O Ano Judaico
Como dissemos, o mês judaico se inicia com o nascimento da lua que aparece
no céu como um crescente estreito que gradualmente se torna mais pleno a
cada noite, até ficar perfeitamente cheio e redondo, no meio do mês. Então, a
Lua “encolhe” até desaparecer totalmente por volta do fim do mês, apenas
para reaparecer no começo do novo mês. Quando a Lua surge primeiramente
como um estreito crescente, é chamada em hebraico de Molad – ( novilúnio ,
nascimento da Lua). No Shabat anterior a Lua nova, anunciamos e
abençoamos o novo mês (exceto o mês de Tishrei, que é abençoado
unicamente pelo próprio D’us).
De um nascimento da lua ao seguinte passam-se pouco mais de 29 dias e
meio. Esta é a duração do mês. Mas, uma vez que não podemos ter metade do
dia pertencendo a um mês e a outra metade ao seguinte, o calendário foi
construído de maneira a termos, às vezes 29 dias, e às vezes 30 dias no mês
judaico. Nunca mais, nem menos.
É por isso que, às vezes, temos um dia de Rosh Chôdesh (início do mês) e às
vezes dois. Quando temos um dia de Rosh Chôdesh, significa que o mês que
se finda tem 29 dias; se temos dois dias de Rosh Chôdesh, o primeiro pertence
ao mês anterior (ou seja, é o 30º dia do mês que finda), enquanto o segundo
dia de Rosh Chôdesh é o primeiro dia do novo mês. Assim, quando anunciamos
o novilúnio de Iyar, por exemplo, dizemos: “Rosh Chôdesh Iyar será no
domingo e na segunda-feira; que nos venha para o bem”.
Esta proclamação informa-nos imediatamente que o mês de Nissan, que se
finda, teve 30 dias, enquanto o primeiro dia de Iyar cairá na segunda-feira
seguinte.
Num ano “comum” temos seis meses “cheios” (ou “completos”) de 30 dias
cada, e seis meses “curtos” de 29 dias, seguindo-se um ao outro (30, 29, 30,
29 etc). Isso nos dá um total de 354 dias no ano judaico. (Em certos anos
“perdemos” um dia, e em outros “ganhamos” um, fazendo com que o número
total de dias num ano seja de 353, 354, ou 355, conforme o caso. Há boas
razões para isso como, por exemplo, evitar que Yom Kipur caia numa sexta-
feira, ou num domingo, para não se seguirem dois dias de Shabat).
Naturalmente, é importante que conheçamos o calendário judaico, pois
precisamos saber quando observar as nossas festas religiosas. Rosh Hashaná,
por exemplo, é o primeiro e segundo dia de Tishrei; Yom Kipur é o décimo dia
de Tishrei, e Sucot começa no décimo quinto dia de Tishrei; Pêssach começa
no décimo quinto de Nissan, e Shavuot é no quinquagésimo dia seguinte, (i.e.,
6 e 7 de Sivan). E então, há Chanucá e Purim, e ainda os dias de jejum. O
próprio Rosh Chôdesh é como se fosse um pequeno feriado, ocasião em que
fazemos orações especiais. Na Amidá e no Bircart Hamazón, por exemplo,
costumamos acrescentar o trecho de Yaalê Veiavô.
A Torá nos fala do mês e do dia da celebração de uma festa, como também da
estação do ano em que deve ser comemorada. Por exemplo, que Pêssach deve
ser na primavera (considerando-se as estações do Hemisfério Norte) – a
estação em que nossos antepassados saíram do Egito – e Sucot deve ser no
outono (tudo tendo como referência a terra de Israel). Portanto, não devemos
ignorar o sistema solar que determina as quatro estações do ano (Tecufot).
O Ano Solar tem pouco menos de 365 dias e meio, enquanto o Ano Lunar tem
cerca de 11 dias a menos! Portanto, se ignorassemos inteiramente o Ano
Solar, nossas festas não seriam na mesma época a cada ano, com relação à
estação do ano, e iriam atrasar 11 dias. Em cerca de três anos, sairiam fora de
sua respectiva estação por aproximadamente um mês; em nove anos, por
cerca de três meses. E a festa de Pessach que pela Torá tem que ser na
primavera cairia no Inverno !
Por essa razão, não devemos permitir que o Ano Lunar se distancie do Ano
Solar; e sempre devemos aproximá-los. É por isso que o calendário judaico
tem um mês a mais a cada três anos, ou seja, os 11 dias de diferença a cada
três anos formam um novo mês de Adar.
Adicionamos um mês de Adar, e o mês de Adar normal se torna Adar ,
empurrando Nissan para o seu lugar apropriado, que é na Primavera e assim
todas as outras festas cairão na época certa e nas estações adequadas.
O calendário judaico é de fato maravilhoso. Nossos sábios, que construíram
um calendário para todos os tempos, eram realmente sábios nas ciências da
Astronomia e da Matemática.
É preciso um período de 19 anos para “ajustar” o Ano Lunar e o Ano Solar,
para que ambos comecem exatamente ao mesmo tempo, sem defasagem.
Portanto, o calendário judaico está dividido em períodos (ou ciclos) de 19 anos.
Em cada período, ou ciclo, há sete anos embolísmicos: o 3º, 6º, 8º, 11º, 14º,
17º e 19º.
Assim, torna-se fácil descobrir se um ano judaico qualquer é embolísmico.
Divide-se o ano judaico por 19; se o resto for 3, 6, 8, 11, 14, 17 ou 19 (no
último caso, não sobrará resto), este será um Ano Embolísmico.
Festas do ciclo do ano Judaico
TISHREI :
Rosh Hashaná
O Aniversário do Universo
Rosh Hashaná, considerado o aniversário do Universo, é na realidade o sexto
dia da Criação, quando D’us criou o primeiro homem, Adam – o propósito de
toda a Criação. O primeiro ato de Adam foi proclamar D’us como Rei do
Universo. Por isso, a cada Rosh Hashaná coroamos
o Todo Poderoso como Regente do mundo, reafirmando nosso compromisso de
servi-Lo apropriadamente. Assim como D’us completou a Criação no primeiro
Rosh Hashaná, a cada Rosh Hashaná Ele reavalia a qualidade de nosso
relacionamento com Ele, assumindo uma vez mais o sustento do mundo. Nisto
se constitui o julgamento de Rosh Hashaná.
Nossos sábios explicam que em Rosh Hashaná somos julgados por D’us. Se
merecedores,D’us nos inscreverá no Livro da Vida. Dez dias depois, em Yom
Kipur, o Livro é selado. Pelo arrependimento sincero, preces e práticas de
caridade, podemos suaviza
Véspera de Rosh Hashaná –
Neste dia distribui-se tsedacá aos pobres para que possam comprar o
necessário para Yom Tov.
• Hatarat Nedarim (anulação de promessas) é realizada na sinagoga após
Shacharit (a Prece Matinal), perante um tribunal de dez homens.
• Entre as compras feitas para Rosh Hashaná deve-se incluir uma fruta da
nova estação que ainda não foi ingerida, para poder recitar a bênção de
Shehecheyánu no acendimento das velas e no kidush da segunda noite
Hatarat Nedarim –
A cerimônia de Hatarat Nedarim anula qualquer promessa não cumprida por
esquecimento ou força maior. É realizada antes de Rosh Hashaná para que o
ano novo reinicie sem conexão com qualquer falha do passado.
Leis e costumes de Rosh Hashaná
Comemora-se Rosh Hashaná por dois dias, 1 e 2 de Tishrê –
• As atividades proibidas no Shabat também o são em Rosh Hashaná, com
exceção de carregar (objetos permitidos) num domínio público e cozinhar para
as refeições do mesmo dia.
• Deve-se deixar uma vela ou fogo aceso antes do pôr-do-sol, que dure o
suficiente para que, as velas da segunda noite de Rosh Hashaná possam ser
acesas e a comida preparada a partir desta chama. É proibido criar fogo em
Yom Tov (riscando um fósforo). Somente é permitido passar o fogo de uma
chama previamente acesa com um palito ou vela (tomando cuidado de não
apagá-la posteriormente).
• Em Rosh Hashaná os tefilin não são colocados.
A principal mitsvá de Rosh Hashaná é ouvir o toque do shofar. De acordo com
a Torá deve-se ouvir pelo menos trinta toques. Porém é costume ouvir cem
toques, trinta após a leitura da Torá e o restante durante e após o término das
orações.
• Deve-se prestar atenção especial às bênçãos antes do toque do shofar e
responder amên.
• Ao ouvir o toque do shofar, a pessoa deve ser despertada para retornar a
D’us e proclamá-Lo como Rei do Universo.
• A partir do momento em que as bênçãos do shofar são recitadas até os
últimos toques (no final do serviço religioso), os presentes devem permanecer
em completo silêncio, sem conversar.
• Ao retornar da sinagoga, recita-se o kidush da noite de Rosh Hashaná
• Costuma-se usar chalot redondas em Rosh Hashaná simbolizando, entre
outras razões, a coroação de D’us neste dia. Expressa-se também a esperança
de que o ano novo seja perfeito e traga o melhor de tudo para cada um.
• Distribui-se um pedaço da chalá para cada participante, mergulhando-o no
mel antes de comer. Isto é feito em todas as refeições da Festa. Antes de
ingerir a chalá, pronuncia-se a bênção “Hamôtsi” .
• Na primeira noite de Rosh Hashaná, antes de iniciar a refeição, mergulha-se
uma maçã doce no mel. Recita-se a bênção da fruta e um pedimos à D’eus nos
nos dar um ano bom e dôce.
• Em Rosh Hashaná costuma-se comer coisas que simbolizam doçura, bênção
e fartura. Portanto, vinho doce ou bebidas doces, peixe e carne gorda fazem
parte desta refeição. (Não se come nada temperado com vinagre ou raiz forte
para não
ter um ano amargo. Nozes também não.)
• Serve-se cabeça de peixe ou carneiro (na prática, a língua é utilizada) para
representar o desejo de ser “cabeça”, sobressaindo-se com justiça e servindo
de exemplo para todos.
• Tsimes, um prato de cenouras doces, também é servido. A palavra yidish
para cenouras é meren, que também significa acrescentar. Assim, tsimes
representa o desejo de possuir mais méritos que falhas
• Outros alimentos especiais são: alho-poró, acelga, tâmara, abóbora-
moranga, feijão fradinho e romã.
• O bolo de mel é também uma sobremesa tradicional durante esta época
• Na conclusão da refeição, recita-se a Bênção de Graças (Bircat Hamazon),
encontrada no Sidur (Livro de Rezas). Acrescenta-se o parágrafo Yaalê Veyavô,
lembrando a data de Rosh Hashaná (Yom Hazicaron).
Em Rosh Hashaná à tarde, logo após Minchá (a Prece Vespertina), é costume ir
até um lago ou poço onde haja peixes, para recitar a prece de Tashlich e
invocar a mercê Divina. Esta oração encontra-se no Machzor (Livro de Rezas)
de Rosh Hashaná. A palavra tashlich advém do versículo: “Tu jogarás (tashlich)
seus pecados
nas profundezas do mar.” A água simboliza bondade; e os peixes, com seus
olhos sempre abertos, representam a vigilância constante da Divina
Providência
No final do segundo dia de Rosh Hashaná recita-se a havdalá encontrada no
Sidur, sem acender a vela trançada e sem cheirar as especiariasAcesse o Link
abaixo e veja a brachá para os alimentos simbolicos de Rosh Hashaná
http://www.chabad.org.br/datas/rosh/indexA.html
*(Fonte Chabad.org.br)
Jejum Guedalya
Motivo do jejum: Guedalyá ben Achicam, governador de Israel, foi assassinado
em Rosh Hashaná 3339, dois meses após a destruição do Primeiro Templo,
causando a dispersão do povo judeu remanescente. Nossos sábios fixaram o
jejum para o dia seguinte a Rosh Hashaná.
Comemora-se: Dia 3 de Tishrei
Duração: 1 dia. Inicia-se no dia seguinte a Rosh Hashaná, ao alvorecer, e
termina com o surgimento das estrelas.
Obs: Se esta data ocorrer no sábado, o jejum é transferido para o domingo.
Os Dez dias de Teshuvá
Os dez primeiros dias do mês de Tishrei – os dois dias de Rosh Hashaná, os
sete dias que se seguem e Yom Kipur – são época propícia para reparar falhas
e nos aproximar de D’us, chamados de Dez Dias de Teshuvá.
Teshuvá: Significa retorno. O judaísmo enfatiza que a centelha Divina da alma
é boa. Não se alcança o verdadeiro arrependimento por meio da severa auto-
condenação, mas pela percepção de que nosso mais profundo desejo é realizar
o bem de acordo com a vontade de D’us. Os sete dias entre Rosh Hashaná e
Yom Kipur são oportunos para fazer teshuvá pelo ano que passou
Yom Kipur
Dia do Perdão
O que comemora-se: Após o pecado do bezerro de ouro, Moshê rezou e, em
dez de Tishrei, D’us concedeu pleno perdão ao povo judeu. Quando uma
pessoa perdoa outra, isto se deve a um sentimento profundo de amizade e
amor que anula o efeito de qualquer mal que tenha praticado. Do mesmo
modo, o amor Divino é expressão de Seu amor eterno e incondicional.
Embora possamos ter transgredido Sua vontade, nossa essência, a alma,
permanece Divina e pura. Yom Kipur é o único dia do ano em que D’us revela
mais claramente que nossa essência e a Sua são uma só. Ao nível da alma, o
povo judeu é todo igual e indivisível. Sempre que se demonstra a união
essencial, agindo com amor e amizade, mais será revelado o amor de D’us.
Comemora-se: Dia 10 de Tishrei
Duração: 1 dia
Costumes
Na madrugada da véspera de Yom Kipur (ou nos dias precedentes) é realizado
o ritual de caparot.
• Segura-se um galo branco (para os homens) ou uma galinha branca (para as
mulheres), enquanto é recitada uma breve prece .
• As aves são ritualmente abatidas e uma soma equivalente a seu real valor é
doada aos pobres.
• Pode-se também fazer caparot com dinheiro, doando-o a seguir para
tsedacá.
Fazendo as Pazes
• Yom Kipur perdoa pecado cometido contra D’us; transgressões praticadas
contra o próximo são perdoadas somente após ter se desculpado
pessoalmente.
Outros Costumes da Véspera de Yom Kipur
• É mitsvá todos os homens irem ao micvê na véspera de Yom Kipur para
entrar com pureza no Dia Sagrado.
• Após Shacharit (a Prece Matinal) é costume pedir à alguém um pedaço de
lêcach (bolo de mel). A intenção é, caso seja decretado que durante o ano a
pessoa deva receber caridade, que cumpra sua pena ao pedir este lêcach.
Aquele que entrega o lêcach deve desejar um ano bom e doce.
Antes de Minchá (a Prece Vespertina) deve-se dar bastante tsedacá.
Neste momento deve-se dar também o resgate das caparot. É costume
distribuir caixinhas ou pratos pela sinagoga para coletar esta tsedacá. O Báal
Shem Tov afirmou: “O barulho das moedas nos pratos destrói as forças
negativas.”
As Refeições
• Na véspera de Yom Kipur é mitsvá fazer duas refeições fartas – uma no
almoço e
outra à tarde. Dizem nossos sábios: “Todo aquele que come e bebe na véspera
e jejua
em Yom Kipur é considerado como se jejuasse dois dias seguidos.”
• Costuma-se usar chalá redonda, mergulhando os pedaços no mel, após a
ablução das mãos e recitação das bênçãos “Al netilat yadáyim” e “Hamôtsi” .
• Na última refeição antes do jejum não se come peixe. Costuma-se comer
creplach,tradicionais pasteizinhos de carne.
• Os alimentos desta refeição devem ser de fácil digestão.
• Deve-se convidar pessoas pobres para a mesa, principalmente na última
refeição, para que a mesa sirva como capará (expiação).
Abençoando os Filhos
• Os pais costumam abençoar os filhos com a Bênção Sacerdotal antes de ir
à sinagoga, desejando que sejam selados para uma longa vida, com temor a
D’us:
Velas: Acendem-se as velas na véspera, do pôr-do-sol com as bênçãos
apropriadas.
• O jejum de Yom Kipur inicia-se antes do pôr-do-sol
e termina ao completo anoitecer .
• As atividades criativas proibidas no Shabat também o são em Yom
Kipur, inclusive carregar em propriedade pública. Portanto deve-se tomar
cuidado para não transportar o livro de orações, talit e óculos de leitura ou
qualquer outro objeto. Estes devem ser deixados na sinagoga antes do início
do jejum.
A proibição de comer e beber em Yom Kipur recai até mesmo sobre uma
quantia mínima.
Existe, porém, uma quantia estipulada de comida ou bebida que, se ingerida,
consiste em transgressão de uma proibição maior. No caso de um doente que
deve comer, conforme veremos adiante, deve ser-lhe dada, na medida do
possível, uma quantia menor que esta quantia. No caso de líquidos, deve ser
dado ao doente o equivalente a menos de uma bochecha cheia a cada nove
minutos, ou pelo menos a quatro minutos, se for suficiente. No caso de
alimentos sólidos,
deve-lhe ser dado menos de 30 centímetros cúbicos no prazo acima, se
possível. É preferível beber a comer neste dia em caso de doença.
As crianças que já entendem a santidade do dia não costumam comer
guloseimas neste dia.
Até mesmo enxaguar a boca não é permitido.
Se a pessoa não tem força suficiente para ir à sinagoga em jejum, deve
permanecer em casa,de cama, mas jamais comer para ter forças para ir à
sinagoga ou rezar. Se a pessoa sabe que se for à sinagoga passará mal, talvez
precisando comer no meio do jejum, não deve ir.
Além de abster-se de comer e beber, em Yom Kipur também é proibido:
Usar perfumes, óleos, desodorantes, maquiagem ou loções.
Lavar-se.
Calçar sapatos de couro (mesmo que sejam parcialmente de couro).Manter
relações conjugais
*(Fonte: chabad.org.br)Sucot
O Júbilo com a Torá – Marca o ciclo anual da leitura da Torá que é terminado e
reiniciado neste dia. Dançamos e nos alegramos com a Torá
Comemora-se: Dia 23 de Tishrei
Duração: 1 dia
Velas:Acendem-se as velas antes do pôr-do-sol com a bênção apropriada.
Kidush: Ao retornar da sinagoga recita-se o kidush da noite de Yom Tov e após
as orações do dia, ao retornar da sinagoga, recita-se o kidush referente ao dia
de Yom Tov, ambos sobre uma taça repleta de vinho.
Costumes
Na noite de Simchat Torá, após a prece noturna, Arvit, realizam-se sete hacafot
(voltas) com os rolos da Torá ao redor da bimá com danças e muita alegria. É
costume trazer as crianças para participarem das hacafot.
Em Simchat Torá as refeições não são mais realizadas na sucá.
Costuma-se comer chalot redondas e mergulhar cada fatia três vezes no sal
antes de comer.
Todos os homens são chamados à Torá. Meninos menores de bar mitsvá são
chamados todos juntos à Torá. A porção final da Torá é lida, completando o
ciclo anual, e a seguir, a leitura é reiniciada (primeira porção, do primeiro livro,
Bereshit).
*( Fonte: chabad.org.br )
CHESHEVAN : Não tem festas judaicas.
KISLEV:
Chanucá
Sevivon:
Antíoco decretou que cada aula de Torá era crime punível com morte ou
prisão. Em desafio, as crianças estudavam em segredo, e quando as patrulhas
sírias eram avistadas, fingiam estar jogando uma inocente brincadeira de pião,
também conhecido como dreidel (em yidish) e sevivon (em hebraico).
As Letras
Todo sevivon possui quatro lados com uma letra hebraica em cada um deles.
Cada letra é a inicial de uma palavra. As quatro letras são:
Nun primeira letra da palavra Nes, que significa “milagre”
Guimel primeira letra de Gadol, que significa “grande”
Hei primeira letra de Haya, que significa “era” ou “foi”
Shin primeira letra de Sham, que significa “lá”
Juntas, estas letras formam a frase: “Um grande milagre aconteceu lá”.
Em Israel, ao invés da letra shin (para designar sham, lá), o sevivon possui a
letra pei de pô, (aqui) para que as letras dos lados do pião forme a frase: “Um
grande milagre aconteceu aqui”.
Atualmente
Uma vez que as crianças têm dinheiro e tempo livre, é natural que acabem
brincando com o sevivon.
Mas o sevivon também tem uma mensagem especial: possui quatro lados,
cada um com uma letra do alfabeto hebraico, formando a frase: “Um grande
milagre aconteceu lá”, mostrando assim que, mesmo nos momentos de lazer,
a pessoa deve lembrar que a Providência Divina dirige tudo, em todas as
situações.
Chanucá Guelt:
Durante Chanucá é costume dar guelt (dinheiro) aos filhos, para ensinar-lhes a
intensificar a caridade e as boas ações, e incrementar o espírito festivo da
data.
Essa sutil forma de “suborno” é um componente essencial no processo
educacional. Maimônides discute a importância de usar incentivos e prêmios
até que uma criança tenha idade suficiente para entender por si mesma a
importância e a beleza da Torá e mitsvot.
O dinheiro que damos as crianças, o guelt de Chanucá, celebra a liberdade e o
mandato de canalizar a riqueza material para fins espirituais.
Chanucá guelt pode ser dado a qualquer tempo no decorrer de Chanucá
(exceto no Shabat). Alguns têm o admirável costume de dar o guelt em todas
as noites de Chanucá. Em Chabad, é costume dar toda noite, mas entregar
uma soma maior na quarta ou na quinta noite.
Sonhos e Bolinhos de Batata:
Veja receitas para Chanucá: https://ongtora.com/culinaria/
Na festa de Chanucá há o costume de ingerir comidas fritas em óleo como
bolinhos de batata (levivot ou latkes), e sonhos (sufganiyot). Estes alimentos
são preparados e degustados em honra ao milagre que ocorreu com o azeite.
Pratos à base de laticínios, como bolinhos de queijo, são também apreciados,
pois lembram os feitos de uma famosa heroína judia, Yehudit, na época do
Segundo Templo Sagrado de Jerusalém.
Israel encontrava-se sitiada pelo cruel e opressivo exército Greco-Sírio. Yehudit
ajudou a assegurar a vitória para as forças judaicas, assassinando o terrível
general do exército grego, Holofernes. Deu a ele queijo salgado para comer,
acompanhado de vinho forte para eliminar sua sede. O vinho o “derrubou”
fazendo-o cair em sono profundo. Yehudit então tomou de sua espada e o
matou. Os soldados do general fugiram com medo. A vitória dos Macabeus
seguiu-se a este ato de coragem
*( Fonte: pt.Chabad.org )
TEVET : Assará Betevet
SHEVAT:
Purim
A Festa de Purim é celebrada todo ano em 14 de Adar. Comemora a salvação
do povo judeu na antiga Pérsia da trama de Haman “para destruir, matar e
aniquilar todos os judeus, jovens e velhos, crianças e mulheres, num único
dia.”
A história resumida:
O império persa do 4º século AEC abrangia mais de 127 países, e todos os
judeus eram seus súditos. Quando o Rei Achashverosh mandou executar sua
esposa, a Rainha Vashti, por recusar-se a cumprir suas ordens, ele organizou
um desfile de beleza para encontrar uma nova rainha. Uma moça judia,
Esther, foi a escolhida e tornou-se a nova rainha – embora ela se recusasse a
divulgar qual era sua nacionalidade.
Nesse interim, o antissemita Haman foi nomeado primeiro ministro do império.
Mordechai, o líder dos judeus (e primo de Esther), desafiou as ordens do rei e
se recusou a inclinar-se perante Haman. Haman ficou ofendido e convenceu o
rei a emitir um decreto ordenando o extermínio de todos os judeus em 13 de
Adar – data escolhida por um sorteio feito por Haman.
Mordechai reuniu todos os judeus, convencendo-os a se arrepender, jejuar e
rezar a D’us. Enquanto isso, Esther pediu ao rei e a Haman que fossem com
ela a um banquete. Esther revelou ao rei sua identidade judaica. Haman foi
enforcado, Mordechai foi nomeado primeiro ministro no lugar dele, e foi
emitido um novo decreto – concedendo aos judeus o direito de se defenderem
contra seus inimigos.
Em 13 de Adar os judeus se mobilizaram e mataram muitos dos seus inimigos.
Em 14 de Adar eles descansaram e celebraram.
Preceitos e Costumes de Purim
Jejum de Ester
Quando jejua-se
Em 13 de Adar.
Duração
O jejum começa antes do amanhecer e termina após o anoitecer.
Significado
Mordechai, conselheiro do rei da Pérsia, Achashverosh, vestido de andrajos e
cinzas, conclamou os judeus para retornar à Torá.
Sua prima, a rainha Ester, jejuou em penitência por três dias e pediu ao povo
judeu que fizesse o mesmo. Só então encaminhou-se até o rei para acusar
Haman de querer matar seu povo.
Os judeus obtiveram permissão para se defender e, em 13 de Adar, lutaram
contra o inimigo, destruindo-o. Para relembrar este dia de prece e jejum que
precedeu a vitória, nossos Sábios instituíram o Jejum de Ester.
Costumes
Antes da prece de Minchá é costume doar três moedas de meia unidade
monetária para tsedacá, em lembrança do meio-shekel que cada um deveria
doar para o Templo Sagrado. Para quem esquecer ou não estiver presente na
sinagoga, poderá realizar este costume na manhã de Purim, antes da leitura
da Meguilá ou durante o dia.
Purim
Quando Comemora-se
Em 14 a 15 de Adar.
Significado
Origina-se da palavra “Pur”, sorteio. Referente a data em que Haman sorteou
e marcou para o aniquilamento de todo o povo judeu. Na verdade,
transformou-se na data de sorte do povo judeu, quando então foi salvo e saiu-
se vitorioso. Esta data marcou para sempre o dia em que comemora-se com
grande alegria a festa de Purim.
Preceitos
Leitura da Meguilá
Deve-se ouvir duas vezes a leitura da Meguilá de Ester: uma na noite de
Purim, e a outra pela manhã.
Mishlôach Manot
Envia-se alimentos a pelo menos um amigo no decorrer do dia de Purim que
devem ser de duas espécies (fruta, massa e/ou bebida), prontos para consumo
e entregues através de um mensageiro.
Matanot Laevyonim
Doa-se uma certa quantia em dinheiro para pelo menos dois carentes no
decorrer do dia de Purim. Caso não se encontre ninguém nestas condições, a
doação deve ser colocada em uma caixinha de tsedacá.
Refeição Festiva
Uma refeição festiva é realizada ainda durante o dia de Purim e deve conter
pão, vinho e carne.
Costumes
Reco-Reco
Toda vez que o nome de Haman (acompanhado de um adjetivo) for
mencionado durante a leitura da Meguilá, faz-se barulho com o reco-reco ou
outros instrumentos sonoros.
Fantasia
Purim é uma festa feliz e fantasiar-se é uma maneira alegre e divertida de
aumentar ainda mais a alegria do milagre ocorrido. Existem dois tipos de
milagre: aquele que é óbvio e aquele que está oculto pela Natureza. Purim
pertence a segunda categoria. Nos fantasiamos para reafirmar que a Natureza
nada mais é além de uma “fantasia” da mão Divina.
Proibições
É proibido jejuar em Purim. Reserva-se o dia, ou grande parte dele, para
realizar todas as mitsvot referentes à festa. Qualquer trabalho desnecessário
deve ser evitado ao máximo.
Fonte: Pt.Chabad.org
Foto: Elena Flerova
NISSAN:
Pessach
IYAR:
Pêssach Sheni
O que é
Um ano após o êxodo do Egito, o povo judeu fez a oferenda de Pêssach no
décimo quarto dia do mês de Nissan. Mas nem todos os judeus puderam
realizá-la. A escritura relata: “Havia alguns homens que estavam ritualmente
impuros (pelo contato com mortos) e incapazes de preparar a oferenda de
Pêssach naquele dia. Aqueles disseram: ‘Por que deveríamos ser privados de
fazer a oferenda do Senhor no seu tempo marcado entre os filhos de Israel?’
Moshê respondeu: ‘Aguardem, e eu ouvirei o que o Senhor ordenará a respeito
de vós’. D’us falou a Moshê: ‘Se qualquer pessoa de vós ou de vossas
gerações futuras estiver ritualmente impura ou numa jornada distante, ainda
assim fará a oferenda de Pêssach ao Senhor. Deverá efetuá-la no décimo
quarto dia do segundo mês’…”
É dada uma nova oportunidade àquele que não ofereceu o sacrifício de
Pêssach no tempo certo – 14 de Nissan – para fazê-lo no dia 14 de Iyar, data
denominada de Pêssach Sheni, o Pêssach do segundo mês, no qual costuma-
se, hoje em dia, comer um pedaço de matsá.
Nada é Irrecuperável
Embora o Pêssach Sheni fosse instituído para aqueles que não podiam ofertar
o sacrifício de Pêssach no seu tempo certo, porque estavam impuros ou
encontravam-se em locais distantes, o seu conceito se aplica a todos os judeus
em todos os tempos – mesmo agora, quando o sacrifício de Pêssach não pode
ser ofertado.
Uma lição clara de Pêssach Sheni é que um judeu nunca deve perder a
esperança. Nas palavras do Rebe anterior: “A idéia de Pêssach Sheni é de que
‘nada é irrecuperável’; sempre podemos retificar nosso comportamento.
Mesmo alguém que estava ritualmente impuro ou ausente numa jornada
distante – mesmo que voluntariamente – pode reabilitar-se.”
Um judeu é intrinsecamente bom; sua alma é uma parte da centelha Divina. O
pecado é uma antítese, completa da sua natureza. Se ele chega a transgredir,
isto é uma anomalia que não pode tocar o seu “eu” essencial. O judeu pode
estar temporariamente impuro, mas sua essência, é dos níveis mais elevados.
Assim, nenhum pecado, nenhuma omissão do serviço a D’us, é irreversível.
Um judeu pode sempre voltar à sua identidade real.
Pêssach é a única festividade que concede uma segunda chance, e isto porque
Pêssach marca o nascimento da nação judia. O êxodo do Egito foi o início de
um processo que culminou com a Outorga da Torá – a transformação dos
judeus numa nação da Torá. Já que a oferenda de Pêssach está ligada com o
êxodo, sua omissão significaria que o êxodo não foi completo. D’us por isto
quis que cada judeu, mesmo aquele que deliberadamente não ofertou o
sacrifício de Pêssach da primeira vez, ganhasse a oportunidade de fazê-lo –
pois se não há nascimento, não há existência. A identidade da Torá estaria
ausente.
Uma segunda chance… para todos!
Embora alguém possa ter cumprido Pêssach da melhor maneira possível,
precisa “cumprir” Pêssach Sheni. Existem vários graus de pureza e impureza
rituais e o judeu deve almejar elevar-se a novos níveis de pureza, construindo
um novo santuário.
Este é o verdadeiro significado de Teshuvá, retorno a D’us. Mesmo uma pessoa
que nunca pecou deve se esforçar para aproximar-se mais de D’us, e desde
que D’us é infinito, um judeu pode elevar-se cada vez mais em sua apreensão
da Divindade.
*( Fonte: Chabad.org.br )
Lag Baômer
Lag Baômer significa “33º do Ômer,” pois este é o 33º dia da “Contagem do
Ômer” que tem a duração de 49 dias, conectando Pêssach a Shavuot, e
interligando a jornada dos judeus na saída do Êgito até a chegda ao Monte
Sinai. No calendário judaico, este corresponde ao 18º dia do mês de Iyar.
Lag Baômer celebra a vida e os ensinamentos de dois dos mais notáveis
Sábios da história judaica: Rabi Akiva e Rabi Shimon bar Yochai.
Rabi Akiva
Rabi Akiva viveu na Terra Santa em uma das épocas mais difíceis de nossa
história: a geração seguinte à da destruição do Templo Sagrado (no ano 69 da
Era Comum) e a impiedosa perseguição dos judeus pelos romanos. Os
Romanos proibiram o estudo de Torá e a prática do Judaísmo sob pena de
morte. Rabi Akiva, que estudara com os maiores Sábios da geração anterior,
desafiou os Romanos transmitindo o que havia recebido a seus discípulos,
garantindo assim a sobrevivência da Torá. De fato, todo o corpo da Lei da Torá
(mais tarde registrado na Mishná e no Talmud) pode ser seguido até os
ensinamentos de Rabi Akiva e seus discípulos.
Até a idade de quarenta anos, Rabi Akiva foi um pastor analfabeto. Mas
Rachel, a bela e piedosa filha do abastado cidadão de Jerusalém cujos
rebanhos Akiva pastoreava, reconheceu seu potencial, e prometeu desposá-lo
se ele devotasse a vida ao estudo de Torá. Ao pastorear as ovelhas de seu amo
certo dia, Akiva encontrou uma pedra na qual havia sido cavado um profundo
sulco por um fio de água. “Se gotas de água podem desgastar a rocha sólida,”
pensou, “certamente as palavras de Torá terminarão por penetrar na minha
mente.”
Akiva e Rachel casaram-se, e ele cumpriu sua promessa, dedicando-se ao
estudo da Torá. Deserdados pelo pai de Rachel, os dois suportaram anos de
pobreza e labuta; por fim, entretanto, o sacrifício foi recompensado: Rabi Akiva
tornou-se o mais notável mestre de Torá de seu tempo, com 24.000 alunos.
“Tudo aquilo que consegui, e tudo que vocês conseguiram,” disse a eles, “é
pelo mérito dela.”
Morte entre os discípulos
Mas então uma tragédia ocorreu. A discórdia e os conflitos entre os discípulos
de Rabi Akiva conduziram milhares à morte nas semanas entre Pêssach e
Shavuot, dizimados por uma peste. É por este motivo que neste período não
realizamos casamentos, cortes de cabelo, ou escutamos música.
Em Lag Baômer, o 33º dia da Contagem do Ômer tristeza e luto são suspensos
por dois motivos: nesta data cessou a morte dos discípulos de Rabi Akiva e
marca o dia de falecimento de Rabi Shimon bar Yochai. Seus ensinamentos
revelaram a dimensão mística da Torá: a Cabalá, a “alma” do Judaísmo. Rabi
Akiva reconstruiu sua grande Escola de Estudos de Torá, reiniciando com seus
cinco discípulos sobreviventes: Rabi Meir, Rabi Yehudá, Rabi Yossi, Rabi
Nechemia e Rabi Shimon bar Yochai.
Ovos cozidos
Costuma-se comer ovos cozidos em Lag Baômer, pois o ovo é sinal de luto –
neste dia, em memória a Rabi Shimon Bar Yochai. Ainda em vida, ele pediu
que esse dia fosse celebrado com muita alegria. Para cumprir seu pedido,
enfeitamos as cascas dos ovos. Há o costume de serem cozidos com com
cascas de cebola, a fim de deixá-los coloridos.
*(Fonte : Pt.Chabad.Org )
SIVAN :
Shavuot
Shavuot é o dia da outorga da Torá. Segundo dos três maiores Dias Festivos
(Pêssach é o primeiro e Sucot o terceiro).A palavra Shavuot significa
“semanas”: assinala a compleição das sete semanas entre Pêssach e Shavuot
(o período do ômer), durante o qual o povo judeu preparou-se para a Outorga
da Torá. Durante este tempo, purificou-se das cicatrizes da escravidão e
tornou-se uma nação sagrada, pronta a entrar em uma aliança eterna com
D’us.
Nomes adicionais
Shavuot é também chamada de Atsêret, que significa a Compleição, porque
juntamente com Pêssach, completa uma unidade. Ganhamos nossa liberdade
em Pêssach a fim de recebermos a Torá em Shavuot.
Outro nome para Shavuot é Yom Habicurim, ou o Dia dos Primeiros Frutos.
Numa expressão de agradecimento a D’us, começando em Shavuot, cada
fazendeiro na terra de Israel levava ao Templo Sagrado uma oferenda do
primeiro trigo, cevada, uvas, figos, romãs, azeitonas e tâmaras que cresciam
no campo.
Shavuot é também chamado Chag Hacatsir, a Festa da Colheita, porque o
trigo, o último dos grãos a ficar pronto para ser cortado, era colhido nesta
época do ano.
As atividades proibidas no Shabat também o são em Shavuot, com exceção de
carregar em um domínio público e cozinhar (se for utilizado fogo de uma
chama acesa desde a véspera).
• Em Shavuot os Tefilin não são colocados
Véspera de Shavuot
Adornando a casa com folhagens e flores
Em Shavuot costuma-se enfeitar a casa e a sinagoga com frutas, flores e
folhagens. O motivo disso é que na época do Templo Sagrado, os primeiros
frutos da colheita eram oferecidos em Shavuot. Nossos Sábios relatam
também que, embora o Monte Sinai se localizasse em um deserto, quando a
Torá foi outorgada a montanha floresceu e muitas flores brotaram.
Antes de acender as velas no horário indicado para a sua cidade, lembre-se de
deixar uma chama ou vela votiva pré acesa. Como há a proibição de fazer fogo
no dia de Yom Tov e lembrando que você terá que acender novamente as velas
no segundo dia de Shavuot, deverá fazê-lo transferindo o fogo da vela votiva
ou desta chama, já que existe a permissão de manusear o fogo, mas não de
criá-lo, riscando o fósforo ou de apagá-lo. No segundo dia de Shavuot , ao
anoitecer, acenda as velas somente após o completo anoitecer .
Costuma-se comer alimentos à base de leite em Shavuot. Existem várias
razões para este costume:
A partir da outorga da Torá, passou a valer a obrigação de cumprir as leis da
Cashrut. Como a Torá foi outorgada no Shabat, nenhum animal podia ser
abatido e nem os utensílios podiam ser casherizados, portanto neste dia come-
se laticínios.
Outro motivo é que a Torá é comparada ao leite. A palavra hebraica para leite
é “chalav”. Quando o valor numérico de cada uma das letras da palavra chalav
são somadas (8+30+2), chega-se ao total de quarenta. Quarenta é o número
de dias que Moshê passou no Monte Sinai, recebendo a Torá diretamente de
D’us.
1º dia de Shavuot
Os Dez Mandamentos
Shavuot é o dia no qual celebramos a grande revelação da Outorga da Torá no
Monte Sinai, no ano 2448. As almas de todos os judeus de todos os tempos
juntaram-se para ouvir os Dez Mandamentos, transmitidos pelo próprio D’us.
Em Shavuot, na realidade, D’us está nos dando novamente a Torá. Por isso, o
Rebe conclamou que todo judeu, homem, mulher, e especialmente crianças
(até mesmo bebês recém-nascidos) devem fazer todo o esforço para estarem
presentes numa sinagoga durante a leitura dos Dez Mandamentos.
O Livro de Ruth
Em muitas sinagogas lê-se o Livro de Ruth no segundo dia de Shavuot. Há
vários motivos para este costume:
A – Shavuot é a data de nascimento e yahrzeit (dia de falecimento) do Rei
David, e o Livro de Ruth registra sua ancestralidade. Ruth e seu marido Boaz
foram os bisavós do Rei David.
B – As cenas de colheita, descritas no Livro de Ruth, são apropriadas ao
Festival da Colheita.
C – Ruth foi uma convertida sincera que abraçou o judaísmo de todo o coração.
Em Shavuot, todos os judeus foram como convertidos, tendo aceitado a Torá e
todos seus preceitos.
Refeição de leite
No almoço, após o kidush, faça uma refeição festiva de laticínios. Espere no
mínimo 1h de intervalo para realizar uma refeição de carne.
•Antes da refeição festiva da noite, recite o kidush de Yom Tov.
2º dia de Shavuot
Yizcor
Recita-se Yizcor em memória de entes queridos falecidos.
Antes da refeição festiva, recite o kidush de Yom Tov.
*( Fonte: pt.Chabad.org
TAMUZ: 17 de Tamuz –
O dia 17 de Tamuz é marcado por tristeza e luto; um dia de jejum e
introspecção para o povo judeu. Marca a data em que os romanos romperam
as muralhas de Jerusalém para darem início à destruição do Segundo Templo,
no ano 70 EC. Nessa mesma data Moshê quebrou as tábuas ao ver o povo
judeu adorando o bezerro de ouro.
As três semanas mais tristes de nosso calendário vão do dia 17 de Tamuz até 9
de Av -Tishá BeAv. São marcadas por um período de luto pela destruição do
Templo Sagrado e o consequente exílio físico e deslocamento espiritual – no
qual ainda nos encontramos: a galut.
É chamado de ben hametsarim – “entre os apertos”, baseado no versículo
(Echá 1:3) que declara: “Todos seus perseguidores alcançaram-na dentro dos
apertos.” Os Sábios (Echá Rabá 1) explicam que ‘dentro dos apertos’ refere-se
a dias de aflição que ocorreram no período entre 17 de Tamuz e 9 de Av. Nesse
período, muitas calamidades abateram-se sobre o povo judeu através das
gerações. Foi durante este período, dentro dos apertos, que tanto o primeiro
quanto o segundo Templos foram destruídos. Este período foi portanto
estabelecido como um tempo de luto pela destruição dos Santuários.
Durante essa época, diminuímos a extensão de nosso júbilo. Casamentos não
são realizados, abstemo-nos de ouvir música, dançar, fazer viagens
recreativas, e de cortar os cabelos ou barbear-nos. Segundo o costume
sefaradita, que é baseado na opinião de Bet Yossef, cortes de cabelo são
permitidos até a semana na qual Tish’á Beav realmente cai.
Costuma-se não recitar a bênção Shehecheyanu nesse período. Dessa
maneira, não vestimos roupas novas ou ingerimos frutas que ainda não
tenham sido comidas nessa estação, para que não tenhamos que recitar
Shehecheyanu. Entretanto, quando confrontados com uma oportunidade de
cumprir uma mitsvá que passará – como por exemplo, uma circuncisão ou um
pidyon haben – então é feita a bênção. Da mesma forma, se uma fruta nova
estiver disponível nesse período de três semanas e talvez não esteja depois,
Shehecheyanu é recitada. Como é costumeiro permitir que seja recitada a
bênção no Shabat, é preferível guardar a nova fruta até o Shabat. Uma mulher
grávida que tenha vontade de comer a fruta, porém, ou uma pessoa doente
que necessita dela para sua saúde, pode recitar Shehecheyanu durante as três
semanas.
Costuma-se ser ainda mais cuidadoso que o normal ao se evitar situações
perigosas. Pessoas devotas separam um período de tempo para reflexão e luto
pela destruição de ambos os Templos. Em algumas comunidades costuma-se
recitar o Ticun Chatsot mesmo ao meio dia.
Reflexões sobre o mês de Tamuz
Há alguns fatos que ocorreram nessa data e que merecem ser citados.
O dia 17 de Tamuz é um dia de jejum em lembrança à cinco tragédias que
assolaram o povo judeu em diversas épocas de sua história. O primeiro desses
foi o fato de Moshê ter quebrado as Tábuas da Lei. Nas preces de Selichot,
rezadas nesse dia, há menção à quebra das Tábuas, sem referência ao motivo
(o bezerro de ouro). Isto porque a milagrosa escrita Divina gravada nas Tábuas
nunca mais foi recuperada. Foi perdida para sempre essa forte revelação
Divina cujas letras estavam gravadas de fora a fora, de forma legível sob
qualquer ângulo e cuja mensagem podia ser claramente transmitida, sem
qualquer possibilidade de distorção.
O número 21 (soma dos dias das Três Semanas) forma a palavra hebraica Ach,
que significa apenas; 17 (de Tamuz) tem o valor numérico da palavra hebraica
Tov, bem. Ambas iniciam um versículo que diz: “Ach tov Leyisrael”, “Apenas o
bem para Israel”. Isto mostra que, de modo mais profundo, os acontecimentos
desagradáveis das Três Semanas, na realidade, levarão somente a coisas boas.
Número três, no judaísmo, representa perfeição e eternidade. E assim está
escrito: “A corda tríplice não se desmanchará facilmente”. De fato, esse
número é recorrente: há três Patriarcas, três Festas de Peregrinação, a Lei
Escrita é composta de três partes (Torá, Neviim e Ketuvim), entregue no
terceiro mês após a saída do Egito, ao povo judeu formado por três grupos
(Cohen, Levi e Yisrael) etc.
Se o número três é tão significativo, por que então tantas tragédias recaíram
sobre o povo judeu durante as Três Semanas? A resposta é que todo esse
sofrimento são etapas que levam à Era Messiânica. Isto é aludido ao fato de os
dois jejuns, 17 de Tamuz e 9 de Av, sempre coincidirem com o mesmo dia da
semana do Sêder de Pêssach, quando comemoramos a saída do Egito e nossa
libertação.
Fonte: pt.Chabad.org
ELUL :
Elul, mês em que nos preparamos para a chegada dos Grandes Dias festivos!!!
Elul é o último mês do ano judaico. Como preparação para Rosh Hashaná, o
Dia do Julgamento, que vem logo em seguida.
Elul é marcado por vários costumes especiais e tradições.No mês de Elul,
fazemos um balanço geral de tudo que fizemos no decorrer do ano.A santidade
exige preparação. Nossa principal tarefa não é criá-la mas sim nos tornarmos
um receptáculo para a santidade, que surge de acordo com a maneira da
preparação
O mês de Elul é a chave para destrancar o significado interior e mais potente
do coração. Como é sabido, as letras hebraicas para formar a palavra “Elul” –
alef, lamed, vav e lamed, são um acrônimo para a frase (do Cântico dos
Cânticos bíblico) ani l’dodi v’dodi li, que significa “Eu sou do meu amado e
meu amado é para mim.”
Essa frase linda e romântica é aquela que representa nosso relacionamento
com o Criador, que é frequentemente comparado ao relacionamento entre
marido e mulher, uma noiva e um noivo, em nossas vidas individuais.
O Zohar explica que no início de Elul estamos achor el achor, que significa
“costas com costas”, e ao final de Elul estamos panim el panim, “face a face”.
É o mês de Elul que nos ensina a necessidade de estarmos dispostos a nos
voltar. O Rei está no campo, nosso Criador está ali, e não importa como
possamos nos sentir, Ele nunca deu as costas. Tudo que precisamos fazer é
nos virar para perceber que Ele está ali e esperando por nós. O “costa a costa”
que vivenciamos no início do mês é baseado em nossas percepções
equivocadas, nossos temores, nossas presunções. Somente quando nos
viramos entendemos a verdade, a essência interior, e então ficamos “face a
face”, o que não somente significa que podemos finalmente olhar um para o
outro, mas além disso, podemos olhar um no outro – pois o radical da palavra
face, panim é o mesmo que pnimiyut, que significa “interiorização”
Então é por isso e como Elul é o mês que começa de costas e termina face a
face. No início do mês não estamos conscientes da realidade que “Eu sou para
meu amado e meu amado é para mim.” Porém, trabalhando em nós mesmos
durante o mês, estando dispostos a nos virar e fazer mudanças, começamos a
entender que nosso Criador jamais virou as costas. Ele sempre esteve nos
encarando, e apenas esperando que nos viremos. E quando o fazemos, então
somos como dois lameds que estão face a face, que formam o coração judaico
e que são a essência do mês de Elul.
Que sejamos abençoados com a capacidade de canalizar os poderes do mês
de Elul, de reconhecer e revelar nossa capacidade de aprender e ensinar, e
através disso, ficar face a face com nós mesmos, com nossos entes queridos e
com nosso Criador, como somos ensinados pelo coração judaico.
Algumas Leis e Costumes
Escute o Toque do Shofar
Começando com o primeiro dia de Elul, até (mas não incluindo) a manhã antes
de Rosh Hashaná, é costume tocar o shofar (chifre de carneiro) após a prece
matinal nos dias de semana. O chamado do shofar estimula o coração. Seus
toques diários proclamam: “Acordem, seus dorminhocos! Examinem suas
ações e se arrependam.”
Recite Salmos Adicionais
A partir do primeiro dia de Rosh Chodesh Elul até, e incluindo Hoshana Raba,
recitamos duas vezes ao dia o Salmo 27. Este costume é baseado no
comentário do midrash “O Eterno é minha luz…” em Rosh Hashaná” … minha
salvação…” em Yom Kipur,” … Ele me ocultará em Sua tenda” em Sucot.
Os chassidim e os sefaraditas incluem isto nas Preces Matinais e Vespertinas; o
costume lituano é recitá-lo durante as Preces de Shacharit e Arvit,
respectivamente, Matinais e Noturnas.
Recite Selichot
A tradição sefaradita é começar recitando selichot imediatamente após Rosh
Chodesh Elul. O costume askenazita é recitar selichot começando na noite de
sábado da semana na qual cai Rosh Hashaná, desde que sejam deixados
quatro dias antes de Rosh Hashaná. Portanto, se Rosh Hashaná cair na
segunda ou na terça-feira da semana, a recitação de selichot é iniciada na
noite de sábado da semana precedente.
Aumente em Doação para Caridade
Durante Elul, a caridade funciona como um escudo contra os maus decretos e
prolonga a vida. Lança um manto de proteção não somente sobre o doador,
mas sobre o povo judeu como um todo. Quando uma pessoa transcende seu
instinto natural e dá sem ser vista, D’us por Sua vez lhe concede mais do que
ele mereceria receber.
Retorno em Penitência
Os fundamentos da penitência são triplos: abandonar o pecado que tem
cometido, arrependimento e confissão. Abandonar o pecado consiste fazê-lo
tanto na prática quanto em pensamento, associado a uma firme resolução de
não repeti-lo. Arrependimento é entender que separar-se de D’us é mau e
amargo, e a intensa percepção de que há um preço para a transgressão.
A confissão pode ser expressa oralmente: “Eu pequei, fiz tal e tal; arrependo-
me de minhas ações e tenho vergonha delas, e jamais as repetirei.”
[Baseado no Livro de Nosso Legado, s.v. Elul.]
O arrependimento exige arrepender-se do passado e tomar uma resolução
positiva para o futuro, porém o primeiro passo é consertar e organizar
adequadamente o presente, para que seja bom e correto em todos os
aspectos da ação, fala e pensamento. Somente então, quando o presente é
como deveria ser, a pessoa pode fazer o trabalho necessário para compensar
as falhas e elementos indesejáveis do passado, e criar linhas de orientação e
disciplina para o futuro.
O mês de Elul é propício para o auto-balanço, e para o arrependimento nas
três “vestes” da alma – pensamento, fala e ação. O serviço Divino exige
completo auto-conhecimento. Assim como ignorar nossas falhas pode ser
incapacitante, o mesmo pode acontecer quando esquecemos de nossas forças.
A pessoa deve conhecer-se bem: tanto as próprias habilidades e talentos
quanto as deficiências e fraquezas.
[traduzido e adaptado da Introdução a Pokeach Ivrim]
*( Fonte: pt.Chabad.org )