A saliva é responsável pela boa mastigação e digestão dos
alimentos, pelo combate as bactérias da boca e até pela
lubrificação da cavidade bucal. O ser humano produz de 1000 a 1500 ml do líquido por dia, sendo que o excesso representa algum problema de saúde. É comum bebês até 18 meses babarem, mas é patológico se prolongado além dos 4 anos de idade.
Conhecido como sialorreia, o aumento do fluxo salivar é sintoma
de algo errado com a deglutição, sendo causada por Parkinson, AVC, paralisia cerebral, problemas neurológicos, falta de controle dos músculos da face, língua e garganta. A doença causa desconforto e constrangimentos pela falta de controle da saliva.
Outras situações onde a sialorreia está presente (muitas vezes
temporariamente) podemser : gripes, alergias e resfriados, mudanças hormonais causadas pela gravidez, tuberculose, câncer bucal, sífilis, próteses mal adaptadas e até mesmo refluxo.
É importante tratar a hipersalivação pois ela leva a fissuras na
pele e no lábio, infecções bucais e mau cheiro, dificuldades no sono, pneumonia e, em casos mais graves, desidratação e convulsões. Existem tratamentos conservadores que minimizam os sintomas, como exercícios de fonoaudiologia, que fortaleçam os músculos e trabalhe a postura, e medicamentos sintomáticos, como os anticolinérgicos.
Outras situações envolvem a injeção de toxina botulínica nas
glândulas secretoras, que têm ação mais duradoura e menos efeitos colaterais do que os anticolinérgicos. Mesmo assim deve-se avaliar caso a caso, pois haverá diminuição do fluxo salivar (xerostomia), saliva mais espessa e dificuldade de mastigação. Casos em que não haja resposta positiva a essas terapias podem seguir para a radioterapia ou cirurgia, neste caso mais em pacientes jovens.
Assim, o correto é passar por uma avaliação que envolve dentista,
fonoaudiólogo e um médico que trate os problemas causadores dessa hipersalivação, para identificar a origem e definir o tratamento mais adequado.
* Roberto Andrade Terini é dentista de adultos e crianças (CROSP
46020)
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