Guerreiros

publicação alusiva aos

20 anos do movimento
Guerreiros do Coração

do Coração
Novembro de 2014

guardiaesdoamanha.org.br

20 anos

Um Movimento
de Homens
a Caminho da
Totalidade
uma jornada
iniciática
Os cinco ciclos, os
interciclos e a
programação de 2015

guerreiros

+20
Fotografia e montagem fotográfica, Alcir Zoldan (Toko)

para onde o
movimento se
movimenta
Sou teu pai,
sou teu filho,
sou teu irmão
Eu estava lá quando ouviste o som do tambor, o som do coração te
chamando para nascer!
Eu escutei quando pronunciaste e ouviste teu nome ecoar entre os homens
Eu testemunhei teu animal de poder nascer!
Eu acolhi tuas dores quando falaste ao teu Pai
Eu respirei contigo muitas e muitas vezes quando choraste
Eu cantei e dancei para fluir o teu corpo maior que o teu “eu”!
Eu sou a gratidão por seres quem és
Eu te guiei no escuro
Eu te ensinei a cantar a Terra e teu Corpo
Fiz fluir a Água, guiando o teu Sangue
Senti teu Sopro no Ar
E na fogueira teu Espírito subiu mais e mais alto, muitas e muitas vezes!
Eu te ajudei a carregar os fardos da Vida
Mesmo quando estavas sem forças, eu estava ao seu lado!
Avante Guerreiro!
Eu cavei fundo, removi a terra e o lodo para te preparar
Eu rastejei no chão, subi nas árvores para o teu resplendor!
Eu te tirei teu bibelô para te apresentar teu Pai
Eu senti na minha carne a tua Ferida Sagrada!
Eu te coloquei em silêncio no escuro muitas vezes
Para pensar, para deixar ir aquilo que não te serve mais
Eu te despi dos teus apegos e desejos
Qual é o teu Nome, Guerreiro?
Eu te mandei ir em busca da Luz!
Coragem Guerreiro! Coragem!
Eu estava lá te acolhendo, quando saíste do centro da Mãe-Terra para o mundo dos Homens!
Eu te acalentei junto ao fogo e te ofereci perdão
Eu ouvi tuas preces
Eu ouvi tua voz como homem se render a algo maior
“Respira Guerreiro, Respira!
Compartilha a tua dor com os outros, estamos todos juntos!”
Eu respirei mais e mais fundo, ouvindo os sons do mundo
Tu partiste para o tempo sem tempo, Kairós!
Sob as bençãos de Urukure-á, teu animal de poder!
Para além das Quatro Direções!
‘Oremã, ro-o tá...’
Tuas dores brotaram da tua jornada rumo ao teu Coração!
Eu estava lá, estendi minha mão
Eu testemunhei tu morrer, uma, duas, mil vezes
Percebi tu lutar com dragões, com selvagens inimigos
Assisti tu lutares com a tua melhor amiga, tua Sombra
Caí e gritei ao teu lado
Eu te protegi quando eras forte!
Eu te encorajei quando estavas fraco!
Entendi tua dor e te fiz renascer
Eu te vi regressar Inteiro, Vivo, Guerreiro!
Eu sou teu Pai, sou teu Filho, eu sou teu Irmão!
Obrigado pela Presença e pela coragem de estares comigo! Hey!
poesia Gil Gosh
ilustração Rafael Barcellos
Índice
editorial o mapa
uma busca transcultural
de si mesmo Guia para a inteireza
e referencial na
página 6
proposta iniciática.

Clique e assista a
entrevista com
Mauro Pozatti

história

desde os página 11

Uma Jornada primeiros Um olhar sobre

Iniciática anos a celebração poesia
A estrutura do movimento em Como tudo começou O evento em Araranguá Sou teu pai,
ciclos, interciclos, atividades e e o caminho que se sintetizado através de
sou teu filho,
a programação de 2015 percorreu até os 20 anos. registros fotográficos.
páginas 14 a 19 página 6 páginas 25 a 29
sou teu irmão
Gil Gosh
páginas 2 e 3

o jardim
Clique e assista a João Marino
o guerreiro e página 24
poeta João Marino
recitando a poesia machado de
Machado de Pedra de pedra
João Marino
página 29
DANÇA
Guerreiros+20
para onde o movimento + conteúdo

O corpo em se movimenta Guardiães do Amanhã, Círculos

Femininos Tendas e Clãs do Sul,

transcendência página 20 página 30 UNIPAZ-SUL, H+ e Travessia Jaguar

páginas 32 e 33

4 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 5

 p Villa Mattarazzo é um pro-
jeto de Maria Amélia para o
cineasta Jayme Monjardim
editorial

Ondas a
procura
do mar
uma busca
de si mesmo

“Essa experiência rumo à

“Eu, e muitos de nós, partici-
pantes do movimento Guerreiros
do Coração, viemos da área aca-
dêmica, com graduação, especia-
lização, mestrado, doutorado, o
que nos deu uma formação muito
mecanicista. Mas, aos poucos, – e
isso é algo muito importante que
no movimento se resgata –, foram
surgindo mais informações que as
tradições ancestrais nos trazem
que, no meu tempo de estudan-
te, eram completamente desqua-
lificadas pela academia. Como
professor, me chamava muito a
atenção quando estudantes de
Medicina queriam estudar com as
benzedeiras que encontravam em
imersões nas vilas e na zona rural.
Aos poucos fomos entrando nes-
se mundo e vimos uma vastidão
de conhecimento que é tão ciên-
cia como qualquer outra, só que
trabalha com outros referenciais.
Então, nos Guerreiros, ao longo
do tempo, fomos nos aproximan-
do da tradição budista, da tradi-
ção cristã, da tradição xamânica,
da tradição sufi e tantas outras,
e todas essas perspectivas foram
abrindo outros olhares sobre
individuação, a esse
centro, ‘core’, coração,
é ir em busca de quem
nós realmente somos.
E isso é vastidão infinita”
* Mauro Luiz Pozatti
aquilo que nós costumeiramente
percebemos, e nos apresentando
formas que, integradas e entre-
laçadas, abriam possibilidades
infinitas, talvez muito mais es-
truturadas que a nossa perspec-
tiva, porque vinculavam intui-
ção, pensamento, sentimento e
sensação. Essas lidavam com o
amor, com o sentimento. Quem
de nós teve aula de amor? Quem
de nós aprendeu a sentir? E é o
que nos pega.
Essas tradições traziam essa in-
tegração. No movimento dos Guer-
reiros a tradição xamânica pesou
mais porque ela tinha o diferencial
de nos levar para o contraditório.
Vínhamos de dentro de aparta-
mentos, de organizações cheias de
computadores, e de repente tínha-
mos que estar no mato. E no mato
a gente não sabia lidar. No contra-
ditório à nossa cultura e formação
podíamos criar algo novo. Hoje o
movimento incorpora muitas tradi-
ções, por meio da dança, da música,
de estudos, mas não tomamos par-
tido de nenhuma, bebendo a sabe-
doria que está em todas para ajudar
naquilo que é mais importante, que
é a transformação do homem atra-
vés da busca de si mesmo.
Nós somos seres humanos,
e seres humanos são parte do
Todo. Pierre Weill (1924-2008,
psicólogo e educador francês,
fundador da Universidade Inter-
nacional da Paz – UNIPAZ) dizia
que nós somos ondas a procura
do mar. Ou seja, nos esquecemos
que somos mar, que somos seres
do Todo, do divino, vivendo uma
experiência humana. Descobrir a
si mesmo é buscar esse divino em
nós mesmos, é ir até nossa alma.
Nosso ego é muito pequeno em
relação a tudo que nós
somos. Então, essa experiên-
cia rumo à individuação, a esse
centro, ‘core’, coração, é ir em
busca de quem nós realmente
somos. E isso é vastidão infinita.
E só se pode aprender pela expe-
riência, não adianta ir numa aula.
Se eu não viver isso, jamais vou
saber.
Assim, as tradições tinham ri-
tos de iniciação, porque se jogar
toda essa informação em alguém
que não está preparado, ele não
suporta. São necessários passos
de uma complexidade crescente
para que a pessoa possa absorver
essa imensidão que ela é, que nós
somos. Nós, humanos, precisamos
aprender através de uma jornada
iniciática de expansão da consci-
ência, que quanto mais ampliada,
Clique e assista a
entrevista com
Mauro Pozatti
mais nos conecta aos outros seres
conscientes. E quanto mais isso
acontece, mais percebemos que
não temos controle nenhum. Que
somos parte desse Todo, uma onda
desse mar, e que aquilo que fizer-
mos para esse Todo vai nos afetar.
Então, quanto mais eu desenvolvo
minha consciência mais desenvol-
vo o sentimento, a busca da paz,
a proteção do meio ambiente, a
aceitação do outro, o respeito às
diferenças,... Porque somos todos
partes do mesmo mar”.
Extraído de entrevista concedida
durante o evento comemorativo
aos 20 Anos do movimento Guer-
reiros do Coração (19 a 21 de se-
tembro de 2014), em Morro dos
Conventos, Araranguá (SC).
* Mentor e facilitador do movimento
Guerreiros do Coração, Mauro Luiz Po-
zatti é médico psiquiatra, mestre e dou-
tor em Educação pela Universidade
Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS),
especialista em Análise Transacional
(UNAT-BR) e em Terapia Familiar Sistê-
mica (CEAPIA). Foi professor do Depar-
tamento de Medicina Social – Faculda-
de de Medicina da UFRGS. Atua como
psicoterapeuta transpessoal e diretor
da Universidade Internacional da Paz
em Porto Alegre, RS (Unipaz-Sul).

6 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 7

história

A serviço
do Sagrado
Médico psiquiatra, professor
universitário, chefe de departa-
mento na Universidade Federal
do Rio Grande do Sul (UFRGS), ca-
sado, pai de dois filhos. Até 1992,
Mauro Luiz Pozatti estava bem
adaptado à ‘normalidade’ social
– o que, viria a descobrir em se-
guida – não era sinal um sinal de
saúde, no sentido ampliado do
conceito, conforme ensinamento
legado pelo filósofo indiando Ji-
ção que assim fosse, surgia naquela
interrogação o catalizador de uma
grande transformação individual,
que viria a se ampliar sobremaneira
para o coletivo.
Nova masculinidade
Científico, o médico recorreu
aos livros. Mas não amordaçado
pela cátedra acadêmica – o in-
teresse por outras dimensões da
consciência vinha desde a juven-
participaram da atividade com Gi-
bsone na capital gaúcha. Nenhum
deu continuidade. Mas a determi-
nação em trabalhar com grupos
masculinos – confirmada em ou-
tra vivência com o antigo mentor
– não arrefeceu. “Craig propunha
que nós homens nos conectásse-
mos com nosso próprio coração
e com o coração dos outros ho-
mens, para enxergarmos a partir
do coração e assim poder cuidar
de nós e do mundo em volta”,
descreve Pozatti no livro Buscan-
do a Inteireza do Ser, resultado da
tese que lhe garantiu o doutora-
conselho de homens:
do em Educação pela UFRGS em
facilitadores do movimento
2003, pelo qual apresenta propo- e aprendizes do processo de
sições para o desenvolvimento

ddu Krishnamurti. Tinha finalmen-
te vencido na vida. Mas, tal qual
ouro de tolo, essa era uma grande
tude – recorreu a abordagens mais
existenciais, em especial o aprofun-
damento na prática de respiração
Por todas
expansão na consciência
da consciência humana, entre as
quais, como pedagogia iniciática,
o movimento Guerreiros do Co-

piada nada engraçada e um tanto
quanto perigosa...
A dissolução do casamento de
16 anos desencadearia uma crise
totalmente desestruturante para
aquela realidade. Uma morte. E as-
sim como viria a aprender depois,
estudando teoricamente e experi-
mentando vivencialmente, muitas
e muitas vezes, com outros tantos
milhares de homens, o princípio de
um renascimento. O obsoleto fica-
va para trás deixando uma dúvida
fundamental sobre a qual se funda-
ria o novo.
Separado, com dois filhos ho-
mens, de 10 e 7 anos, Pozatti depa-
rou com um questionamento até
certo ponto habitual a um pai di-
vorciado: como ensinar os meninos
a serem homens não morando com
eles? Não foi a resposta, mas a falta
dela, que levantou a indagação cru-
cial: sequer ele sabia, mesmo após
tantos estudos sobre psicologia e
psiquiatria, afinal, o que era ‘ser ho-
mem’. Sem a pretensão ou percep-
holotrópica, método terapêutico-
-vivencial desenvolvido pelo psi-
quiatra tcheco Stanislav Grof.
Em um desses trabalhos, co-
nheceu o artista e pesquisador
australiano Craig Gibsone, mora-
dor da comunidade de Findhorn,
Escócia, que facilitaria em São Pau-
lo uma vivência chamada ‘Rumo à
Nova Masculinidade’. Mobilizou 20
homens e partiu para uma jorna-
da de quatro dias de holotrópicas
culminada em um ritual “no meio
do mato”, baseada em um mapa
da consciência com os quatro ele-
mentos da natureza, com tecnolo-
gia dos nativos americanos, e que
trabalhava a passagem do menino
para o homem, psiquicamente.
“Aquilo mexeu demais comigo. Me
marcou tanto e de tal maneira que
e eu quis trazer isso para Porto Ale-
gre”, conta Pozatti. Estava firmada
a pedra fundamental.
O Caminho do Coração
No ano seguinte, 50 homens
ração, fundamentado cientifica-
mente no trabalho.
A serviço do coração, a mente
acadêmica formatou a proposta
em um programa de oito encontros
seguidos do rito de passagem. O
primeiro grupo se iniciou naquele
mesmo 1993, com quatro homens.
Terminou com um, apenas um.
Mais do que suficiente para que a
semente que germinava florescesse
como o movimento Guerreiros do
Coração. Da busca sobre o que é ser
homem surgia uma clareza intensa
e verdadeira que só a percepção
visionária, a liderança pela vonta-
de, a sabedoria que advém do puro
sentir e a ação amorosa são capa-
zes de produzir. Para Mauro Pozatti,
e muitos outros que viriam depois
dele, auxiliar na transformação de
homens por meio da ampliação da
consciência ali se revelava mais até
do que um inabalável propósito de
vida. Ainda hoje, vinte anos depois,
é uma missão em honra e a serviço
do Sagrado.
as relações
À medida que mais homens,
geralmente movidos pelo motivo
primordial para a busca de uma re-
composição de vida ou, ainda mais,
um salto evolutivo – a travessia de
uma crise existencial – se aproxima-
vam, o movimento Guerreiros do
Coração ganhava corpo e estrutura.
Grupos foram se formando e ritos
de passagem promovendo a ini-
ciação rumo à inteireza. Para mui-
tos, porém, a questão passou a ser
a continuidade após as revelações
acessadas no ritual.
Esse interesse resultou na criação
da estrutura de ciclos, desenvolvida
ao longo do tempo até se transfor-
mar numa jornada iniciática de ex-
ploração da consciência humana.
Em 1996 foi escalado o primeiro fa-
cilitador além de Pozatti. Dois anos
depois, já eram 13 os condutores de
grupos, denotando um crescimento
“
que não podia mais ser contido na-
quele núcleo precursor. Era preciso
saber para onde ir, por que, e quem
levar junto.
Unidos para,
separados, servir
A resolução se deu ao melhor es-
tilo Guerreiro: com entrega à regên-
cia do grande campo consciencial:
“Nos reunimos os 13 e fizemos uma
dança, com muita intensidade, en-
trega, presença, por muito tempo,
até que a certa altura o grupo ‘explo-
de’ e saem três novos, um para cada
lado. Estavam formados os primei-
ros clãs, que foram dando origem
aos próximos”, contou o criador do
movimento, no evento em celebra-
ção aos 20 anos em setembro de
2014, em Araranguá (SC).
O processo foi dolorido, como
é próprio de cada ciclo de morte e
A utopia está lá no horizonte.
Me aproximo dois passos, ela
se afasta dois passos. Caminho
dez passos e o horizonte corre
dez passos. Por mais que eu
caminhe, jamais a alcançarei.
Para que serve a utopia? Serve
para isso: para que eu não
deixe de caminhar”,
Eduardo Galeano
renascimento, porém igualmente
inevitável para dar espaço à ma-
nifestação do propósito que se
apresentava. “Era uma separação
que não queríamos fazer, mas ne-
cessária para nos colocarmos a ser-
viço”, descreveu Pozatti, revivendo
a emoção de quem sempre soube
que, naquela decisão, se havia pro-
tagonizado um episódio funda-
mental nas trajetórias de vida de
muitos – homens, mulheres, filhos,

8 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 9


famílias, amigos e tantos outros,
por todas as relações.
Aprendizes
da consciência
Numa apenas aparente contra-
dição, a ruptura uniu ainda mais
o grupo e consolidou de vez os
Guerreiros do Coração. Todos os 13
estão até hoje a serviço, como fa-
cilitadores e coordenadores, amal-
gamados pelo amor fraterno que
lá se constituiu e que se renova a
cada passo adiante. “Somos todos
aprendizes desse processo de ex-
pansão da consciência, da busca de
quem somos, de por que estamos
aqui, qual nossa tarefa, qual nosso
serviço, o que realmente tem valor
para cada um”, diz o idealizador do
movimento, sobre o significado da
devoção à jornada.
O trabalho prosseguiu, com o
sistema de formação de facilitado-
res se tornando mais fundamenta-
do, acadêmico, e, portanto, rigoro-
so. Fronteiras foram desbravadas,
com a criação e grupos no interior
mapa
gaúcho e em Santa Catarina, Para-
ná, São Paulo e Brasília (DF). O ritual
de primeiro ciclo em essência é o
um guia para a
mesmo herdado de Craig Gibso-
ne, mas com enriquecimentos que
o ampliaram de um para três dias
e meio. Novos ritos, para cada ci-
Inteireza
clo, surgiram. As etapas seguintes
receberam ampla e profunda in-
corporação de aportes teóricos de
diversas tradições sapienciais e pro-
posições científicas, formando uma
rica e manancial compilação para a
prática da espiritualidade.

Ser divino jar a perfeição advinda da Ilumina-

ção plena, apregoada por tradições
em uma espirituais. Estas razões constituem
o propósito, o serviço sagrado do

experiência movimento Guerreiros do Coração.

Lançar-se ao desafio da inteireza é

humana começar a percorrer a longa jornada da

Depois de vinte anos, a respos-
ta para a pergunta fatal – O Que é
Ser Homem? – foi sendo sistemati-
camente encontrada. Por múltiplos
e variados modos, conforme a ex-
periência de cada guerreiro em seu
caminho de individuação, mas con-
vergentes à essência da descoberta.
Desde que o primeiro homem fez a
primeira travessia atrás dela. E reno-
vada a cada ritual, em cada ano, em
cada cidade, com cada grupo, im-
pulsionando homens em busca de
si mesmos, de sua individuação e a
procura da transcendência.
O mentor do movimento, os ou-
mulher, ser humano, é ser um Ser
divino em uma experiência humana.
Oferecer a homens um caminho
para a transcendência do entendi-
mento do ego de que somos entes
isolados em meio ao caso, sem,
contudo, perder a perspectiva das
realizações práticas e necessidades
concretas, ao contrário, harmoni-
zando o denso, o sutil e o movi-
mento. Promover a inteireza do Ser
nesta experiência humana, transi-
tando entre a Luz e a Sombra para
gradativamente iluminar a consci-
ência, sem necessariamente alme-
mente, abarrotada de conhecimento e
conceitos, para a sabedoria serena da
alma que permeia cada Ser. É se permi-
tir ser arrebatado pelo propósito maior
da existência. É entregar-se ao desígnio
da Vida. É trilhar o Caminho do Cora-
ção. “É um caminho solitário. Ninguém
pode fazer por ti. Mas podemos fazer
juntos, e os Guerreiros propõem isso.
Para nos encontrarmos mais adiante,
de uma forma muito diferente”, ensina
Mauro Pozatti.
Uma forma muito maior do
que somos capazes de perceber
racionalmente, mas do tamanho
que podemos experimentar intei-
ros de coração.
A compilação básica do mapa é
entre os quatro elementos da natu-
reza (fogo, ar, água e terra), conceito
consagrado em inúmeras culturas
em todo o planeta, as quatro funções
da consciência propostas por Jung
(intuição, pensamento, sentimento
e sensação), alinhando suas simila-
ridades conjugando arte, filosofia,
ciência e fé (tradições sapienciais), e
apresentando-as simbolicamente.
Essa combinação é representada
por arquétipos que sintetizam qua-
lidades (visão, vontade, sabedoria
e amor) em cada direção do mapa
(Leste, Norte, Oeste e Sul), configu-
rando, assim, portais simbólicos de
O mapa transcultural
utilizado pelos Guerreiros
do Coração está presente
como referencial na proposta
de rituais de iniciação do
movimento desde a incursão
precursora de Mauro Pozatti
percepção de uma nova possibili-
dade (captada pela intuição do Rei),
procura organizar o foco e a estraté-
gia para realizá-la (pensamento do
Guerreiro). Ele se ampara no apren-
dizado acumulado e experimenta
as emoções que essa possibilidade
revela (sabedoria do Mestre/Sábio)
para orientar a atuação no mundo
(sensações do Amante).
A integridade desse processo
é o caminho para acessar o por-
tal central, uma vibração uníssona
entre intuição, pensamento, sen-
timento, intuição que constitui a
função transcendente, na física
definida como ‘padrão de coerên-

“
tros 12 precursores, os demais 17 fa-
cilitadores em atividade, os três mil
homens que passaram pelo 1º ciclo,
os muitos que ainda virão, os que
deixaram o processo, os que não
participaram, e até mesmo aqueles
que jamais ingressarão neste cami-
nho, compartilham desde sempre
da busca fundamental da jornada
da vida, pertinente à toda humani-
dade, alicerçada no coração de cada
indivíduo: tornar-se plenamente
consciente de que ser homem, ser
invocação das capacidades de ma-
Qualquer caminho é apenas um caminho. Não constitui nifestação da consciência. Cada por-
tal é acessado, ritualisticamente, por
insulto algum – para si mesmo ou para os outros –
meio de um instrumento musical
abandoná-lo quando assim ordena o seu coração. Olhe (sino, chocalho, críquetes e tambor)
cada caminho com cuidado e atenção. Tente-o tantas e ícones imagéticos (olho, flecha, os-
sos e mãos) que igualmente reme-
vezes quantas julgar necessárias... Então, faça a si mesmo,
tem aos seus significados.
e apenas a si mesmo, uma pergunta: possui esse caminho
um coração? Em caso afirmativo, o caminho é bom. Caso Equilíbrio
arquetípico
contrário, esse caminho não possui importância alguma”,
A proposta do mapa é guiar o
Carlos Castañeda guerreiro do coração no caminho da
no trabalho para o desenvol-
vimento de uma nova mas-
culinidade do qual participou
com Craig Gibsone, em 1992
inteireza. Isso ocorre com a constan-
te busca da harmonização entre os
quatro elementos, uma ‘dança’ para
o equilíbrio e a manifestação con-
junta dos respectivos arquétipos.
Por exemplo, o homem diante da
cia’. Reunidas essas forças permite
transcender o ponto de vista para
aquilo que as tradições chamam de
espiritualidade, acessível através do
centro (do mapa), em ressonância
com o do homem (core, coração)
– possibilitando a conexão com
todas estruturas vivas conscientes,
de maior e menor complexidade.
Procurar, com constância, ‘estar no
centro’ conscientemente é fazer o
Caminho do Coração, trajeto para a
Inteireza do Ser.

10 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 11

 PORTAL DO FOGO
O horizonte em que nasce o Sol é
onde tudo se inicia. Assim como
o astro, o fogo ilumina, permite
a visualização do que antes era
desconhecido. A luz traz novas
percepções, externas ou internas,
correspondendo à capacidade
intuitiva do ser humano. A partir
desse insight inicial é possível co-
meçar a instaurar a realidade. A
exemplo de um Rei constituindo e
liderando seu reino.
Direção: Leste
Instrumento: sino ou címbalo, re-
metendo àquilo que se alastra, pro-
paga, amplia, como a luz.
Função da Consciência: Intuição
Qualidade: Visão
Arquétipos: no campo arquetípi-
co, o Pioneiro é o que se aventura
a partir de algo obtido da intuição;
o Rei se empenha em transformar
essa visão sutil em realidade; e o
Visionário intui o oculto e gera en-
tusiasmo, iluminando caminhos.
PORTAL DA TERRA
A percepção da realidade concreta,
sólida, material, característica do mais
denso dos elementos, a terra, por meio
dos cinco sentidos faz da direção Sul
o portal das sensações. A delimitação
do corpo que nos faz fisicamente se-
parados é, ao mesmo tempo, oportu-
nidade de contato, toque. Essa troca
permissora da integração com tudo o
que existe, estabelece a possibilidade
da manifestação física do amor. Razão
pela qual o amante, o apreciador das
coisas que elevam os sentidos, é o ar-
quétipo que sintetiza o elemento.
Direção: Sul
Instrumento: tambor
Função da Consciência: Sensação
Qualidade: Amor
Arquétipos: a energia inicial do
Amante guia a busca por contatar e
apreciar tudo o que desperta os senti-
dos; o Curador reconhece o poder do
amor, e busca a cura harmonizando
diferentes níveis de realidade; 0 Arte-
são, é aquele que, com amor, transfor-
ma a realidade que percebe.

DENSO SUTIL MOVIMENTO PORTAL cENTRAL

Elemento Estado da matéria Função da Consciência Qualidade
FOGO Plásmico Intuição Visão O equilíbrio e a harmonização entre
AR Gasoso Pensamento Vontade os quatro elementos geram o aces-
ÁGUA Líquido Sentimento Sabedoria so ao Portal Central. A vibração unís-
TERRA Sólido Sensação Amor sona entre intuição, pensamento,
sentimento e intuição levam à trans-
cendência, reunindo os arquétipos
Para entender melhor
Correlação entre arquétipos no Ser Harmônico. Acessar o centro
Clique e assista os guerreiros
do mapa é estar no coração do ho-
Mauro Pozatti e Matheus
Elemento Adolescência Juventude Adultez mem, no ‘core’ do Ser, estabelecen-
FOGO Pioneiro Rei Visionário do-se a conexão com todas as estru-
Pozatti apresentando o

AR Mensageiro Guerreiro Líder turas vivas conscientes, de maior e

mapa conceitualmente

ÁGUA Aprendiz Iniciado Sábio menor complexidade, dos diversos

TERRA Amante Curador Artesão níveis da espiral evolutiva.

PORTAL DO AR PORTAL DA ÁGUA

O vento frio proveniente do Nor-
te levou os nativos americanos do
mesmo hemisfério a associar a dire-
ção ao elemento ar. E a característi-
ca etérea, intangível deste, ao pen-
samento humano, à racionalidade.
À capacidade de, pela própria von-
tade, estabelecer meta, definir foco,
traçar estratégia e se lança em dire-
ção ao objetivo. A impecabilidade
da ação, tal qual a flecha irrefreável
cruzando o ar até o alvo, e também
como simbolismo do poder pessoal,
associa-a ao arquétipo do Guerreiro.
Direção: Norte
Instrumento: chocalho
Função da Consciência:
Pensamento
Qualidade: Vontade
Arquétipos: o Mensageiro busca
informações no mundo; o Guerrei-
ro foca em algumas delas e traça
objetivos e estratégias. O Líder usa
o poder do foco para liderar outros
a atingir uma meta.
O elemento que na natureza não se
pode conter, que alterna o movimen-
to de uma cachoeira e a estabilidade
de um lago, fluído, adaptável, que
penetra no recôndito, foi associado,
por essas características, às emoções
humanas. Dominar tamanha força é
desenvolver a sabedoria, por isso o
arquétipo do Mago ou do Sábio defi-
ne o elemento. Sentimentos também
remetem aos vínculos, em especial
da ancestralidade, de onde se honra,
nesse portal dirigido ao Oeste, todo
aprendizado pregresso recebido.
Direção: Oeste
Instrumento: críquetes
Função da Consciência: Sentimento
Qualidade: Sabedoria
Arquétipos: o Aprendiz busca cana-
lizar determinado conhecimento; o
Iniciado se inicia em um aprendizado
superior para transformar sua jornada;
e o Sábio, por meio de um padrão de
significação profundo, faz do conheci-
mento sabedoria.

12 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 13


Uma Jornada
Iniciática
Destino de algo surgido para
responder a uma questão exis-
tencial de ampla repercussão
(O que é ser homem?) levado
adiante com qualidade – exi-
gência da procura por uma res-
posta incomensuravelmente va-
liosa –, o movimento Guerreiros
do Coração transformou-se, ao
longo de seus 20 anos, em uma
jornada iniciática de homens em
busca da inteireza do Ser
14 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos
Nesse período, os avanços repre-
sentados por uma grande egrégora
de filosofia, ciência, arte e sabedoria
ancestral, que hoje abriga das mais
variadas tradições sapienciais às
modernas e atualizadas conceitua-
ções científicas, já alcançaram mais
de três mil homens em quatro Esta-
dos brasileiros e no Distrito Federal
(contabilizando-se os que passaram
pelo ritual de 1º ciclo).
O crescimento inevitável permi-
tiu a ampliação inevitável das pos-
sibilidades, e implicou em uma es-
truturação, a partir da ideia de ciclos
que, quando percebida, revelou-se
uma trajetória organizada para a
transformação da consciência. Atu-
almente existem quatro ciclos, um
quinto está em elaboração e um
sexto sendo gestado, bem como
um trabalho conjunto com as mu-
lheres das Tendas da Terra e da Lua,
círculos femininos que, junto com
os Guerreiros do Coração, formam o
movimento Guardiães do Amanhã.
1º ciclo O Homem
buscando a si mesmo
Desde o ingresso no movimento o
homem percorre a pedagogia iniciáti-
ca que orienta a jornada dos Guerrei-
ros do Coração desde sua criação, em
1993: o trabalho em grupo, com es-
tudos teóricos e atividades vivenciais
preparatórios ao um rito de iniciação e
passagem. O primeiro ciclo de ativida-
des propicia ao homem olhar para trás,
revisitando as fases de sua vida, e para
a frente, projetando a realidade dese-
jada, reavaliando e reconstituindo sua
relação consigo mesmo, com seu pai,
amigos, filhos, as mulheres e com o
planeta. A atuação no grupo torna-se
um tempo/espaço para o aprofunda-
mento interior, o reconhecimento de
limitações, desafios e possibilidades,
e o aprendizado a partir da própria
experiência e do reconhecimento
do outro. Ocorre em oito encontros,
seguidos de um grande rito visando
à atualização de aspectos ainda vin-
culados ao homem-menino para o
homem adulto e responsável.
2º ciclo O Homem
e suas possibilidades
existenciais
O segundo ciclo se caracteriza
pela transformação da consciência
no nível da existência. O processo
de autoconhecimento é intensifi-
cado com a ampliação do estudo
do mapa transcultural e das práticas
vivenciais, com informações abran-
gentes aos arquétipos e aos campos
constitutivos do homem, dos mais
densos aos mais sutis, em diferentes
fases da vida. Como a composição
do grupo também significa a for-
mação de um clã, o segundo ciclo
torna-se a possibilidade de maior
confraternização e partilhas mais
aprofundadas, além de espaço para
a valorização de talentos pessoais e
coletivos. É realizado em 24 encon-
tros em dois anos, culminando com
rito de passagem.
3º ciclo O Homem
e suas possibilidades
transcendentais
No terceiro ciclo passa-se para o
desenvolvimento da consciência do
eixo horizontal (o nível da existência,
a peregrinação na estrada humana)
para também o vertical (transcen-
dente, caminho do Ser como parte
do Todo). O processo pedagógico é
realizado intensivamente visando à
constituição do líder de si mesmo e à
significação de diferentes realidades,
objetivando a capacidade de viver
no aqui e no agora. A base teórica
deste trabalho encontra-se nos sete
caminhos de transformação desen-
volvidos pelos nativos americanos.
Os grupos se formam com a partici-
pação de guerreiros de diversos clãs,
sendo uma grande oportunidade
de troca de experiências e visões de
mundo. O programa percorre nove
encontros trimestrais ao longo de
dois anos e meio, incluindo o ritual,
cada um com momentos de teoria,
vivência, arte, cura, danças e partilha.
4º ciclo O Homem
e suas transforma-
ções exteriores
O quarto ciclo dá início a um processo de transfor-
mação da consciência agora percebida em dimensões
mais abrangentes. O processo faz uso da atuação dire-
ta, pela qual o guerreiro manipula elementos da natu-
reza buscando transformar o exterior para que se trans-
forme a psique, em um processo alquímico. Olhar para
o externo é identificar o que há no interno; que o que
está fora, está dentro, e vice-versa. Não há separação.
O aprendizado desde o nível da matéria surge como
um caminho para a inteireza e para a compreensão da
inseparatividade maior, entre o Ser e do Todo.
Os encontros são realizados durante dois anos
e meio. No novo grupo, em formação, diversas ati-
vidades serão realizadas no terreno de 48 hectares
doado como área de preservação ambiental à repre-
sentação legal do movimento Guardiães do Amanhã
(que abriga os grupos de homens, dos Guerreiros do
Coração, e de mulheres, das Tendas e Clãs do Sul),
localizado no município de Riozinho (na encosta da
Serra gaúcha, a 104 km de Porto Alegre).
5º ciclo O Homem e
suas transformações
interiores
Se no quarto ciclo a transformação é do exter-
no para o interno, o quinto, ainda inédito, propõe
o caminho inverso: um profundo e necessaria-
mente corajoso mergulho interior ao encontro
do que se mantém sombrio para a transmutação
de dentro para fora. O conceito junguiano de al-
quimia como transformação da consciência rumo
ao self dá base à proposta. Nesse entendimento,
cada final de uma fase é a matéria escura (incons-
ciente) da próxima. Trazer luz (tornar consciente)
trabalhando as coagulações emocionais – que
são ficar preso numa parte do processo –, como
pretende cada rito entre os ciclos, resulta no sal-
to seguinte na espiral evolutiva, rumo à plenitu-
de do Ser, a uma vida mais autêntica, completa e
significativa.
O trabalho é proposto para o período de meio
ano, preparando o homem para o (até o momen-
to) último ciclo, o sexto, em elaboração, no qual
todos os anteriores são reunidos para compor
um espaço para o homem integrado a serviço da
transformação da consciência da humanidade.
20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 15
1º ciclo 2º ciclo
Está prevista a realização de primeiro ciclo nas regiões lis- Região do Sul Catarinense
tadas abaixo. Para mais detalhes entre em contato com Gravatal e região
a recepção do TAWA – Educação e Saúde, pelo fone: (51) Informações com o facilitador:
3231-0995, ou diretamente com cada um dos facilitadores Armírio Borghezan Cargnin (Miro) Região de Porto Alegre Região de Florianópolis
responsáveis pela sua região. (48) 9108-0504 | miro@imobiliariadovale.com.br Grupo 1 - segundas Grupo 1 – imersão sábado e domingo
Facilitadores: Facilitadores:
Região de Porto Alegre Criciúma e Tubarão
Matheus Pozatti Fabio Amaral Vicentini
Palestra informativa dia 11 de março de 2014 às 20h. Informações com o facilitador:
Rua Miguel Couto, 237 - Menino Deus.
(51) 9726-586 | matheuscpozatti@gmail.com Maurício Sedrez
Edegar da Cunha
Grupos confirmados até 10/11/2014: (48) 8403-4836 | cunhaedegar@bol.com.br
Tiago Oviedo Frosi (48)9959 4853 | msedrez@gmail.com
SEGUNDAS (51) 9677-2801 | sensei_frosi@hotmail.com
Facilitador: Mauro Pozatti Região de Florianópolis Julio Nunes Região do Norte Catarinense e Curitiba
(51)3232-5590 | mlp@portoweb.com.br Informações com os facilitadores: (51) 9985-0590 | juliocezarnunes@gmail.com Grupo 1 – imersão sábado e domingo
Horário: 19h30 às 22h30 Tulio Ramos Caminha Facilitadores:
Facilitadores: (48) 9975 5200 tulioramoscaminha@gmail.com Grupo 2 - terças Wilson Leipnitz
Alexandre Press Maurício Sedrez
Facilitadores: (51) 8151-4541 | wleipnitz@yahoo.com.br
(51) 9805-8910 | alexandrepress@terra.com.br (48)9959 4853 msedrez@gmail.com
Ramiro Feio
Alexandre Press Jorge Pompermayer Jr.
(51) 9963-0868 | feio@cpovo.com.br Região oeste Catarinense
(51) 9805-8910 | alexandrepress@terra.com.br (47) 9186-9869 | domhermano@gmail.com
Facilitadores: Informações com os facilitadores: Ramiro Feio
Elgo Schwinn Elgo Schwinn (51) 9963-0868 | feio@cpovo.com.br Região de Brasília
(51) 9912 0129 | elgoschwinn@gmail.com (51) 9912 0129 | elgoschwinn@gmail.com Paulo Jorge Freitas Grupo 1 – imersão sábado e domingo
Julio Nunes (51) 9992-7814 | paulojorge833@gmail.com Facilitador: Danilo Acosta
(51) 9985-0590 | juliocezarnunes@gmail.com Região do Vale do Itajaí danilo.acosta@hotmail.com
quartas BLUMENAU
Grupo 3 - terças
Matheus Pozatti Informações com os facilitadores:
(51) 9726-586 | matheuscpozatti@gmail.com
Facilitadores:
Gerson Luiz Zimmer
Tiago Oviedo Frosi (47) 9651- 8008 | gersonlzimmer@gmail.com
Mauro Pozatti Rito de Segundo Ciclo
(51) 9677-2801 | sensei_frosi@hotmail.com Jorg H. Saar (51)3232-5590 | mlp@portoweb.com.br 27 a 29/02
quintas (47) 9977-0239 | joerguerreiro@gmail.com Marco Fortunato Local a ser definido
Ramiro Feio Jorge Pompermayer Jr. (51)7813.1295 | m.fortun@terra.com.br
(51) 9963-0868 | feio@cpovo.com.br (47)- 9186-9869 | domhermano@gmail.com
Paulo Jorge Freitas
Região do Sul Catarinense
(51) 9992-7814 | paulojorge833@gmail.com Região de Brasília
Grupo 1 – imersão sábado e domingo
SEXTAS Informações com o facilitador: Danilo Acosta
Facilitador: Mauro Pozatti
Facilitadores:
danilo.acosta@hotmail.com
(51)3232-5590 | mlp@portoweb.com.br Edegar da Cunha
Horário: 19h30 às 22h30 Ritos de Primeiro Ciclo (48) 8403-4836 | cunhaedegar@bol.com.br
SÁBADOS Região de Porto Alegre Paulo Jorge Freitas
Facilitador: Marco Fortunato 11 a 15/11 - Viamão (51) 9992-7814 | paulojorge833@gmail.com
(51)7813.1295 m.fortun@terra.com.br
Horário: 8h30 às 12h Região da Serra Gaúcha
29, 30, 31/10 e 01 e 02/11 - Boa Vista do Sul

3º ciclo
Região da Serra Gaúcha
Informações com o facilitador: Rudimar Carminatti Região de Florianópolis
(54) 9917 8461 | rudicarminatti@ibest.com.br 29, 30, 31/10 e 1 e 2 - Caldas da Imperatriz

RONDA ALTA Região do Norte Catarinense

Informações com os facilitadores: 29, 30, 31/10 e 1 e 2/11 - Garuva
Elgo Schwinn Região de Porto Alegre Região da Serra Gaúcha Região do Sul Catarinense
(51) 9912 0129 | elgoschwinn@gmail.com Região de Brasília Casa do Lago Boa Vista do Sul Oikos
Julio Nunes Data ainda não (Eldorado do Sul) Obs: econtros ocorrem no (Criciúma)
(51) 9985-0590 | juliocezarnunes@gmail.com definida pelo Conselho.
6/2 - 4º; 29/5 – 5º; Oikos (Criciúma) 26/6 -1º;
21/8 - 6º; 27/11 - 7º. 27/03 – 8º; 24/07 – 9º. 18/9 – 2º; 4/12 - 3º.

16 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 17

atividades em 2015
4º ciclo
Região de Porto Alegre
Casa do Lago (Eldorado do Sul)
e Riozinho (Rolante) - Duração 1 ano
28/8 - 1º;
20/11 - 2º.
Interciclos
Grupos de convívio dos Guerreiros do Coração
Região de Porto Alegre
Tawa/Unipaz-Sul – 19h30 ás 22h30
Interciclo A – Palestras
Participantes: Guerreiros
pós Primeiro Ciclo em diante:
15/4; 13/5; 10/6; 15/7; 12/8;
16/9; 14/10; 18/11; 16/12.
Interciclo B – Filmes
Participantes: Guerreiros
pós Segundo Ciclo em diante:
4/3; 8/4; 6/5; 17/6;
8/7; 5/8; 2/9; 7/10;
4/11; 2/12.
Interciclo C – Ofícios
Participantes: Guerreiros
pós Terceiro Ciclo em diante:
25/3; 22/4; 20/5; 24/6;
22/7; 19/8; 23/9; 22/10;
11/11; 9/12.
Interciclo D – Palestras e Tai Chi
Participantes: Guerreiros
pós Quarto Ciclo em diante (em conjunto
com as palestras do Programa H+):
18/3; 1/4; 15/4; 29/4; 13/5; 27/5;
10/6; 1/7; 15/7; 29/7; 12/8; 26/8;
16/9; 30/9; 14/10; 28/10;
18/11; 25/11; 2/12; 16/12.
18 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos
5º ciclo
Região de Porto Alegre
Casa do Lago
(Eldorado do Sul)
17/04 – 1º; 10/07 – 2º;
23/10 – 3º; 18/12 – 4º.
Mantendo
as brasas Outras atividades
aquecidas
Comemoração dos Reunião do Conselho
O movimento Guerreiros do Coração caracteri- 21 anos do Movimento de Homens – Facilitadores
zou-se, em seus primeiros vinte anos, por se aper- Guardiães do Amanhã do Movimento
feiçoar à medida que cresce. E a entrada no 21º ano (Guerreiros e Tendas) Guerreiros do Coração
ocorre com a continuidade da vocação inventiva e 1, 2 e 3/05 Local a ser definido
reciclável da proposta. Está programado para mar- Local e programa em definição. 11 a 13/9.
ço de 2015 o lançamento do Interciclos - Grupos
de Apoio e Convívio, destinado a guerreiros que
completaram determinado ciclo (do 1º ao 4º) mas Programa H+ Programa Jovens
não ingressaram no seguinte, interessados em ati- Palestras e Tai Chi Guerreiros
vidades com facilitador (a participação dos que fre- Participantes: Homens Local a ser definido
quentam um ciclo regular será permitida). com mais de 50 anos 25 a 27/09.
A intenção é não deixar as brasas que esfria- 18/03; 1/4; 15/4;
ram se apagar, mantendo-as próximas da grande 29/4; 13/5; 27/5;
fogueira. “A mudança se dá no convívio, não pela 10/6; 1/7; 15/7; 29/7; Programa Jaguar
informação do facilitador. É entre homens que vai 12/8; 26/8; 16/9; 30/9; Informações com o facilitador:
se transformando juntos”, justificou o mentor dos 14/10; 28/10; 18/11; Alessandro Rivelino de Borba
Guerreiros, Mauro Pozatti, ao anunciar o projeto na 25/11; 2/12; 16/12. (51) 9291-4591.
celebração dos 20 Anos em setembro. Joana Hennemann
A metodologia está sendo estruturada. Inicial- (51) 81115646 | joanahennemann@terra.com.br.
mente são propostos encontros para egressos do Programa Portais do Poder
1º ciclo; exibição de filmes com debate e partilha (Movimento Guardiães do Amanhã)
em dez ocasiões após o 2º ciclo; vivências com ar- (Guerreiros pós Terceiro ciclo) Fazendas Terapêuticas
tesanato para depois do 3º ciclo; e o acompanha- Região de Porto Alegre Informações com o facilitador:
mento do grupo H+ (para homens acima de 50 Casa do Lago (Eldorado do Sul) Julio Nunes
anos) para os que finalizaram o 4º ciclo, mesmo que 27/07 a 02/08 – imersão 1; (51) 9985-0590
não tenham a idade mínima limite. 16 a 18/10 – imersão 2. juliocezarnunes@gmail.com.
20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 19
DANÇA
Iluminado ao
O corpo em
sol do meio-dia
transcendência Wilson Leipnitz
“A dança entrou na minha vida
num momento singular. Estava num
processo de crise de dor de coluna,
com duas hérnias de disco na lombar.
Minha percepção é que tinha um ti-
rano dentro de mim, querendo meu
guerreiro interno servindo a qualquer
custo. Ser guerreiro é serviço. Só que
quando esse guerreiro se submete a
um tirano, ele pode quebrar. E talvez
isso tenha acontecido comigo.
Segundo nossa literatura, a for-
ma de meditação do guerreiro é
dançando. Comecei esse processo
e logo percebi que quando chegava
na aula, tinha dor. Quando ela termi-
nava, não tinha. Minha cura da co-
luna, entre outros, foi com a dança”.
wilson: “Dizem que quando alguém reza falando, reza uma vez;
falando e cantando, duas vezes. Se fala, canta e dança, reza três vezes”
Dentre os diversos guerreiros facilitadores de danças circulares sagradas, Wilson
Leipnitz, como precursor e propagador, e Luís Henrique Costa Garcia, como propagador,
assumiram tais papéis que hoje, combinados, acabam por formar uma síntese da
representatividade desta arte no Movimento Guerreiros do Coração. Para muito
além de um exercício de expressão corporal, a dança circular promove presença,
Luís Henrique: “A dança tem um aspecto terapêutico e curativo que
abertura e ampliação de consciência, tornando-se uma poderosa prática espiritual não há como explicar. Só praticando, entrando na roda e dando as mãos”
20 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos
A dança no Movimento
“No processo de desenvolvimen-
to pedagógico chegamos ao terceiro
ciclo. Eu já tinha terminado a forma-
ção e levei a dança circular para um
encontro. Guerreiros sempre dança-
ram danças dos povos autóctones,
mas enfim, tem mais dança. E o ser
humano dança há muito tempo, é
uma forma de expressão. Dizem que
quando alguém reza falando, reza
uma vez; falando e cantando, duas
vezes. Se fala, canta e dança, reza três
vezes. Muitas culturas tem a dança
como prática de oração. O Mauro
Pozatti percebeu que a dança tinha
tudo a ver com o processo dos Guer-
reiros do Coração. Dentro do grupo
ocorre uma igualação de energia.
20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 21
Numa visão da ciência, quando uma
onda está em fase com outra, se po-
tencializa; quando não está, se anula.
Quando homens estão no mesmo
passo, na mesma batida, entram em
ressonância, por isso aquele estado
diferente de antes de iniciar e o bem-
-estar depois, que é mais que pleni-
tude, é estar no sol do meio-dia, o
corpo todo iluminado”.
Aqui e Agora
“Quando se experimenta a dança
com homens, quebramos muitos pa-
radigmas, ao dar as mãos, entrelaçar,
movimentar a cintura. Isso é acessar
nosso feminino de forma sagrada. Bus-
co, percebo e manifesto minha inteire-
za porque eu não sou só masculino, te-
nho também meu feminino. Quando
eu danço, percebo o tempo e o espa-
ço como duas linhas, horizontal e verti-
cal e onde se encontram, reconheço o
aqui e agora. A dança traz isso: magia,
encantamento, plenitude, presença.”
Presença e
transcendência
Luís Henrique Costa Garcia
“A dança é uma ferramenta muito
antiga que chega pra que a gente pos-
sa trabalhar a música, o ritmo, o corpo
em movimento. Em especial na dança
de comunidade, de dar as mãos, es-
tar olhando no olho, onde não existe
hierarquia, existe alguém conduzindo
os passos naquele momento, a gente
está como unidade, um grupo trocan-
do energias de povos antigos e crian-
do novas danças, resgatando a parte
da arte. É um momento de estar com a
gente mesmo. Quando estou dançan-
do, não pensando em mais nada, fico
presente naquele momento. Dança
traz presença e nos eleva à transcen-
dência, como um banho interno. A
dança de comunidade tem um aspec-
to terapêutico e curativo que não há
como explicar. Só praticando, entran-
do na roda e dando as mãos”.
em movimento
O movimento Guerreiros do
Coração completa 20 anos
de uma história feita por
milhares de homens. Homens
que só queriam ser pai do
próprio filho ou companheiro
da própria esposa. Homens
que só queriam não repetir
o modo como viveram os
primeiros 50 anos. Homens
que apenas queriam ser
ouvidos, sem julgamento.
Homens que apenas queriam
reconhecer o próprio pai
ou a própria ancestralidade.
Homens insatisfeitos,
incompletos e infelizes, que
descobrem em si um outro
homem, mais humano, mais
sensível, um incansável
buscador de sua inteireza
Luiz Jacques Saldanha
No ano de 1997, o Mauro me dis-
se que este trabalho era importante
pra mim. Fui no primeiro encontro e
achei uma besteira aquela coisa de
dar a mão. Dos nove encontros, pas-
sei oito achando que era uma boba-
gem, mas fui para o rito. Percebi que,
durante os meus 50 anos de vida,
sempre procurei o controle da mi-
nha emoção. A grande mudança foi
a percepção de posso pensar sobre o
que senti. E a maravilha é o seguinte:
nenhum sentimento é perigoso. Não
existem “complexos”: existem experi-
ências de vida; e são as experiência de
vida que dão a qualidade do teu ser
humano, é o que te humaniza.
22 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos
Alexandre Press
Eu vinha de um processo de se-
paração no casamento, tive um filho
muito cedo, e estava com dificuldade
de relacionamentos no trabalho. Esta-
va com dificuldade, inclusive, de me
comprometer com “ser pai”. O mo-
vimento mudou o meu olhar sobre
a vida. Pude caminhar junto com a
minha companheira de uma maneira
bonita, amorosa, porque comecei a
me amar. Não me tornei perfeito, mas
me acolhi, me aceitei como era e me
conheci mais. Nós, homens, não nos
abrimos, e o movimento é um espa-
ço mágico onde a gente pode abrir o
coração e ser ouvido.
MATHEUS POZATTI
De alguma forma, esse movimen-
to é resultado de uma experiência
direta comigo. Com a separação dos
meus pais, quando tinha sete anos,
meu pai começou a repensar essa
história de homem. Talvez essa toma-
da de consciência do meu pai tenha
sido o maior exemplo dele e o que
de mais importante eu reconheço no
movimento. Ele representa essa no-
ção de que a gente precisa estar sem-
pre atento ao nosso processo. Um
homem inteiro é muito mais valioso
do que um homem pela metade ten-
tando cumprir um papel. A inteireza
precisa estar sempre sendo buscada.
Isso é um sentido de vida.
Paulo Jorge Ribu de Freitas
O movimento Guerreiros do Co-
ração foi uma virada total de rumo.
Entrei já maduro, tendo passado por
uma série de etapas... e chegava o
momento de enfrentar efetivamen-
te o grande desafio de me recons-
truir, de me entender e de buscar
significado do porquê estava na-
quela jornada. O movimento foi uma
nova vida, que vivencio intensamen-
te, de corpo e alma, desde 2006. É
como se eu estivesse vivendo ape-
nas de corpo até aquele momento,
e o Movimento tivesse me mostrado
que tinha uma alma ao meu lado e
que podia construí-la também.
JULIO NUNES
Sou casado, pai de dois filhos,
padrasto de uma moça adolescente,
trabalhava 12 horas por dia, e tinha a
certeza de que estava fazendo tudo
certo. De repente, apareceu, o convi-
te da minha companheira: “tu vai por-
que se não...” Fui no primeiro encon-
tro e achei meio estranho, mas o meu
corpo sentia. No quarto encontro,
alguma coisa mudou. Fui para casa
e, na frente do espelho, fazia umas
caretas escovando os dentes antes
de dormir. A minha alma não se iden-
tificava com aquele corpo por causa
do que vivi naquela noite. Entrei de
cabeça e o movimento me libertou
para eu ser o autor da minha história.
Luis Henrique Costa Garcia
O Movimento Guerreiros do
Coração chegou na minha vida no
momento em que não sabia que a
distância que tinha do meu pai cria-
va um vazio na minha relação com
outros homens. Chegou como uma
benção, como uma possibilidade de
mudança. Iniciei no Movimento em
1995 e depois de 19 anos percebo o
quanto aquele início proporcionou
todas as mudanças e toda a resignifi-
cação da vida. Se eu não tivesse pas-
sado pelo “olhar para dentro”, pelo
“olhar para minha luz e para minha
sombra”, e para quem eu sou em
essência, não sei aonde estaria hoje.
PAULO LIPP
Quando entrei no Movimento,
eu tinha me separado, estava perdi-
do... e com dois filhos adolescentes.
Como que eu ia ser pai? Como eu
iria ensinar dois filhos homens? O
fato de estar com outros Guerreiros,
que também tinham filhos da mes-
ma idade, me deu um suporte muito
grande. A busca pelas minhas ver-
dades, por meio dos elementos da
natureza, da qual a nossa sociedade
está muito distanciada hoje em dia, e
o aprendizado do que é ser homem
com outros homens. Essas duas coi-
sas são fundamentais. O movimento
me deu uma base muito forte e me
trouxe coisas realmente incríveis.
NIKOLAJ DE FINE LICHT
De certa forma, a música co-
meçou cedo na minha vida por-
que o meu pai tocava. Ele não é
músico, mas sempre tinha música
em casa. Eu mesmo comecei a to-
car tarde. Escutava e tocava, mas
nunca percorri o caminho normal
de um músico. Quando encontrei
os Guerreiros, achei uma outra di-
mensão da música. Hoje, as coisas
que eu toco com os Guerreiros
vêm da inspiração do momento.
Foi nos Guerreiros do Coração que
desenvolvi essa forma de fazer
música, que é uma música mais
espontânea, uma cura para mim.
JÖRG SAAR
Eu nasci em 1957, na Alemanha.
Sou da geração pós-guerra. Minha
mãe perdeu toda a família em um
dos últimos ataques americanos.
Com 21 anos, sai da Alemanha e me
prometi nunca mais voltar. Muitas
vezes, as pessoas me perguntavam:
“o que é que você veio fazer no Bra-
sil? Nunca tive uma resposta... até o
dia em que entrei nesse movimento,
20 anos depois. Numa noite qual-
quer, a ficha caiu: precisava estar no
Brasil para poder transcender o meu
trauma da infância, de uma criança
machucada com um peso muito
grande. Minha primeira decisão foi
levar minha família para a Alemanha.
20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 23
rudimar carminatti
O Movimento me permitiu fa-
zer algumas reflexões e me permi-
tiu avaliar o que eu podia carregar
comigo e o que se tornou obso-
leto. Ele me permitiu avaliar quais
possibilidades eu podia vislumbrar
a partir destas percepções, e to-
mar decisões a partir delas. Passei
também a avaliar como estavam
as minhas relações tanto no âmbi-
to pessoal, como familiar e profis-
sional. Passei a viver em busca da
inteireza; consegui encontrar um
ponto de equilíbrio, onde todas as
relações estejam presentes, e con-
segui permanecer inteiro.
Marco Aurélio Caminha
O movimento me trouxe a pers-
pectiva de me ver diferente. Passava
por um momento difícil na relação
com meu filho. Tinha um amor muito
grande, mas tinha dificuldade de es-
tar com ele. Um dia, nós discutimos e
quando terminei de falar, ele se virou
e saiu. Fiquei ainda mais bravo e per-
guntei se ele não iria me responder. Ele
disse: “tu não me ouve”. Uma semana
depois o Mauro passou por mim e fa-
lou que ia fazer um grupo de homens.
Eu perguntei: “como assim um grupo
de homens?” E ele respondeu que era
um grupo para a gente aprender a ser
homem. Foi assim que, há 20 anos, os
Guerreiros entraram na minha vida.
O Jardim
Num tempo do sem tempo,
desprendeu-se do Porvir,
no espaço infinito
do negrume aluno da noite,
por motivo desconhecido ainda,
mas suspeito do querer da intuição,
uma centelha de luz,
que, fugindo, riscou o nada,
alumbrando estrelas e luas,
ainda desconhecidas de tudo,
até então, desconhecidas de si.
Admirada do que causou,
pairou no espaço informe,
por tempo indeterminado.
E, assim, imóvel desejou,
mais que ver, tocar.
E o desejo lhe ardeu tanto,
que sentiu-se fluir,
causando um mar.
E tanto se amou,
que mergulhou profundo
e no fundo parou,
dentro de seu corpo inspirado,
que agora, em parte era mar.
Lá ficou, envolvida de si,
por tempo indefinido
até a saudade do infinito
fazer-lhe emergir.
E foi tanta a força com que emergiu,
que rompeu-se o silêncio
fazendo-se ondas
num mar de encrespamentos.
E o som além do silêncio
encheu a centelha de contentamento
que dela fluíram cantos
e mil versos se fizeram,
E tanta cantoria inspirou a dança.
E voando livre nos ares rodopiaram
centelha, luas e estrelas.
E as luzes se alternaram
em escuros e claros
e a dança que se fazia,
em meio a cantoria,
espalhou-se espiralada,
alternando dias e noites,
anoiteceres e alvoradas.
E a alegria foi tanta
poesia João Marino
ilustração Rafael Barcellos
De novo parou em contemplação
que os sons e os versos e respirou profundo,
se fizeram seres, um respirar de alma e coração.
muitos e mui diversos, Foi-se mais um dia,
no ver-tocar-ouvir da centelha, veio mais uma noite.
que a tudo compreendia E na madrugada que vinha,
num verso único, outro desejo amanhecia:
no uni-verso. de tudo queria sentir o gosto.
Da centelha inspirada, E de sua sabedoria,
do querer da intuição, nasceu, então, o paladar.
viu-se da alvorada, Tudo lhe tinha
da luz em refração, e tudo ter também queria.
emanar formas e mistérios Mas para que assim fosse,
de corpos etéreos, a centelha bem intuía,
mil outros seres em gestação: tudo teria que renunciar;
fez-se o ar, para além do doce,
fez-se o fogo, sentiria seu corpo se apagar.
fez-se a terra, Dias e noites se sucederam
Um olhar sobre
tudo depois do mar. aprimorando-se nos sentidos,
E fez-se também o que neles habita, mas em tudo sentia
e anda, e voa, e respira, e germina e cresce. o desejo do paladar!
a celebração
E a centelha, extasiada, Até que certa madrugada,
de amor se enchia sem mais lugar para pensamentos,
em tudo que enxergava, tocava e ouvia. desabou do firmamento,
Mas algo a intrigava riscou o céu,
porque, ao ver a singela rosa, roçou o dossel
outra coisa sentia. e com a terra veio ter. Durante o evento em
Não tinha som, Procurando a roseira,
Araranguá, o guerreiro e
mas de modo diverso dizia, de suave maneira,
um beijo lhe deu: fotógrafo Alcir Zoldan, o
algo estranho,
de estranha melodia, uma mágica luz se viu, Toko, integrante do
que reverberava no universo, um doce perfume tudo envolveu, clã Via Core, de Boa Vista
mas que o ouvido não ouvia. um coro celeste se ouviu, do Sul esteve a serviço
Foi chegando bem perto, o amor tudo tocou!
doando um de seus
tomada de grande emoção, O encanto aconteceu,
e bem de perto um gozo sinestésico talentos: capturar e
deu-se por conta da razão: de um impensado sabor. documentar imagens.
Ah, que doce poesia E a centelha, Confira nas páginas
essa que da rosa saia assim, tudo teve
a seguir um pouco do
e que a tudo em volta perfumava! e tudo renunciou.
Desejou, então, aromas e cheiros. De novo resultado deste trabalho
De pronto, parou em contemplação,
jorrando inspiração, riu-se e chorou!
espalhou mil canteiros, E depois
inventando mil flores perfumadas, saiu riscando os ares,
Karate: na foto de abertura
ervas aromáticas, parando em cada flor,
da página (acima), Tiago Frosi
borboletas carismáticas, espalhando beijos
apresentou a arte marcial como o calor do reencontro: o doce abraço na chegada ao hotel e a partilha
mangabas e abelhas aladas. na forma de um beija-flor.
prática para o corpo e a mente de ‘tópicos quentes’ para equalizar as energias na primeira noite do evento
20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 25
Vivência de dança coletiva para homens conduzida pelos facilitadores Elgo Schwinn e Julio Nunes na manhã de domingo Luis Henrique no tambor e Nikolaj na flauta Dança e partilha não poderiam ficar de fora do evento

Do menino ao homem: jovens guerreiros tiveram a aportunidade de interagir com diversas referências do masculino Música, poesia, H+, silêncio e jovens guerreiros: cinco rodas de foqueira temáticas proporcionaram muita interação

26 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 27

 O guerreiro João Marino,
do clã do Lobo Guará de
Santa Catarina, presenteou
Mauro Pozatti com dois de
seus talentos: arte e poesia.

Informações de ordem prática: na primeira noite de evento Mauro Pozatti apresentou a programação do final de semana

machado de pedra
Uma pedra,
Pedaço inteiro da Mãe-Terra.
Guarda em si o som primeiro,
longa e larga memória
dos silêncios
e dos sons cataclísmicos da criação;
precisos e preciosos registros
de tempos passados e antepassados.
Contém o pó das estrelas,
o calor dos vulcões
e o frio das eras glaciais;
Testemunha viva da energia universal
em movimento e impermanência.
Os relatores dos próximos 20 anos do movimento: João, Hiran, Rafael e Guelle foram as vozes dos grupos de trabalho

Um machado de pedra,
um instrumento pessoal de poder
e conexão com a sabedoria ancestral.
Uma ferramenta que empodera
o Guerreiro que a empunha,
o Amante que a engendra,
o Mago que a concebe,
o Rei que a possui. Clique e assista o
guerreiro e poeta João Marino
recitando a poesia Machado
poesia João Marino
Wilson, Fábio, Gerson, Mauro, Marco Aurélio, Marco Fortunato e Elgo: membros do Conselho de Anciões ilustração Rafael Barcellos de Pedra no Youtube

28 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 29


Guerreiros+20
para onde o movimento
se movimenta
Seguindo a natureza dinâmica
do movimento Guerreiros do
Coração, a página da celebração
dos 20 anos, no evento reali-
zado em 19, 20 e 21 de setem-
bro, no Morro dos Conventos,
em Araranguá (SC), foi escrita,
firmada como um marco do
período pregresso, e virada para
dar espaço ao novo, sendo pon-
to de partida para a construção
das próximas duas décadas. Há
que se continuar seguindo a Luz
Corações
a Serviço
A partilha do Guerreiros+20 foi
completada por uma Roda de Conse-
lho com o Conselho de Anciões, gru-
po de sete que representa o Conse-
lho de Homens (composto por todos
os 30 facilitadores) do movimento.
Um dos facilitadores mais antigos,
Marco Aurélio Caminha lembrando
30 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos
O futuro do movimento come-
çou a ser traçado em um debate em
grupos interativos para a elaboração
de sugestões, do qual participaram
145 guerreiros, denominado Guerrei-
ros+20. Em todas as manifestações, a
sutil percepção da emergência da von-
tade de colaboração com a ampliação
das possibilidades trazidas pelo movi-
mento, e do anseio de partilha com
outros homens, famílias e a comunida-
de das descobertas e transformações
alcançadas por cada homem dentro
dos Guerreiros do Coração. Subjacen-
temente a propostas mais ou menos
úteis, reivindicações viáveis ou não,
ideias inovadoras ou conhecidas den-
tro do movimento, apresentaram-se,
sobretudo, corações cativados pelo o
que experimentaram, colocando-se a
que muitas das sugestões já circulam
há tempo nos conselhos, ou estão em
formatação, valorizou elas serem refor-
çadas. “Esses anseios despertados tam-
bém são os nossos. Muitas coisas que
acontecem só são possíveis porque fo-
ram propostas lá atrás”, apontou, obser-
vando a importância da voluntariedade
que sustenta o trabalho desde o início.
“Às vezes faltam mãos para que tudo
se realize”, o que, acrescentou, dificulta,
mas jamais impediu as realizações.
Fábio Vicentini revelou que muitas
das questões levantadas reverberaram
a primeira imagem
dos proximos 20 anos:
guerreiros debatem sobre o
futuro do movimento
serviço – reproduzindo uma condição
que caracteriza profundamente o tra-
balho desde o seu surgimento.
Entre as muitas proposições sur-
gidas, destacaram-se as referentes à
estruturação da área de 48 hectares
repassada à representação legal do
movimento Guardiães do Amanhã,
localizada no município de Riozinho
(leia mais na página ao lado); ações de
cultivo da proximidade entre os clãs e
o movimento; melhoria da divulgação,
da disponibilidade e do acesso às in-
formações sobre a proposta, visando
ao aprendizado contínuo dos partici-
pantes e à atração de novos homens;
trabalhos em parceria com os círculos
femininos e inclusivos às mulheres; e
iniciativas voltadas à extensão da pe-
dagogia iniciática as crianças.
nele próprio em vários momentos
durante sua trajetória nos Guerreiros,
sempre renovando a consciência do
propósito: “para perceber se (nesse
caminho) ainda tem coração”, assi-
nalou. A checagem até hoje resultou
em resposta positiva por uma razão:
“Aqui é treino, lá ‘fora’ é prova prática,
onde vou levar o Guerreiro do Coração
onde quer que eu vá”, indicou, sobre
a postura em ações no mundo com
as quais os participantes podem se
envolver sem necessariamente serem
respaldados pelo movimento.
Movimentando
o Movimento
A respeito do que foi analisado
como distanciamento dos clãs do nú-
cleo do movimento, e dos guerreiros
que se afastam após a participação
em ciclos – algo que, no entendimen-
to de boa parte dos grupos – merece
ações de reaproximação, Vicentini
ilustrou com o próprio processo.
“Depois do meu primeiro ciclo, sen-
ti medo. Aquilo era muito pra mim.
Precisei sair para retornar”, descreveu,
para alertar: “Às vezes não é o tempo
do cara, ele precisa se afastar. Sauda-
de não pode ser confundida com car-
regar alguém no colo”.
Elgo Schwinn destacou a natu-
reza ‘caórdica’ (de caos ordenado)
do movimento para destacar que
as providências para o atendimento
dessa demanda já estão em desen-
volvimento. “A ponte está projeta-
da, e será testada no ano que vem”,
anunciou , referindo-se às ativida-
des Interciclos (leia mais na página
18). Contudo, também salientou a
necessidade de proatividade dos
guerreiros na contemplação dos
seus interesses. “É uma pedagogia
iniciática, implica em rituais. E exige
de mim ir em direção ao movimen-
to, não o contrário”.
Unidade na
diversidade
“Não espero nada do guerreiro
a não ser que se mostre, se posi-
cione”, completou Wilson Leipnitz,
escolhendo destacar a organização
como caracterizada pela “unidade
na diversidade” para manifestar
acolhida ao pedido de qualificação
dos facilitadores – cujo processo de
formação é cada vez mais exigente
e rigoroso. “Significa que vocês nos
prezam e acham que a gente pode
melhorar”, considerou.
Por fim, Gerson Zimmer suge-
riu uma reflexão norteadora para
cada guerreiro disposto ao serviço,
propondo um questionamento: “O
que eu posso, como líder de mim
mesmo, fazer melhor por esse mo-
vimento? E por um mundo maior,
sonho dos Guardiães do Amanhã
(que incluem os círculos femininos
das Tendas e Clãs do Sul)?”. Além
disso, aliou-se ao anseio de ampliar
o trabalho, alcançando as crianças.
“Sonho que possamos, no futuro,
colocar essa pedagogia iniciática
desde a base”, revelou. “Os próximos
vinte anos vão ser construídos com
nossas atitudes. Que possamos con-
tinuar fazendo a diferença na vida
dos outros homens”, definiu.
ocupando o espaço:
área de 48 hectares é
um referencial desta nova
fase do movimento
20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 31
Não há lugar
melhor do que
a própria casa
No segundo semestre de 2013 foi
formalizado o repasse, à representa-
ção legal do movimento Guardiães do
Amanhã – que abriga os grupos mas-
culinos dos Guerreiros do Coração e os
círculos femininos das Tendas e Clãs
do Sul –, de um terreno de 48 hectares
no município de Riozinho, na encosta
da Serra, a 104 km de Porto Alegre. A
doação foi feita pelo proprietário, o
guerreiro Jorge Ferreira, com o caráter
jurídico de área de preservação am-
biental conferido ao local.
“Era uma área devastada, que o Jor-
ge recuperou deixando crescer a mata
por 30 anos, e escolheu doar para
quem fosse preservar”, contou Mauro
Pozatti, em agradecimento público ao
gesto no evento comemorativo dos
20 anos. “Achei os Guerreiros o mais
indicado, pelo amor à Terra manifesta-
do pelos homens deste movimento”,
resumiu Jorge.
Riozinho será a casa dos Guerrei-
ros, com a perspectiva de ser o gran-
de referencial da nova fase do movi-
mento, projetada para os próximos
20 anos, estabelecendo-se como
“um novo paradigma no processo,
capaz de consagrar boa parte dos
anseios trazidos (no debate Guerrei-
ros+20)”, conforme descrição do fa-
cilitador Marco Aurélio Caminha.
O tema foi objeto de sugestões de
praticamente todo o quórum, com
diversos clãs anunciando o compro-
misso de participar da estruturação
do espaço, trabalhando em projetos,
construções e demais atividades de in-
fraestrutura. Essa também é a intenção
dos conselhos do movimento, objeti-
vando viabilizar a área para abrigar as
práticas teóricas e vivenciais, receber
os encontros de ciclos e, especialmen-
te, os rituais de iniciação e passagem.
Com algumas medidas emergenciais
já em curso, as estratégias e providên-
cias maiores para o local – que já abri-
gou algumas atividades de clãs e 4º
ciclo – estão sendo elaboradas.
 unipaz-sul
A Rede Internacional UNIPAZ
foi criada para, dentro de uma rede
de campi e de um movimento
mundial com as pessoas e institui-
ções afins, disseminar uma Cultura
de Paz entre os vários segmentos
sociais, promover a inteireza do
ser e a ampliação de consciências
divulgando o paradigma holístico.
A sede da Reitoria da Universidade
é em Brasília.
A Associação Campus UNIPAZ-
-SUL, sediada em Porto Alegre, é
também uma entidade jurídica,
vínculo com quaisquer entidades
políticas ou religiosas. Desde ju-
lho de 1995, vem desenvolvendo
suas atividades na região sul com
o propósito principal de atuar na
educação, saúde, organizações
e meio ambiente através de uma
nova visão de mundo que integre para mais informações
Ciência, Filosofia, Arte e Tradição. Clique para
Na UNIPAZ-Sul, ocorrem cur- acessar o site da
sos de longa duração além de ofi- UNIPAZ-SUL
cinas, palestras abertas e gratuitas
e programas de ação na comuni-
dade, os quais são direcionadas

Por todas as conselho de mulheres:

sem fins lucrativos e sem nenhum ao público em geral.

nossas relações
encontro nacional celebrou

Foto Turya Elisa Moog

o vigésimo ano do Círculo

Programa H+
Feminino Tendas da Lua

O Movimento Guardiães do
Amanhã é composto pelos grupos
de homens dos Guerreiros do Co-
ração e pelos grupos de mulheres
dos Círculos Femininos Tendas
e Clãs do Sul. Também ao longo
destes vinte anos, estes Círculos
Femininos vêm realizando muitas
atividades a partir das jornadas
iniciáticas das Tendas da Terra e
Tendas da Lua nos três estados do
sul do país. São diferentes projetos
envolvendo meninas, adolescentes
e mulheres de diferentes faixas etá-
rias, condições sociais e profissões
durante todos estes anos.Várias
atividades conjuntas já foram reali-
zadas, reunindo os grupos mascu-
linos e femininos e, para 2015, um
outro projeto está sendo tecido por
Mauro Pozatti e Lúcia D. Torres: na
construção de um modelo de par-
ceria, homens e mulheres, juntos,
vibrando na alma da humanidade.
O Programa H+ - a inteireza cons-
ciente do homem maduro - integra a
experiência para o desenvolvimento
da consciência que a Unipaz-Sul e os
Guerreiros do Coração tem desenvol-
vido desde 1994. Visa essencialmente
promover o desenvolvimento de uma
nova perspectiva para o homem em
sua segunda metade de vida.
para mais informações
Clique para acessar o site
dos Círculos Femininos
travessia jaguar
Tendas e Clãs do Sul O Jaguar é um convite para que
jovens de idade entre 15 e 20 anos
A motivação fundamental para a
realização deste curso encontra-se
na escassez de informações sobre o
que acontece aos homens em sua
adultez madura. Como se nesta fase
de vida nada mais pudesse aconte-
cer a não ser a decadência do ser.
O programa é baseado na pers-
pectiva da busca da inteireza do Ser
Os encontros acontecem de
forma vivencial com o propósito
Com este propósito reuni facilitado-
res dos Guerreiros do Coração e da
Unipaz-Sul, quase todos com mais
de cinquenta anos, integrando in-
formação e vivência, num processo
pedagógico definido como a inte-
gração entre hologia e holopráxis.
Para maiores informações aces-
se o site da UNIPAZ-SUL.
antiga, artesanato, música, foguei-
ra, entre outras.

“
possam fazer esta travessia através de sensibilizar os participantes a
Um dia haverá meninas e mulheres cujos nomes sig- de uma pedagogia iniciática de- se perceberem de forma mais in- Informações com os facilitadores:
senvolvida com uma combinação teira e autêntica, utilizando diver- Alessandro Rivelino de Borba
nificarão mais do que o oposto do que é masculino:
de diferentes práticas transdiscipli- sas práticas como: ferramentas de (51) 9291-4591.
significarão algo em si, que nos faça pensar não em nares buscando aprofundar suas psicologia, teatro, danças circula- Joana Hennemann
alguma forma de complemento ou limite, mas, sim relações consigo, com os outros e res, meditação, rodas de partilha, (51) 81115646 | joanahennemann@
com o meio ambiente. arteterapia, técnicas de sabedoria terra.com.br.
apenas em vida e existência: o ser humano feminino”
Rainer Maria Rilke

32 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos 20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 33

notas Equipe de comunicação criteriosa
contagem
de golpes
A primeira atividade que de-
sempenhei dentro do jornalismo foi
um estágio. Com 18 anos, cursava
o segundo semestre de graduação
quando tive a oportunidade de tra-
balhar no setor de rádio escuta da
assessoria de imprensa do Palácio
Piratini. O ano era 2003 e Olívio Dutra
exercia seu último ano de mandato
como governador do estado do Rio
Grande do Sul. Minha sala, no porão
do Palácio, ficava ao lado do estúdio
de onde Leonel Brizola transmitiu
seus discursos em ondas curtas du-
rante a Campanha da Legalidade
(1954). O lugar me instigava muito
por que tinha muito conteúdo.
Desde aquela época venho tra-
balhando com a prática de um jorna-
lismo mais corporativo e analítico do
que meramente “produtivo”. Sempre
trabalhei mais focado em conteúdo
e valor. Já escrevi e coordenei proje-
34 I movimento Guerreiros do Coração I 20 anos
tos com diversas temáticas e aborda-
gens, mas este, realmente, é o que
mais me realiza. Em nenhuma das
produções anteriores pude degustar
esta sensação plena de estar cami-
nhando com o coração.
Diferente também de outros
editoriais que escrevi, este texto
tem um teor de uma contagem
de golpes. Olhando para as pá-
ginas desta revista, para o seu
conjunto e toda a interação com
outras ferramentas de comunica-
ção tenho certeza de que esco-
lhi com maestria os homens que
estiveram ao meu lado durante
este processo. Dedico aqui um
grande “HOW!” para estes guerrei-
ros profissionais da comunicação
(listados ao lado) que aceitaram
o desafio de traduzir a grandiosi-
dade do Movimento Guerreiros
do Coração neste aglomerado de
Equipe esteve atenta diante
dos relatos partilhados com
a voz do coração
papel, letras, fotos, cores, vídeos,
entrevistas e ilustrações.
...
Aproveito este espaço para agra-
decer e contar mais três golpes. O
primeiro atribuo ao Mauro Pozatti
pelo empreendimento desta jornada
iniciática que propôs a mim e a mais
de três mil homens um mergulho
rumo a inteireza. Depois que passei
pelo ritual de primeiro ciclo mudei
completamente minhas visões de
mundo. Minha vida ficou mais leve
e fluída. Me sinto como se fosse um
eterno aprendiz, um aprendiz dan-
çarino que dança a dança da vida.
O segundo ao Rudimar Carminatti,
o Rudi, que facilitou meu processo
de primeiro ciclo e que que me ins-
tiga a me manter em movimento. O
terceiro golpe conto ao Conselho de
Anciões pela possibilidade de estar a
serviço dos Guerreiros do Coração e
colaborar com essa egrégora que se
move rumo a totalidade.
Hey!
Guilherme Fernandes
dos Santos
Alcir Zoldan (Toko) Publicação comemorativa alusiva
Fotógrafo do sutil, Alcir mergulhou aos 20 anos do movimento
de cabeça na cobertura do evento de Guerreiros do Coração
20 anos em Araranguá produzindo
um acervo de 1199 imagens. Assim Realização:
como a água, sua forma de trabalhar é
fluída e flexível. Não tem tempo ruim,
para tudo o Toko dá um jeito.
André Rocha Celia
Diretor de cena com vasta expe-
riência em produções audiovisuais,
André teve em Araranguá seu pri-
guerreiros
meiro contato com o movimento
Guerreiros do Coração e saiu muito
do coração
sensibilizado. www.guerreirosdocoracao.org.br
Ariel Rossi Grifante Apoio:
Jornalista e redator experiente, Ariel
é uma indústria de produção de con-
teúdo. Seu texto é apaixonante e en-
volvente. A mais simples nota vira uma
grande reportagem em suas mãos.
guardiaesdoamanha.org.br
Gil Teles Viali
Curador de poesia, Gil fez sua es-
treia em uma cobertura jornalística,
foi o responsável pela equalização da
equipe durante a produção. Sua dis-
posição e sensibilidade para o serviços www.unipazsul.org.br
fazem dele um homem muito especial. unipazsul@unipazsul.org.br
(51) 3232.5590 – (51) 3232.5591
Juliano Rigatti
Jornalista e redator Juliano foi um
estrategista. Não poupou esforços para
planejar, pensar nas possibilidades de
abordagens editoriais e tornar este www.tendaseclasdosul.org
projeto possível.
Coordenação editorial:
Paulo Ramos
Cinegrafista e repórter cinematográ-
fico, assim como André teve seu primei-
ro contato com o movimento durante o
evento em Araranguá. Captou imagens
belíssimas e constituiu um acervo que guilherme@amazecomunicacao.com.br
ficará para a história dos Guerreiros do (54) 9611.2888
Coração.
Impressão: Editora Gênese
Rafael Barcellos Tiragem: 1000 exemplares
Ilustrador e criativo, Rafa é um visio-
nário e sonhador. Participou de toda Esta é uma publicação com distribuição
concepção do projeto: do desenho da gratuita. A reprodução total ou parcial
cobertura até o desenvolvimento de do conteúdo desta revista é autorizada
ilustrações. mediante citação da fonte.
20 anos I movimento Guerreiros do Coração I 35
 Realização

Guerreiros
do Coração

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