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Segundo, ainda, o invocado diploma legal, cada unidade com saída para a via pública,
diretamente ou por processo de passagem comum, será sempre tratada como objeto de
propriedade exclusiva, qualquer que seja o número de suas peças e sua destinação,
inclusive aquelas integrantes de edifícios-garagem, com ressalva das restrições que se lhe
imponham, e o terreno em que se levantam a edificação ou o conjunto de edificações e suas
instalações, bem como as fundações, paredes externas, o teto, as áreas internas de
ventilação e tudo o mais que sirva a qualquer dependência de uso comum dos proprietários
ou titulares de direito à aquisição de unidades ou ocupantes, que constituirão condomínio
de todos, e serão insuscetíveis de divisão, ou de alienação destacada da respectiva unidade,
assim como de utilização exclusiva por qualquer condômino (Arts. 2º e 3º).
Observa-se que a nova lei não estabelece limite mínimo para o número de pavimentos
que deve conter o edifício submetido a seu regime, admitindo até mesmo de um só, nem
fixa o número mínimo de peças que devem compor uma unidade autônoma, que assim é
considerada seja qual for a quantidade de suas peças, ainda que seja uma única, não
prescrevendo também a qualidade do material que deve ser empregado na construção.
Não restringe a destinação da unidade autônoma a escritórios ou residência particular,
mas generaliza para fins residenciais ou não residenciais, além de ampliar os tipos de
edificações que podem ser levantadas em um só terreno e submetidas ao seu regime
jurídico, discriminando o que em tais casos se deve observar, nos seguintes incisos de seu
Artigo 8º:
Prevê também a Lei 4.591/64, que o direito à guarda de veículos nas garagens ou
locais a isso destinados nas edificações ou conjuntos de edificações será tratado como
objeto de propriedade exclusiva, com ressalva das restrições que ao mesmo sejam impostas
por instrumentos contratuais adequados, e será vinculada à unidade habitacional a que
corresponder, no caso de não lhe ser atribuída fração ideal específica de terreno, direito esse
que poderá ser transferido a outro condômino, independentemente da alienação da unidade
a que corresponder, vedada sua transferência a pessoas estranhas ao condomínio. No que
respeita aos edifícios-garagem, às vagas serão atribuídas frações ideais de terreno
específicas. (Art. 2º, §§ 1º, 2º e 3º).
Por ato entre vivos, o CONDOMÍNIO HORIZONTAL pode ser instituído através de
escritura pública ou instrumento particular, acaso ocorram as seguintes hipóteses:
de unidades autônomas.
dor.
não será possível porque este ato pressupõe o concurso de pelo me-
ais alterações.
À medida que as unidades autônomas forem negociadas, para cada uma será aberta
matrícula própria no Livro nº 2 – Registro Geral – do Cartório de Imóveis, onde será
registrado o respectivo instrumento de compra e venda ou promessa de compra e venda,
encerrando-se a matrícula matriz (a pertinente à instituição), quando a última unidade for
alienada.
Igualmente pode ser procedido pelos que houveram, em virtude de doação “inter
vivos” ou sucessão “mortis causa” (conforme títulos já registrados), edifício composto de
unidades isoladas entre si, em condomínio indiviso.
3) Por testamento, o condomínio especial será instituído se, por exemplo, o testador,
proprietário exclusivo de um edifício composto de apartamentos, salas ou lojas, legar tais
unidades isoladamente a diversas pessoas, desdobrando, destarte, um imóvel único (assim
registrado no Cartório Imobiliário) em tantos imóveis quantas sejam as unidades isoladas
de que se componha o edifício.
Se assim ocorrer, julgada a partilha e expedidos em favor dos legatários das unidades
autônomas os respectivos formais de partilha, destes deverão constar, além das peças
processuais estabelecidas pelo CPC (Art. 1.027 - itens I a V), os elementos inerentes ao
condomínio especial e que integraram as declarações preliminares ou o esboço da partilha.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, Antônio José Ferreira. O Condomínio Na Prática. 3.ª Ed., Rio de Janeiro,
Editora Liber Juris LTDA., 1985.
PEREIRA, Caio Mario da Silva. Condomínio E Incorporações. 5.ª Ed., Rio de Janeiro,
Editora Forense.
AGUIAR VALLIM, João Rabello de. Direito Imobiliário Brasileiro (Doutrina e Prática),
2.ª Ed., São Paulo, Editora Revista dos Tribunais – 1984, pp. 242/243.
NÁUFEL, José. Novo Dicionário Jurídico Brasileiro, 8.ª Ed., São Paulo, Editora Ícone,
1989, p. 322.
GONDO, J. Nascimento Franco Nisske. Condomínio Em Edifícios. 4.ª Ed., São Paulo,
Editora Revista Dos Tribunais LTDA., 1987.
NEGRÃO, Theotonio e GOUVÊA, José Roberto Ferreira. Código Civil e legislação civil
em vigor. 23.ª Ed., São Paulo, Editora Saraiva, 2004.
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[1] AGUIAR VALLIM, João Rabello de. Direito Imobiliário Brasileiro (Doutrina e
Prática), 2.ª Ed., São Paulo, Editora Revista dos Tribunais – 1984, pp. 242 e 243.
*Estudante do 10º semestre do Curso de Direito das Faculdades Jorge Amado, Salvador-
Bahia.