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CURIOZZZO

BY HENRIQUE ARAUJO

Em 1984 um motorista de ônibus enfurecido


atingiu um bloco de carnaval em Natal

Natal, 25 de fevereiro de 1984, uma semana antes do Carnaval. Como de costume, a tranquila cidade
do Natal organizava com entusiasmo seus bloquinhos de carnaval, que, há alguns anos, desfilavam
com gente empolgada antes mesmo do período carnavalesco.

Através de um acordo com empresas de ônibus, a Prefeitura de Natal disponibilizara transportes


exclusivamente para os foliões e para as bandinhas que se apresentavam nos blocos e eventos no
período. O produtor cultural Dickson Medeiros também tratou de colocar seu bloco na rua, o
“Cordão dos Puxa-Saco”, que sairia naquele dia reunindo cerca de 5 mil foliões. Era um “mar” de
gente, entre amigos e familiares, pelas ruas da capital, a terceira edição do bloco, e também sua
consolidação como um dos blocos de maior sucesso na cidade.

O bloco “Cordão dos Puxa Sacos” na época. Autor da foto


desconhecido.

Mas em um destes transportes infelizmente estava o motorista Aluízio Farias Batista, um jovem de
26 anos que trabalhava na Viações Guanabara, que havia recebido de seu chefe a notícia de que
deveria trabalhar naquela noite além do expediente para cumprir o acordo com a Prefeitura, e isso o
deixou bastante irritado. Ele, mesmo aceitando para manter seu emprego, não sabia que faria a sua
última viagem como funcionário da empresa Guanabara.

Na madrugada daquele dia Aluízio tinha a missão de deixar em seu ônibus metade dos integrantes
da escola de samba “Malandros do Samba”, que haviam acabado de se apresentar no bairro do
Alecrim, e estavam voltando para sua sede, localizada no bairro das Rocas. Era um percurso de
pouco mais de 4 km, uns 15 minutos de carro. Os integrantes da escola estavam extremamente
animados dentro do ônibus, cantavam alto, tocavam e batucavam, bem ao contrário do inconformado
motorista.

Motorista Aluízio Batista na época do acidente

Enquanto isso na rua, o “Cordão dos Puxa-Saco” caminhava animado reunindo jovens e adultos ao
som de sucessos tocados da bandinha. O bloco iria se dispersar na Praia do Meio, e a previsão era que
a folia naquela madrugada seguisse até o amanhecer do dia.

Dentro do coletivo os ânimos estavam exaltados, integrantes da escola animados versus motorista
estressado, e, segundo relatos, ocorreu uma discussão. Os integrantes da escola de samba falando alto
e apressados para chegar em casa, começaram a puxar a corda de campanhia do ônibus, e isso deixou
Aluízio ainda mais nervoso. Aluízio acelerou o carro e saiu em alta velocidade pelas ruas de Natal,
sem respeitar os semáforos, sem cautela nas curvas, e prestes à perder o controle. Ouviu várias
reclamações dos passageiros e pra eles teria respondido: “Se tiver que morrer, morre todo mundo”.

Na rua, há poucos quarteirões dali, o bloco de Dickson fazia uma pequena parada na Praça Carlos
Gomes para que os integrantes procurassem o banheiro, comprassem bebidas e lanches, mas
infelizmente eles deparariam com o ônibus de Aluízio em disparada antes que pudessem retomar sua
caminhada.

Próximo de 1h da manhã, nas proximidades do então recém-inaugurado Viaduto do Baldo onde


estavam os foliões, surgiu o ônibus. Ao fazer uma curva da Avenida Rio Branco, sua traseira bateu
em um carro modelo Fusca, que estava estacionado no canteiro, desviando para a rota fatal: o “O
Cordão dos Puxa-Saco”. Naquele momento o veículo já estava sem controle, Aluízio viu o ônibus em
que dirigia invadir o lado da pista onde os quase 5 mil foliões se divertiam, atingindo-os como
bonecos, e jogando-os por vários metros.
O carro Fusca de placa “DN 9799” atingido pelo motorista do ônibus no acidente

O ônibus passou em alta velocidade pelo meio do bloco, vitimando pessoas por num trecho de mais
de 80 metros ate a subida da avenida. “Como presidente do bloco, eu tinha que ficar observando o
funcionamento de tudo, principalmente da banda. Eu estava do lado dos músicos até o momento em que o bloco
passou pela igreja de São Pedro. A partir daí passei a dançar com uma mulher na frente do bloco e, quando
estava no meio da subida eu me virei, aí vi a cena mais horrível da minha vida. Como foram muitas pessoas
atingidas, a rua se transformou num verdadeiro mar de sangue”, disse Dickson Medeiros.

Quando chegou ao alto da Rio Branco, Aluízio abandonou o ônibus acreditando ser o final da
tragédia, mas o carro desceu sozinho a ladeira, atingindo até quem já ajudava os feridos. Há relatos
de que era possível ouvir o estralar de ossos das vítimas. Foi quando um rapaz chamado Adailson
Pereira de Oliveira teve uma atitude heroica, ele conseguiu subir no coletivo e puxar o freio de mão,
parando o carro quase imediatamente.
O carnaval ficou mudo, só se ouvia choros e gritos. Um laudo do ITEP na época afirmou que não
houve nenhuma falha mecânica no ônibus. O acidente deixou 19 mortos e 11 feridos gravemente. O
trauma nas pessoas provocado por isso varreu durante muitos anos o carnaval de rua em Natal.
Muitas pessoas escaparam justamente porque o bloco estava disperso pela pausa na praça, e não em
posição de aglomeração.

Alguns dias depois da tragédia, Aluízio Farias Batista se apresentou à polícia, prestou depoimento e
foi misteriosamente liberado. Depois disso ele nunca mais foi visto.

Em 15 de maio de 2009 ele foi condenado a 21 anos de prisão em regime fechado, mas a prisão nunca
aconteceu.

Em 2005 o programa Linha Direta da Rede Globo de Televisão fez uma matéria que ilustra bem o
triste ocorrido, assista aqui:

Mortos no acidente: Wellington Teófanes de Assis, Walace Martins Gomes, Francisco Alves da Silva,
Dinarte de Medeiros Mariz Neto, Abimael Florêncio Bernardo, Jaecy Cabral de Oliveira, Murilo
Alberto Viana da Silva, Luiz Inácio da Silva, Esdras César da Silva, José dos Santos Xavier, Acelúsio
Borges Gomes, Jethe Nunes de Oliveira, Benedito Alves da Silva, José Luiz da Silva, Simone Banhos
Teixeira, Milton Servita de Brito, José Félix de Lima, Astor dos Santos Dantas e Rizomar Correia dos
Santos. Dezenas de pessoas ficaram feridas.

Deixo aqui minhas sinceras condolências aos familiares das vítimas

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