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Fundamentos da Educação Escolar

Assunto:Educação Inclusiva

● ​ o
Primeira metade do século XX – conceitos de adaptação social e de
conceito de deficiente era relacionado a aprendizagem nas definições sobre o atraso
causas fundamentalmente orgânicas. intelectual, reforçando as possibilidades de
● Concepção determinista do intervenção.
desenvolvimento -​ transtorno era um A oferta educacional nos países desenvolvidos
problema inerente à criança, com poucas considera as classes escolas específicas para

r/
possibilidades de intervenção educativa e de os alunos com deficiências devido ao número
.b
om
mudança. de alunos por sala, à existência de edifícios
c
s.

● Consequências da concepção específicos e adaptados aos alunos e à

so
ur

determinista:
possibilidade de uma atenção educativa mais
doc

- necessidade de um diagnóstico preciso

ra

especializada.
pa

do transtorno. Por isso, generalizam-se os

1960 -​
re

● A partir da década de
rp

testes de inteligência, cujo objetivo principal é

pe

produz-se um movimento bastante forte,

su

o de situar as pessoas em um determinado

impulsionado por âmbitos sociais muito
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nível, comparando-as ao restante da

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diversos, que irá provocar profundas

população.
transformações no campo da educação
- uma das primeiras escalas de
especial. Os principais fatores que favorecem
inteligência foi encomendada pelo ministro de
essas mudanças podem ser resumidos em:
Instrução Pública francesa Alfred Binet, em
1. Uma nova concepção dos transtornos do
1904, com a finalidade de separar as crianças desenvolvimento e da deficiência.
que deviam ser educadas nas escolas 2. Uma perspectiva distinta dos processos
de aprendizagem e das diferenças
regulares daquelas que não podiam
individuais.
frequentá-la.
3. A revisão da avaliação psicométrica.
● Anos de 1940 e 1950 -​ concepção de
4. A presença de um maior número de
que a deficiência pode ser motivada por falta professores competentes.
de estímulo adequado ou processos de 5. A extensão da educação obrigatória.
aprendizagem incorretos e incluem-se os 6. O abandono escolar.

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7. A avaliação das escolas de educação I – Alunos com deficiência: aqueles que

especial.
têm impedimentos de longo prazo de natureza
8. As experiências positivas de integração. física, intelectual, mental ou sensorial.
9. A existência de uma corrente II – Alunos com transtornos globais do
normalizadora no enfoque dos serviços
sociais. desenvolvimento: aqueles que apresentam um

10. Os movimentos sociais a favor da quadro de alterações no desenvolvimento

igualdade. neuropsicomotor, comprometimento nas
relações sociais, na comunicação ou
● Fenômenos mais relevantes dessa estereotipias motoras. Incluem-se nessa
nova aproximação: no plano conceitual, um definição alunos com autismo clássico,
novo enfoque baseado na análise das síndrome de Asperger, síndrome de Rett,

r/
transtorno desintegrativo da infância (psicoses)
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necessidades educativas especiais dos alunos; om
no plano da prática educativa, o e transtornos invasivos sem outra
.c
os

desenvolvimento da integração educativa, que especificação.

rs
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impulsiona, ao mesmo tempo, mudanças na III – ​Alunos com altas

do
ra

concepção do currículo, na organização das habilidades/superdotação: aqueles que

pa
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escolas, na formação dos professores e no apresentam um potencial elevado e grande

rp
pe

processo de ensino na sala de aula. envolvimento com as áreas do conhecimento

su
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● Conceito de Pessoa com humano, isoladas ou combinadas: intelectual,

tp
ht

Necessidades Especiais: “​ é a que apresenta, liderança, psicomotora, artes e criatividade.

em caráter permanente ou temporário, algum ● Organização da Educação Especial:
tipo de deficiência física, sensorial, cognitiva, - Transversalidade da educação especial
desde a educação infantil até a educação
múltipla, condutas típicas ou altas habilidades,
superior;
necessitando, por isso, de recursos
- Atendimento educacional especializado;
especializados para desenvolver mais
- Continuidade da escolarização nos níveis mais
plenamente o seu potencial e/ou superar ou elevados do ensino;
minimizar suas dificuldades. No contexto -Formação de professores para o atendimento
escolar, costumam ser chamadas de alunos educacional especializado e demais
com necessidades educacionais especiais” profissionais da educação para a inclusão
escolar;
● Quem são os alunos da educação
especial: - Participação da família e da comunidade;

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- Acessibilidade urbanística, • Adaptações significativas.

arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos,
nos transportes, na comunicação e informação; Níveis de adequação curricular
e • No âmbito do Projeto Pedagógico.
- Articulação intersetorial na implementação de • No currículo desenvolvido na sala de aula.
políticas públicas.
• No nível individual.
● Nas políticas públicas.
● São objetivos do atendimento
educacional especializado:
⇒ Constituição Federal de 1988 t​ raz
I - prover condições de acesso,
como um dos seus objetivos fundamentais
participação e aprendizagem no
“promover o bem de todos, sem preconceitos
ensino regular aos alunos

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de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer
om
especiais. II - garantir a
outras formas de discriminação” (art.3º, inciso
.c
os

transversalidade das ações da

rs

IV).
cu

educação especial no ensino

do

regular;
ra

Define, no artigo 205, a educação como um

pa

III - fomentar o desenvolvimento de

re

direito de todos, garantindo o pleno

rp

recursos didáticos e pedagógicos que eliminem

pe

desenvolvimento da pessoa, o exercício da

su

as barreiras no processo de ensino e

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cidadania e a qualificação para o trabalho.

tp

aprendizagem; e
ht

No seu artigo 206, inciso I, estabelece a

IV- assegurar condições para a continuidade de
estudos nos demais níveis de ensino. “igualdade de condições de acesso e
● Adequações Curriculares permanência na escola” como um dos

As adequações curriculares são possibilidades princípios para o ensino e garante, como dever

educacionais de atuar frente às dificuldades de do Estado, a oferta do atendimento

aprendizagem dos alunos. educacional especializado, preferencialmente

São destinadas aos alunos que necessitam de na rede regular de ensino (art. 208).
serviços e/ou situações especiais de educação.
• Devem estar respaldadas no projeto ⇒ Declaração Mundial de Educação
pedagógico da escola, não por meio de um para Todos (1990) e a Declaração de
currículo novo, mas, da adaptação progressiva Salamanca (1994) ​ assam a influenciar a
p
do regular. formulação das políticas públicas da educação
• Adaptações não significativas.

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inclusiva. Documento elaborado pelo Grupo de

Trabalho nomeado pela Portaria Ministerial

⇒ ​Lei de Diretrizes e Bases da Educação nº 555, de 5 de junho de 2007, prorrogada

Nacional, Lei nº 9.394/96, no artigo 59​, pela Portaria nº 948, de 09 de outubro de

preconiza que os sistemas de ensino devem 2007.

assegurar aos alunos currículo, métodos, Orienta o processo de “integração instrucional”

recursos e organização específicos para atender que condiciona o acesso às classes comuns

às suas necessidades; assegura a terminalidade do ensino regular àqueles que “(...) possuem

específica àqueles que não atingiram o nível condições de acompanhar e desenvolver as

exigido para a conclusão do ensino fundamental, atividades curriculares programadas do ensino

em virtude de suas deficiências; e assegura a comum, no mesmo ritmo que os alunos ditos
normais” (p.19). Ao reafirmar os pressupostos

/
aceleração de estudos aos superdotados para

r
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om
conclusão do programa escolar. Também define, construídos a partir de padrões homogêneos
.c
os

dentre as normas para a organização da de participação e aprendizagem, a Política não

rs
cu

educação básica, a “possibilidade de avanço nos provoca uma reformulação das práticas
do

educacionais de maneira que sejam

ra

cursos e nas séries mediante verificação do

pa

aprendizado” (art. 24, inciso V) e “[...] valorizados os diferentes potenciais de

re
rp

aprendizagem no ensino comum, mas

pe

oportunidades educacionais apropriadas,

su

consideradas as características do alunado, seus mantendo a responsabilidade da educação

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tp

interesses, condições de vida e de trabalho, desses alunos exclusivamente no âmbito da

ht

mediante cursos e exames” (art. 37). educação especial.

Diretrizes Nacionais para a Educação

⇒ ​O Estatuto da Criança e do
Especial na Educação Básica, Resolução
Adolescente – ECA, Lei nº 8.069/90, no
CNE/CEB nº 2/2001, no artigo 2º,
artigo 55,​ reforça os dispositivos legais da
determinam que:
Constituição Federal ao determinar que “os
“Os sistemas de ensino devem matricular
pais ou responsáveis têm a obrigação de
todos os alunos, cabendo às escolas
matricular seus filhos ou pupilos na rede
organizarem-se para o atendimento aos
regular de ensino”.
educandos com necessidades educacionais

Política Nacional de Educação Especial na especiais, assegurando as condições

Perspectiva da Educação Inclusiva necessárias para uma educação de qualidade

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para todos. (MEC/SEESP, 2001).” Básica, define que as instituições de ensino

superior devem prever, em sua organização
As Diretrizes ampliam o caráter da educação curricular, formação docente voltada para a
especial para realizar o atendimento atenção à diversidade e que contemple
educacional especializado complementar ou conhecimentos sobre as especificidades dos
suplementar à escolarização, porém, ao alunos com necessidades educacionais
admitir a possibilidade de substituir o ensino especiais.
regular, não potencializam a adoção de uma
política de educação inclusiva na rede pública ⇒ ​A Lei nº 10.436/02 r​ econhece a Língua
de ensino, prevista no seu artigo 2º. Brasileira de Sinais – Libras como meio legal
de comunicação e expressão, determinando
Convenção da Guatemala (1999), que sejam garantidas formas

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om
promulgada no Brasil pelo Decreto nº institucionalizadas de apoiar seu uso e difusão,
.c

3.956/2001,​ afirma que as pessoas com

os

bem como a inclusão da disciplina de Libras

rs

deficiência têm os mesmos direitos humanos e

cu

como parte integrante do currículo nos cursos

do

liberdades fundamentais que as demais de formação de professores e de

ra
pa

pessoas, definindo como discriminação com fonoaudiologia.

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base na deficiência toda diferenciação ou

pe
su

exclusão que possa impedir ou anular o ​ prova

⇒ ​Portaria nº 2.678/02 do MEC a
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exercício dos direitos humanos e de suas diretrizes e normas para o uso, o ensino, a
ht

liberdades fundamentais. Este Decreto tem produção e a difusão do sistema Braille em

importante repercussão na educação, exigindo todas as modalidades de ensino,
uma reinterpretação da educação especial, compreendendo o projeto da Grafia Braille
compreendida no contexto da diferenciação, para a Língua Portuguesa e a recomendação
adotado para promover a eliminação das para o seu uso em todo o território nacional.
barreiras que impedem o acesso à
escolarização.

⇒ ​Na perspectiva da educação inclusiva, a

Resolução CNE/CP nº 1/2002,​ que estabelece
as Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Formação de Professores da Educação

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