partindo das mais diversas óticas como, por exemplo, históricas, culturais, políticas,
psicossociais e econômicas. Segundo Priotto e Boneti (2009), a violência pode ser entendida
como uma ação diretamente associada a uma pessoa ou a um grupo, a qual interfere na
integridade física, moral ou cultural de uma pessoa ou de um grupo. Na contemporaneidade
encontra-se uma crescente atenção à violência no contexto escolar, visto que esse tipo de
violência vem tomando proporções preocupantes, bem como vem gerando uma insegurança
aos alunos, diretores, pais e professores.
Observa-se que atitudes como ofender, ignorar, excluir, ferir, humilhar, sempre foram
encontradas nas escolas, não importando se de ensino público ou particular, se de ensino
fundamental ou médio. O fenômeno tem-se estendido cada vez mais para as séries
iniciais e acaba muitas vezes por sair da escola e invadir a vida pessoal, através de
mensagens pela Internet e celulares. (PRIOTTO E BONETI, 2009).
Além disso, em conformidade com Priotto (2008 como cidado em Priotto e Boneti,
2009) é preciso diferenciar violência na escola, violência contra a escola e violência da escola.
Os autores elucidam que a violência na escola se caracteriza por distintos fenômenos que
ocorrem no dia a dia escolar, efetuados entre professores, alunos, diretores, funcionários,
familiares, ex-alunos, pessoas da comunidade e estranhos; podendo ser atos de violência física
ou incivilidades que acontecem dentro da escola, no portão de entrada ou na via pública em
frente à escola. Já a violência contra a escola, Priotto e Boneti (2009) esclarecem que essa
seria representada pelos atos de vandalismo, incêndios, destruição, furto ou roubos do
patrimônio escolar. No tocante a violência da escola, essa se apresenta mediante a todo tipo de
prática que parte da instituição escolar que afeta negativamente seus membros, a título de
exemplo: o fracasso escolar, falta de interesse em permanecer na escola, preconceito,
desvalorização e o abuso do poder.
Para mais, compete ressaltar que incluído no construto de violência escolar encontra-
se uma tensão entre os conceitos de indisciplina e violência, ocasionalmente esses termos são
usados como sinônimos no contexto escolar. Logo, se faz necessário estabelecer ponderações
sobre a indisciplina no ambiente escola e, de que forma a violência à indisciplina vem se
tornando uma grande questão atual na escola.
A escola estabelece normas que visam organizar o seu funcionamento, mas que, na
maioria das vezes, não conseguem responder aos seus objetivos e, além disso, são
formuladas e implementadas de forma unilateral, sem se considerar a palavra do aluno,
o mesmo pode-se dizer em relação às punições. (CHAVES, 2014)
Nos dias atuais, vê-se uma profunda mudança na instituição escolar consequente do
aumento das dificuldades cotidianas, que surgem dos impasses de gestão, bem como das
questões internas e da desordem social, manifestada por meio de eventos externos à escola.
Nesse sentido, a escola não se mostra mais como um lugar segura de convivência social e de
construção de saber, aliás, transformou-se em cenário de violência. Apesar de muitos
estudiosos ainda relacionarem a violência escolar às desigualdades sociais e a violência
urbana, entende-se que a escola e suas características têm papel fundamenta na produção ou
prevenção da violência.
Neste sentido, cabe à instituição escolar refletir e discutir temas que afligem a
humanidade em seu cotidiano, dentre os quais se destacam a violência, suas formas de
prevenção e as possíveis repercussões no desenvolvimento da criança e do
adolescente. Essa responsabilidade social se deve, em parte, ao reconhecimento de que
a esfera de convivência repercute diretamente na socialização infanto-juvenil, além de
ser, juntamente com a família, espaço crucial para defesa dos direitos humanos.
(Njaine, Minayo, 2003 citado como Marriel, Assis, Avanci & Oliveira, 2006)
Portanto, Marriel Assis, Avanci e Oliveira (2006) afirmam que é resguardada a escola
um papel importante em relação à prevenção da violência, de tal forma que o Estatuto da
Criança e do Adolescente assegura a proteção às crianças, mas o controle e a percepção da
violência ao redor delas cabem a cada órgão que tem contato mais direto com essas crianças,
no caso a escola e a família. Com isso, sobre incide na escola uma ampla responsabilidade de
socialização de crianças e adolescentes, advindos de distintos ambientes e com diferentes
hábitos e atitudes.
Logo, esses novos modelos de relações menos rígidos estabelecem relações menos
violentas, mais agradáveis e tolerantes. Para isso, são necessárias novas visões de disciplina e
indisciplina como discutido previamente.
REFERÊNCIAS
Palma Priotto, E., & Wessler Boneti, L. (2009). Violência escolar: na escola, da escola e
contra a escola. Revista Diálogo Educacional, 9(26), 161-179.
Roque Chaves, F. (2014). Escola e violência sob a ótica da sociologia. Nova Lisboa.
Marriel, L., Assis, S., Avanci, J., & Oliveira, R. (2006). A violência escolar e auto-estima de
adolescentes (pp. 35 - 50). Rio de Janeiro.