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PORTUGUÊS
INSTRUÇÃO: As questões de números 20 a Esaú e Jacó
22 tomam por base uma passagem da Bíblia Aos sete anos eram duas obras-primas,
Sagrada, um trecho de Nova Floresta, de ou antes uma só em dois volumes, como qui-
Manuel Bernardes (1644-1710), e um trecho seres. Em verdade, não havia por toda aquela
do romance Esaú e Jacó, de Machado de Assis praia, nem por Flamengos ou Glórias, Cajus e
(1839-1908). outras redondezas, não havia uma, quanto
mais duas crianças tão graciosas. Nota que
Nascimento de Esaú e Jacó eram também robustos. Pedro com um murro
derrubava Paulo; em compensação, Paulo
Chegado o tempo em que ela devia dar à com um pontapé deitava Pedro ao chão. Cor-
luz, eis que trazia dois gêmeos no seu ventre. riam muito na chácara por aposta. Alguma
O que saiu primeiro era vermelho, e todo pe- vez quiseram trepar às árvores, mas a mãe
ludo como um manto de peles, e chamou-se- não consentia; não era bonito. Contentavam-
lhe Esaú. Saiu em seguida o seu irmão, segu- se de espiar cá de baixo a fruta.
rando pela mão o calcanhar de Esaú, e deu- Paulo era mais agressivo, Pedro mais dis-
se-lhe o nome de Jacó. Isaac tinha sessenta simulado, e, como ambos acabavam por comer
anos quando eles vieram ao mundo. a fruta das árvores, era um moleque que a ia
Os meninos cresceram. Esaú tornou-se buscar acima, fosse a cascudo de um ou com
um hábil caçador, um homem do campo, en- promessa de outro. A promessa não se cum-
quanto Jacó era um homem pacífico, que mo- pria nunca; o cascudo, por ser antecipado,
rava na tenda. Isaac preferia Esaú, porque cumpria-se sempre, e às vezes com repetição
gostava de caça; Rebeca, porém, se afeiçoou depois do serviço. Não digo com isto que um e
mais a Jacó. outro dos gêmeos não soubessem agredir e
Gênesis, 25, 24-28. In: Bíblia Sagrada.
dissimular; a diferença é que cada um sabia
São Paulo: Editora Ave Maria, 1966. p.75-76. melhor o seu gosto, coisa tão óbvia que custa
escrever.
Nova Floresta In: ASSIS, Machado de. Esaú e Jacó. São
Paulo: Editora Mérito, 1962. p. 77-78.
Sucede às vezes na mesma família haver
três irmãos, filhos do mesmo pai e da mesma
mãe, e um deles ser de condição fácil e bem
intencionada, outro de condição retrincada e Questão 20
maliciosa, e outro de condição baixa e rastei-
ra: o primeiro parece europeu, que escreve da O aproveitamento de episódios, quadros, te-
mão esquerda para a direita; o segundo pare- mas e passagens da Bíblia é corriqueiro na
ce hebreu, que escreve da direita para a es- literatura. Machado de Assis, por exemplo,
querda; o terceiro parece chino, que escreve tomou como referência o episódio bíblico de
de cima para baixo. Mais é, que, ainda dentro
Esaú e Jacó no romance de mesmo nome, que
do ventre de Rebeca, já os dois meninos Esaú e
conta a história de dois gêmeos, Pedro e Pau-
Jacob renhiam e tinham tão diferentes gênios
lo. Com base neste comentário e em seus co-
como duas nações opostas. Nos rostos, nas vo-
nhecimentos, releia os textos dados e respon-
zes, nas letras, apenas há entre milhões de
homens um que se pareça inteiramente com o da.
outro. Por que não há-de ser assim também a) Na primeira frase do trecho de Machado de
nos gostos, opiniões e ditames? Assis, o narrador, por meio de uma metáfora,
In: BERNARDES, Manuel: Nova Floresta.
identifica os gêmeos a duas obras-primas; em
Seleção e apresentação de João Ubaldo Ribeiro. seguida, corrige-se, dizendo que eram uma
Rio de Janeiro: Editora Nova Fronteira, 1993. obra-prima em dois volumes. Explique o mo-
p. 83. tivo desse procedimento do narrador, tendo
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em mente que o dicionário Aurélio define b) "o primeiro parece europeu (‘de condição fácil e
obra-prima como “a melhor e/ou a mais bem bem intencionada’), que escreve da mão esquerda
feita obra de uma época, gênero, estilo ou au- para a direita; o segundo, parece hebreu (‘de con-
dição retrincada e maliciosa’), que escreve da di-
tor”.
reita para a esquerda; o terceiro parece chino (‘de
b) Demonstre que a oposição de temperamen- condição baixa e rasteira’), que escreve de cima
tos entre Esaú e Jacó, no trecho da Bíblia, é para baixo. (...)"
mais evidente do que a oposição dos tempera-
mentos de Pedro e Paulo, no trecho de Ma-
chado de Assis. Questão 22
Resposta Releia o último parágrafo do trecho de Ma-
chado de Assis e atenda ao que se segue.
a) A metáfora advém do fato de ambos serem en-
a) Segundo conceituam os gramáticos Celso
cantadores e complementares: "Em verdade, não
havia por toda aquela praia, nem por Flamengos Cunha e Lindley Cintra, a elipse é um proce-
ou Glórias, Cajus e outras redondezas, não havia dimento estilístico que consiste na “omissão
uma, quanto mais duas crianças tão graciosas." de um termo que o contexto ou a situação per-
b) Na Bíblia: mitem facilmente suprir”. Tomando por base
Esaú (o primeiro a nascer) era mais forte, "hábil esta informação, indique a elipse que ocorre
caçador, um homem do campo" e Jacó, aquele na seqüência “Paulo era mais agressivo, Pe-
que saiu do ventre materno "segurando pela mão
dro mais dissimulado...”
o calcanhar de Esaú", era pacífico, tanto que o pai
preferia o forte e a mãe, o habilidoso. Portanto, o b) No segundo período desse parágrafo, reco-
texto bíblico enfatiza mais as diferenças entre os nheça as classes de palavras a que pertence o
gêmeos. a, respectivamente, em “a fruta” e “a ia bus-
Em Machado de Assis: car”.
Os dois eram muito semelhantes, robustos; am-
bos briguentos, um (Paulo) mais agressivo, outro Resposta
(Pedro) mais dissimulado, mas ambos sabiam
agredir e dissimular quando lhes convinha. a) Pedro (era) mais dissimulado.
Há a elipse do verbo (ser) também conhecida
como zeugma, pois o termo já havia sido anterior-
mente mencionado.
Questão 21 b) • em "a fruta", o a é artigo definido feminino.
• em "a ia buscar", a é pronome pessoal do caso
Denomina-se preconceito a opinião formada oblíquo (retomando a fruta).
antecipadamente, sem maior ponderação ou
INSTRUÇÃO: As questões de números 23 a
conhecimento dos fatos. Preconceitos costu-
25 se baseiam no seguinte trecho do romance
mam conduzir à intolerância, ao ódio irracio-
Canaã, do escritor maranhense Graça Ara-
nal ou aversão a pessoas, raças, credos reli-
nha (José Pereira da Graça Aranha, 1868-
giosos, etc. De posse desta informação, releia
1931).
o trecho de Nova Floresta e, a seguir,
a) identifique o preconceito que se evidencia O agrimensor olhou a árvore.
no discurso de Bernardes, quando este com- – Faz pena – disse compassivo – botar
para três irmãos a três diferentes povos; tudo isso abaixo.
b) comprove sua resposta com exemplos do – Eu, por mim – acudiu Milkau, levado
texto. pelo mesmo sentimento –, preferiria um lote
onde não fosse preciso esse sacrifício.
Resposta – Não há nenhum – respondeu Felicíssi-
mo.
a) Em Manuel Bernardes, como o ponto de vista é
europeu, fica claro que há preconceito racial, cul- – O homem – notou Lentz a sorrir com ar
tural e moral em relação a hebreus e outros povos de triunfo – há de sempre destruir a vida
orientais. para criar a vida. E depois, que alma tem
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esta árvore? E que tivesse... Nós a eliminaría- a) sintetize, com suas próprias palavras, os
mos para nos expandirmos. dois tipos de “homem”, ou seja, de comporta-
E Milkau disse com a calma da resigna- mento do homem no mundo, defendidos, res-
ção: pectivamente, por Lentz e por Milkau;
– Compreendo bem que é ainda a nossa b) mostre, com base no texto, que os funda-
contingência essa necessidade de ferir a Ter- mentos da consciência ecológica, hoje em dia
ra, de arrancar do seu seio pela força e pela bastante disseminados no mundo, já se en-
violência a nossa alimentação; mas virá o dia contram presentes nesse trecho de Canaã.
em que o homem, adaptando-se ao meio cós-
Resposta
mico por uma extraordinária longevidade da
espécie, receberá a força orgânica da sua pró- a) Enquanto Milkau é humanista, sensível e defen-
de a idéia do homem integrado à natureza, Lentz,
pria e pacífica harmonia com o ambiente,
ao contrário, tem espírito agressivo, destruidor, e
como sucede com os vegetais; e então dispen- não mede esforços para atingir seus ideais, sobre-
sará para subsistir o sacrifício dos animais e tudo os de conquista.
das plantas. Por ora nos conformaremos com b) Todo o parágrafo iniciado por "– Compreendo
este momento de transição... Sinto dolorosa- bem que é ainda a nossa contingência essa ne-
cessidade de ferir a Terra..." até "e firo menos o
mente que, atacando a Terra, ofendo a fonte
que há de material nela do que o seu prestígio reli-
da nossa própria vida, e firo menos o que há gioso e imortal na alma humana."
de material nela do que o seu prestígio reli-
gioso e imortal na alma humana...
Enquanto os outros assim discursavam,
Questão 24
Felicíssimo, no seu amor ingênuo à Natureza, A metagoge, recurso expressivo bastante usa-
mirava as velhas árvores, e com a mão meiga do pelos escritores de todos os tempos, consis-
festejava-lhes os troncos, como os últimos afa- te em atribuir atitudes, qualidades e senti-
gos dados às vítimas do momento do sacrifí- mentos humanos a outros seres. No trecho de
cio. Dentro da mata penetrava o vento da ma- Canaã reencontramos tal procedimento, que
nhã e nas folhas passava brandamente, le- reforça a dramaticidade dos fatos narrados.
vantando um murmúrio baixo, humilde, que De posse destas informações,
a) indique uma passagem do último parágra-
se escapava de todas as árvores, como as
fo do texto em que ocorre esse recurso expres-
queixas surdas dos moribundos.
sivo;
in: ARANHA, Graça. Obra completa. b) demonstre que as personagens Milkau e
Rio de Janeiro: MEC-Instituto Nacional do Felicíssimo, que se identificam pelo amor à
Livro, 1969. p.106-107. natureza, expressam esse sentimento de ma-
neiras diferentes.

Resposta
Questão 23
a) Fica evidente a metagoge (ou personificação)
no último período do último parágrafo: "... levan-
Como nos três textos anteriores, centrados tando um murmúrio baixo e humilde, que se esca-
nas diferenças de caráter e de comportamento pava de todas as árvores, como as queixas sur-
das personagens (Esaú e Jacó, Pedro e Pau- das dos moribundos".
lo), no romance Canaã, publicado em 1902, Outra possibilidade, no período anterior: "... mirava
defrontamo-nos com duas personagens de as velhas árvores, e com a mão meiga festejava-
temperamentos bastante fortes, Lentz e lhes os troncos, como os últimos afagos dados às
vítimas do momento do sacrifício".
Milkau, imigrantes alemães cujas concepções
b) Embora ambos os personagens se identifiquem
do homem e do mundo são opostas. Verifique pelo amor à natureza, Milkau tem um discurso
com atenção a participação dessas duas per- mais idealista, intelectual, sonhador e utópico. Fe-
sonagens no trecho de Graça Aranha e, em licíssimo é mais simples, sentimental, e humaniza
seguida, a natureza para fazê-la mais próxima dele.
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Questão 25 b) explique, com base nos dois textos, os crité-


rios de que você se serviu para estabelecer
Embora Graça Aranha não haja necessaria- tais pares.
mente tomado por referência o episódio bíbli-
co de Esaú e Jacó, pode-se perceber, nas opi- Resposta
niões expressas por Lentz e Milkau, que suas
a) Esaú – Lentz
personalidades apresentam certa correspon- Jacó – Milkau
dência com as dos gêmeos da Bíblia. Partin- b) No primeiro par, Esaú é caçador, Lentz é con-
do desta hipótese, quistador (luta). Enquanto, no segundo par, Jacó é
a) agrupe as quatro personagens (Esaú, Jacó, um homem pacífico, assim como Milkau, que pen-
Lentz, Milkau) em dois pares, de acordo com sa na harmonia entre o homem e a natureza
as afinidades de caráter e atitudes; (paz).

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