VOTO-E M E N T A
RECURSO INOMINADO. CONSUMIDOR. EMBASA. MÁ PRESTAÇÃO DE
SERVIÇOS. FORNECIMENTO DE ÁGUA INEFICIENTE. SERVIÇO
ESSENCIAL. RESPONSABILIDADE OBJETIVA. ART. 14 DO CDC. DANOS
MORAIS CONFIGURADOS. QUANTUM REDUZIDO, PARA ADEQUAÇÃO
AOS PARÂMETROS DA RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE.
SENTENÇA PARCIALMENTE REFORMADA.
1. A Recorrente insurge-se contra sentença que julgou procedente em parte a
ação: Isto posto, com base na fundamentação supra, julgo PARCIALMENTE
PROCEDENTES os pedidos, condenando a acionada, que seja restabelecido o serviço de
forma contínua. Condeno ainda, dado os prejuízos ocasionados por conta da má prestação
dos serviços pela empresa Ré. Com base nos parâmetros analisados e tendo em mente o
disposto no artigo 953, § único, do novo Código Civil c/c art. 6º, inciso VI, do Código de
Defesa do Consumidor, arbitra o juízo indenização por danos morais no importe de R$
4.000,00 (quatro mil reais), com juros e correção monetária. Estipulando o termo inicial da
aplicação dos juros a partir do arbitramento, conforme Súmula 362 do STJ.
.)”.
2. Trata-se de ação indenizatória movida em razão da falta de fornecimento
irregular e intermitente de água por mais de 90 ( noventa ) em sua residência.
A Recorrente busca a reforma da sentença suscita preliminar de
incompetência absoluta dos juizados pela necessidade de realização de prova
pericial, e alega que os fatos narrados não foram comprovados nos autos,
tendo havido a aferição regular do consumo conforme relatório interno da
empresa; aduz que houve vício na sentença por falta de fundamentação e
impugna a ocorrência de danos morais na espécie, e em caráter eventual
pugna pela redução do quantum.
3. No que tange à preliminar de incompetência absoluta dos
juizados para julgar a causa, ante a complexidade da prova a ser produzida,
Tenho que a matéria posta à apreciação não demanda produção de prova
pericial. Com efeito, para o deslinde da matéria, se faz suficiente a análise das
provas carreadas aos autos pelas partes, havendo elementos suficientes para o
julgamento do mérito da ação.
Quanto à preliminar de nulidade da sentença por ausência do dever de
fundamentação , rejeito-a. A sentença deve conter em si a análise das questões
trazidas pelo autor, ainda que não se exija fundamentação específica e exauriente
sobre todas elas, bastando que sejam verificadas as razões de decidir, e
analisados as teses apresentadas pelas partes, bem como as provas coligidas.
Nesta senda, cumpriu o magistrado sentenciante com o dever de fundamentação
previsto no art. 93, inciso IX da Carta magna, não havendo que se falar em
nulidade.
ACÓRDÃO