ASSERTIVA
Participante __________________________________
CONTEÚDO
Introdução .......................................................................................................... 2
Comunicação ..................................................................................................... 3
Tipos de comunicação ....................................................................................... 4
Comunicação interpessoal ................................................................................. 5
Comunicação eficaz ........................................................................................... 6
Saber ouvir ......................................................................................................... 7
Perfil dos ouvintes .............................................................................................. 8
Escuta ativa ........................................................................................................ 9
Qual é a qualidade de sua comunicação? ....................................................... 10
Assertividade .................................................................................................... 12
Modalidades de comportamento ...................................................................... 14
Conduta assertiva ........................................................................................... 17
Feedback.......................................................................................................... 19
Dificuldade da recepção de feedback .............................................................. 20
Dificuldade na emissão do feedback ................................................................ 21
Como usar o feedback de forma adequada ..................................................... 22
Questionário para a eficácia no feedback ........................................................ 24
Dimensões ....................................................................................................... 28
Anexos ............................................................................................................. 29
Bibliografia........................................................................................................ 30
1
INTRODUÇÃO
2
COMUNICAÇÃO
CONCEITOS
3
TIPOS DE COMUNICAÇÃO
A LINGUAGEM NÃO-VERBAL
A maneira mais comum de se comunicar é através da fala. Porém, essa
não é a forma mais eficiente de se alcançar os ouvintes. Na realidade as
palavras transmitem 7% de uma mensagem que está sendo comunicada,
assim, a importância da comunicação verbal dentro de uma mensagem
equivale a 7%.
Comunicar-se bem, não é apenas falar bem. No entanto, muitas vezes
conseguimos transmitir muito mais através da linguagem não verbal:
É mediante a comunicação não-verbal que transmitimos muitos de nossos
sentimentos e de nossas emoções. Nós comunicamos através da linguagem
não-verbal por meio dos nossos gestos, posturas, expressões faciais, tom de
voz, silêncio, etc. Comunicamos, igualmente, pela roupa que vestimos e dos
complementos que usamos.
Nesta faceta da comunicação é o corpo quem transmite a mensagem. Ele
é responsável por 55% do que se está querendo
transmitir.
A palavra mais
COMUNICAÇÃO ATRAVÉS DO TOM DA
poderosa em
VOZ.
nossa língua é
É o tom de voz quem transmite 38% da observar. Se
mensagem. Ele indica a gravidade do fato que está você não
sendo contado, é também o tom de voz que observa o
desperta o interesse do ouvinte para a mensagem. ambiente em
que está, não
pode interagir
A LINGUAGEM CORPORAL eficientemente
Comunicar com sucesso uma mensagem nele
depende da forma como esta é interpretada e se
está apropriada à aqueles que a recebem. Muitas vezes, a falta de
entendimento não é sequer expressa em voz alta, ela pode tomar a forma de
um franzir de testa, uma virada de boca ou um suspiro. Portanto, o que é
comunicado nem sempre corresponde ao que é recebido.
Avaliar o impacto dos gestos é uma tarefa bastante complexa, pois
algumas vezes os mesmos não são percebidos por parte de quem os
transmite, mas amplamente notado pelos receptores.
4
COMUNICAÇÃO INTERPESSOAL
OBSTÁCULOS
A comunicação interpessoal eficiente compreende dois elementos.
Primeiro, os indivíduo devem ser capazes de se expressar. Precisam ser
capazes de transmitir o que estão sentindo, o que estão pensando, o que
precisam dos outros e assim por diante. Segundo, têm de ser bons ouvintes —
estar abertos a escutar de fato os pensamentos e idéias expresso por seus
interlocutores.
Eis alguns empecilhos à comunicação interpessoal efetiva, referentes à
capacidade dos envolvidos de enviar e receber mensagens:
FALTA DE ARTICULAÇÃO. Os problemas de comunicação podem dever-se a
dificuldade do emissor da mensagem para
expressar o conceito.
SEGUNDAS INTENÇÕES. Vez por outra as
“As pessoas pessoas têm motivos que preferem não revelar.
vão parar e Como o emissor imagina que o receptor não
prestar apresentará a reação desejada, opta pelo engodo,
atenção em procurando garantir uma vantagem competitiva
você, se você ocultando seus verdadeiros objetivos.
parar e
STATUS. A comunicação é com freqüência
observar o que
distorcida por percepções de posição. Ao
as faz pararem
comunicarmo-nos com alguém em posição de
e prestarem
autoridade, não raro cunhamos as mensagens de
atenção”.
modo a causar uma boa impressão e não ofender.
Desconhecido Quando, pelo contrário, comunicamo-nos com
alguém de situação hierárquica inferior, podemos
tratar o interlocutor sem consideração ou ser
insensíveis às suas necessidades.
HOSTILIDADE. Quando o receptor já está irritado com quem lhe envia a
mensagem, a comunicação tende a ser percebida de maneira negativa, fosse
ou não essa a intenção. Quando a confiança é reduzida e os interlocutores
estão com raiva, o que quer que o emissor expresse de fato provavelmente
será distorcido.
DIFERENTES ESTILOS DE COMUNICAÇÃO. As pessoas comunicam-se de
modos diversos. Parte das muitas discrepâncias de estilo de comunicação
pode ser atribuída a características pessoais, como gênero ou origem cultural.
5
COMUNICAÇÃO EFICAZ
REGRAS
6
SABER OUVIR
UMA ARTE
Saber ouvir, é aprender a ficar em
silêncio. É dar espaço para o outro falar o “Você não pode
que quiser. As pessoas sentem-se controlar quão
valorizadas e importantes quando nos eficientemente o
dedicamos a ouvi-las com atenção e outro ouve, mas
interesse. É uma das maiores cortesias que tem controle
você pode fazer as pessoas que estão a sua sobre a
volta. eficiência com
Todo o cuidado deve ser tomado para que envia a
que preocupações, preconceitos e própria
crenças não poluam a mensagem que mensagem”.
é recebida e, conseqüentemente, Desconhecido
distorçam a interpretação.
O julgamento precoce deve ser retido
para se tentar compreender o ponto de vista do outro, evitando interpretar
as mensagens através de referenciais ou paradigmas próprios.
Não interromper o locutor mesmo que esteja intrigado ou aborrecido com
o que acaba de ouvir.
Ouvir o que o outro diz, esperando o momento certo de se pronunciar.
Não ser precipitado.
Tentar compreenser qual é o significado que está por trás da mensagem
idéias, valores, emoções e sentimentos — e reflitir sobre o que realmente
está sendo dito.
É importante ouvir para poder compreender.
Deve-se evitar terminar frases de quem está falando, colocando-lhe
palavras na boca, antes que ele consiga verbalizá-las.
Toda a atenção deve ser empregada, mesmo que o tema não seja de
interesse.
Parar de falar por alguns segundos.
Deve-se estabelecer um tempo suficiente para escutar o outro.
Dar ao outro a oportunidade de poder se expressar.
7
PERFIL DOS OUVINTES
8
ESCUTA ATIVA
A CAPACIDADE DE OUVIR
Reformular as mensagens.
Utilizar as capacidades de intuição,
memória, percepção.
HABILIDADES AUDITIVAS
ESCUTA ATIVA. A chave é a vontade e a capacidade de escutar a mensagem
inteira (verbal, simbólica e não-verbal), e responder apropriadamente ao
conteúdo e à intenção (sentimentos, emoções etc.) da mensagem.
EMPATIA. A escuta ativa exige certa sensibilidade às pessoas com quem
estamos tentando nos comunicar. Colocar-se na posição ou situação da
outra pessoa, num esforço para entendê-la.
REFLEXÃO. Uma das formas de se aplicar a escuta ativa é reformular
sempre a mensagem que tenha recebido. A chave é refletir sobre o que foi
dito sem incluir um julgamento, apenas para testar o seu entendimento da
mensagem.
FEEDBACK. Como a comunicação eficaz é um processo de troca
bidirecional, o uso de feedback é mais uma maneira de se reduzir falhas de
comunicação e distorções.
9
QUAL É A QUALIDADE DE SUA COMUNICAÇÃO?
Adaptado de teste do consultor Reinaldo Passadori,
10
11. Sorri com naturalidade quando fala?
Sempre( ) Ocasionalmente( ) Nunca( )
RESULTADO:
Se você assinalou "SEMPRE" em todas as questões: Parabéns! Você é um
super-comunicador. Tire proveito e vá trabalhar na televisão. Se você assinalou
outra resposta em qualquer questão, já sabe onde existem falhas em sua
comunicação. Estas falhas podem estar atrapalhando o seu sucesso
profissional. Busque técnicas básicas para se aperfeiçoar e persiga o máximo
de perfeição.
11
ASSERTIVIDADE
DIFERENÇAS INDIVIDUAIS E CARACTERÍSTICAS
PESSOAIS
“É difícil
Nossa cultura enfatiza a observação dos dizer o quanto
próprios defeitos e qualidades, e também os do
outro, e sobre esses dois pilares fundamenta-se conciliam os
o relacionamento interpessoal. ânimos
Quando se aprende a ver no outro suas humanos a
características, em lugar de defeitos e
cortesia e a
qualidades, torna-se possível identificar seus
motivos e percepções, viabilizando relações afabilidade ao
menos avaliativas. falar”.
Ao mesmo tempo em que as pessoas
reconhecem a influência das diferenças
Cícero
individuais no comportamento, desejam e
sugerem que o outro se comporte do modo como
admiram ou que as interessa.
É preciso salientar que reconhecer as diferenças individuais possibilita
experimentar uma convivência pautada na identificação dos aspectos
facilitadores e dos aspectos dificultadores na relação com o outro. Permite
compreender que as aptidões e os talentos variados podem atuar de forma
complementar, uma vez que é justamente a diferença que viabiliza a vida.
A Análise Transacional, AT, modelo proposto por Eric Berne, constitui
uma das abordagens mais claras das conseqüências das referidas mensagens
na estruturação das posições que se assume na vida, e Berne as denominou
de Posições Existenciais.
12
outros a responsabilidade pelos problemas, resguardando a sua posição e se
comportando de forma agressiva para esconder a falta de autoconfiança.
Eu sou OK -Você é OK – é a posição existencial de quem aprendeu a
confiar em si e nos demais, respeitando o outro e a si, sentindo-se nivelado ao
outro em respeito e consideração. Se ocorrem situações em que experimente a
falta de confiança, logo se apercebe disso e busca conscientemente refazer-se,
uma vez que sua estrutura básica é de baixa competitividade e autoconfiança.
Eu não sou OK -Você é Ok – resultado de uma história de vida marcada
por mensagens negativas leva a não acreditar em si nem no outro. Assim,
compara-se sempre aos demais e se sente inferiorizada. Especialmente diante
de pessoas agressivas, pode viver ligações simbióticas, uma vez que os
agressivos se tornam ainda mais agressivos com pessoas passivas e
submissas.
Eu não sou OK - Você não é OK – é, dentre todas as posições
existenciais, a mais destrutiva, gerando desconfiança e suspeita que se
expressam através de comportamento tortuoso, indireto, e na dificuldade em
ser verdadeiro. Experimentam-se freqüentemente depressão, desmotivação e
sentimentos negativos, e se torna impossível acreditar que os outros sejam
sinceros.
13
MODALIDADES DE COMPORTAMENTO
COMPORTAMENTO PASSIVO
Aqui enquadram-se os que dizem "sim" em situações nas quais sentem
vontade de dizer "não". Negam desejos, planos e propostas temendo
desagradar ao outro. Buscando agradar, comportam-se de modo passivo,
dependente e pouco afirmativo.
Nas situações em que o não assertivo diz "não", geralmente sente-se
culpado e muitas vezes reconsidera a resposta, voltando a atender o outro.
Em princípio, essa conduta parece adequada e é aceita socialmente,
sendo reconhecida como interessante servir ao outro. Mas observa-se que,
freqüentemente, quem se comporta de forma passiva é explorado, procurado
para ser avalista, companheiro para programas que todos recusam, para
atender a emergências; enfim, para se expor a situações difíceis.
Observando-se o passivo, vê-se que não se sente bem consigo mesmo,
age com insegurança, adoece com freqüência (úlceras, gastrites etc), vacila ou
demora na tomada de decisões. O passivo dificilmente é escolhido para tarefas
ou cargos importantes, sendo considerado inseguro, incapaz de conduzir
equipes.
Preterido, o passivo tende a estar constantemente queixoso e pessimista,
tende a explosões inesperadas, em conseqüência do acúmulo de sentimentos
negativos, podendo comportar-se de forma grosseira.
Os passivos vivenciam pensamentos e sentimentos negativos em relação
a si mesmos, em decorrência da baixa auto-estima e da perda de
autoconfiança. Geralmente, sentem-se inferiores aos outros, especialmente
porque se fixam em suas dificuldades. Em muitas situações, passam por cima
de seus desejos e interesses, perdendo o auto-respeito ao se proporem a
coisas de que não gostam. As mensagens verbais e não-verbais vão
construindo a auto-imagem, a forma como a pessoa se vê.
As justificativas impedem a pessoa de visualizar formas alternativas de
comportamento e dificultam entender que toda conduta tem conseqüências.
Tomar consciência das conseqüências desagradáveis, resultantes da
conduta passiva, é o primeiro passo para a busca de uma conduta assertiva.
14
COMPORTAMENTO MANIPULATIVO,
A conduta manipulativa caracteriza-se pela forma indireta de tentar atingir
a objetivos, usando de estratégias para confundir e esconder as reais
intenções. O manipulativo tem dificuldade em ser verdadeiro. Acha que todos
são indiretos, e por isso é indireto. Freqüentemente, usa de justificativas para o
seu comportamento, nega fatos visíveis, na tentativa de não revelar seus
verdadeiros motivos ou interesses. Vive um estado permanente de se enganar
e enganar o outro, se comporta da forma que acredita que o outro espera. São
corriqueiros também as chantagens e os jogos emocionais, baseados na
mentira e no arranjo dos fatos, de modo a obter o que deseja, mesmo
provocando sentimento de culpa no outro.
O manipulativo aprendeu cedo a viver a partir de mentiras, de condutas
fantasiosas e justificativas constantes, o que dificulta desistir do modelo.
Imagina constantemente formas de obter o que deseja sem que os outros
percebam. Sua conduta decorre da baixa confiança que tem em si e nos
outros, da permanente suspeita dos motivos alheios e dos sentimentos
negativos que experimenta. Se essa conduta vai se avolumando, seus motivos
tornam-se duvidosos, instala-se a compulsão por mentir, dando lugar à perda
de respeito por si mesmo e pelos outros.
COMPORTAMENTO AGRESSIVO
Tendem-se a classificar como agressivas as condutas baseadas em
gritos, palavrões e até as brigas físicas. Na verdade, diversos comportamentos
pertencem a essa mesma categoria: a provocação, a hostilidade, a ofensa e a
grosseria. Mesmo através de uma expressão aparentemente calma e polida, o
comportamento pode ter um conteúdo agressivo e provocador.
O agressivo tende a colocar o outro por baixo, considerando-se superior.
É controlador e experimenta muita raiva quando alguém se comporta do modo
que não deseja. Com freqüência, demonstra desinteresse pelos sentimentos e
pensamentos do outro, tendo dificuldade de ouvir. Gosta de criticar, mas não
aceita ser criticado. Compara-se sempre com os outros e julga-se melhor que
eles, sendo por isso muito competitivo.
A reação ao comportamento agressivo é variada. Qualquer que seja a
reação, sempre se estabelece uma relação tensa e conflitiva. Pessoas tímidas
e frágeis são as que mais se ressentem de ser tratadas de forma agressiva, e
muitas vezes faz com que mintam, omitam fatos ou justifiquem excessivamente
as condutas adotadas.
15
CONDUTA AGRESSIVA, MANIPULATIVA E PASSIVA
CONSEQÜÊNCIAS
Essas posturas desestimulam a sinceridade, definindo maneiras
inadequadas de comunicação e expressão de sentimentos e percepções,
dentre as quais, se podem observar:
COMENTÁRIOS
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
_______________________________________________________________
16
CONDUTA ASSERTIVA
17
a) Preservando a auto-estima – A alta estima se traduz na aceitação de
si, caracterizada pela confiança, reconhecimento do potencial e sentimentos
positivos em relação a si mesmo.
b) Estimular que as questões sejam tratadas diretamente – O que se
propõe, no rumo do estabelecimento de relações sinceras, é que as pessoas
usem o canal direto de comunicação, conversando frente a frente sobre suas
dificuldades. Expressar diretamente a impaciência, a crítica ou um sentimento
vem se tornando um caminho inevitável para a criação de um ambiente livre do
medo e também da agressividade.
c) Resposta imediata e oportuna – Dois aspectos precisam ser
observados na instalação do diálogo efetivo nas relações de trabalho: rapidez
para tratar os problemas e momento adequado. Situações incômodas precisam
ser esclarecidas o mais rápido possível, agravando-se quando adiadas. À
medida que o tempo passa, novos fatos se somam, mudam-se as emoções, e
a análise dos conflitos pode não fazer mais sentido. O grande desafio é
abordar as situações de forma imediata, assegurando-se a adequação do
momento.
d) Foco no comportamento - Desentendimentos e conflitos resultam
muitas vezes do vício de focalizar a personalidade, as características
individuais, fazendo-se julgamentos precipitados e inferências. Quando se
comunica a partir dos fatos é possível ouvir, pedir e dar esclarecimentos,
checar pontos de vista, clarear dúvidas, abrir-se a questionamentos,
questionar, superar mal-entendidos e preconceitos.
18
FEEDBACK
19
DIFICULDADE DA RECEPÇÃO DE FEEDBACK
“Nossa capacidade de
comunicação não é medida
pela forma como dizemos as
coisas, mas pela maneira
como somos entendidos.”
Andrew S. Grove
20
DIFICULDADE NA EMISSÃO DO FEEDBACK
Dar feedback é a oportunidade que eu tenho de transmitir a minha
percepção a seu respeito ( não a verdade sobre você), alimentando a nossa
relação (pessoal e profissional) para que ela seja mais satisfatória para nós
dois (não apenas para mim). Portanto, requer que eu confie, respeite sua
capacidade crítica e reconheça minha total responsabilidade pelo resultado
final.
Normalmente gostamos de dar conselhos e com isto nos sentimos
competentes e importantes. Dentro disto existe o perigo de pensar no feedback
como forma de demonstrar nossa inteligência e habilidade, ao invés de pensar
na sua utilidade para o receptor e seus objetivos. Corremos o risco de avaliar
somente um aspecto do que vemos no comportamento do outro, dependendo
da nossa própria motivação, do nosso modelo de mundo, dos nossos valores, e
com isto tornamo-nos parciais e avaliativos, servindo o processo de feedback
como desabafo nosso ( alívio de tensão ) ou agressão, velada ou manifesta.
É difícil dar feedback, também, porque tememos as reações do outro -
sua mágoa, sua agressão ou outra emoção negativa qualquer, ou seja, que o
feedback seja mal interpretado, já que nas nossa crenças, feedback ainda é
percebido como crítica e tem implicações emocionais e sociais muito fortes.
É bom lembrar que, muitas vezes, o receptor não está preparado,
psicologicamente, para receber feedback ou não deseja nem, tão pouco, sente
esta necessidade. Então, é fundamental que se atente para os indícios de
franca ou nula prontidão perceptiva, que constituem verdadeiros bloqueios a
comunicação interpessoal. Se insistirmos no feedback, dentro deste contexto, o
receptor poderá duvidar dos nossos motivos para tal, negar a validade dos
dados, racionalizar procurando justificar-se etc.
21
COMO USAR O FEEDBACK DE FORMA ADEQUADA
Se considerarmos que o feedback é o cerne do processo de melhoria
das capacidades e desempenhos das pessoas nas organizações, então
devemos preocupar-nos com a qualidade desse feedback.
Abaixo estão listados um conjunto de atitudes, habilidades e
conhecimentos essenciais a prática do feedback.
FORNECENDO FEEDBACK
“Gênio é a capacidade de
ATITUDES:
transformar o complicado em
o Aja de maneira cordial. simples.” C. W. Ceram
o Use um tom de voz adequado.
o Tenha empatia e sensibilidade
o Transmita-o com segurança
o Dê feedback sobre comportamentos observáveis ou processos de trabalho
que realmente precisam melhorar.
o Fale diretamente com a pessoa envolvida.
o Forneça o feedback no tempo ótimo.
HABILIDADES:
o Comunique-se de forma clara e objetiva.
o Evite generalizar, julgar ou avaliar a pessoa.
o Inicie o feedback indicando os pontos fortes (acertos) do trabalho, para em
seguida, indicar o que deve ser melhorado.
o Certifique-se que a pessoa está compreendendo a sua mensagem.
o Esclareça as dúvidas.
CONHECIMENTOS:
o Tenha o conhecimento das variáveis do contexto (exemplo: se você estiver
abordando o tema liderança, a sua fala deve ser consistente, abordando
conceitos atuais).
o Prepare-se para lidar com justificativas e não aceitação. Geralmente quem
recebe o feedback acredita que fez um bom trabalho.
22
RECEBENDO FEEDBACK
ATITUDES:
o Ouça atentamente, sem fazer interrupções.
o Seja humilde
o Dê abertura para que as pessoas possam chegar até você.
o Evite contestar e corrigir a observação ou justificar suas ações
o Lembre-se: o feedback é sobre seu trabalho ou comportamento e não
sobre sua pessoa.
o Tenha maturidade para entender que o feedback é um momento rico para
auto-análise.
o Solicite percepções de outras pessoas.
o Ouça, agradeça, cale-se e reflita
HABILIDADES:
o Seja curioso e pergunte sempre o que não entender.
o Parafraseie, ou seja, repita o que foi dito para evitar outras interpretações.
CONHECIMENTOS:
o Tenha consciência que o feedback vai contribuir para aprimorar o seu auto-
desenvolvimento.
o Passe a se policiar mais diante dos fatos ou das situações em que você
recebeu o feedback.
o Reflita se o que foi dito faz sentido para você.
o Ao receber o feedback faça um plano de metas de auto desenvolvimento.
Ele o auxiliará no alcance de objetivos e no processo de mudança.
23
QUESTIONÁRIO PARA A EFICÁCIA NO FEEDBACK
Desenvolvido por Richard L. Williams, PHD, adaptado por Nilce Britto
24
16. Tento dar feedback corretivo quando posso M P Q N
manter a calma e agir de maneira objetiva.
17. Ao dar feedback, não evito contato visual. Ao M P Q N
contrário, faço questão de olhar para a outra
pessoa.
18. Para mim, dar feedback é uma oportunidade de M P Q N
ajudar alguém, não a chance de jogar em cima
do outro algo que estava entalado em minha
garganta.
19. Fico atento para comunicar meus sentimentos, M P Q N
em vez de culpar a outra pessoa.
20. Ao tentar corrigir um comportamento, uso M P Q N
perguntas abertas e explico o que estou
pensando para garantir que estou
compreendendo direito a situação.
21. Tento elaborar cada mensagem de feedback de M P Q N
acordo com a necessidade da pessoa.
22. Tento saber o que aconteceu, não fazer M P Q N
deduções.
23. Ao dar feedback, tento evitar rótulos do tipo M P Q N
“irresponsável”, “bom” ou “ruim”.
24. Evito dar feedback corretivo na frente dos outros. M P Q N
25. Tento ser justo, equilibrando o uso do feedback M P Q N
positivo com corretivo.
26. Ao corrigir um comportamento específico, me M P Q N
apoio no “aqui” e “agora” e evito fazer referencias
ao passado.
27. Quando dou feedback me concentro em uma ou M P Q N
duas questões de alta prioridade.
28. Ao dar feedback, não dou conselho a menos que M P Q N
a outra pessoa solicite.
29. Quando dou feedback, descrevo como me sinto M P Q N
para que a pessoa possa entender o impacto do
comportamento em discussão.
30. Quando dou feedback corretivo, faço muitas M P Q N
perguntas para que eu possa analisar a situação
do ponto de vista da outra pessoa.
25
PONTUAÇÃO – PARTE 1
Para fins de avaliação, cada uma das respostas corresponde a um
determinado valor, descrito abaixo:
PONTUAÇÃO — PARTE 2
O próximo passo é transferir as pontuações obtidas nas 10 dimensões
para o gráfico a seguir. Exemplo: pegue o total obtido na dimensão 1,
“Elaboração de um plano’ e transfira, marcando um ponto na escala vertical
que representa a dimensão 1. Repita o procedimento para cada uma das nove
dimensões restantes. Depois que tiver marcado cada dimensão com um ponto
representando sua pontuação total, trace uma linha reta de um ponto a outro,
criando um gráfico demonstrativo do resultado final do Questionário de
Avaliação de Feedback.
INTERPRETAÇÃO
26
Sempre que um instrumento de avaliação é aplicado e pontuado existe a
possibilidade de imprecisão. Isso acontece, especialmente, se a pessoa não
responder com seriedade ao questionário. Mas há situações em que o método
usado não gera dados confiáveis. Esse fenômeno é raro, mas pode ocorrer
quando a pessoa não compreende os itens da forma como foram colocados ou
quando confunde os valores de pontuação. Uma terceira possibilidade é a
apuração incorreta dos pontos. De qualquer maneira, é fato que o Questionário
de Avaliação de Feedback oferece dados confiáveis para mais de 90% das
pessoas que respondem às questões.
O gráfico a seguir contém uma faixa sombreada em seu topo que
representa a pontuação ideal para cada dimensão. É comum que as
pontuações variem de forma considerável, já que dependem da experiência e
da habilidade naquela dimensão. Quem consegue marcar pontos na área
sombreada geralmente possui grande habilidade na prática de dar feedback
nesse determinado quesito. Caso seus resultados fiquem abaixo desse campo,
isso significa que você precisa fazer ajustes e melhorias nas dimensões em
que isso acontecer. O importante é o seu compromisso de aprimorar suas
habilidades.
27
DIMENSÕES
1. ELABORAÇÃO DE UM PLANO – significa refletir sobre o que você deve dizer e,
então, dar o feedback com exemplos objetivos, tendo sempre a solução na
ponta da língua, mas sem deixar de levar em conta as necessidades e os
desejos de seu interlocutor.
2. ABORDAGEM ESPECÍFICA – o que pressupõe saber o que de fato aconteceu
para apresentar exemplos claros e compreensíveis, sem ter que ficar
levantando suposições.
3. FOCO EM COMPORTAMENTOS – mostra que o feedback eficiente não lida com
personalidades atitudes ou preconceitos, concentrando-se apenas em
comportamentos específicos que podem ser analisados e mensurados.
4. ESCOLHA DE HORA E LOCAL – se refere à agilidade com que o retorno deve
ser dado e ao local apropriado para isso. O ideal é que a opinião sobre um
trabalho seja dada imediatamente, de preferência em um clima de pouca
tensão. As críticas nunca devem ser feitas em público.
5. FEEDBACK EQUILIBRADO – trata do equilíbrio entre o retorno positivo e o
corretivo.
6. FEEDBACK RELEVANTE – Isso significa que, ao se relacionar com os outros
e ao expressar uma opinião, não se deve perder a cabeça ou exagerar. É
fundamental ser objetivo e permanecer calmo. Os acontecimentos do aqui
e agora são mais importantes do que os de muito tempo atrás.
7. TÉCNICAS EFICIENTES – como ir direto ao assunto, estabelecer contato visual
e focar as questões essenciais.
8. ESTILO EFICAZ – cujo foco é a criação de uma abordagem pessoal na hora
de dar feedback. Um estilo eficaz requer algum tempo para ser
desenvolvido e inclui a prática de não dar conselhos a menos que a pessoa
solicite.
9. DESCRIÇÃO DE SENTIMENTOS – o que pode ser complicado para quem tem
dificuldade de demonstrar o que sente. Nossos sentimentos são
importantes, além de serem poderosos e impactantes quando combinados
com uma mensagem de feedback.
10. CAPACIDADE DE OUVIR – que consiste em encorajar a outra pessoa a
expressar seu ponto de vista e então escutar atentamente o que ela diz.
Isso requer a habilidade de fazer perguntas genéricas que estimulem a
outra pessoa a dizer o que pensa.
28
ANEXOS
Avalie as afirmações e defina se é assertiva, passiva ou agressiva
29
BIBLIOGRAFIA
1. Castelliano, Tania. Você sabe ouvir? – Rio de Janeiro: Best Seller, 2009.
2. Arredondo, Lani. Aprenda a se comunicar com habilidade e clareza – Rio
de Janeiro: Sextante, 2007
3. Rosenberg, Marshall B. Comunicação não-violenta: técnicas para
aprimorar relacionamentos pessoais e profissionais. – São Paulo: Ágora,
2006
4. Williams, Richard. Preciso saber se estou indo bem! – Rio de janeiro:
Sextante, 2005
5. Martins, Vera. Seja assertivo! – como ser direto, objetivo e fazer o que tem
de ser feito: como construir relacionamentos saudáveis usando a
assertividade. – Rio de Janeiro: Elsevier, 2005
6. Gillen, Terry.Assertividade/ São Paulo: Nobel, 2001
7. Mackay, Ian. Como ouvir pessoas – São Paulo: Nobel, 2000
8. Robbins, Harvey. Como ouvir e falar com eficácia. – Rio de Janeiro:
Campus, 1994.
9. Bee, Roland. Feedback – São Paulo: Nobel, 2000
PESQUISA NA INTERNET
Eliezer Leite da Silva Junior
http://www.administradores.com.br/artigos/a_importancia_do_feedback_nas_rel
acoes_interpessoais/21459/ em 28/10/09
Roberta Medeiros
http://www.administradores.com.br/artigos/importancia_da_comunicacao_eficaz
_no_seculo_xxi/23132/ capturada na internet em 03/10/09
30