Santo, santo, santo é o Senhor dos Exércitos, toda a terra está cheia de sua glória Adoração
Ai de mim, estou perdido! Pois sou um homem de lábios impuros e vivo no meu de Confissão e Perdão
um povo de lábios impuros; os meus olhos viram o Rei...
Com a brasa viva segura por uma tenaz o anjo tocou a minha boa e disse: “Veja,
isto tocou os seus lábios; por isso, a sua culpa foi removida, e o seu pecado será
perdoado”
Então, ouvi a voz do Senhor, conclamando: “Quem enviarei? Quem irá por nós?” Edificação
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E eu respondi: “Eis-me aqui. Envia-me!” Dedicação
A invocação é necessária porque não temos controle sobre o Senhor; Ele não está à
nossa disposição. Os/As primeiros/as cristãos/cristãs eram conhecidos/as como “aqueles
que invocam o Nome” (Atos 9.14,21; 15.17; Romanos 10.12-13; 1Corintios 1.2). Há uma
grande promessa para nós: “Pois onde se reunirem dois ou três em meu nome, ali eu estou
no meio deles” (Mateus 18.20). A invocação no culto também é acolhimento das pessoas e
convite à celebração: “vinde”; “adorai”; “louvai”; “celebrai”; “bendizei”.
Quantas vezes paramos durante a semana para refletir o que fazemos de errado? A
atitude comum na Bíblia depois de deparar-se com Deus é a confissão (Êxodo 3.6; Isaías 6.5;
Lucas 5.8). Ela é inspirada pelo temor. Quando nos colocamos diante de Deus em
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arrependimento, confissão e contrição, recebemos dEle o perdão (Provérbios 28.13; Salmo
32.1-5; 51.1-17; 1João 1.5-2.2).
EDIFICAÇÃO. A Edificação é central no culto. Não significa que seja mais importante.
É continuidade da celebração comunitária. “O pregador é sempre o portador de boas novas
ao povo” (VALVERDE, 1996, p. 31). É o momento que de forma especial paramos para ouvir a
voz de Deus através de Sua palavra escrita. Por isto, exige oração e preparação do pregador
e pregadora; e oração e atenção de quem ouvi; todos e todas na intenção de viver segundo a
palavra de Deus.
SANTA CEIA
A Santa Ceia é o sacramento da Mesa do Senhor. É sinal visível de uma graça
invisível! É mesa de concerto, de reconciliação, de santidade, de comunhão. Pão e vinho
representam corpo e sangue de Jesus Cristo (Marcos 14.22-24; 1Coríntios 11.23-26).
Realizamos em memória dEle.
DEDICAÇÃO
A palavra de Deus sempre exige resposta humana. Ao ouvir João Batista e Pedro as
pessoas perguntaram “O que devemos fazer?” (Lucas 3.7-14; Atos 3.36-41). Não é possível
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ouvir a palavra de Deus e permanecer insensível (Salmo 95.7b-11; Mateus 6.24-27; Hebreus
3.7-4.13; Tiago 1.22-25). A Dedicação, por isso, também é desafio: “A Dedicação deve ser um
momento de colocação das vidas à disposição do serviço a Deus” (VALVERDE, p. 32).
Algumas comunidades realizam nesse momento a entrega de dízimos e ofertas.
Também é oportuno realizar o apelo ou convite. Em nome de Jesus convidamos as
pessoas ao arrependimento e mudança de vida (Marcos 1.15; Atos 2.38-39). Deus nos deu
“o ministério da reconciliação” e em nome dele suplicamos: “reconciliem-se com Deus!”
(Conf. 2Coríntios 5.16-21).
Como parte da Dedicação há o envio. A Igreja cumpre sua missão no mundo vivendo
e testemunhando o evangelho de Jesus Cristo (Mateus 5.1-16; 25.31-40; 28.18-20).
BÊNÇÃO
O culto cristão incorpora a tradição bíblica da bênção (Números 6.24-26). Pastor ou
pastora abençoa os/as fiéis. No culto convencionou-se adotar a bênção de 2Coríntios 13.13:
“A graça do Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus e a comunhão do Espírito Santo sejam com
todos vocês”. Além da tradição bíblica e apostólica invoca-se a Trindade Santa: Pai, Filho e
Espírito Santo.
CONCLUSÃO
O professor Messias Valverde contou-nos a história de que, estando numa igreja para
pregar, a pessoa responsável pelo culto iniciou a oração dizendo “Ó Deus, em nome de
Jesus, repreendemos todo espírito de liturgia”. Se a pessoa quis dizer “letargia” e se
confundiu, dá para entender, porém, a idéia de liturgia como uma coisa desnecessária e até
ruim é mais comum do que se imagina. Como vimos há fundamentos bíblicos e teológicos
para a liturgia do culto cristão.
O culto oferecido a Deus pela comunidade de fé deve ser bíblica e teologicamente
fundamentado, a fim de que seja: centralizado na presença do Deus Trino,
fundamentado na Palavra, afirmação da vida comunitária, experiência de renovação
de vida — inclusive de todos e todas — dinâmico e participativo, e convite à missão.
(JUNKER, 2004, p. 3).
De modo geral as igrejas que são contra a liturgia têm um culto pobre em criatividade
e participação e repetem sempre a mesma liturgia: música e pregação. (Pior ainda aquelas
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igrejas que ficam só no “louvorzão”!). Em sua maioria, tais igrejas desconhecem a Bíblia,
ignoram a prática da Igreja ao longo dos séculos e tentam agradar a homens/mulheres.
Retirar partes essenciais do culto com a justificativa de adequá-lo aos novos tempos, torná-
lo atraente, é um engano.
A observância de cada um dos momentos da liturgia nos ajuda a experimentar com
mais profundidade a riqueza desse momento. Cada ato tem um significado próprio e
nos prepara para o próximo. Ajuda-nos a ter um visão mais ampla de nosso
relacionamento com Deus e com a igreja. (EM MARCHA, 2011, p.76).
BIBLIOGRAFIA
ALLMEN, J.J. von. O culto cristão: teologia e prática. (Trad. Dírson Glênio V. dos Santos). 2.ed. São
Paulo: ASTE, 2006.
COLÉGIO EPISCOPAL. O culto da Igreja em missão. São Paulo: Cedro, 2006. (Biblioteca Vida e Missão
—Pastorais).
EM MARCHA. Bíblia e culto: um chamado à santidade. São Paulo: Departamento Nacional de Escola
Dominical da Igreja Metodista, 2011.
JUNKER, Tércio Bretanha. A estrutura bíblico-teológica do culto. In: Mosaico de Apoio Pastoral: Culto
hoje, São Bernardo do Campo, v.12, n.31, p.3-4, junho-agosto 2004.
VALVERDE, Messias. Liturgia e pregação — reflexões sobre o culto cristão. São Paulo: Exodus, 1996.