ALIENAÇÃO PARENTAL
BELO HORIZONTE-MG
2019
JOICE MARA DE OLIVEIRA GONÇALVES DOS SANTOS
ALIENAÇÃO PARENTAL
BELO HORIZONTE-MG
2019
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RESUMO
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO………………………………………………………………......................04
1. CONCEITO DE FAMÍLIA........................................................................................05
2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA FAMÍLIA...................................................07
3. ALIENAÇÃO PARENTAL....................................................................................09
CONCLUSÃO...........................................................................................................13
REFERENCIAS........................................................................................................14
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INTRODUÇÃO
A legislação estabelece deveres aos pais em relação aos filhos e dentre eles
esta a obrigação dos pais de desenvolverem um ambiente sadio e harmonioso para
o bom desenvolvimento da prole.
Hoje muito se fala sobre o tema proposto, contudo, poucos sabem sobre seu
real significado e os males que a alienação parental traz para o desenvolvimento do
menor, sendo assim, e por ser praticado de forma recorrente e irresponsável em
nossa sociedade, o legislador visando proteger a criança e adolescente editou lei
específica com o intuito de coibir a alienação parental.
Para facilitar a vida em comum dos filhos em relação aos genitores mesmo
diante da separação do casal e garantir os interesses do menor o legislador
determinou que como regra seja aplicada a guarda compartilhada para que os pais
possam usufruir de toda criação e educação dos filhos de forma igualitária.
Para que se possa entender o papel da família necessário se faz conceituar o
que é família e qual sua função na sociedade, ademais, necessário ainda ter em
mente que a família tem proteção especial em nosso ordenamento jurídico, tendo
como norte, princípios constitucionais importantes a serem observados.
A alienação parental é tema recente, poucas pessoas sabem o seu
significado e os males que esta pratica traz para a vida da criança e do adolescente,
pois este, por ser pessoa em formação e não saber lidar com a situação, distinguir
se o que esta recebendo de informação é verdade ou não, faz com que acabe
acreditando no alienador fazendo com que sua relação familiar fique prejudicada e
muitas vezes impossível.
O tema proposto é de suma importância pois estaremos tratando de seres em
desenvolvimento e que detém proteção especial, sendo assim o presente artigo tem
como objetivo apresentar de forma sintética o tema alienação parental,
demonstrando o seu significado e os males que pode causar no desenvolvimento da
criança e do adolescente.
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1. CONCEITO DE FAMÍLIA
Para entendermos o mal que a alienação parental traz a criança e
adolescente, se faz necessário ter em mente o significado da família e seu papel
junto à sociedade, sendo assim pode-se dizer que a família existe desde sempre,
contudo, ao longo dos anos sofreu mudanças quanto sua forma porém, não deixou
de ser considerada o núcleo principal do desenvolvimento do ser humano e a celular
mater da sociedade.
Ensina Giselle Câmara Groeninga que:1
A família não existiu desde sempre como a vemos hoje. E é fato que,
atualmente, também não a conhecemos tão bem, dadas as modificações
em algumas de suas bases e nas formas de estruturação que ela vem
sofrendo, e assim continuará, dada sua constante evolução.
1 ÀGUIDA, Arruda Barbosa; CANEZIN, Claudete Carvalho; VIEIRA, Claudia Stein; OLIVIERA,
Euclides de; GOENINGA, Giselle Câmara; FUJITA, Jorge Shiguemtsu; DIAS, Maria Berenice;
MADALENO, Rolf. Direito de família. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 19
2 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito de famílias. 7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 27
3 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 17
4 PINHEIRO, Stephanie. Dever da família na efetivação dos diretos da criança e dos
adolescentes. Disponível em: https://juridicocerto.com/p/stephanielimapinheir/artigos/dever-da-
familia-na-efetivacao-do-direitos-da-crianca-e-do-adolescente-3442. Acesso em> 08 de abril de
2019, às 18h08min.
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A palavra família possui um significado que foge à ideia que temos de tal
instituto hoje, vem do latim famulus e significa grupo de escravos ou servos
pertencentes ao mesmo patrão, assim, a ideia do que vem a ser família, suas
características e formação é um conceito extremamente volátil e mutável no tempo,
acompanhando sempre a evolução dos ideais sociais, das descobertas científicas e
dos costumes da sociedade, sendo impossível se construir uma ideia sólida e fixa do
que vem a ser família e quais suas características.5
É a partir da constituição de família que se forma uma sociedade, pois sem
ela não existiria a perpetuação da espécie humana.
6 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 20
7 DIAS, Maria Berenice apud MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Manual de direito de famílias.
7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 58
8 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 22
9 Idem GONÇALVES, Carlos Roberto. p. 23
10 TINA, Lucia. Igualdade entre filhos. Disponível em: http://acontecenasmelhoresfamilias.com/seus-
direitos/igualdade-entre-filhos/. Acesso em: 10 de maio de 2019, às 10h37min.
8
11 PIRES, Thiago José Teixeira. Princípio da paternidade responsável. Revista Jus Navigandi,
ISSN 1518-4862, Teresina, ano 18, n. 3586, 26 abr. 2013. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/24305>. Acesso em: 10 abr. 2019, às 11h15min.
12 SILVA, Manoel de Almeida e. O Direito de família e os princípios constitucionais no enfoque
jurídico atual. Disponível em: https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9621. Acesso em
10 de abril de 2019, às 14h04min.
13 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 25
14 DIAS, Maria Berenice apud MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Manual de direito de famílias.
7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 64
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3. ALIENAÇÃO PARENTAL
O ser humano não nasce sabedor do que é certo ou errado, sendo este o
papel essencial da família em seus primeiros anos de vida, pois é na formação que
grande parte do que nos tornamos têm influência direta da família, pois é esta que
contribui para o seu desenvolvimento.
Quando da separação do casal, se um dos cônjuges não consegue elaborar
adequadamente o luto da separação, o sentimento de rejeição, ou a raiva pela
traição, surge um desejo de vingança que desencadeia um processo de destruição,
de desmoralização, de descredito do ex-parceiro, sendo assim, com base neste
sentimento o genitor guardião do menor aproveitando-se desta situação, passa a
fazer uma “lavagem celebral” neste, de modo a comprometer a imagem do outro
genitor, sendo que esta tentativa de desmoralização pode se dar através de
narrativas maliciosas de fatos que não aconteceram, ou que se ocorreram são
narradas para a criança ou adolescente de forma distorcida pelo alienador, fazendo
com que aos poucos o infante passe a se convencer de que a versão do guardião é
a que de fato aconteceu.19
Maria Berenice Dias, ressalta que esta implantação de memórias falsas, gera
contradição de sentimentos e destruição de vínculo entre o genitor e o filho. 20
São diversos os danos causados, resultados da alienação parental, podendo
ser citado que, as crianças e adolescentes que sofrem com alienação parental
apresentam na maioria das vezes quadros depressivos, sentimento de insegurança,
angustia e sofrimento constante, atitudes antissociais, tais como dificuldade de
relacionamento com outras pessoas e agressividade, sendo comum encontrá-las
com desejo suicida, a fim de cessar a dor e o sentimento de culpa quando
MADALENO, Rolf. Direito de família. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 27
19 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito de famílias. 7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 452
20 Ibidem. p. 452
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descobrem terem cometido injustiças com a pessoa que tanto a ama em virtude dos
atos insensatos de um dos seus pais, pois se sentem usadas e carregam consigo o
remorso que as consomem e acarretam moléstias mentais em casos mais
extremos.21
A alienação parental é prática recorrente contudo, só recentemente vem
recebendo do legislador uma atenção especial, sendo assim em 26 de agosto de
2010 foi sancionada a lei 12.318 a qual dispõe sobre a prática da alienação parental
no Brasil.
Ensina Carlos Roberto Gonçalves que:22
A lei em comento deixou claro o que caracteriza a alienação parental,
transcrevendo uma série de condutas que se enquadram na referia
síndrome, sem, toda via, considerar taxativo o rol apresentado, e faculta
assim o reconhecimento, igualmente, dos atos assim considerados pelo
magistrado ou constatados pela perícia. Estendeu a ela os seus efeitos não
apenas aos pais, mas também aos avós e quaisquer outras pessoas que
tenham a guarda ou a vigilância (guarda momentânea) do incapaz.
Esclareceu, também, como o Judiciário pode agir para reverter a situação.
O Juiz pode, por exemplo, afastar o filho do convívio da mãe ou do pai,
mudar a guarda e o direito de visita e até impedir a visita. Como última
solução, pode ainda destituir ou suspender o exercício do poder parental.
Diante do exposto pode-se entender que a lei veio com o intuito de coibir a
prática de alienação parental, auxiliando ainda no relacionamento do menor com
demais familiares, trazendo para a vida da criança e do adolescente um ambiente
saudável e propício ao seu desenvolvimento.
Ademais, quando se trata da separação, o legislador foi diligente ao
determinar a guarda compartilhada, desta forma, com esta modalidade de guarda,
visa-se tornar a alienação parental menos recorrente, face o contato constante entre
menor e genitor.
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CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS
DIAS, Maria Berenice apud MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Manual de direito
de famílias. 7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2010.