maio de 2007
NOTA METODOLÓGICA
O principal argumento dos idosos que avaliam que a condição da pessoa idosa
melhorou remete a alguns novos direitos (lembrados por 35%), destacando-se
a conquista da aposentadoria (21%), gratuidade nos transportes (11%),
a promulgação do Estatuto do Idoso (6%) e o atendimento preferencial
em filas (6%). Fizeram referência a melhorias na saúde 17% (mais e novos
remédios, mais médicos e equipamentos, novas especialidades etc.) e 9%
citaram mais opções de lazer para os idosos.
Entre os aspectos que teriam piorado na vida dos idosos nos últimos
tempos, a principal referência é a falta de respeito (13%), sobretudo dos
jovens (10%) e a questão da saúde (10%), seja pela piora da qualidade do
atendimento, seja pelas condições menos naturalistas da vida moderna.
Para a maioria dos não idosos (85%) e dos idosos (80%) existe preconceito
contra a velhice no Brasil, seja muito (opinião de 52% dos não idosos e de
43% dos idosos), seja um pouco (30% e 32%, respectivamente). Mas poucos
brasileiros admitem serem preconceituosos em relação à velhice: apenas 4%
dos não idosos.
A maior parte da população (75% entre não idosos e 76% entre idosos) sabe
citar traços negativos da imagem que os mais jovens têm dos idosos,
enquanto apenas 1/5 (21% dos não idosos e 19% dos idosos) menciona algum
traço positivo como componente dessa imagem.
4. Demandas setoriais
4.1. Saúde
4.2. Acessibilidades
• A maior parte dos entrevistados não tem medo da morte, atitude que se
destaca entre os idosos (81%, contra 74% entre os não idosos). Apenas
18% dos idosos têm medo da morte.
• As principais razões apontadas para não se temer a morte se devem à
falta de domínio sobre ela, apontada por 55% dos idosos e 54% dos não
idosos, ou seja, ela é inevitável, faz parte da vida. Outras justificativas
para não temer a morte que se baseiam na vontade e determinação de
Deus e passagem para a próxima vida, citada por 21% dos idosos e 19%
entre não idosos.
• Os que admitem o medo da morte (18% entre idosos e 24% não idosos),
a temem principalmente por deixarem suas famílias (menos entre os
idosos, 5%, contra 11% entre os não idosos), ou porque sentem que
ainda têm muita coisa para viver (opinião de 3% dos idosos, contra 7%,
entre não idosos), enquanto o medo do desconhecido trazido pela morte
é igualmente citado entre idosos e não idosos (6%).
• Entre 11 frases de senso comum sobre a morte, a que obteve maior
concordância (85%) foi “A morte não me assusta, pois faz parte da vida”,
mais aceita entre os idosos (90%, contra 84% entre os não idosos).
• Outra idéia fortemente presente é “o que mais preocupa com a morte são
as pessoas que irei deixar”, embora um pouco menos incidente entre os
idosos (78%), que entre os não idosos (83%).
• A frase “não tenho medo da morte, mas de viver dando trabalho para os
outros” reflete a opinião de 89% dos idosos e 80% da população não
idosa, enquanto a frase “não estou preparado para a morte, pois ainda
quero realizar muitas coisas”, é mais comum aos não idosos (80%, contra
66% entre os idosos).
• “Não é da morte que têm medo, mas sim de sofrer ou sentir dor” é uma
afirmação com a qual 87% dos idosos e 75% dos não idosos estão de
acordo.
• Uma visão espiritualista, como a de que “a morte é só uma passagem
para outra vida” é compartilhada por 80% dos idosos e 71% dos não
idosos, enquanto “a morte não me assusta, mas tenho pena de deixar a
vida” obtém concordância de 63% e 64%, respectivamente. Já a
associação da morte ao abandono, ou a necessidade do testemunho,
expressa pela frase “não tenho medo da morte, mas não gostaria de
estar sozinho quando a morte chegar” é opinião mais incisiva entre os
idosos (75%, contra 59% dos não idosos).
• Cerca de metade dos idosos (53%) concordam que “a morte dos outros
assusta, porque estou ficando cada vez mais sozinho”; opinião não
mensurada entre os não idosos.
• Apenas a minoria (38%) concorda que “a morte assusta, porque não sabe
o que vem depois”, opinião também mais presente entre os idosos
(42%). Para um terço dos idosos (33%), no entanto, “a morte é tudo o
que espero”, opinião compartilhada por apenas 10% dos não idosos.