1 INTRODUÇÃO
operação Classe B, sem nenhuma potência de polarização DC para o caso de ausência de sinal
de entrada, fornece uma eficiência máxima que chega a 78,5%. A operação Classe D pode
obter uma eficiência de potência maior que 90% e fornece a operação mais eficiente de todas
as classes de operação. A Classe C geralmente não é utilizada para transferir grandes
quantidades de potência, portanto não foi possível medir a sua eficiência. Como a Classe AB
situa-se entre a Classe A e B, em termos de polarização ela mantém sua eficiência entre 25%
(ou 50%) e 78,5%. A Tabela 01 fornece uma comparação relativa da operação do ciclo de
saída e eficiência de potência para os diversos tipos de classes.
Tabela 01
2 CARACTERÍSTICAS E OPERAÇÃO
Tomando como exemplo o circuito da Figura 03, onde Vin(t) é uma fonte senoidal.
A classe de operação depende da região de trabalho do transistor.
7
Sabemos que:
VO (t ) VCC I C (t ) RL VCC I Cq RL I m sin(t ) * RL (Eq.01)
e podendo considerar que a tensão de saída é, de forma geral, dada por:
VO (t ) VCC I C (t ) RL VCq vO (t ) VCq Vm sin(t ) (Eq. 02)
A corrente que circula pela fonte de tensão é a mesma do coletor, e pode ser calculada por:
VCC VO (t ) VCC I Cq Vm sin(t )
I VCC (t ) (Eq. 03)
RL RL
Podemos calcular a potência média P VCC pelo valor médio da Equação 04, ou seja:
1
T 2
VCC VCC VCq VCCVm sin(t ) 2
VCC VCCVCq
P VCC
T
0
RL
dt
RL
(Eq. 05)
capacitor é VCC, pois o indutor não oferece resistência à passagem da corrente contínua. Temos
então que a tensão de saída no coletor VC(t) está deslocada de VCC em relação Vo(t).
Assumindo que VCEsat seja zero, VC(t) pode ser no mínimo zero, obrigando uma excursão de
sinal negativo igual a VCC. Portanto, para excursão de sinal simétrica, devemos ter:
VO (t ) Vm sin(t ) VCC sin(t ) (Eq.13)
Com o máximo de tensão na saída, o transistor está cortado e toda corrente que
passa pelo indutor é direcionada para a carga. Sabemos que o indutor, neste caso, funciona
como fonte de corrente, e sua corrente é a própria VCq. Portanto, temos que:
VCC
I Cq (Eq. 14)
RL
Considerando o caso ideal, onde a tensão de pico na saída pode chegar a VCC,
temos para eficiência máxima teórica do amplificador Classe B:
78,5% (Eq. 21)
4
Entretanto, devemos considerar a possibilidade de Vm < VCC, devido ao VCEsat e a
outros fatores.
Ao contrário dos amplificadores Classe A, no Classe B a potência dissipada pela
fonte é dependente do nível máximo da saída. É interessante observarmos que a potência
média dissipada PQ no transistor é dada pela Equação 22, e cujo gráfico é o da Figura 09.
VCC Vm V2
P Q PVCC P L m (Eq. 22)
RL 4 RL
12
O amplificador Classe B deve ser compensado para queda de VBE. Isto é feito
simplesmente colocando uma fonte DC de valor VBE na base do transistor. Entretanto, cada
transistor possui um VBE ligeiramente diferente e que varia com a temperatura. Torna-se difícil
fazer esta compensação com exatidão. Normalmente, aplicamos uma fonte de tensão na base,
ligeiramente maior que VBE, para estabelecer uma pequena corrente de polarização no
transistor. Esta corrente não é suficiente para colocá-lo em Classe A, mas garante a
compensação de VBE. Este tipo de operação é chamado Classe AB, ou amplificadores push-
pull. Os amplificadores push-pull são compostos por dois circuitos Classe B em oposição de
fase. Enquanto um amplificador conduz no ciclo positivo, o outro o faz no ciclo negativo. Isto
ajuda a reduzir drasticamente a THD.
A configuração mais empregada atualmente é o estágio de saída com par
complementar, que utiliza transistores NPN e PNP, conforme a Figura 09.
coletor quando a tensão de entrada Vin (t ) VBq ultrapassar V BEq , definindo um ângulo de
condução menor que 180º, conforme observado na Figura 11(b). Ajustando o nível de VBq
, podemos controlar o ângulo de condução.
É importante observar que a forma de onda de corrente de coletor é extremamente
distorcida, possuindo uma composição harmônica muito extensa. Isso provoca a repetição do
sinal ao longo da freqüência, conforme a Figura 12. Isto não é conveniente, pois a carga do
amplificador em Classe C é sintonizada e adequadamente projetada para eliminar as imagens
do sinal. É importante que a largura de banda do sinal seja limitada a um valor para o qual não
haja sobreposição de espectro.
14
onde:
2
t (Eq. 26)
T
2
0 (Eq. 27)
T
onde:
16
t t
1 1
I O
T iC (t )dt
t
T (cos(
t
O t ) cos( )dt
t t
(Eq. 29)
2 2
T t T t
Bn iC (t ) cos( n Ot ) dt (cos( O t ) cos( ) cos(n ot )dt
PL ( sin( ) cos( ))
(Eq. 40)
P VCC 2(sin( ) cos( ))
A Figura 15, a seguir, apresenta o gráfico da eficiência para 0 2.
18
Figura 16 – Amostragem de uma Forma de Onda Senoidal para Produzir Forma de Onda Digital
Um sinal senoidal puro de uma única freqüência na qual a tensão varia positiva e
negativamente. Um sinal que varia menos que um ciclo completo de 360º é considerado como
tendo distorção. Um amplificador ideal é capaz de amplificar um sinal senoidal puro,
produzindo uma forma de onda também senoidal. Quando ocorre a distorção, pode acontecer
porque as características do dispositivo são não-lineares, ocorrendo então distorção não-linear
ou de amplitude. Isso é possível com todas as classes de operação de amplificadores. A
distorção pode ocorrer também porque os elementos do circuito e dispositivos respondem a
um sinal de entrada de forma diferente nas várias freqüências, sendo esse caso chamado de
distorção de freqüência.
Uma das técnicas para descrever a distorção utiliza a análise de Fourier. Esse
método descreve qualquer forma de onda periódica em termos dos componentes de freqüência
(fundamental e múltiplo inteiro dela). Esses componentes são chamados de componentes
harmônicos ou apenas harmônicos. Por exemplo, um sinal original de 1.000 Hz poderia
resultar, após a distorção, em um sinal com componentes de freqüência de 1 kHz e
componentes harmônicos de 2 kHz (2 x 1 kHz), 3 kHz (1 kHz) e assim por diante. A
freqüência original de 1 kHz é chamada de freqüência fundamental, cujos múltiplos inteiros
são os harmônicos; o componente de 2 kHz é, portanto, chamado de segundo harmônico, o
componente de 3 kHz é o terceiro harmônico e assim sucessivamente. A freqüência
fundamental não é considerada um harmônico. A análise de Fourier não considera freqüências
harmônicas fracionárias, somente múltiplos inteiros da fundamental.
Uma forma de onda distorcida, tal como a que ocorre na operação Classe B, pode
ser representada, se utilizarmos a análise de Fourier, por uma fundamental com componentes
harmônicos. A Figura 18(a) mostra um semiciclo positivo resultante da operação de um
amplificador Classe B. Utilizando técnicas de análise de Fourier, o componente fundamental
do sinal distorcido pode ser obtido conforme mostra a Figura 18(b). Da mesma maneira, os
componentes de segundo e terceiro harmônicos podem ser obtidos, e são mostrados nas
Figuras 18(c) e 18(d), respectivamente. Utilizando a técnica de Fourier, a forma de onda
distorcida pode ser construída pela adição dos componentes fundamental e harmônicos, como
mostra a Figura 18(e). Em geral, qualquer forma de onda periódica distorcida pode ser
representada pela adição de um componente fundamental e todos os componentes
harmônicos, cada qual com diferentes amplitudes e ângulos de fase.
Tomemos como exemplo o circuito da Figura 19(a). Para uma fonte de sinal
Vin (t ) Vm sin(t ) , haverá condução do transistor NPN quando Vin (t ) VBEn e no
transistor PNP quando Vin (t ) V BEp . Quando o transistor NPN está em condução, o PNP
encontra-se cortado, pois a tensão entre base e emissor é maior que V BEp . O mesmo
ocorre com o transistor NPN quando o PNP está em condução, pois a tensão entre base e
emissor é menor que V BEn . Portanto, os dois transistores trabalhando em conjunto
permitem ao circuito operar nos ciclos positivo e negativo do sinal, conforme a Figura 19(b).
Podemos observar um desnível no sinal de saída, tanto no ciclo positivo quanto no negativo,
que corresponde a V BEn e V BEp . Isto é chamado de crossover e provoca distorção
harmônica.
3 APLICAÇÕES
4 EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
RESOLUÇÃO:
4.2 Para um amplificador de Classe B que forneça um sinal de 20V de pico para uma
carga de 16Ω (alto falante) e uma fonte de alimentação de Vcc = 30V, determine a
potência de entrada, a potência de saída e a eficiência do circuito.
RESOLUÇÃO:
Um sinal de 20V de pico através de uma carga de 16Ω fornece uma corrente de pico na carga
de:
VL ( p ) 20V
I L ( p) 1,25 A
RL 16
Com a corrente cc da carga podemos encontrar a corrente cc da fonte:
2 2
I CC * I L ( p ) *1,25 A 0,796 A
A potência de entrada liberada pela fonte de tensão é:
Pi (cc) VCC * I CC ( p ) 30 * 0,796 23,9W
b) Po (ca);
c) (%);
d) Potência dissipada em cada transistor.
RESOLUÇÃO:
RESOLUÇÃO:
4.5 Calcule a THD e os componentes de distorção harmônica para um sinal de saída com
amplitude da fundamental de 2,1 V, amplitude de segunda harmônica de 0,3 V,
amplitude de terceira harmônica de 0,1 V e amplitude de quarta harmônica de 0.05 V.
RESOLUÇÃO:
Cálculo da THD:
THD (%) D22 D32 D42 * 100 0,14282 0,0476 2 0,02382 * 100 15,24%
30
5 CONCLUSÃO
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOGART, Theodore F. Jr. Dispositivos e Circuitos Eletrônicos. 3ª ed. São Paulo: Editora
Makron Books. 2001.