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JOICE MARA DE OLIVEIRA GONÇALVES DOS SANTOS

ALIENAÇÃO PARENTAL

BELO HORIZONTE-MG
2019
JOICE MARA DE OLIVEIRA GONÇALVES DOS SANTOS

ALIENAÇÃO PARENTAL

Trabalho de Conclusão de Curso,


apresentado a Faculdade Iseat/Ateneu como
pré-requisito para obtenção do título de
especialista em: Direito de Família

BELO HORIZONTE-MG
2019
2

SANTOS, Joice Mara de Oliveira Gonçalves. Alienação Parental. Belo Horizonte:


Faculdade Iseat/Atenu, ano 2019. Especialização em Direito de Família.

RESUMO

O presente artigo tem por finalidade o estudo da Lei nº 12.318, de 26 de agosto de


2010, conhecida como Lei da alienação parental, o qual tem como objetivo o
enfrentamento da prática da alienação parental uma vez que esta fere, segundo
referida lei o direito fundamental de convivência familiar saudável, prejudicando
assim o desenvolvimento de afeto nas relações familiares, trazendo para o menor
envolvido uma série de problemas psicológicos. Este tema embora antigo e
recorrente, só recentemente vem recebendo atenção especial por parte do
legislador brasileiro.

Palavras-chave: Alienação parental. Lei 12.318/2010. Família.


3

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO………………………………………………………………......................04
1. CONCEITO DE FAMÍLIA........................................................................................05
2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA FAMÍLIA...................................................07
3. ALIENAÇÃO PARENTAL....................................................................................09
CONCLUSÃO...........................................................................................................13
REFERENCIAS........................................................................................................14
4

INTRODUÇÃO
A legislação estabelece deveres aos pais em relação aos filhos e dentre eles
esta a obrigação dos pais de desenvolverem um ambiente sadio e harmonioso para
o bom desenvolvimento da prole.
Hoje muito se fala sobre o tema proposto, contudo, poucos sabem sobre seu
real significado e os males que a alienação parental traz para o desenvolvimento do
menor, sendo assim, e por ser praticado de forma recorrente e irresponsável em
nossa sociedade, o legislador visando proteger a criança e adolescente editou lei
específica com o intuito de coibir a alienação parental.
Para facilitar a vida em comum dos filhos em relação aos genitores mesmo
diante da separação do casal e garantir os interesses do menor o legislador
determinou que como regra seja aplicada a guarda compartilhada para que os pais
possam usufruir de toda criação e educação dos filhos de forma igualitária.
Para que se possa entender o papel da família necessário se faz conceituar o
que é família e qual sua função na sociedade, ademais, necessário ainda ter em
mente que a família tem proteção especial em nosso ordenamento jurídico, tendo
como norte, princípios constitucionais importantes a serem observados.
A alienação parental é tema recente, poucas pessoas sabem o seu
significado e os males que esta pratica traz para a vida da criança e do adolescente,
pois este, por ser pessoa em formação e não saber lidar com a situação, distinguir
se o que esta recebendo de informação é verdade ou não, faz com que acabe
acreditando no alienador fazendo com que sua relação familiar fique prejudicada e
muitas vezes impossível.
O tema proposto é de suma importância pois estaremos tratando de seres em
desenvolvimento e que detém proteção especial, sendo assim o presente artigo tem
como objetivo apresentar de forma sintética o tema alienação parental,
demonstrando o seu significado e os males que pode causar no desenvolvimento da
criança e do adolescente.
5

1. CONCEITO DE FAMÍLIA
Para entendermos o mal que a alienação parental traz a criança e
adolescente, se faz necessário ter em mente o significado da família e seu papel
junto à sociedade, sendo assim pode-se dizer que a família existe desde sempre,
contudo, ao longo dos anos sofreu mudanças quanto sua forma porém, não deixou
de ser considerada o núcleo principal do desenvolvimento do ser humano e a celular
mater da sociedade.
Ensina Giselle Câmara Groeninga que:1
A família não existiu desde sempre como a vemos hoje. E é fato que,
atualmente, também não a conhecemos tão bem, dadas as modificações
em algumas de suas bases e nas formas de estruturação que ela vem
sofrendo, e assim continuará, dada sua constante evolução.

Os vínculos afetivos não são uma prerrogativa da espécie humana, pois o


acasalamento sempre existiu entre os seres vivos, seja em decorrência do instinto
de perpetuação da espécie, seja pela verdadeira aversão que todas as pessoas têm
à solidão.2
Latu sensu, o vocábulo família abrange todas as pessoas ligadas por vínculo
de sangue e que procedem, portanto, de um tronco ancestral comum, bem como as
unidas pela afinidade e pela adoção, compreendendo então pelos conjugês e
companheiros, os parentes e afins.3
Neste diapasão, Stephinie Pinheiro, citando Nehemias Rodrigues de Melo
ensina que:4
Família é o conjunto formado pelas pessoas que descendem de um mesmo
tronco ancestral comum, isto é, aquelas unidas por vínculo de sangue (pais,
filhos, irmãos, avós, tios, primos etc.), bem como as que se incorporam ao
núcleo familiar por vínculo de afinidade (parentes do cônjuge ou
companheiro) e por vínculo jurídico (casamento, união estável e adoção)
além daquelas que se ligam ao núcleo central por afetividade (adoção a
brasileira).

1 ÀGUIDA, Arruda Barbosa; CANEZIN, Claudete Carvalho; VIEIRA, Claudia Stein; OLIVIERA,
Euclides de; GOENINGA, Giselle Câmara; FUJITA, Jorge Shiguemtsu; DIAS, Maria Berenice;
MADALENO, Rolf. Direito de família. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 19
2 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito de famílias. 7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 27
3 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 17
4 PINHEIRO, Stephanie. Dever da família na efetivação dos diretos da criança e dos
adolescentes. Disponível em: https://juridicocerto.com/p/stephanielimapinheir/artigos/dever-da-
familia-na-efetivacao-do-direitos-da-crianca-e-do-adolescente-3442. Acesso em> 08 de abril de
2019, às 18h08min.
6

A palavra família possui um significado que foge à ideia que temos de tal
instituto hoje, vem do latim famulus e significa grupo de escravos ou servos
pertencentes ao mesmo patrão, assim, a ideia do que vem a ser família, suas
características e formação é um conceito extremamente volátil e mutável no tempo,
acompanhando sempre a evolução dos ideais sociais, das descobertas científicas e
dos costumes da sociedade, sendo impossível se construir uma ideia sólida e fixa do
que vem a ser família e quais suas características.5
É a partir da constituição de família que se forma uma sociedade, pois sem
ela não existiria a perpetuação da espécie humana.

5 AUGUSTO, Luiz Fernando. A evolução da ideia e do conceito de família. Disponível em:


https://advocaciatpa.jusbrasil.com.br/artigos/176611879/a-evolucao-da-ideia-e-do-conceito-de-
familia. Acesso em: 08 de abril de 2019, às 10h20min.
7

2. PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS DA FAMÍLIA


O ordenamento jurídico procura adaptar-se constantemente à evolução social
e os bons costumes, trazendo as mudanças para as leis no intuito de acompanhar
as evoluções.
A Constituição Federal traz em seu texto os princípios que regem o direito de
família, contudo o Código Civil de 2002 procurou adaptar-se à evolução social e aos
bons costumes, incorporando também as mudanças legislativas sobrevindas nas
últimas décadas do século passado, advindo, assim com ampla e atualizada
regulamentação dos aspectos essenciais do direito de família à luz dos princípios e
normas constitucionais.6
Assim sendo os princípios são considerados normas jurídicas que se
distinguem das regras não só porque tem alto grau de generalidade, mas também
por serem mandatos de otimização.7
Seguindo a norma constitucional podemos citar que o princípio do respeito e à
dignidade da pessoa humana, está instituído no artigo 1º, inciso III da Magna Carta,
e segundo Carlos Roberto Gonçalves, o direito de família é o mais humano de todos
os ramos dos direitos.8
Segundo o princípio da igualdade jurídica entre os cônjuges e dos
companheiros (artigo 226, 5º da Constituição Federal), os direitos e deveres
referentes à sociedade conjugal são exercidos igualmente pelo homem e pela
mulher.9
A Constituição Federal preconiza ainda o princípio da igualdade jurídica entre
os filhos (artigo 227, § 6º), e com base neste princípio Lucia Tina, ensina:10
No direito brasileiro, não importa se o filho foi concebido pelo casal (vínculo
biológico), por uma decisão judicial (adoção), pela criação (vínculo sócio-
afetivo) ou por relação extra-conjugal. Devem ser tratados com igualdade.
Os filhos também não podem se diferenciar pela origem da gestação, como
os casos de inseminação artificial com o sêmen do marido ou companheiro

6 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 20
7 DIAS, Maria Berenice apud MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Manual de direito de famílias.
7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 58
8 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 22
9 Idem GONÇALVES, Carlos Roberto. p. 23
10 TINA, Lucia. Igualdade entre filhos. Disponível em: http://acontecenasmelhoresfamilias.com/seus-
direitos/igualdade-entre-filhos/. Acesso em: 10 de maio de 2019, às 10h37min.
8

(inseminação homóloga) ou de terceira pessoa (inseminação heteróloga),


sendo que esta forma deve contar com a concordância do marido.
Para todos os efeitos, filhos têm os mesmos direitos e qualificações, sendo
proibida qualquer forma de discriminação entre eles.
O importante é ficar claro que nenhum filho, independente da sua origem ou
forma de concepção, pode ser tratado de forma diferente, seja pelo aspecto
emocional ou patrimonial. O próprio uso do termo filho adotivo, filho
adulterino, filho inseminado…devem ser abolidos. Se não foi pela lei, deverá
ser pela sociedade e pelas famílias.

Quanto ao princípio da paternidade responsável e planejamento familiar, este


disposto no artigo 226, § 7º, da Constituição Federal, vem para impor a
responsabilidade e esta começa na concepção e se estende até que seja necessário
e justificável o acompanhamento dos filhos pelos pais, que nada mais é do que
garantia ao direito fundamental.11
O legislador também deu atenção especial aos cônjuges e aos conviventes
quanto disciplinou sobre o princípio da comunhão plena de vida, baseada na afeição
entre os cônjuges ou conviventes, como prevê o artigo 1.511 do Códio Civil, desta
forma com este princípio o legislador adotou a moderna concepção tendente a
valorizar as relações intrínsecas, relativas aos papéis de estado de filho, de pai, de
mãe, e não apenas as relações extrínsecas da família.12
A luz do princípio da comunhão plena de vida, Carlos Roberto Gonçalves
afirma que é reforçado pelo artigo 1.513 do Código Civil, que veda a qualquer
pessoa jurídica, seja ela de direto publico ou de direito privado, a interferência na
comunhão de vida instituída pela família.13
O princípio da liberdade de constituir uma comunhão familiar vem consagrado
no artigo 226, § 3º, da Constituição Federal e segundo Maria Berenice Dias:14
A Constituição, ao instaurar o regime democrático, revelou enorme
preocupação em banir discriminações de qualquer ordem, deferindo à
igualdade e à liberdade especial atenção. Esses princípios, no âmbito
familiar, são consagrados em sede constitucional. Todos têm liberdade de
escolher o seu par, seja do sexo que for, bem como o tipo de entidade que
quiser para constituir sua família. A isonomia de tratamento jurídico permite
que se considerem iguais marido e mulher em relação ao papel que
desempenham na chefia da sociedade conjugal. Também, na união estável,
é a isonomia que protege o patrimônio entre personagens que disponham
do mesmo status família.

11 PIRES, Thiago José Teixeira. Princípio da paternidade responsável. Revista Jus Navigandi,
ISSN 1518-4862, Teresina, ano 18, n. 3586, 26 abr. 2013. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/24305>. Acesso em: 10 abr. 2019, às 11h15min.
12 SILVA, Manoel de Almeida e. O Direito de família e os princípios constitucionais no enfoque
jurídico atual. Disponível em: https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9621. Acesso em
10 de abril de 2019, às 14h04min.
13 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 25
14 DIAS, Maria Berenice apud MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Manual de direito de famílias.
7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 64
9

Os princípios que regem o direito de família tem escopo na constituição, nas


leis infraconstitucionais através de leis especiais as quais resguardam e garantem
proteção a instituição familiar.

3. ALIENAÇÃO PARENTAL

O termo “Alienação Parental” surgiu na década de 80 pelo Doutor Richard


Alan Gardner, um psiquiatra americano que a definiu como uma síndrome de
desordem psiquiátrica, um transtorno no comportamento infantil, fruto da ação
abusiva de um de seus genitores, pois a criança vítima dessa forma de abuso tem
sua ligação psicológica com um dos genitores enfraquecida, e em alguns casos
destruída e quando atinge níveis severos, a criança tende a recusar qualquer tipo de
contato com esse genitor, apresentando reações extremas de hostilidade a ele e às
pessoas que com ele mantém relação.15
Considerado um dos temas mais delicados família, face os efeitos
psicológicos e emocionais negativos que pode provocar nas relações entre pais e
filhos, esta prática caracteriza-se como toda interferência na formação psicológica
da criança ou do adolescente promovida ou induzida por um dos pais, pelos avós ou
por qualquer adulto que tenha a criança ou o adolescente sob a sua autoridade,
guarda ou vigilância, tendo como objetivo da conduta, na maior parte dos casos, de
prejudicar o vínculo da criança ou do adolescente com o genitor ferindo portando,
com a prática de alienação parental o direito fundamental da criança à convivência
familiar saudável, sendo, ainda, um descumprimento dos deveres relacionados à
autoridade dos pais ou decorrentes de tutela ou guarda.16
Segundo a doutrina a prática tem sido identificada por dois nomes distintos,
ou seja, alienação parental ou implantação de falsas memórias.17
A família tem papel fundamental na formação do indivíduo, portanto existem
funções a serem desempenhadas para que o indivíduo tenha bom desenvolvimento
nas mais diversas áreas que compreendem uma sociedade.
Desta forma, Giselle Câmara Groeninga, afirma:18

15 CANAZZO, Alessandra Cavalcante. Alienação parental: aspectos jurídicos e psicológicos.


Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11007/Alienacao-parental-aspectos-
juridicos-e-psicologicos. Acesso em: 14 de abril de 2019, às 10h58min.
16 Direito de Família - alienação parental. Disponível em: http://www.mppr.mp.br/pagina-6665.html.
Acesso em: 15 de abril de 2019, às 10h40min.
17 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito de famílias. 7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 451
18 ÀGUIDA, Arruda Barbosa; CANEZIN, Claudete Carvalho; VIEIRA, Claudia Stein; OLIVIERA,
Euclides de; GOENINGA, Giselle Câmara; FUJITA, Jorge Shiguemtsu; DIAS, Maria Berenice;
10

Dada a dependência e o desamparo emocional, que são da natureza


humana, a função da família, embora sofra variações históricas, mantém-se
essencialmente como instituição estruturante do indivíduo, e esta função se
dá em razão da natureza de dependência do bebê e da criança e da
importância dos pais, ou substitutos, no cuidado para a sua sobrevivência e
na formação psíquica. Esta formação se dá na interação do bebê com os
diferentes elementos que compõem a família e diferentes funções que estes
aí exercem, pois cada membro da família exerce funções, dentro da
estrutura, de acordo com o ciclo vital, tanto pessoal quanto da família.
Dadas estas condições é que são desenvolvidos os atributos humanos por
excelência, dentre os quais o pensamento, a capacidade de simbolização,
crítica, julgamento e criatividade, entre outras. Podendo-se dizer que a
família tem como finalidade propiciar o desenvolvimento do ser humano, de
sua capacidade de pensamento, em sintonia com seus sentimentos.

O ser humano não nasce sabedor do que é certo ou errado, sendo este o
papel essencial da família em seus primeiros anos de vida, pois é na formação que
grande parte do que nos tornamos têm influência direta da família, pois é esta que
contribui para o seu desenvolvimento.
Quando da separação do casal, se um dos cônjuges não consegue elaborar
adequadamente o luto da separação, o sentimento de rejeição, ou a raiva pela
traição, surge um desejo de vingança que desencadeia um processo de destruição,
de desmoralização, de descredito do ex-parceiro, sendo assim, com base neste
sentimento o genitor guardião do menor aproveitando-se desta situação, passa a
fazer uma “lavagem celebral” neste, de modo a comprometer a imagem do outro
genitor, sendo que esta tentativa de desmoralização pode se dar através de
narrativas maliciosas de fatos que não aconteceram, ou que se ocorreram são
narradas para a criança ou adolescente de forma distorcida pelo alienador, fazendo
com que aos poucos o infante passe a se convencer de que a versão do guardião é
a que de fato aconteceu.19
Maria Berenice Dias, ressalta que esta implantação de memórias falsas, gera
contradição de sentimentos e destruição de vínculo entre o genitor e o filho. 20
São diversos os danos causados, resultados da alienação parental, podendo
ser citado que, as crianças e adolescentes que sofrem com alienação parental
apresentam na maioria das vezes quadros depressivos, sentimento de insegurança,
angustia e sofrimento constante, atitudes antissociais, tais como dificuldade de
relacionamento com outras pessoas e agressividade, sendo comum encontrá-las
com desejo suicida, a fim de cessar a dor e o sentimento de culpa quando

MADALENO, Rolf. Direito de família. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2008. p. 27
19 DIAS, Maria Berenice. Manual de direito de famílias. 7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2010. p. 452
20 Ibidem. p. 452
11

descobrem terem cometido injustiças com a pessoa que tanto a ama em virtude dos
atos insensatos de um dos seus pais, pois se sentem usadas e carregam consigo o
remorso que as consomem e acarretam moléstias mentais em casos mais
extremos.21
A alienação parental é prática recorrente contudo, só recentemente vem
recebendo do legislador uma atenção especial, sendo assim em 26 de agosto de
2010 foi sancionada a lei 12.318 a qual dispõe sobre a prática da alienação parental
no Brasil.
Ensina Carlos Roberto Gonçalves que:22
A lei em comento deixou claro o que caracteriza a alienação parental,
transcrevendo uma série de condutas que se enquadram na referia
síndrome, sem, toda via, considerar taxativo o rol apresentado, e faculta
assim o reconhecimento, igualmente, dos atos assim considerados pelo
magistrado ou constatados pela perícia. Estendeu a ela os seus efeitos não
apenas aos pais, mas também aos avós e quaisquer outras pessoas que
tenham a guarda ou a vigilância (guarda momentânea) do incapaz.
Esclareceu, também, como o Judiciário pode agir para reverter a situação.
O Juiz pode, por exemplo, afastar o filho do convívio da mãe ou do pai,
mudar a guarda e o direito de visita e até impedir a visita. Como última
solução, pode ainda destituir ou suspender o exercício do poder parental.

Diante do exposto, Danillo Fernandes Christófaro, ressalta que:23


...com a entrada em vigor da Lei nº 13,431/2017, que estabelece o sistema
de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de
violência e dos muitos desdobramentos que a lei traz, um chama especial
atenção: a possibilidade de prisão em casos de alienação parental. Até
então, apesar da regulamentação legal, a prática da alienação parental não
gerava esse tipo de sanção.

Afirmando na sequência de não se tratar de previsão expressa, mas


derivando da interpretação conjugada com Estatuto da Criança e do Adolescente e
com a Lei Maria da Penha.24
Corroborando, esclarece Maria Berenice Dias:25
A Lei 13.431/2017, estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e

21 CANAZZO, Alessandra Cavalcante. Alienação parental: aspectos jurídicos e psicológicos.


Disponível em: https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11007/Alienacao-parental-aspectos-
juridicos-e-psicologicos. Acesso em 14 de abril de 2019, às 10h58min.
22 GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª ed. rev. E
atual – São Paulo: Saraiva, 2011. p. 306
23 CHRISTÓFARO. Danillo Fernandes. Lei 13.431/17 entra em vigor hoje e abre margem para
prisão em razão de alienação parental. Disponível em:
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/04/05/lei-13-43117-entra-em-vigor-hoje-e-
abre-margem-para-prisao-em-razao-de-alienacao-parental/. Acesso em: 15 de abril de 2019, às
15h36min.
24 Idem. CHRISTÓFARO. Danillo Fernandes.
25 DIAS. Maria Berenice. Finalmente, alienação parental é motivo para prisão. Disponível em:
https://www.conjur.com.br/2018-abr-05/maria-berenice-dias-agora-alienacao-parental-motivo-
prisao. Acesso em: 15 de abril de 2019, às 15h43min.
12

do adolescente vítima ou testemunha de violência, sendo reconhecida como


forma de violência psicológica os atos de alienação parental (artigo 4º, II, b),
sendo assegurado o direito de, por meio do representante legal, pleitear
medidas protetivas contra o autor da violência, à luz do disposto no ECA e
na Lei Maria da Penha (artigo 6º e parágrafo único).A Lei Maria da Penha
autoriza o juiz a aplicar, além das medidas protetivas elencadas, medidas
outras, sempre que a segurança da vítima ou as circunstâncias o exigirem
(LMP, artigo 22, parágrafo 1º). Para garantir a efetividade das medidas
protetivas de urgência, pode o juiz requisitar o auxílio da força policial (LMP,
artigo 22,parágrafo 3º). E, a qualquer momento, decretar a prisão preventiva
do agressor, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante
representação da autoridade policial (LMP, artigo 20).

Diante do exposto pode-se entender que a lei veio com o intuito de coibir a
prática de alienação parental, auxiliando ainda no relacionamento do menor com
demais familiares, trazendo para a vida da criança e do adolescente um ambiente
saudável e propício ao seu desenvolvimento.
Ademais, quando se trata da separação, o legislador foi diligente ao
determinar a guarda compartilhada, desta forma, com esta modalidade de guarda,
visa-se tornar a alienação parental menos recorrente, face o contato constante entre
menor e genitor.
13

CONCLUSÃO

Verifica-se que a alienação parental é prática constante em nossa sociedade,


e vem tendo especial atenção do legislador e operadores do direito, por ter sido
constatado os malefícios de tal prática.
A alienação não faz mal somente a criança e adolescente, pois estende-se
seus efeitos a parte contrária do pleito.
Ao longo dos anos a criança e adolescente vem recebendo de toda
sociedade, incluindo, legislador, Ministério Público, Judiciário, Conselho de Direitos,
Conselhos Tutelares e outros órgãos especial atenção, face o seu estado de
formação, uma vez que entende-se que é no seio da família e em meio a sociedade
que se forma o caráter da criança e do adolescente.
Quando o menor passa a ser vítima de tal prática esta compromete sua
convivência com a família, seu psicológico os quais algumas vezes não poderão ser
detectados de imediato e sim a longo prazo pois é um quadro de difícil detecção,
podendo gerar, até mesmo, para uma síndrome.
Para tentar coibir a alienação parental, o legislador impôs como regra a
guarda compartilhada.
A alienação parental não é prática somente dos genitores, podendo ter como
personagens outros membros da família.
Ademais, embora exista lei para coibir o legislador tem que se atentar que
não basta apenas tentar fazer com que não aconteça, tem-se que pensar em sanção
efetiva e não somente interpretativa, pois o que menos estes sujeitos de direito
precisam são de normas interpretativas, pois é ato gravíssimo em se tratando de
pessoas em fase de desenvolvimento, uma vez que poderá trazer danos
permanentes para os envolvidos.
14

REFERÊNCIAS

ÀGUIDA, Arruda Barbosa; CANEZIN, Claudete Carvalho; VIEIRA, Claudia Stein;


OLIVIERA, Euclides de; GOENINGA, Giselle Câmara; FUJITA, Jorge Shiguemtsu;
DIAS, Maria Berenice; MADALENO, Rolf. Direito de família. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2008.

AUGUSTO, Luiz Fernando. A evolução da ideia e do conceito de família.


Disponível em: https://advocaciatpa.jusbrasil.com.br/artigos/176611879/a-evolucao-
da-ideia-e-do-conceito-de-familia. Acesso em: 08 de abril de 2019, às 10h20min.

CANAZZO, Alessandra Cavalcante. Alienação parental: aspectos jurídicos e


psicológicos. Disponível em:
https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/11007/Alienacao-parental-aspectos-
juridicos-e-psicologicos.

CHRISTÓFARO. Danillo Fernandes. Lei 13.431/17 entra em vigor hoje e abre


margem para prisão em razão de alienação parental. Disponível em:
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2018/04/05/lei-13-43117-entra-em-
vigor-hoje-e-abre-margem-para-prisao-em-razao-de-alienacao-parental/.

DIAS, Maria Berenice apud MELLO, Celso Antonio Bandeira de. Manual de direito
de famílias. 7ª ed. rev. Atual. E ampl. - São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2010.

DIAS. Maria Berenice. Finalmente, alienação parental é motivo para prisão.


Disponível em: https://www.conjur.com.br/2018-abr-05/maria-berenice-dias-agora-
alienacao-parental-motivo-prisao.

Direito de Família - alienação parental. Disponível em:


http://www.mppr.mp.br/pagina-6665.html.

GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro. Vol. 6: direito de família. 8ª


ed. rev. E atual – São Paulo: Saraiva, 2011.

PINHEIRO, Stephanie. Dever da família na efetivação dos diretos da criança e


dos adolescentes. Disponível em:
https://juridicocerto.com/p/stephanielimapinheir/artigos/dever-da-familia-na-
efetivacao-do-direitos-da-crianca-e-do-adolescente-3442.

PIRES, Thiago José Teixeira. Princípio da paternidade responsável. Revista Jus


Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 18, n. 3586, 26 abr. 2013. Disponível em:
<https://jus.com.br/artigos/24305.
15

SILVA, Manoel de Almeida e. O Direito de família e os princípios constitucionais


no enfoque jurídico atual. Disponível em:
https://www.jurisway.org.br/v2/dhall.asp?id_dh=9621.

TINA, Lucia. Igualdade entre filhos. Disponível em:


http://acontecenasmelhoresfamilias.com/seus-direitos/igualdade-entre-filhos/.

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