– NOVO CPC/2015 -
TUTELA PROVISÓRIA
2
ATUALIZADO EM 23/02/2018
TUTELA PROVISÓRIAi
- CPC-73 e antes de 94: havia apenas a tutela cautelar, que poderia ser dado em processo
autônomo ou sem processo autônomo.
Mesmo na sistemática antes de 94, já havia tutela antecipada, mas não estava prevista
em dispositivo específico. Havia diversas antecipações, mas o CPC não reconhecia como tal.
- CPC-73 após 94: passou a existir o gênero “tutelas de urgência” e como espécie passaram a
existir a tutela cautelar e tutela antecipada, prevista no art. 273, CPC.
Embora se diga que o gênero é tutela de urgência, a verdade é que nem toda tutela
antecipada no CPC-73 é tutela de urgência.
Ex: a tutela antecipada por abuso de direito de defesa não se baseia no periculum in
mora.
- NCPC: o gênero passou a ser tutela provisória e as espécies são: tutela de urgência e a
tutela de evidência.
A tutela de urgência se subdivide em tutela cautelar e tutela antecipada.
A diferença entre urgência e evidência o que se diferencia é a presença ou ausência do
periculum in mora.
OBS: a tutela de urgência poderá ser antecedente ou incidental. (Art. 294, NCPC).
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou
evidência.
Parágrafo único. A tutela provisória de urgência, cautelar ou antecipada,
pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 295. A tutela provisória requerida em caráter incidental independe do
pagamento de custas.
- NCPC: acabou com a figura do processo cautelar autônomo. Ainda quando requerida em
caráter antecedente, não se trata de processo autônomo. Posteriormente a petição de
antecipação é aditada com o pedido principal. Não haverá ação exclusiva.
Elas queriam dizer que é no órgão a quo que se requer a cautelar, enquanto o juiz não
fez ainda o juízo de admissibilidade. Se o juízo já foi realizado no órgão a quo, a cautelar
deverá ser endereçada ao órgão ad quem.
- NCPC: essa cautelar para dar efeito suspensivo ao recurso acaba no NCPC.
O §único criou uma regra geral de que é possível em qualquer recurso se requerer o
efeito suspensivo desde que presentes a fumaça do bom direito e perigo na demora.
Se o recurso ainda não foi distribuído no tribunal, mesmo que ainda esteja com o juiz, é
possível distribuir no tribunal o pedido autônomo de efeito suspensivo.
*Apesar dessa previsão, as súmulas mantêm-se válidas e aplicáveis, conforme
entendimento do STF:
“Conforme já assentado na decisão recorrida, o ajuizamento perante esta Corte de ação
cautelar para que se conceda efeito suspensivo a recurso extraordinário apenas é cabível nos
casos em que tal insurgência tenha tido juízo positivo de admissibilidade na origem. In casu,
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
6
não se verifica a ocorrência desse requisito, pelo que se mostra manifestamente incabível a
presente ação. Incidem, portanto, as Súmulas 634 e 635 do STF, as quais assim dispõem: (...)
Outrossim, anoto que tal providência resta mantida também sob a vigência do CPC/2015, cujo
art. 1.029, § 5º, I, prevê que 'O pedido de concessão de efeito suspensivo a recurso
extraordinário ou a recurso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido [...] ao
tribunal superior respectivo, no período compreendido entre a publicação da decisão de
admissão do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento
para julgá-lo'.” (AC 4204 AgR, Relator Ministro Luiz Fux, Primeira Turma, julgamento em
2.5.2017, DJe de 17.5.2017)
“Ementa: Agravo interno nos embargos de declaração em ação cautelar. Atribuição de efeito
suspensivo a recurso extraordinário sobrestado na origem. Medida acautelatória a ser
apreciada pelo tribunal a quo (art. 1.029, § 5º, inciso III, do CPC/2015). Agravo interno do qual
se conhece e ao qual se nega provimento. 1. Proferida decisão determinando o retorno dos
autos do apelo extremo ao tribunal de origem, sob o fundamento de que a matéria versada no
recurso constitucional é objeto de exame por esta Corte na sistemática da repercussão geral, a
ação cautelar deve seguir a sorte do processo principal, passando a competência para analisar
a medida acautelatória a ser do tribunal a quo. Inteligência do art. 1.029, § 5º, inciso III, do
Código de Processo Civil/2015. Precedentes. 2. Agravo interno do qual se conhece e ao qual
se nega provimento.” (AC 3981 ED-AgR, Relator Ministro Dias Toffoli, Segunda Turma,
julgamento em 2.5.2017, DJe de 23.5.2017)
A tutela cautelar é uma tutela conservativa. Já a tutela antecipada é uma tutela satisfativa.
Ex de cautelar: arresto. O devedor está dilapidando o patrimônio. O credor pode fazer
um pedido cautelar de arresto a fim de conservar o estado inicial de coisas, apenas para
satisfazer que o direito de crédito eventualmente venha a ser satisfeito.
Ex de antecipada: eu promovo ação para obter medicamento pelo Poder Público. Se o
juiz concede, meu direito está satisfeito.
Pontes de Miranda dizia: “a tutela cautelar garante para satisfazer e a tutela antecipada satisfaz
para garantir”.
“A carne vai estragar. Congelo: conservativa. Vai estragar. Como: satisfativa”.
- Liminar: a liminar é um gênero. Poderá ser tanto cautelar quanto antecipada.
Ex: liminar em MS. Empresa foi excluída de uma licitação e impetra MS, pedindo liminar.
Se a liminar for para suspender a licitação, a natureza será cautelar, porque é apenas
conservativa. Não satisfaz o direito.
Mas se a liminar for para voltar a participar da licitação, a natureza será antecipatória,
porque é satisfativa.
Originariamente, a liminar significa apenas que será concedida no início da lide, ou seja,
antes de ouvir o réu. Com o tempo isso foi se perdendo, porque atualmente o juiz pode
conceder liminar ao longo de todo o processo.
TJ-DF: com a atenção voltada para a teoria geral do processo, tendo como certo que o
ordenamento jurídico brasileiro garante o direito de ação independentemente do direito à
sentença favorável....
Essa é uma característica das tutelas de urgência, tanto que as tutelas de urgência são
espécies do gênero tutela provisória.
Está prevista no art. 296, NCPC:
Obs.: há na doutrina quem critique isso. Afirma que não há provisoriedade. Diz-se que elas não
são provisórias e sim temporárias, porque os seus efeitos práticos são temporários, mas a
decisão é definitiva.
Quer dizer que a coisa julgada da cautelar não faz coisa julgada em relação ao pedido
principal, exceto se houver decadência ou prescrição.
3.4. SUMARIEDADE DA COGNIÇÃO
É outra característica importante das tutelas de urgência.
Plano horizontal: diz respeito à amplitude das matérias. Ou seja aquilo que pode ou
não ser apreciado pelo juiz. No plano horizontal a cognição poderá ser plena ou
limitada. Se o juiz pode apreciar qualquer matéria, a cognição é plena. Se nem toda
matéria pode ser analisada, a cognição é limitada.
Ex: tutela inibitória, não há discussão de dolo ou culpa, razão pela qual a cognição é
limitada. Também não se discute dano, porque não é uma tutela voltada ao
ressarcimento.
Plano vertical: trata da profundidade da análise das matérias. Aqui também se fala em
dois tipos de cognição. Poderá ser exauriente ou sumária.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
10
Ex: se o juiz pode tomar conhecimento de todos os fatos, houve produção de provas,
etc, a cognição é exauriente..
Ex2: não se exige a certeza de direito, mas apenas uma aparência. Não há todos os
elementos para que o juiz dê o direito.
Nas tutelas de urgência a cognição será sumária, porque se baseia em probabilidade de
direito e não no direito em si.
Obs.: quando se fala em cognição sumária fala-se em sumariedade formal e material. Material
é o aprofundamento da análise das matérias. É o que foi visto até aqui.
Já a sumariedade formal diz respeito ao procedimento. Quando o procedimento é
comprimido, limitado, diz-se que há uma sumariedade formal.
3.5. FUNGIBILIDADE
3.6. REQUISITOS
- Art. 273, CPC-73: traz os requisitos que poderão ser cumulativos ou alternativos.
- Requisitos cumulativos:
Requerimento: o CPC diz que a tutela antecipada é deferida por meio de requerimento.
Em princípio o CPC-73 veda a concessão de tutela antecipada de ofício, mas o STJ já
admitiu a concessão de tutela antecipada de ofício em situação excepcional e extrema.
(REsp. 1309137). Mas se vir isso em concurso, assinalar como falsa a tutela de ofício.
E quem pode requerer:
Autor.
Reconvenção e ações dúplices: é possível requerer tutela antecipada.
Obs.: existem na verdade dois tipos de ação dúplice. O primeiro tipo são as ações
processualmente dúplices. São aquelas que a lei autoriza o réu a formular pedido na
contestação. É o caso das ações possessórias.
Há também ações materialmente dúplices: quando pela natureza do direito a
improcedência para o autor equivale a uma procedência para o réu. Vale dizer, a
defesa contém implicitamente um pedido. É o caso de ações que tanto o réu como o
réu poderia promovê-la. Ex: ação declaratória. é materialmente dúplice.
MP quando atuar como parte ou como fiscal da lei, também poderá requerer a tutela
antecipada. (No NCPC o MP passa a se chamar de fiscal da ordem jurídica e não
mais da lei)
- Requisitos alternativos:
Periculum in mora: seria um requisito alternativo. É necessário quando se trata de
tutela de urgência.
Abuso do direito de defesa ou defesa meramente protelatória: nem era necessário
trazer a hipótese de defesa protelatória, porque isso já se enquadra no abuso de direito.
Abuso de direito é um desvio de finalidade, ou seja, a pessoa se utiliza do direito para
obter um fim não desejado pelo ordenamento jurídico.
Pedido incontroverso ou parte incontroversa do pedido: está previsto no art. 273,
§6º, CPC-73. Pode se dar por duas situações: pelo reconhecimento ou pela ausência de
impugnação. É o caso de demanda na qual se requer R$1000 e o réu afirma que sua
dívida é de R$500. Os R$500 é a parte incontroversa da demanda.
Obs.: para parte da doutrina a decisão que concede a parte incontroversa é apenas uma
decisão interlocutória. Para outra parte da doutrina, não seria apenas uma decisão
interlocutória. Seria uma sentença parcial de mérito. Haveria duas sentenças: uma para
matéria incontroversa e a outra para a matéria controvertida, a qual seria julgada mais
adiante por outra sentença.
Defende-se que em relação á matéria incontroversa, a cognição é exauriente. Não
existe mais prova a produzir. Como a cognição é exauriente é sentença e não
interlocutório, não obstante a lei definir como interlocutória.
#Questão de prova: E se a tutela for concedida e cria-se uma situação irreversível, mas se
também se a tutela for indeferida também se cria uma situação irreversível, como decidir?
É o caso da transfusão de sangue em testemunha de Jeová. Se for deferida ou
indeferida, cria-se uma situação irreversível.
O juiz deverá levar em consideração o princípio da proporcionalidade ou a ponderação
dos bens em jogo. Ele deverá verificar quais dos valores é mais relevante. No caso concreto:
mais importante o direito à vida ou à liberdade religiosa?
Obs2: o juiz agora pode exigir uma caução para conceder antecipada ou cautelar. A
jurisprudência já admitia isso, mas agora o NCPC traz isso expressamente.
De acordo com a sistemática do NCPC o juiz não pode decidir sem ouvir as partes. O
NCPC é vocacionado ao contraditório, de maneira que, em regra, o juiz, para decidir, deve
ouvir previamente as partes, até para as matérias que podem ser cognoscíveis de ofício.
O NCPC faz isso porque nele prevalecem dois princípios muito importantes. O
contraditório substancial e também do princípio da cooperação.
Questiona-se se essa regra também se aplica às tutelas de urgência. A resposta é não.
Então, embora o NCPC fale que é necessário ouvir as partes antes de decidir, para tutelas de
urgência é possível conceder a cautelar sem ouvir a outra parte.
Art. 9o Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja previamente ouvida.
Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica: I - à tutela provisória de urgência;
Obs: isso já era previsto em relação ao CPC-73. Então tanto no NCPC como no de 73 era
possível conceder a tutelar sem ouvir a outra parte
- CPC-73: determinava que para a tutela cautelar, era permitida a tutela de urgência de ofício
(art. 797, CPC-73). Já para a tutela antecipada, o CPC não permitia. O art. 273, caput exigia o
requerimento para tanto, admitindo-se excepcionalmente pelo STJ.
- NCPC: O CPC não trouxe nenhuma previsão sobre isso. O legislador simplesmente não
tratou dessa matéria. O professor acha que continuará se interpretando da maneira como
ocorria no CPC-73: para cautelar é possível a concessão e para a antecipada, em princípio não
é possível.
- FASE PRELIMINAR
a) Petição inicial: com indicação da causa de pedir e do pedido principais. (O NCPC utiliza
os termos lide e seus fundamentos), o fumus boni iuris e o periculum in mora¸ indicação
do valor da causa para o cálculo das custas, conforme o pedido principal.
b) Réu citado: para contestar em 5 dias, já indicando as provas que pretende produzir. Se
houver revelia haverá confissão ficta e o juiz decidirá em 5 dias. Se, no entanto, o réu
contestar, segue-se o procedimento comum.
- FASE PRINCIPAL
a) Efetivada a medida cautelar, o autor deve formular o pedido principal no prazo de 30
dias, podendo aditar a causa de pedir (sem novas custas, porque não se trata de um
novo processo).
Obs: cessa a eficácia da tutela cautelar se o autor não deduzir o pedido principal no
prazo de 30 dias. (Art. 309, NCPC: Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter
antecedente, se: I - o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal; II - não for
efetivada dentro de 30 (trinta) dias);
Obs2: surgiu a dúvida se, quando o autor não formula a ação principal no prazo de 30
dias, o processo é extinto.
Para resolver, o STJ editou a S. 482: a falta de ajuizamento da ação principal no
prazo do art. 806, CPC acarreta a perda da eficácia da liminar deferida e a extinção do
processo cautelar.
- FASE PRELIMINAR
a) Petição inicial simples
- Dizer que pretende valer-se do benefício dessa petição. (Informa que é uma petição
simples e que depois será completada).
- Requerer a tutela antecipada.
- O autor deve indicar a causa de pedir e o pedido principais. (Indicação simples, mera
referência a estes).
- Apresentar o fumus boni iuris e o periculum in mora.
- Indicar o valor da causa, conforme o pedido principal.
- FASE PRINCIPAL
a) Concedida a tutela, o autor aditará a petição em 15 dias, ou prazo maior fixado pelo juiz,
a depender da complexidade da causa, complementando a causa de pedir, confirmando
o pedido e juntando documentos, sem novas custas.
Obs: se não houver o aditamento, o processo será extinto sem resolução de mérito.
Obs.: o NCPC diz que ocorre aqui apenas a estabilização, mas que não cria coisa julgada
material. A tutela debate isso. Questiona-se como se faz para recorrer da decisão de tutela
antecipada.
Para tanto, caberá uma ação revisional para rever, reformar ou invalidar a tutela
antecipada.
#Atenção: não é ação rescisória, é revisional, pelo rito comum. Não poderia ser rescisória,
porque não há coisa julgada.
- *Técnica do contraditório diferido: o juiz, em regra, não está autorizado a decidir em grau
algum de jurisdição, com base em fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes
oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de matéria sobre a qual deva decidir de
ofício (art. 10, CPC-2015). No âmbito das tutelas provisórias, entretanto, essa regra é
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
18
flexibilizada ao restringir a garantia do contraditório quando permite decisões provisórias contra
uma das partes sem que ela seja previamente ouvida. Em quais hipóteses isso é permitido? i)
tutela de urgência (artigo 300 e seguintes); ii) tutela de evidência fundada em alegações de fato
documentalmente comprováveis e tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em
súmula vinculante (artigo 311, II); iii) tutela de evidência em pedido reipersecutório fundado
em prova documental adequada do contrato de depósito (artigo 311, III); e iv) tutela de
evidência atinente ao procedimento monitório (artigo 9º, p. único, inciso III combinado
com artigo 701). Vale-se o legislador da técnica do contraditório diferido, isto é, o contraditório
é postergado para momento imediatamente posterior ao deferimento da liminar.
- *Inversão do ônus de demandar: é ônus da parte contra quem a liminar foi proferida, caso o
pleito tenha sido incidental, o prosseguimento da demanda, ou ajuizar o processo principal,
caso a antecipação tenha sido antecedente.
1ª Corrente: não faz coisa julgada e, portanto, não cabe rescisória (sempre cabe revisional).
2ª Corrente: faz coisa julgada e não cabe rescisória (só ação revisional no prazo de 2 anos).
3ª Corrente: faz coisa julgada e cabe ação rescisória após o prazo de 2 anos da revisional.
Para fins de prova, ater-se à letra da lei: direito de rever, reformar ou invalidar a tutela
antecipada, previsto no § 2o deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, contados da ciência
da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1o.
- EVIDÊNCIA
- Nesse caso, a prova deve ser pré-constituída. Não se admite a produção de outras provas.
Não se admite a dilação probatória.
Obs.: o procedimento especial da ação de depósito não existe mais, perdeu o sentido com a
súmula vinculante 25, mas a ação de depósito permanece e autoriza a concessão da tutela de
evidência.
Ex: liminar em ação possessória. Não é necessário demonstrar o periculum in mora. Por isso é
uma tutela de evidência. Portanto, há outras situações de tutela de evidencia, além dessa do
art. 311, NCPC, mas nas provas certamente o que mais cairá será esse dispositivo.
4.3. COGNIÇÃO
4.4. IRREVERSIBILIDADE
- Art. 9º, §único, II, NCPC: prevê quais são as situações em que se pode conceder a tutela de
evidência sem ouvir a outra parte e quando isso não é possível.
II – alegações de fato provadas documentalmente e súmula vinculante ou tese em julgamento
de casos repetitivos
III – Ação de depósito: pedido reipersecutório fundado em prova documental de contrato de
depósito.
- Não pode ser concedida sem a oitiva da outra parte
I – Abuso de direito de defesa
IV – prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não
oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Novamente, o NCPC silenciou quanto ao cabimento. O prof. acha que não tem
cabimento. Embora o NCPC nada diga a respeito, tudo leva a crer que a jurisprudência não
admitirá a tutela de evidência antecedente.
Embora o NCPC nada diga a respeito, tudo leva a crer que a jurisprudência não admitirá
a concessão ex officio da tutela de evidência.
Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto nos arts.
1o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7o, § 2o, da Lei no 12.016, de 7 de
agosto de 2009.
5.1. COMPETÊNCIA
Obs: nos tribunais a competência será o órgão competente para apreciar o mérito do recurso
ou da ação de competência originária. (Normalmente incumbe ao relator). – art. 932, II, NCPC.
#OBS.: concedida a tutela pelo juízo incompetente, em face do poder de cautela, a medida de
urgência fica mantida até que o juízo competente se manifeste, apesar de, em regra, os atos
decisórios serem nulos.
Agora, até que o juízo competente se manifeste, se conservam os efeitos das decisões
proferidas.
Art. 296. Na decisão que conceder, negar, modificar ou revogar a tutela provisória, o juiz
justificará as razões de seu convencimento de modo claro e preciso.
Art. 298. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem
a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.
Para a efetivação da tutela provisória, o juiz deve tomar as medidas adequadas, aplicando,
no que couberem, as normas do cumprimento provisório, tais como a responsabilidade
objetiva e a exigência de caução (arts. 520 e 521, Novo CPC).
A efetivação da tutela provisória está prevista no Art. 297, Novo CPC.
O juiz pode aplicar multa coercitiva (astreinte) para cumprimento de tutela específica (de
obrigação de fazer ou não fazer, ou entrega de coisa) – Art. 537, Novo CPC.
- A multa coercitiva é revertida em favor do credor.
O juiz pode aplicar também uma multa punitiva, prevista no art. 77, IV, Novo CPC. Pode
ser aplicada quando a parte ou o responsável não cumprir a decisão ou criar embaraços ao
seu cumprimento.
- A multa punitiva é revertida em favor do Poder Público (porque seria uma ofensa ao Estado, à
Corte pelo descumprimento da decisão).
*A depender do caso concreto, o valor de multa cominatória pode ser exigido em montante
superior ao da obrigação principal. STJ. 3ª Turma. REsp 1.352.426-GO, Rel. Min. Moura
Ribeiro, julgado em 5/5/2015 (Info 562).
* O valor da multa cominatória (astreintes) não integra a base de cálculo da verba honorária.
Ex: juiz proferiu sentença condenando o réu a pagar: a) R$ 100 mil a título de danos morais; b)
R$ 40 mil de multa cominatória (astreintes); c) 10% de honorários advocatícios sobre o valor da
condenação. Os 10% do advogado serão calculados sobre R$ 100 mil (e não sobre R$ 140
mil). A base de cálculo dos honorários advocatícios sucumbenciais na fase de conhecimento é
a condenação referente ao mérito principal da causa. STJ. 3ª Turma. REsp 1.367.212-RR, Rel.
Min. Ricardo Villas Bôas Cueva, julgado em 20/6/2017 (Info 608).
# OBS.: A tutela de evidência não pode ser concedida sem a oitiva da parte contrária em dois
casos: I) em caso de abuso de direito de defesa; II) prova documental dos fatos constitutivos do
direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
- É possível a concessão da tutela provisória contra a Fazenda Pública? Por algum tempo, a
doutrina discutiu isso, principalmente quanto à tutela antecipada. E o debate da doutrina era
dividida da seguinte forma:
Existem leis que restringem a concessão de tutela provisória contra a Fazenda Pública:
Lei 9.492/97: Trata da Tutela Antecipada contra a Fazenda Pública;
Lei 8.437/92, arts. 1o ao 4o: Trata da Tutela Cautelar contra a Fazenda Pública;
Lei 12.016/09 – Lei do MS – Art. 7o, parágrafo 2o: Trata da Liminar em Mandado de
Segurança (liminar tanto cautelar como antecipatória).
- O Novo CPC disciplina esse assunto no Art. 1.059, Novo CPC. E todas as leis continuam em
vigor, embora o Novo CPC não fale expressamente da Lei 9.492.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
27
Art. 1.059. À tutela provisória requerida contra a Fazenda Pública aplica-se o disposto
nos arts. 1o a 4o da Lei no 8.437, de 30 de junho de 1992, e no art. 7o, § 2o, da Lei no
12.016, de 7 de agosto de 2009.
- A doutrina majoritária entende que essas leis são inconstitucionais, porque elas violariam o
princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.
- Entretanto, o STF entende que essas leis são constitucionais (ADC 4 MC/DF).
- Súmula 729, STF:A decisão da ADC-4 não se aplica à antecipação de tutela em causa de
natureza previdenciária. Ou seja, pode conceder a tutela provisória contra a Fazenda Pública
em matéria previdenciária – não há restrições.
Quais são as medidas cabíveis contra uma tutela provisória em relação à Fazenda Pública?
- Existem três medidas, três possibilidades:
Agravo de Instrumento (art. 1.015, Novo CPC);
Reclamação (art. 988, III, Novo CPC);
Pedido de Suspensão (que é dirigido ao presidente do Tribunal – previsto em várias
leis, a exemplo a Lei 12.016/09, art. 15).
- Redação Original:
Art. 988 – (…)
III – garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle
concentrado de constitucionalidade;
IV – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedente
proferido em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de
competência.
§ 5o É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão.
CICLOS R3 – G8 – MATERIAL JURÍDICO
29
O Novo CPC não trata mais esse assunto como espécie de tutela antecipada – agora trata
separadamente da tutela provisória.
- No CPC/73 esse tema estava no art. 273, parágrafo 6 o. O CPC autorizava uma antecipação
da tutela.
- No Novo CPC, esse tema está no art. 356.
Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos
formulados ou parcela deles:
I - mostrar-se incontroverso;
II - estiver em condições de imediato julgamento, nos termos do art. 355.
i
Este material foi produzido pelos coaches com base em anotações pessoais de aulas,
referências e trechos de doutrina, informativos de jurisprudência, enunciados de súmulas,
artigos de lei, anotações oriundas de questões, entre outros, além de estar em constante
processo de atualização legislativa e jurisprudencial pela equipe do Ciclos R3.