter-
na para conversar.
4) Procure ter um par empático – alguém com quem você possa conversar abertamente
sobre questões importantes. O mais relevante é que essa pessoa saiba te oferecer uma
escuta de qualidade, sem julgamentos, críticas ou avaliações.
5) Casos de abuso ou violência doméstica, não são casos para usar a CNV! A violência
deve ser interrompida imediatamente e a mulher dever ser protegida. Todo caso de abuso
e violência física irá violar todas as suas necessidades humanas por amor, integridade, se-
gurança, apoio, pertencimento etc. Existem várias estratégias que podemos escolher para
atender essas necessidades, e certamente NÃO é permanecer em uma relação abusiva.
Caso você esteja a sua estratégia deve ser a denúncia, procurar apoio e segurança. “
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8/ RECOMENDAÇÃO DE LIVROS
Comunicação Não-Violenta
Marshall Rosenberg, Editora Ágora
Não seja bonzinho, Seja Real – como equilibrar a paixão por si com a compaixão
pelos outros
Kelly Bryson, Editora Madras
A arte da imperfeição
Brené Brown, Editora Novo Conceito
Autoajuda em conflitos
Friedrich Glasl, Editora Adigo
Inteligência Emocional
Daniel Goleman, Editora Objetiva
Tornar-se pessoa
Carl Rogers, Editora Martins Fontes
O trabalho de Rogers é central na psicologia humanista e deu origem a muitas teorias,
como a própria CNV.
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How to Survive Thanksgiving Drama With This Smart Conflict-Management Strategy
Branch, K. (2017) Vogue Magazine November, 2017.
Blog about applying NVC - The Fearless Heart by the co-founder of Bay Area Nonvio-
lent Communication / Kashtan, M. (2010-ongoing)
Expert on conflict resolution believes nonviolence is in our nature” San Diego Union-Tribune
October 14, 2004 / Sauer, M. (2004)
Ele passou a vida pesquisando sobre a resistência não-violenta e o porquê deste ser o mé-
todo mais eficaz de se derrubar regimes corruptos e opressivos. O trabalho de Gene Sharp
influenciou movimentos de resistência pelo mundo – e continua a fazê-lo.
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9/ RECOMENDAÇÃO DE VÍDEOS
Naturalizando a CNV
https://www.youtube.com/watch?v=oHtDZ98CTDc
Os 3 elementos
https://www.youtube.com/watch?v=OnL3xpe36r0
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O espaço entre autocompaixão e autoestima
https://www.youtube.com/watch?v=IvtZBUSplr4
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OBRIGADA
:)