GAVA, Altanir Jaime; SILVA, Carlos Alberto Bento da; FRIAS, Jenifer Ribeiro Gava. Tecnologia de alimentos: princípios e aplicações. São Paulo: Nobel, 2009.
A DETERMINAÇÃO DE UMIDADE
Este processo, de um modo geral, parece ser um método simples. No entanto, ele
torna-se complicado em função da exatidão e precisão dos resultados. Analisando sob a
perspectiva da prática, há uma preferência pelo método que determine um maior valor da
umidade, resultante da decomposição de componentes orgânicos e volatilização de compostos
voláteis, do que aqueles em que pode ocorrer remoção incompleta ou negligenciada da água.
Em outras palavras, a quantidade de água é expressa pelo valor da determinação da
água total contida no produto, porém esse valor expresso não permite saber informações
sobre como está distribuída a água neste material, nem tomar conhecimento se toda a água
está ligada sob o mesmo modo naquela amostra analisada.
Adotando novamente os alimentos como exemplo, há também o fato de uma parte da
água não ser congelável, o que se leva a crer que existem moléculas de água com propriedades
e distribuição diferentes no mesmo alimento.
UMIDADE EM ALIMENTOS
Há pouco tempo, a população mundial atingiu o número de 7 bilhões de habitantes e a
previsão para um futuro próximo (2050) é que este número alcance 9 bilhões.
Consequentemente, estimativas relevam que a necessidade em produzir alimentos nos
próximos anos será ainda maior, o que caracteriza um grande desafio para a agricultura
mundial: produzir alimentos, fibras e energia para esta demanda crescente de uma população
exigente. O Brasil, que possui uma ampla disponibilidade de terras agricultáveis, ainda não
exploradas no país, e também a tecnologia para aumentar o rendimento das culturas,
apresenta potencial para ajudar no atendimento deste consumo.
UMIDADE EM ALIMENTOS
O IPNI (International Plant Nutrition Institute) declara que os fertilizantes respondem
por 50% da produção de alimentos no mundo, e se bem empregados (aplicados na fonte certa,
na dose certa, na época certa e no local certo), ocasionam o aumento do rendimento das
culturas agrícolas, ou seja, aumentam a produtividade e permite a preservação do ambiente. A
cada ano, o aumento da produção de alimentos no Brasil sinaliza que o país trilha o caminho
em direção ao crescimento. No entanto, é válido ressaltar que esse aumento da produção
decorre muito mais dos ganhos de produtividade do que do aumento da área plantada – um
exemplo sobre isso é a agricultura brasileira na qual durante os últimos 35 anos, a área
cultivada cresceu 36,2% e a produção aumentou 253%.
UMIDADE EM ALIMENTOS
Isso demonstra a possibilidade de se promover maior produção de alimentos pela
intensificação sustentável dos processos já existentes, como o uso adequado de fertilizantes
em harmonia com o ambiente e também adotando-se parâmetros de controle de qualidade
em respeito a umidade.
Com o breve relato de que há uma parte da água nos alimentos que não é congelável,
e que isso leva a crer que as moléculas de água possuem propriedades e são distribuídas
diferentemente, pode-se concluir que há dois tipos de água nos alimentos:
- Água livre: fracamente ligada ao substrato, atuando como solvente – o que
permite o crescimento de microrganismos e reações químicas – e pode ser eliminada com
facilidade;
- Água combinada: fortemente ligada ao substrato, não é utilizada como
solvente e é mais difícil de ser eliminada, além de retardar as reações químicas.
O conteúdo de água ou umidade é obtido pela determinação de água total contida no
alimento.
Dificuldades geralmente encontradas na determinação de umidade em alimentos:
- Separação incompleta da água do produto;
- Decomposição do produto com formação de água além da original;
- Perda das substâncias voláteis do alimento.
UMIDADE EM ALIMENTOS
Fertilizantes Máquinas
Insumos Equipamentos
MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO
Ao consultar literaturas referentes a esse assunto, é possível detectar diversos
métodos de análise para determinação de umidade, porém neste E-Book iremos abordar
apenas alguns métodos por secagem.
1. Secagem em Estufas
Este é o método mais utilizado e baseia-se na remoção da água por aquecimento – o
ar quente é absorvido pela amostra e conduzido para seu interior por condução. Geralmente
com este método, costuma-se demorar muito tempo para que o calor atinja as porções mais
internas da amostra analisada, levando muitas horas para ser concluído– ex: de 6 a 18 horas
em 100 a 105°C ou até peso constante – dependendo a natureza da amostra.
Apesar deste ser um método considerado padrão para medição de umidade de
sementes e grãos no Brasil, não há uma combinação de tempo e temperatura de secagem
estabelecida como padrão universalmente.
As estufas podem ser dos tipos:
- Convecção gravitacional;
- Mecânico de ar forçado.
MÉTODOS PARA DETERMINAÇÃO
Modos Alternativos
- Modo de Secagem Rápida
Primeiramente há a secagem com a mais alta temperatura para o período especificado, e em
seguida muda-se para a temperatura especificada reduzindo o tempo de medição.
EQUIPAMENTO
MODOS DE SECAGEM
Escolha o modo correto de medição para sua aplicação.
Modos Alternativos
- Modo de Secagem Lenta
Suavemente aquece amostras que podem se solidificar na superfície ou amostras que sofram
redução sob altas temperaturas.
EQUIPAMENTO
MODOS DE SECAGEM
Escolha o modo correto de medição para sua aplicação.
Modos Alternativos
- Modo de Secagem por Etapas
Permite mudanças passo-a-passo nas condições de secagem. Essa característica é
extremamente útil para amostras que contenham grande quantidade de água.
EQUIPAMENTO
MODOS DE SECAGEM
Escolha o modo correto de medição para sua aplicação.
Modo Inicial
- Modo de Início Automático
Inicia a medição imediatamente após fechamento da tampa do equipamento. O mesmo
economiza tempo em medições repetidas.
EQUIPAMENTO
AMOSTRAS LÍQUIDAS
Para amostras líquidas, recomenda-se utilizar um acessório denominado fibra de vidro.
O mesmo tem como função proporcionar homogeneidade da amostra em toda a superfície do
prato da balança durante o procedimento, para que por fim, a medição seja efetuada com
sucesso. Comercializada em pacotes contendo 100 unidades.
Abaixo é possível observar o exemplo com óleo de palma.
Nas duas
imagens há
a presença
da fibra de
vidro
Impressora
Recipiente de Alumínio
Fibra de Vidro
Cabo RS-232C
Cabo de conexão USB
Lâmpada Halógena (Reposição)
Diversos outros