Brasília - DF
2010
JEAN CARLOS BORGES BRITO
Brasília
2010
B862a Brito, Jean Carlos Borges
Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio: uma abordagem
conversacional. / Jean Carlos Borges Brito – 2010.
192f.; il.: 30 cm
Agradeço
...à Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil (IECLB) por ter concedido
moradia a mim e minha família por 20 anos, sendo que a minha personalidade e caráter foram
lapidados pelo ensino cristão do qual me orgulho imensamente.
...ao Sr. Jamil de Almeida Silva (ONS) e a Sra. Maria Elvira (Faculdade FACEB)
pelas cartas de recomendação para adentrar neste mestrado.
...ao Prof. Dr. Luis Kalb Roses (UCB) que coordena um projeto de pesquisa sobre
Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio, o que contribuiu muito para essa pesquisa.
...ao Prof. Dr. Gentil José de Lucena Filho (UCB) que coordena um projeto de
pesquisa sobre as conversações dentro das organizações, contribuindo com as distinções em
competências conversacionais que refletiu bastante neste trabalho.
...a todas as pessoas que conversei durante a minha vida! Posso dizer que parte do meu
modelo mental foi construída pincelando qualidades, posturas e características positivas
observáveis durante as interações que tive no decorrer dos anos com outras pessoas através
das conversas.
Clark Moustakas
RESUMO
Referência: Brito, Jean Carlos Borges. Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio: Uma
abordagem conversacional. 2010. 192f. Mestrado em Gestão do Conhecimento e da
Tecnologia da Informação, Universidade Católica de Brasília, Brasília, 2010.
TI – Tecnologia da Informação
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 27
1.1 REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................................... 27
1.2 PROBLEMATIZAÇÃO ................................................................................................ 29
1.3 RELEVÂNCIA DO ESTUDO ...................................................................................... 30
1.4 JUSTIFICATIVA .......................................................................................................... 30
1.5 OBJETIVOS .................................................................................................................. 31
1.5.1 Objetivo Geral .......................................................................................................... 31
1.5.2 Objetivos Específicos ................................................................................................ 32
1.6 ORGANIZAÇÃO DA DISSERTAÇÃO ...................................................................... 32
2 ALINHAMENTO ESTRATÉGICO TI-NEGÓCIO ................................................... 34
2.1 MODELOS DE ALINHAMENTO ENTRE TI NEGÓCIO ......................................... 36
2.1.1 Modelo de Rockart e Morton .................................................................................. 36
2.1.2 Modelo de Henderson e Venkatraman ................................................................... 38
2.1.3 Modelo de Rezende ................................................................................................... 41
2.1.4 Modelo de Brodbeck................................................................................................. 44
2.1.5 Modelo de Maturidade de Luftman ........................................................................ 46
2.1.6 Discussão sobre os modelos de alinhamento .......................................................... 49
2.2 DIMENSÃO SOCIAL E INTELECTUAL DO ALINHAMENTO ............................. 51
3 COMUNICAÇÃO E CONVERSAÇÕES .................................................................... 55
3.1 AS CONVERSAÇÕES ENTRE OS GESTORES DE TI E NEGÓCIO ...................... 58
3.2 ONTOLOGIA DA LINGUAGEM E O SER HUMANO COMO OBSERVADOR .... 61
3.2.1 Os modelos mentais .................................................................................................. 64
3.2.2 Emoções ..................................................................................................................... 66
3.3 COMPETÊNCIAS CONVERSACIONAIS .................................................................. 67
3.3.1 Competências ............................................................................................................ 67
3.3.2 O que são competências conversacionais?.............................................................. 69
3.3.3 Compromissos e recompromissos conversacionais ............................................... 70
3.3.4 O escutar efetivo ....................................................................................................... 74
3.3.5 O expor e o indagar produtivos ............................................................................... 76
3.3.5.1 O expor produtivo.................................................................................................... 76
3.3.5.2 O indagar produtivo ................................................................................................. 78
3.3.6 A comunicação efetiva .............................................................................................. 80
3.4 MODELO DE PESQUISA............................................................................................ 80
4 METODOLOGIA........................................................................................................... 83
4.1 FASES DA PESQUISA ................................................................................................ 83
4.2 CLASSIFICAÇÃO DA PESQUISA ............................................................................. 84
4.3 DEFINIÇÃO DO ESCOPO DA PESQUISA DE CAMPO .......................................... 85
4.4 DEFINIÇÃO DA POPULAÇÃO-ALVO DA PESQUISA .......................................... 85
4.5 INSTRUMENTO DE PESQUISA ................................................................................ 85
4.6 VALIDAÇÃO SEMÂNTICA DO INSTRUMENTO DE PESQUISA ........................ 87
4.7 PRÉ-TESTE .................................................................................................................. 88
4.8 PROCEDIMENTO DE COLETA DE DADOS............................................................ 89
4.8.1 Confecção e aplicação do instrumento.................................................................... 89
4.8.2 Amostra ..................................................................................................................... 89
4.9 FERRAMENTAS PARA ARMAZENAGEM E ANÁLISE DOS DADOS ................ 90
4.10 ANÁLISE DOS DADOS ............................................................................................ 91
4.10.1 Procedimentos de preparação dos dados e análises fatoriais ............................. 91
4.10.2 Procedimentos para a análise de conteúdo .......................................................... 92
4.10.2.1 Pré-análise ............................................................................................................. 92
4.10.2.2 Leitura flutuante .................................................................................................... 93
4.10.2.3 Escolha dos documentos........................................................................................ 93
4.10.2.4 A formulação das hipóteses ................................................................................... 95
4.10.2.5 A referência aos índices e elaboração de indicadores ........................................... 95
4.10.2.6 A preparação do material ....................................................................................... 95
4.10.2.7 As categorias de análise......................................................................................... 96
4.11 CRONOGRAMA DAS ATIVIDADES ...................................................................... 97
5 RESULTADOS E ANÁLISES DOS DADOS .............................................................. 98
5.1 PESQUISA SURVEY ..................................................................................................... 98
5.2 PREPARAÇÃO DOS DADOS ..................................................................................... 98
5.2.1 Descrição da amostra ............................................................................................... 99
5.2.2 Exame gráfico univariado ...................................................................................... 100
5.2.3 Missing data ............................................................................................................. 100
5.2.4 Outliers ..................................................................................................................... 101
5.2.4.1 Detecção univariada .............................................................................................. 102
5.2.4.2 Detecção multivariada ........................................................................................... 102
5.2.5 Testes de análise multivariada .............................................................................. 103
5.2.5.1 Teste de aderência à normalidade.......................................................................... 104
5.2.5.2 Homoscedasticidade .............................................................................................. 105
5.2.5.3 Linearidade ............................................................................................................ 105
5.2.5.4 Transformação dos dados ...................................................................................... 106
5.3 ANÁLISE FATORIAL EXPLORATÓRIA (EFA) .................................................... 107
5.3.1 Objetivos da análise fatorial .................................................................................. 108
5.3.2 Projetando a análise fatorial.................................................................................. 108
5.3.3 Suposições na análise fatorial ................................................................................ 108
5.3.4 Derivando os fatores e medindo o alinhamento geral ......................................... 109
5.3.5 Interpretando os fatores ......................................................................................... 113
5.3.6 Validação da análise fatorial ................................................................................. 115
5.4 ANÁLISE FATORIAL CONFIRMATÓRIA (CFA) ................................................. 115
5.4.1 Desenvolvendo um modelo teórico ........................................................................ 116
5.4.2 Construindo um diagrama de ligação das relações causais ................................ 116
5.4.3 Convertendo o diagrama de ligação em modelos estruturais e medição ........... 117
5.4.4 Escolhendo o tipo de matriz de entrada e estimando o modelo proposto ......... 118
5.4.4.1 Entrada de dados .................................................................................................... 118
5.4.4.2 Modelo estimado ................................................................................................... 118
5.4.5 Avaliando a identidade do modelo estrutural ...................................................... 119
5.4.6 Interpretando e validando o modelo ..................................................................... 119
5.4.7 Verificação das hipóteses do modelo ..................................................................... 123
5.5 ANÁLISE DE CONTEÚDO ....................................................................................... 125
5.5.1 Plano de pesquisa .................................................................................................... 126
5.5.2 Análise de conteúdo das categorias criadas à priori ............................................ 127
5.5.2.1 Conversas estratégicas ........................................................................................... 127
5.5.2.2 Compromissos ....................................................................................................... 133
5.5.2.3 Expor produtivo ..................................................................................................... 135
5.5.2.4 Indagar produtivo .................................................................................................. 136
5.5.2.5 Escutar efetivo ....................................................................................................... 138
5.5.3 Análise de conteúdo das categorias criadas à posteriori...................................... 139
5.5.3.1 Resolução de conflitos ........................................................................................... 140
5.5.3.2 Juízos ..................................................................................................................... 141
5.6 MODELO FINAL PROPOSTO .................................................................................. 144
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................................... 146
6.1 CONCLUSÕES ........................................................................................................... 146
6.1.1 Análise quantitativa................................................................................................ 146
6.1.2 Análise qualitativa .................................................................................................. 149
6.2 CONTRIBUIÇÕES DA PESQUISA .......................................................................... 150
6.3 LIMITAÇÕES DA PESQUISA .................................................................................. 151
6.4 PESQUISAS FUTURAS............................................................................................. 151
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS .......................................................................... 153
APÊNDICES .................................................................................................................... 159
A. INSTRUMENTO DE PESQUISA SURVEY ....................................................... 160
B. E-MAIL ENVIADO AOS FACILITADORES ................................................... 165
C. CODEBOOK/LIVRO DE DADOS ..................................................................... 166
D. GRÁFICOS DA ANÁLISE DESCRITIVA ........................................................ 170
E. HISTOGRAMAS .................................................................................................. 178
F. ANÁLISE UNIVARIADA ................................................................................... 184
G. ANÁLISE DESCRITIVA DA DISTRIBUIÇÃO DE FREQUÊNCIAS ............. 185
H. MATRIX DE CORRELAÇÃO ............................................................................ 186
I. RESPOSTAS AS QUESTÕES ABERTAS ........................................................... 187
ANEXOS .......................................................................................................................... 191
1. VALORES CRÍTICOS PARA QUI-QUADRADO (χ²) ....................................... 192
27
1 INTRODUÇÃO
delimitado o tema de pesquisa e realizada uma revisão de literatura para verificar a relevância
desse estudo, através dos seguintes meios:
a) Buscas em base de dados científicas com qualificação qualis (Capes) A1, A2, B1 e
B2;
b) Pesquisa em base de dados nacionais e internacionais a partir das referências
citadas nas publicações encontradas no item “a”;
c) Literatura técnica, incluindo livros especializados sobre Alinhamento Estratégico
entre TI e Negócio;
d) Abordagem das conversações.
1.2 PROBLEMATIZAÇÃO
1.4 JUSTIFICATIVA
DAHLBERG, 2006); e a falta de parcerias (TEO e ANG, 1999; PAULSON, 2001; KEARNS
e LEDERER, 2003; BASSELIER e BENBASAT, 2007; SILVIUS et al., 2009).
Assim, melhorar a comunicação e sua freqüência é uma boa prática para minimizar os
inibidores do alinhamento e maximizar o relacionamento entre os gestores de TI e Negócio
(LUFTMAN e BRIER, 1999; TEO e ANG, 1999; REICH e BENBASAT, 2000; LUFTMAN,
2000; CYBULSKI e LUKAITIS, 2005; DE HAES e VAN GRENBERGEN, 2008; TAN e
GALLUPE, 2009; JOHNSON e LEDERER, 2009; SILVIUS et al., 2009). Dentro do domínio
da comunicação, serão exploradas nesta pesquisa as conversações entre os gestores de TI e
Negócio, contemplando as competências conversacionais e suas influências no alinhamento
entre essas áreas.
Conforme será desenvolvido na fundamentação teórica, as conversas são elementos
essenciais para o desenvolvimento de visões, entendimentos e conhecimentos compartilhados,
além do estabelecimento de uma linguagem comum. Esse enfoque cognitivo às conversações
caracteriza a comunicação na interação social (GIDDENS, 1984, 1993).
A pesquisa acadêmica e a prática organizacional corroboram para a análise do
problema desta pesquisa. Tendo em vista a lacuna de relacionamento entre TI e Negócio e a
capacidade das conversas como elemento essencial para o alinhamento, faz-se necessário
aprofundar os estudos sobre o tema e verificar como as conversas podem contribuir para o
Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio.
1.5 OBJETIVOS
Além desta seção de introdução, esta dissertação se organiza nas seguintes seções
primárias (vide Figura 1):
Brodbeck e Hoppen (2003) afirmam que o alinhamento entre TI e Negócio pode ser
encontrado em vários estágios dentro de uma organização. O primeiro seria o de integração
operacional (infraestrutura e processos de TI e Negócio) e o segundo em um nível mais alto
de gestão, contemplando a adequação estratégica dos objetivos de TI com as estratégias e
competências fundamentais do Negócio. O modelo proposto por Brodbeck (2001) foi
desenvolvido com base em experiências laborais, levantamento de literatura que abrange os
modelos tradicionais de Alinhamento Estratégico de TI e Negócio, como o de Henderson e
Venkatraman (1993), e da pesquisa de campo.
O diferencial no modelo de Brodbeck (2001) está na releitura e na adição de alguns
elementos de alinhamento, que oferecem a sustentação para um Alinhamento Estratégico
dinâmico e constante, movendo-se no tempo por todo o período do processo de planejamento.
Possui uma visão espacial, contendo vários planos de fundo, que correspondem à promoção
do alinhamento contínuo em diferentes fases para a implementação do processo de
planejamento estratégico; e de um plano frontal, que fomenta o alinhamento entre TI e
Negócio durante as fases de criação do processo de planejamento estratégico.
O processo de Alinhamento Estratégico é contínuo e ocorre através das interações entre
as áreas de TI e Negócio, pelas quais é possível avaliar as metas traçadas, observando o
andamento e, caso necessário, realizar ajustes de forma a evoluir para outras fases do processo
de execução.
De acordo com o modelo de Brodbeck (2001), conforme Figura 11, para que os
processos de planejamento com duração entre três a cinco anos possuam um melhor controle
operacional, deve-se construir objetivos estratégicos formatados por projetos com duração de
no máximo um ano, objetivando-se, assim, a sinergia das partes com relação ao todo e
fornecendo melhores formas de se realizar qualquer ajuste necessário. Devem-se estabelecer
metas estáticas, criadas inicialmente durante o processo de planejamento para serem
atingidas depois de completado o horizonte do planejamento; e dinâmicas, que são as metas
estáticas alteradas enquanto o processo está em execução. O alinhamento será completo
quando o modelo de gestão estratégico, fornecido pelos sistemas de informação, permitir o
ajuste contínuo das metas realizadas em relação ao que fora estabelecido.
45
integração funcional e estabilidade entre o que fora planejado e descrito no plano de Negócio
(metas e estratégias, objetivos) e de TI (definições das necessidades de TI para oferecer
suporte ao Negócio) no decorrer da formulação das estratégias em um horizonte planejado.
Os elementos da etapa de implementação do processo de planejamento estratégico
promovem o alinhamento através das variáveis de metodologia de implementação dos planos
e sistemas de informação; adequação contínua dos itens planejados na etapa anterior;
participação, monitoramento e comprometimento dos indivíduos com o intuito de alcançarem
as metas estabelecidas dentro do prazo planejado.
O modelo estende o que foi proposto por Henderson e Venkatraman (1993),
contribuindo com a adição de novos elementos e na abertura para uma etapa de
implementação do processo de planejamento.
Brodbeck (2001, p. 242) afirma que deve haver o comprometimento e a participação
conjunta dos gestores de TI e Negócio na implementação do planejamento estratégico,
estimulando-se reuniões freqüentes, no intuito de comunicar como está o desenvolvimento do
processo de planejamento. A autora enfatiza ainda que a comunicação em conjunto com os
instrumentos de gestão e de documentação permite controlar as metas e os objetivos,
promovendo o alinhamento contínuo.
Luftman e Brier (1999) afirmam que a preocupação chave dos gestores de Negócio é o
alinhamento, aplicando a TI de maneira apropriada e em harmonia com as estratégias de
Negócio. Os autores realizaram um estudo ao longo de vários anos sobre Alinhamento
Estratégico entre TI e Negócio. Os dados da pesquisa foram obtidos através de uma survey em
mais de 500 firmas, representando cerca de 15 tipos de indústrias. Foram realizadas
entrevistas e observações, através de consultorias, e as análises dos dados da pesquisa
mostram os seis facilitadores e inibidores do alinhamento entre a TI e o Negócio, por ordem
de classificação:
• Facilitadores:
- Os executivos seniores apóiam a TI;
- A TI é envolvida no desenvolvimento da estratégia;
- A TI entende o Negócio;
47
• Inibidores:
- Existe uma lacuna no relacionamento entre TI e Negócio;
- A TI não é priorizada;
- As falhas de TI vão de encontro aos compromissos e promessas perante o Negócio;
- A TI não entende o Negócio;
- Os executivos seniores não apóiam a TI; e
- Há uma lacuna na liderança de TI.
Os modelos apresentados nas seções anteriores são complementares entre si. Ainda
que possuindo características particulares, todos apresentam um único objetivo, que é realizar
o alinhamento entre TI e Negócio, à exceção do modelo de Luftman (2000), cujo objetivo é
avaliar a maturidade do alinhamento entre as duas áreas.
Na época em que o modelo de Rockart e Morton (1984) foi proposto, a TI começou a
ganhar bastante espaço dentro das organizações, principalmente com o surgimento e difusão
dos IBM-PC (Personal Computer). Era necessária a criação de processos para organizar a TI,
a nova maneira de trabalho dos colaboradores e a estrutura organizacional dentro da empresa.
Por isso, os processos de gestão são o coração do modelo, o eixo que movimenta a roda
organizacional.
50
Fonte: O Autor.
O Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio requer que os gestores das duas áreas
assumam uma responsabilidade conjunta para que a organização possa se beneficiar com os
investimentos em TI. Dessa forma, um trabalho colaborativo e simétrico entre os gestores
pode produzir uma vantagem competitiva de soluções baseadas em TI, evidenciando um elo
entre os planejamentos de TI e Negócio, refletindo sobre as oportunidades que a TI cria para o
Negócio (KEARNS e LEDERER, 2003).
Existem duas abordagens a serem realizadas para observar o fenômeno “Alinhamento
Estratégico entre TI e Negócio”, segundo Reich e Benbasat (2000). A primeira se concentra
na análise das estratégias, estruturas e metodologias de planejamento nas organizações. A
segunda abordagem investiga os atores nas organizações, analisando os valores e a
52
comunicação entre as pessoas. Para exemplificar melhor, os autores classificaram essas duas
abordagens em dimensões demonstradas a seguir:
3 COMUNICAÇÃO E CONVERSAÇÕES
Flores e Spinosa (1998) afirmam que a linguagem pode ser observada como uma
ferramenta poderosa para construir novas obrigações, direitos, afetos e identidade. Através
dela, pode-se sair de uma conversa privada (auto-diálogo) e interagir com outras pessoas
(conversa pública), descobrindo novos observadores e interpretadores da realidade. O ser
humano é, na sua essência, constituído de estruturas celulares interligadas, que por sua vez
comporão seus órgãos e tecidos, o homem é formado em essência por relacionamentos, sendo
um ser social.
somente para tratar de assuntos específicos, ou para discussões políticas e tediosas. Muitas
vezes as conversas são feitas de forma remota e longe da realidade da organização, fazendo
com que esse tipo de conversação seja improdutivo, pois os integrantes participam apenas com
a presença de seus corpos e não com as suas mentes.
Mengis e Eppler (2008) realizaram uma extensa pesquisa bibliográfica analisando as
propostas oferecidas na literatura para a gestão das conversas, especialmente nas regras de
conversação. A Tabela 3 mostra que vários autores sustentam perspectivas distintas sobre o
estudo das conversas e têm atribuído uma variedade de rótulos, denominações e definições
para o termo.
O escutar efetivo; e
Alinhamento de idéias
Expor e Indagar produtivos
Fonte: Elaborado pelo Autor.
escutar efetivamente quando o outro está expondo o seu ponto de vista, demonstrando
interesse e abrindo oportunidades de parcerias através dos compromissos estabelecidos para o
atingimento dos objetivos estratégicos. Ao conversar, há momentos de exposição da idéia
quanto de indagação, que consiste em perguntar/questionar a fim de entender o que o outro
gestor quis dizer, ou melhor, o que de fato preocupa ou inquieta o outro e que está por traz do
que ele quer dizer (ECHEVERRIA e PIZARRO, 1996).
A utilização de uma linguagem comum deve ser perseguida através de uma exposição
clara e objetiva, almejando a compreensão dos interlocutores. O escutar efetivo e o indagar
produtivos são competências conversacionais que auxiliam na construção de uma linguagem
comum, conforme Kofman (2002).
Através dos compromissos e recompromissos conversacionais são estabelecidos os
objetivos comuns e as ações conjuntas entre as áreas de TI e Negócio. A TI se compromete a
apoiar e sustentar os objetivos estratégicos do Negócio, enquanto o Negócio se compromete a
investir em infraestrutura tecnológica priorizando os projetos de TI.
Antes de adentrar a fundo em cada uma das competências conversacionais elencadas,
a próxima seção versará sobre a ontologia da linguagem, que faz referência à compreensão
genérica do ser humano como um ser de linguagens.
exprimem opiniões, etc. Essas ações lingüísticas são universais e através da observação da
linguagem é possível distinguir as diferentes ações que as pessoas executam ao conversar.
Baseado em uma análise conversacional, Flores e Winograd (1989, p. 99) estudaram
em detalhes a rede de atos lingüísticos que compõe as conversações para a ação, ou seja,
aquelas que são um jogo mútuo de pedidos e compromissos que estão voltados para a ação
cooperativa explícita. A Figura 15 representa o discurso básico de uma conversação, em que
cada círculo preto representa um possível estado de uma conversa; os círculos em vermelho a
finalização e as linhas são os atos lingüísticos, mostrando a conversação como uma arte, uma
dança.
independentes de seus desejos, ou seja, se uma determinada pessoa decide não falar em uma
reunião, isso já é uma ação que vai ter resultados esperados ou não.
Maturana (apud FLORES e WINOGRAD, 1989, p. 81) afirma que o observador é um
ser humano, uma pessoa, um sistema vivo que pode fazer distinções e esta é uma forma de
perceber o mundo através da capacidade de distinguir algo dos demais através da linguagem.
Com a perspectiva do observador pode-se estabelecer que existam tantos mundos como
observadores e que os seres humanos vivem cada um em um mundo diferente
(ECHEVERRIA e PIZARRO, 1996). Pode-se depreender desta afirmação que a maneira
como cada ser humano observa o mundo a sua volta é uma forma única, independentemente
de ser uma interpretação certa ou errada da realidade, são apenas observações distintas e cada
pessoa deve respeitar a posição das outras, mesmo não concordando.
Há pessoas que irão interpretar na figura, uma velha com uma verruga no nariz.
Entretanto, outras pessoas irão visualizar uma moça com longos cabelos utilizando um gorro
com laços sobre a sua cabeça.
Kofman (2002, p. 252) afirma que os modelos mentais servem para filtrar as
observações que o ser humano faz ao seu redor, dando significado às percepções, permitindo
realizar a experimentação plena de sentido. O autor reforça que a realidade captada pelo ser
humano não é a realidade real, mas sim a realidade processada pelo seu modelo mental.
Discorre ainda que as fontes dos modelos mentais são: a biologia, linguagem, cultura e
discurso histórico.
A biologia é composta pelo sistema nervoso; conforme Maturana e Varela (apud
KOFMAN, 2002, p. 253), no que tange a parte biológica humana e às suas estruturas
cognitivas, o mundo de todas as experiências das pessoas está dentro delas mesmas, não
existindo experiências exteriores ao ser humano. Essa posição pode ser confirmada pela
Figura 17, pois mesmo que seja uma única imagem, várias pessoas terão uma percepção
distinta do seu conteúdo e significado.
A linguagem, segundo Kofman (2002, p. 256), é o meio no qual as estruturas
cognitivas são organizadas criando um espaço de sentido, fazendo com que os seres humanos
possam compreender a realidade. O número 100 pode ter vários valores distintos, dependendo
do observador e do contexto, por exemplo: Uma pessoa qualquer pode observar o número 100
simplesmente como cem unidades; já um analista de sistemas pode observá-lo com diferentes
valores dependendo da base escolhida (decimal, octal, binária, hexadecimal), pois possui
distinções (linguagens) para interpretação do número 100 em diferentes bases numéricas.
Kofman (2002, p. 257) discorre que a cultura é um modelo mental coletivo
desenvolvido através de experiências compartilhadas; padrões de comportamento, das
crenças, das instituições, das manifestações intelectuais e artísticas, etc., transmitidos de
forma coletiva, e que são inerentes a uma sociedade.
Os discursos históricos são todas as experiências vivenciadas individualmente,
correspondendo às características de cor, raça, etnia, naturalidade, condição econômica,
educação dada pelos pais, instrução dos professores, religião, etc. As experiências individuais
vivenciadas no decorrer da vida moldam os modelos mentais que interferem diretamente na
capacidade do ser humano de interpretação e ação (KOFMAN, 2002, p. 263).
Assim, a composição do modelo mental é realizada através do discurso histórico,
cultura, biologia e linguagem, que contribuem para experimentação da realidade de forma
individual pelo ser humano. As conversas entre os gestores de TI e Negócio possuem uma
66
forte influência dos modelos mentais, pois são gestores de áreas distintas, com formações
diferentes. Faz-se necessário nas conversações entre esses gestores, os dois se colocarem na
perspectiva um do outro para compreender os fatores que influenciam a maneira como
pensam.
3.2.2 Emoções
Cabanac (2002) afirma que não há consenso na literatura sobre uma definição do
significado da “emoção”. Entretanto, ele afirma que a emoção é qualquer experiência mental
com alta intensidade e um grande teor hedônico, ou seja, relativo ao prazer ou desprazer em
se realizar determinada ação.
A emoção faz alusão a pensamentos distintos, sentimentos, estados psicológicos e
biológicos, e uma série de inclinações para o agir (GOLEMAN, 2007). Existem vários tipos
de emoções juntamente com suas mutações, variações e combinações. Goleman (2007)
elencou alguns grupos de emoções básicas, conforme abaixo:
3.3.1 Competências
demonstra as competências sendo observadas como uma fonte de valor tanto para o indivíduo,
quanto para a organização.
Abaixo, segue a definição dos verbos expressos na Figura 18 segundo Fleury e Fleury
(2001):
Com base nessa premissa e na definição anterior de Fleury e Fleury (2001), pode-se
afirmar que qualquer indivíduo de uma organização manifesta sua competência profissional,
aplicando os seus conhecimentos, habilidades, atitudes e valores, gerando resultados.
Não existe um consenso quanto à definição e origem do conhecimento (Firestone,
2009). A multidisciplinaridade do conhecimento provoca pluralidade de sua conceituação. O
autor cita algumas definições encontradas no intuito de definir o conhecimento: crença
verdadeira e justificada; informação dentro de um contexto; entendimento baseado na
experiência; capacidade de ação efetiva, experiência ou informação que pode ser comunicada
ou compartilhada.
As habilidades (saber fazer) complementam as competências e significam agir com
capacidade, técnica e talento, obtendo resultados positivos realizando a operacionalização do
conhecimento (DACOREGGIO, 2006).
Coelho (2003) afirma que a atitude (saber ser) é uma constatação/reação, favorável ou
não, dos indivíduos em relação às pessoas, objetos e eventos.
E os valores servem como critério para selecionar uma ação de um indivíduo e,
quanto mais explícitos, tornam-se formas de construção de julgamentos, preferências e
escolhas (WILLIAMS, 1979, p. 16).
Lucena Filho (2010) discorre que os gestores trabalham conversando e é por meio das
conversas, sejam elas públicas ou privadas, presenciais ou virtuais, sejam orais ou por meio
de memorandos, cartas, telefonemas, faxes, mensagens eletrônicas, enfim, seja qual for o
meio de comunicação, o gestor estará sempre fazendo (ou respondendo a) pedidos,
prometendo ou dando cumprimento a promessas, fazendo declarações, afirmações, emitindo
70
O autor afirma ainda que, quando um gestor faz uma promessa, na verdade está
realizando duas ações: o processo de fazer a promessa e o de cumpri-la. O primeiro processo
se encerra quando o gestor que escutou a promessa a aceita. O segundo processo somente é
finalizado quando se cumprem todas as condições de satisfação do gestor que aceitou a
promessa, mesmo que o interlocutor que a fez acredite ter cumprido todas as exigências para
atender a satisfação a quem ele prometera. A última palavra é de quem aceitou a promessa e,
se esse porventura disser que não está satisfeito, a promessa ainda não foi cumprida.
Kofman (2002, p. 185) enfatiza que quando determinadas pessoas realizam um pedido
ou uma promessa, elas não descrevem em palavras o estado atual do mundo, pois estas ações
lingüísticas servem para exprimir o propósito e a obrigação de fazer com que o estado futuro
do mundo esteja de acordo com tais palavras. Através das promessas propõe-se um curso de
ação futura, ou seja, cria-se um novo mundo e quem promete declara o seu compromisso de
satisfazer certas obrigações no futuro.
Quem promete tem a inteira responsabilidade de cumprir as promessas e este é um ato
livre e espontâneo de cada gestor. Conforme Kofman (2002, p. 188), os gestores até podem
delegar algumas ações a outros indivíduos para o cumprimento da promessa, entretanto, a
responsabilidade não pode ser transmitida a outrem.
72
Echeverria (2008, p. 141-142) discorre que a comunicação humana tem dois lados: o
falar (o que é dito) e o escutar. O ser humano fala para ser escutado, mas geralmente as
pessoas atribuem à ação de falar um aspecto ativo e o escutar como passivo. Assim, muitas
vezes as pessoas possuem uma relação problemática, cheia de conflitos porque não aceitam
que o fenômeno de escutar é uma ação muito mais poderosa do que o próprio falar. Os
indivíduos querem expor o seu ponto de vista mais do que escutar os outros. O escutar valida
o falar, conferindo sentido ao que é dito pelas pessoas e dirige todo o processo de
comunicação. O autor argumenta ainda que o falar efetivo se alcança quando é seguido do
escutar efetivo.
Em uma conversação entre gestores de TI e Negócio, deve-se ter o cuidado de
verificar se a fala de um dos gestores foi escutada da mesma maneira que ele desejou
transmitir ao outro. Podem existir ruídos (brecha crítica), ou seja, uma interpretação diferente
do que se pretendeu expressar e esse fenômeno pode causar várias divergências e conflitos
entre esses gestores.
O expor e o indagar devem ser utilizados em conjunto para que se tenha uma
comunicação efetiva segundo Kofman (2002) e, para que sejam melhor compreendidos, são
detalhados a seguir:
Echeverria (2008, p. 158) discorre que para escutar, os gestores devem permitir que o
seu interlocutor fale e faça perguntas. Essas perguntas permitem que os gestores de TI e
Negócio compreendam uns aos outros, fundamentando os seus juízos e elaborando histórias
coerentes.
Kofman (2002, p. 98) afirma que o expor produtivo é uma forma de compartilhar
idéias individuais com outras pessoas, ajudando-as a compreender “porque as pessoas pensam
o que pensam”. Desse modo, o expor produtivo resolve impasses de idéias, cognições e
propósitos. O autor ainda elenca uma série de estratégias para o expor produtivo e que podem
ser utilizadas em uma conversação, por exemplo, entre os gestores de TI e Negócio, onde
cada gestor deve...
• ...tomar posse das observações, pontos de vista e deduções que ele próprio
expressa, reconhecendo que estas não são a verdade absoluta;
• ...dar abertura para que o outro gestor possa opinar sobre o que foi exposto,
propondo que eles contribuam com complementos ou maneiras diferentes de se
realizar qualquer ação;
• ...evitar proteger o próprio ponto de vista, sem entender quais são as posições do
outro gestor;
Kofman (2002, p. 104) discorre sobre algumas estratégias para o indagar produtivo e
que pode ser usadas nas conversas entre os gestores de TI e Negócio, onde cada gestor deve
possuir a atitude de...
• ...dar atenção ao outro gestor, tanto verbal como corporal, deixando para verificar
e-mails, atender celular e outras interferências para depois da conversação;
• ...compreender, mesmo que o outro gestor não concorde com sua opinião, que
possivelmente ele está discordando por não ter a compreensão total dos argumentos
que sustentam o seu ponto de vista;
• ...solicitar para que o outro gestor expresse o seu raciocínio e as variáveis utilizadas
de avaliação;
• ...solicitar que o outro gestor demonstre o ponto de vista com exemplos e casos
concretos.
A partir das investigações realizadas na literatura para a elaboração desse trabalho, foi
elaborado um desenho referencial que servirá como apoio para a construção do modelo da
pesquisa, conforme Figura 21. O desenho de referência dá destaque à interação entre os
gestores de TI e Negócio, através das conversas estratégicas. Em cada um dos desenhos que
81
representam as pessoas das duas áreas, pode-se notar a influência dos modelos mentais e das
competências conversacionais para a realização de uma conversa estratégica. Outro fator
que também influencia uma conversação são as emoções que estão representadas no símbolo
de coração. Todos esses itens destacados serão tratados nas seções posteriores.
Henderson e Venkatraman (1993), Luftman (2000), Brodbeck (2001), Rezende (2002)
e Brodbeck e Hoppen (2003) discorrem que o alinhamento entre TI e Negócio é um processo
dinâmico e constante, levando tempo para se construir e muito mais tempo para se sustentar
(LUFTMAN, 2000). Por isso, foram incluídas as flechas verticais e horizontais,
correspondendo, respectivamente, ao grau de Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio no
decorrer do tempo.
Qual a relevância em se estudar conversações? Lavin-Loucks (2005) responde a esse
questionamento, afirmando que “as conversas permeiam todo aspecto da vida social”. Assim,
depreende-se do levantamento de literatura, que as conversações propiciam um
compartilhamento de visões e conhecimento e a formação de parcerias, dentre outros
aspectos. Quanto maior a prática das conversações entre os gestores de TI e Negócio,
utilizando habilidades de competências conversacionais no decorrer do tempo, maior será o
grau do Alinhamento Estratégico entre ambos. Dessa forma, haverá uma maior integração
entre os objetivos, missão e planejamentos estratégicos entre as áreas de TI e Negócio.
O modelo foi revisado pelos orientadores desta pesquisa, sendo que as relações e
hipóteses podem ser mais bem entendidas conforme Figura 22:
4 METODOLOGIA
Moura e Ferreira (2005) afirmam que na etapa metodológica devem ser explicados
minuciosamente todos os procedimentos a serem realizados para se chegar aos participantes
da pesquisa, obtendo as informações que o pesquisador julga relevantes para que
posteriormente seja realizado a análise dos dados coletados.
Todos os procedimentos realizados estão descritos nesta seção, através das seguintes
seções: a) fases da pesquisa, b) classificação da pesquisa, c) definição do escopo da pesquisa
de campo, d) definição da população alvo da pesquisa, e) instrumento de pesquisa, f)
validação semântica do instrumento de pesquisa, g) pré-teste, h) procedimento de coleta de
dados, i) ferramentas para armazenagem e análise dos dados, j) análise dos dados, k) fases da
pesquisa, e l) Cronograma de atividades.
Para que os objetivos da pesquisa fossem alcançados, foi elaborada a figura abaixo, de
forma a organizar a pesquisa contemplando quatro fases: preparação, definição, realização e
finalização.
• Simples aplicação;
• Confiabilidade dos dados obtidos, pois as respostas são limitadas às alternativas
mencionadas;
• Simplicidade na codificação, análise e a interpretação dos dados.
85
conjunto de perguntas escritas, onde o respondente informará as suas respostas de acordo com
sua percepção (MALHOTRA, 2001, p. 274). O questionário, conforme apêndice A, possui o
total de 52 itens e utiliza a escala likert de 7 níveis, que vai do 1 – Discordo Totalmente ao 7 –
Concordo Totalmente. Está estruturado pelo pesquisador da seguinte forma:
- Parte I: (nome e e-mail) – são questões opcionais onde o respondente pode fornecer
nome e e-mail no intuito de receber o resultado da pesquisa em momento profícuo.
– (D1 a D8) são questões de preenchimento obrigatório e visa analisar o perfil do
respondente e da organização onde trabalha.
- Parte II: Nas questões de 1 a 29 foi fornecido um enunciado para contextualizar que
as respostas devem refletir aspectos da perspectiva das conversações entre os gestores
de TI e Negócio. Essa parte da pesquisa pode ser agrupada pelas seguintes questões:
- (1, 2, 3, 4 e 29) – objetiva analisar a percepção do respondente sobre as conversas
estratégicas entre os gestores de TI e Negócio. Essas questões foram elaboradas,
baseado em Von Krogh e Roos (1995), Chermack et al.(2007), Lima (2007), Mengis e
Eppler (2008) e Heijden (2009).
- (15 a 20) – visa analisar o indagar produtivo, verificando a habilidade que o gestor de
TI ou Negócio têm em descobrir o raciocínio um do outro. As questões foram
elaboradas baseadas em Kofman (2002).
87
- (30 a 41) – foi fornecido outro enunciado, onde os respondentes deveriam se atentar
para o contexto de Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio de sua organização. O
objetivo dessas questões é coletar dados a respeito da percepção dos respondentes com
relação à dimensão intelectual do alinhamento entre TI e Negócio (REICH e
BENBASAT, 2000). As questões foram estruturadas utilizando a técnica de tradução
reversa de um instrumento de pesquisa validado metodologicamente por Kearnes e
Lederer (2003) e utilizado por Tan e Gallupe (2006). Os itens foram traduzidos e
retraduzidos por duas pessoas com proficiência na língua inglesa, a língua materna de
um era a portuguesa e a do outro a norueguesa e inglesa. Os dois foram orientados a
realizar a tradução atentando para as interpretações divergentes que poderia haver com
as palavras ambíguas e os falsos cognatos. Foi realizada a revisão pelo autor e pelo co-
orientador, para ajustes da tradução. As questões de 30 a 35 avaliam o alinhamento da
TI com o Negócio e as questões de 36 a 41 avaliam o alinhamento do Negócio com a
TI.
- Parte III: A questão A1 é subjetiva aberta para que os respondentes possam opinar
sobre a importância das conversações entre os gestores de TI e Negócio no processo
de Alinhamento Estratégico entre as duas áreas. Caso algum item anterior do
questionário não fez menção a alguma característica/comportamento importante nas
conversações entre esses gestores, foi oferecido esse espaço para que os respondentes
pudessem realizar seus comentários, assim como externar alguma inquietude sobre o
tema de pesquisa.
O questionário, após a sua elaboração, foi enviado para 20 profissionais seniores via e-
mail. Esses profissionais trabalhavam em áreas de atuação distintas dentro de suas
organizações (administradores, analista de sistemas, engenheiros, contadores, matemáticos),
alguns exerciam cargos na área finalística da empresa e outros na área meio. Cada um foi
88
4.7 PRÉ-TESTE
4.8.2 Amostra
Para a armazenagem inicial dos dados foi utilizado o software Microsoft Excel®, com
compatibilidade para as versões Excel 97-2003. Dessa forma, à medida que os facilitadores
devolviam os questionários respondidos pelos gestores de sua organização, inicializou-se a
tabulação dos dados no Excel.
Paralelamente à tabulação no Excel, procurou-se encontrar uma ferramenta para
realização da análise e que pudesse realizar a importação dos dados desse repositório. Foi
escolhido o software SPSS® versão 17 para a realização das análises estatísticas, fatoriais e
outros procedimentos de manipulação de dados nessa pesquisa. De acordo com Wagner et al.
(2004, p. 13), o SPSS oferece uma interface que proporciona a qualquer usuário uma análise
estatística mais intuitiva, oferecendo um editor simples e eficiente para a entrada, importação
e manuseio de dados.
Pallant (2007, p. 11) afirma que é necessário preparar um codebook antes de entrar
com informações do questionário no SPSS. Esse livro de dados é um sumário das instruções
que serão utilizadas para a conversão da informação obtida de cada caso em um formato que o
software SPSS possa entender. O apêndice C demonstra a composição do livro dos dados,
91
• RMSEA: Raiz do erro quadrático médio de aproximação. Esse índice mede erros de
aproximação, que refletem a falta de ajuste do modelo com a matriz de covariância
da população. Reflete a visão do modelo pesquisado como uma aproximação da
realidade, não como uma cópia exata dela.
• Hoelter: Seu propósito é calcular um tamanho de amostra que seja suficiente para
produzir um ajuste adequado para um teste de χ², avalia o tamanho da amostra no
qual o χ² não seria significante.
4.10.2.1 Pré-análise
elaboração de indicadores que fundamentem a interpretação final. Essas três metas não se
sucedem, obrigatoriamente, segundo uma ordem cronológica, apesar de estarem estreitamente
relacionadas. Em resumo, a pré-análise tem por objetivo a organização e a exploração
sistemática dos documentos e mensagens.
Franco (2008, p. 52) e Bardin (2009, p. 122) discorrem que a leitura flutuante é o
primeiro procedimento e consiste em estabelecer contato com os documentos que serão
analisados. Dessa forma, o pesquisador deixa-se invadir pelas impressões, representações,
emoções, posturas, conhecimentos e expectativas dos respondentes.
a) Regra da exaustividade: Como já foi definido que o documento a ser analisado será
o questionário aplicado aos gestores de TI e Negócio, é preciso levar em
consideração todos os elementos desse corpus. Conforme Bardin (2009, p. 123),
não pode ser expurgado nenhum elemento seja qual for o motivo (impressão de não
interesse ou dificuldade de acesso), pois todos os esforços devem ser direcionados
em busca de informações complementares com o objetivo de construir e explicar o
94
Baseado nas regras estudadas acima, o número de respondentes a esta pesquisa foi de
107 pessoas, mas a questão aberta A1 da parte 3 do questionário de pesquisa era facultativa,
sendo que 60 respondentes (56,07%) não preencheram essa questão. Dos 47 respondentes
restantes foram selecionadas 30 respostas para realização da análise de conteúdo
correspondendo a 28,03% da amostra inicial. A escolha das respostas foi realizada baseada
nas regras de exaustividade, representatividade e da pertinência.
95
Bardin (2009, p. 124) afirma que uma hipótese é uma afirmação provisória em que o
pesquisador se propõe em verificar ou confirmar, recorrendo aos processos de análise. Trata-
se de uma suposição que permanece latente enquanto não é submetido à prova dos dados
fidedignos. Não foram estabelecidas hipóteses para a realização da análise de conteúdo, pois
não são consideradas obrigatórias e a análise pode ser efetuada sem hipóteses pré-concebidas,
conforme Franco (2008, p. 55).
Franco (2008, p. 57) discorre que o índice pode ser uma referência explícita, ou
subjacente, de um tema em uma mensagem. Qualquer que seja o tema explicitado, o mesmo
passa a ser o mais importante durante a análise dos dados quando for mencionado
freqüentemente (p. 58). O indicador correspondente será a freqüência examinada a cerca do
tema em questão tanto de maneira relativa quanto absoluta, sendo que os indicadores serão
construídos após a escolha dos índices (BARDIN, 2009, p. 126). Bardin enfatiza que o
pesquisador deve definir operações de recorte do texto em unidades comparáveis de
categorização para a análise temática e de organização da codificação para o registro dos
dados.
Bardin (2009, p. 126) enfatiza que antes de realizar a análise dos dados, todo o
material reunido deve ser preparado. Nesta fase foi utilizado o software Excel para a anotação
das respostas à questão aberta, sendo que cada resposta foi relacionada à coluna “resposta”.
Foi criada uma segunda coluna denominada “ID” para identificação do perfil do respondente
de acordo com as outras questões demográficas da parte 1 do questionário.
No apêndice I são demonstradas as 30 respostas obtidas dos gestores de TI e Negócio
com o objetivo de facilitar os procedimentos de agrupamento, classificação e a pré-análise.
Estes procedimentos são fundamentais para auxiliar a posterior criação de categorias
96
Formadas as categorias, foram realizados recortes nas respostas dos respondentes com
relação a cada uma das categorias citadas. Finalizados os procedimentos antecedentes,
passou-se à realização das análises e inferências realizadas sobre o conteúdo das mensagens
de cada categoria.
Esta seção tem por objetivo apresentar as análises e os resultados relativos à pesquisa
empírica, ou seja, avaliar a influência das competências conversacionais e conversas
estratégicas sobre o alinhamento das áreas de TI e Negócio. Foi utilizada a análise estatística
multivariada dos dados coletados.
Hair et al. (1998, p. 35) afirma que um exame cauteloso dos dados leva a uma melhor
previsão e a uma avaliação mais precisa de dimensionalidade, sendo um passo importante e
que deve ser precedido antes de aplicar qualquer técnica multivariada. Os autores enfatizam
que respostas extremas ou observações atípicas podem influenciar bastante o resultado de
qualquer análise, por isso deve-se realizar o ajuste dos dados (p. 36). As técnicas
multivariadas atribuem uma grande responsabilidade ao pesquisador, no sentido de entender,
avaliar e interpretar os resultados mais complexos, fornecendo meios de garantir que a
estrutura estatística e teórica no qual se baseiam estejam também sustentadas (p. 39).
Inicialmente, será demonstrado o perfil dos respondentes e da organização onde
trabalham (descrição da amostra). Após, será realizado o exame gráfico dos dados, a análise
de missing data (onde não há informação na variável), identificação dos outiliers
99
Na análise univariada deve-se tratar cada variável de forma isolada, sendo o primeiro
passo para se realizar a exploração de dados (PESTANA e GAGEIRO, 2000, p. 20). Esse
processo pode ser chamado de depuração de dados e possibilita verificar se há erros na matriz
de dados, devendo ser corrigidos, pois caso contrário o que se fizer mais adiante não terá
valor nenhum (BISQUERRA et al., 2004, p. 39).
Hair et al. (1998, p. 40) afirmam que é necessário caracterizar a forma de distribuição
das variáveis no sentido de se obter a compreensão de sua natureza. Os autores sugerem a
utilização de histograma, que é uma representação gráfica de uma única variável refletindo a
freqüência de ocorrências dentro de uma categoria de dados.
No apêndice E é apresentado os histogramas das variáveis, podendo ser verificado a
distribuição de resultados em mais de uma opção de respostas.
5.2.4 Outliers
Em uma observação estatística, os casos com valores muito diferentes dos demais são
considerados outliers (KLINE, 1998, p. 78). Entretanto, os outliers podem ser caracterizados
como problemáticos ou benéficos (HAIR et al., 1998, p. 64), devem ser visualizados dentro
de um contexto de análise e serem avaliados por tipo de informações que provêem. Os
outliers são considerados benéficos quando indicam características da população que não
seriam descobertos no curso normal de uma análise e são considerados problemáticos quando
não representam a população, sendo contrários aos objetivos da análise, podendo até distorcer
as análises estatísticas.
Cohen et al. (2003, p. 411-412) discorre que os outliers ocorrem porque os dados
foram contaminados de alguma forma, sendo que essas observações contaminadas podem ser
minimizadas através de alguns procedimentos durante a preparação dos dados. Os autores
classificaram a contaminação dos dados em cinco classes:
Para realizar a identificação dos outliers, Hair et al. (1998, p. 65) discorrem que o
pesquisador deve se utilizar de perspectivas univariadas, bivariadas e multivariadas.
102
Como uma análise multivariada envolve mais do que duas variáveis, o pesquisador
necessita caracterizar objetivamente a medida da posição multidimensional de cada
observação relativa para alguns pontos comuns (HAIR et al., 1998, p. 65-66). Esses autores
afirmam que para realizar a identificação dos outliers em análises multivariadas pode ser
utilizada a medida D² de Mahalanobis.
Tabachinick e Fidel (2001, p. 93) afirmam que o critério para outliers multivariados é
a distância de Mahalanobis com p < ,001. A distância de Mahalanobis é avaliada como χ² com
graus de liberdade iguais ao número de variáveis, sendo que neste caso foram avaliados três
grupos de dez e um grupo de onze variáveis.
A distância de Mahalanobis é obtida através da regressão linear usando a sintaxe no
sofware SPSS de acordo com a Tabela 5:
Os casos com Mahal. Distance podem ser observados na Tabela 6, onde está
demonstradas as variáveis maiores que χ² (10) = 29.588 e χ² (11) = 31.264 ( cf. Anexo 1), que
são consideradas outliers multivariados.
O passo final para realização do exame dos dados envolve testar as suposições
subjacentes às análises multivariadas e, se justificam primeiramente pela complexidade das
relações por causa do uso de um grande número de variáveis que potencializam as distorções
quando as suposições são violadas (HAIR et al., 1998, p. 70). A segunda característica, de
acordo com esses autores, seria a complexidade das análises e dos resultados que podem
mascarar os sinais de violação dessas suposições, aparentes nas análises univariadas mais
simples. Essas suposições referem-se à normalidade, homoscedasticidade e linearidade, que
serão discutidos a seguir.
104
5.2.5.2 Homoscedasticidade
Bisquerra et al. (2004, p. 83) discorrem que a homoscedasticidade ocorre quando duas
ou mais distribuições apresentam dispersões respectivas equivalentes, ou seja, quando as
diferenças demonstradas entre suas variâncias não são estatisticamente significativas, caso
contrário, fala-se em heteroscedasticidade.
Hair et al. (1998, p. 75) afirmam se as variáveis apresentarem heteroscedasticidade,
elas podem ser remediadas através da transformação dos dados de forma similar aquelas
utilizadas para alcançar a normalidade e, muitas vezes a heteroscedasticidade é o resultado de
uma não normalidade de uma ou mais variáveis. Realizar as correções da não normalidade
também remedia uma desigual dispersão da variância.
Baseado nas afirmações de Hair et al., nas seções seguintes será dado mais atenção a
obtenção da normalidade, sendo que não será aprofundada a avaliação da homocedasticidade.
5.2.5.3 Linearidade
Diante do exposto, foram verificadas as cinco variáveis mais normais (P41, P39, P38,
P36, P35) e as cinco mais não normais (P11, P3, P17, P24, P22), duas a duas. Não foi
identificada nenhuma relação curvilínea.
Hair et al. (1998, p. 76) afirmam que a transformação de dados é um meio utilizado
para modificar variáveis, corrigindo violações das suposições estatísticas referentes às
técnicas multivariadas, auxiliando também na melhora da correlação entre as variáveis.
Fornecem ainda, meios de correção de casos de não normalidade e a heteroscedasticidade.
Geralmente, para se alcançar sucesso na transformação dos dados, a tentativa e erro se
faz necessário para determinar qual a melhor transformação de uma variável (LEECH et al.,
2005, p. 42). Os autores sugerem se caso o pesquisador não souber qual a melhor
transformação a fazer, pode-se iniciar seguindo a Tabela 7, começando pela linha referenciada
pela seta. Depois que a variável for transformada, faz-se necessário analisar as suposições
estatísticas, verificando se a variável transformada encontra-se inserida nessas suposições.
Caso negativo, realizar a próxima transformação e checar a suposição novamente e assim por
diante.
Para realização de testes estatísticos foi realizado a transformação pela inversa (1/X ou
1/Y) e obteve-se o resultado de assimetria positiva em todas as variáveis observadas. Testes
através de cálculos da raiz quadrada (√X) e da logarítmica apresentaram assimetria negativa.
Por último, realizou-se o cálculo por potenciação, obtendo-se resultados mais próximos da
107
A análise fatorial é um nome genérico dado para uma classe de métodos estatísticos
multivariados, cuja proposta principal é definir as estruturas subjacentes em uma matriz de
dados. É realizada uma abordagem sobre a análise da estrutura de inter-relacionamento
(correlações) entre um grande número de variáveis, definindo uma série de dimensões
estruturais comuns, conhecida como fatores (HAIR et al., 1998, p. 90).
A análise fatorial exploratória será do tipo R, pois estará sendo efetuado o
agrupamento de variáveis. Serão utilizados os seis estágios do modelo descrito por Hair et al.
108
linearidade (HAIR et al., 1998, p. 99). A verificação dessas suposições estatísticas subjacentes
foi realizada na seção 5.2.5 e não se obteve a normalidade das variáveis, mas as características
das distribuições das freqüências de todas elas obtiveram uma melhora considerável.
Hair et al.(1998, p. 99) afirmam ainda que a normalidade só é necessária se um teste
estatístico é aplicado para avaliar a significância entre os fatores, o que raramente é realizado.
Além disso, enfatiza que o pesquisador deve assegurar que os dados da matriz possuem
correlações suficientes para justificar a aplicação da análise fatorial. Se uma inspeção visual
não revela um número substancial de correlações maior que .30, então a análise fatorial não é
apropriada.
No apêndice H é demonstrado a matriz de correlações destacando os valores
significantes acima de .30 no nível de 0,01. Hair et al (1998, p. 99) discorrem que o teste de
esfericidade de Bartlett verifica a presença de correlações entre variáveis, sendo que foi
encontrado nessa análise o valor de 2548,20. Os autores discorrem também sobre outra
medida para quantificar o grau de correlação entre variáveis, denominada “MSA” (measure of
sampling adequacy), no qual se obteve nessa análise o valor de ,796 sendo considerável uma
medida mediana, quase meritória. Dessa forma, não há necessidade de retirar variáveis neste
momento devido ao MSA aceitável.
Foi observado que as variáveis VAR_TRANS_P3, VAR_TRANS_P9 e
VAR_TRANS_P10 obtiveram as menores correlações com outras variáveis, representando
valores abaixo de 12,5%.
Hair et al. (1998, p. 100) enfatizam que após as variáveis estarem especificadas e a
matriz de correlação está preparada, o pesquisador estará apto para aplicar a análise fatorial
para identificar as estruturas subjacentes ao relacionamento. Ao fazê-lo, algumas decisões
devem ser tomadas: (1) o método de extração dos fatores – análise fatorial comum versus
análise fatorial de componentes; e (2) o número de fatores selecionados para representar a
estrutura subjacente dos dados.
Utiliza-se a análise fatorial por componentes quando o objetivo é sumarizar a maioria
das informações originais (variância) em um número mínimo de fatores para finalidades de
predição. Ao contrário, a análise fatorial comum é utilizada primeiramente para identificar
fatores subjacentes ou dimensões que refletem quais são as variáveis que possuem um
110
O interesse desta pesquisa é analisar a variância total, por isso escolheu-se o método
da análise fatorial de componentes. O objetivo é realizar uma predição e a identificação
mínima de fatores essenciais que responderá pela maior parte da variância figurada pelo
conjunto original de variáveis.
Definido o método da análise, passa-se então para o processo de obtenção dos fatores
não rotacionados, sendo necessário definir a quantidade de fatores a serem extraídos. Foi
utilizado o critério da raiz latente (latente root) ou eigenvalue total, escolhendo-se aqueles
fatores com o eigenvalue com valores maiores que 1. Quando o número total de variáveis está
entre 20 e 50, sugere-se o eigenvalue para estabelecer um corte mais confiável (HAIR et al.,
1998, p. 104), sendo que a análise dessa pesquisa se adéqua a essa afirmação porque dispõe
de 41 variáveis para manipulação.
O critério do percentual da variância possui uma abordagem no princípio de se
alcançar uma percentagem cumulativa específica do total da variância extraída por fatores
sucessivos. A proposta é assegurar uma significância prática para os fatores derivados,
garantindo que eles possam explicar uma quantidade específica de variância. Não há um
limite absoluto adotado para todas as aplicações, em algumas áreas de estudo são utilizados
percentuais que variam de 60% a 95%, sendo considerados satisfatórios (HAIR et al., 1998, p.
104). São apresentadas na Tabela 9 as informações de percentuais da variância de cada fator e
os percentuais acumulados sobre os fatores não rotacionados, demonstrando a seleção dos 41
fatores, relativos as 41 variáveis. Foram selecionados os fatores (componentes) que
representam até 70,5% da variância acumulada, além de apresentarem os eigenvalues mais
significantes: Fatores 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10.
111
Foi utilizado o teste scree como último critério para a identificação dos fatores, onde é
destacado através de um gráfico, um número de fatores mais representativos e que podem ser
extraídos antes que as quantidades únicas de variáveis comecem a exercer domínio sobre a
estrutura de variâncias comuns (HAIR et al., 1998, p. 104).
Na figura 25 é demonstrado o teste scree e pode ser observado que se dá maior
destaque aos fatores 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9 e 10. Todos esses fatores apresentam valores de
eingenvalue > 1 e representam 70,5% da variância total.
Hair et al. (1998, p. 124) afirmam que a quantia total da variância explicada pela
solução fatorial pode ser comparada com a variação total do conjunto de variáveis,
representados pelo traço da matriz fatorial. O traço é a variância total a ser explicada, sendo
igual a soma dos autovalores do conjunto de variáveis. Sendo assim, dividindo-se a soma dos
quadrados de cada fator pelo traço do conjunto de variáveis analisadas resulta no percentual
total de cada fator. Através da soma dos percentuais do traço para cada um dos dez fatores é
obtido o percentual total do traço extraído para a solução fatorial. Chegou-se ao índice de
70,5% da variância total, representado pela informação inserida na matriz fatorial em termos
de 10 fatores.
113
Hair et al. (1998, p. 106) discorrem que para se realizar a interpretação dos fatores e a
seleção da solução fatorial final é necessário realizar três passos a seguir. Primeiro, a matriz
fatorial não-rotacionada é computada auxiliando preliminarmente na indicação de fatores a
extrair. Segundo, o emprego de método rotacional é desejado porque simplifica a estrutura
fatorial, possuindo uma análise adequada para interpretar as variáveis e suas contribuições
sobre cada um dos fatores. Por último, o pesquisador pode realizar a análise fatorial testando
outros métodos de rotação para interpretação, verificando aquela que melhor se adéqua a sua
pesquisa.
Será utilizada nessa análise a rotação ortogonal, pois a sua utilização é simples e
abrangente, sendo que as rotações oblíquas não são bem desenvolvidas e estão suscetíveis a
consideráveis controvérsias (HAIR et al., 1998, p. 109)
O método de rotação ortogonal será a varimax porque ela simplifica as colunas da
matriz fatorial e proporciona transparência na disposição dos fatores. Pelo critério de Kaiser
estamos adotando 10 fatores e com isso explicar cerca de 70,5% da variabilidade dos dados.
Hair et al. (1998, p. 126) afirmam que um ponto de corte de + 0,55 ou acima é
relativamente alto e pode ser ajustado se necessário. Foi considerado um valor acima de 0,40
para cada variável como ponto de corte.
Observa-se na Tabela 10, as células cinza realçadas representando aquelas variáveis
que estão fortemente correlacionadas e dispostas em cada um dos dez fatores. No método
utilizado de componentes principais é definido que o primeiro componente (fator) explique a
maior parte da variabilidade dos dados (nesta análise, cerca de 28,04%) e por conseqüência as
variáveis estarão mais correlacionadas a ele. A segunda coluna, demonstrando as
comunalidades, apresenta o valor com que cada variável contribuiu para a solução fatorial. A
penúltima linha (cor verde) apresenta a proporção da variância total explicada por cada fator e
a última linha (cor vermelha) demonstra os valores do alpha de cronbach para cada um dos
fatores analisados.
As variáveis com coloração amarela foram expurgadas da análise por serem
considerados itens complexos, ou seja, apresentam cargas fatoriais em mais de um fator. São
elas: VAR_TRANS_P2, VAR_TRANS_P5, VAR_TRANS_P15, VAR_TRANS_P16,
VAR_TRANS_P25.
114
Fonte: SPSS Statístics View – Cargas fatoriais, comunalidades e percentual da variância explicada.
Hair et al. (1998, p. 617) afirmam que o próximo estágio será retratar os
relacionamentos através do diagrama de ligação. Neste caso, um fator hipotetizado é
considerado construto exógeno (COME) e quatro fatores como construtos endógenos (CE,
COMP, TIANE e NEATI), conforme demonstrado na Figura 26. A correlação entre as
percepções são representadas pelas linhas conectando os cinco construtos.
117
Continuação...
Cargas dos indicadores em cada construto
Variáveis COME NEATI TIANE COMP CE
VAR_TRANS_P30 ,846
VAR_TRANS_P31 ,855
VAR_TRANS_P32 ,845
VAR_TRANS_P33 ,573
VAR_TRANS_P34 ,550
VAR_TRANS_P35 ,823
VAR_TRANS_P36 ,836
VAR_TRANS_P37 ,786
VAR_TRANS_P38 ,707
VAR_TRANS_P39 ,817
VAR_TRANS_P40 ,754
VAR_TRANS_P41 ,754
Fonte: Dados da pesquisa.
Essa tabela descreve os cinco fatores e a composição da carga dos indicadores em cada
construto.
Hair et al. (1998, p. 619) afirmam que existem duas abordagens para realizar o
procedimento de estimar o modelo de medição para construtos com mais de uma variável: (1)
colocando uma das cargas em cada construto com valores fixados em 1.0; e (2) estimar
119
Hair et al. (1998, p. 619) discorrem que a identidade é uma questão relativamente
simples na análise fatorial confirmatória e o procedimento de diagnóstico pelos programas de
computador são suficientes para detectar esses problemas. Os problemas mais comuns
ocorrem se múltiplas variáveis hipotetizadas são indicadores de dois ou mais construtos. Os
autores discorrem que é possível identificar problemas que surgem em tais instâncias, mas
geralmente não são encontradas na maioria das análises fatoriais confirmatórias, e as chances
de ocorrência são minimizadas pela utilização de uma base teórica forte para especificar o
modelo de medição.
As variáveis consideradas complexas foram expurgadas na análise fatorial exploratória
realizada na seção 5.3.
Antes de iniciar a interpretação do modelo, será discorrido sobre alguns termos chave
para o entendimento dos conceitos e a terminologia utilizada, conforme Hair et al. (2005, p.
706):
Foram utilizadas também as seguintes medições: Measures of absolute Fit com índice
RMSEA (Root Mean square Error of Approximation) igual a 0,06 que é um valor
considerado desejável; Incremental Fit Measures com os índices NFI (Normed Fit Index)
igual a 0,75 considerado um valor mediano, visto que o desejável é acima de 0,90; TLI
(Tucker-Lewis Index), CFI (Comparative Fit Index) e IFI (Incremental Fit Index) todos > 0,90
sendo um valor considerado perfeito.
Ao se realizar a validação, o pesquisador deve ter ciência de que os instrumentos de
pesquisa medem efetivamente o que ele deseja (MALHOTRA, 2001). Como a estatística do
χ² é significativa, utilizou-se o índice de Hoelter que indica o tamanho da amostra na qual o χ²
não seria significante (α=0,01 e α=0,05), sendo que valores abaixo de 75 indicam uma
adequação insatisfatória da amostra.
Será realizada a validação do modelo utilizando três fatores: unidimensionalidade,
validade convergente e discriminante.
A unidimensionalidade foi verificada na análise fatorial exploratória e indicou que foi
encontrada em todos os construtos.
122
A validade convergente pode ser verificada através da inspeção das cargas fatoriais
dos itens que compõe o construto. O construto que apresentar cargas fatoriais fortes (β>0,5) e
significativas (p<0,000) possui validade convergente (STEENKAMP e VAN TRIJP,1991;
HAIR et al., 2005, p. 777). De acordo com a Figura 27, os valores que apontam para as
variáveis de todos os construtos possuem validade convergente.
A validade discriminante é alcançada por meio da comparação da variância
compartilhada (r²) entre os construtos com a média da variância extraída (AVE) de cada
construto. Conforme consta na Tabela 13 abaixo, a relação entre os construtos variou entre
rmínimo = 0,22 (COME–TIANE) e rmáximo = 0,60 (NEATI–TIANE). De acordo com Roses et al.
(2005), dois construtos serão distintos quando a variância extraída do construto for superior a
variância compartilhada. Pode-se concluir, através dos dados analisados, que o modelo possui
validade discriminante e que todos os construtos são distintos.
O cálculo da variância extraída (AVE) pode ser obtido através do “text output” do
software Amos® 16, que foi utilizado para realização dessa CFA. Entretanto, o cálculo da
confiabilidade composta (CR) não foi obtido através das versões do SPSS® e Amos®
123
utilizados nessa pesquisa, sendo utilizada a fórmula da CR em uma planilha eletrônica como o
Excel para extraí-la.
São consideradas aceitáveis as confiabilidades compostas (CR) superiores a 0,70 e as
variâncias extraídas (AVE) superiores a 0,50 (KLINE, 1998; HAIR et al., 2005).
Dessa forma, fica demonstrado que melhorando a comunicação efetiva (escutar, expor
e indagar produtivos) entre os gestores de TI e Negócio, produzirá um forte impacto sobre os
compromissos e as conversas estratégicas que afetarão diretamente no Alinhamento
Estratégico entre as áreas de TI e Negócio das organizações.
Ficou evidenciado que as competências conversacionais elencadas não afetam
diretamente o Alinhamento Estratégico entre as áreas de TI e Negócio, somente de forma
indireta porque afetam as conversas estratégicas.
Constam na Figura 29, as variáveis analisadas em cada construto, demonstrando qual a
postura que os gestores de TI e Negócio devem adotar com relação à comunicação efetiva, os
compromissos e as conversas estratégicas.
125
Franco (2008, p. 38) afirma que um plano de pesquisa é de grande importância e se faz
necessário a sua elaboração antes da análise de conteúdo dos dados. Um bom plano de
pesquisa explicita e integra os procedimentos para a seleção de uma amostra de dados para a
análise (p. 36-37), sendo que sem um bom plano, antecipado e consistente, pode ser difícil
descobrir qualquer uso para o produto final (p. 38). Desta forma, na Tabela 16 é demonstrado
o plano de pesquisa da análise de conteúdo.
127
• Conversas Estratégicas;
• Compromissos;
• Escutar efetivo;
• Expor produtivo; e
• Indagar produtivo.
Diante das informações coletadas nas respostas à questão aberta, no que diz respeito às
conversas estratégicas entre os gestores, percebe-se que a lacuna existente neste quesito é
apontada por ambas as partes, mudando apenas o foco em que se direcionam as
responsabilizações por tal dificuldade, conforme pode ser visto na Tabela 17.
128
ainda, que “conversas informais no sentido de solução do problema e (...) reuniões formais
entre os gestores são esporádicas, não havendo formalização de intenções”.
Por sua vez, os gestores de TI identificam a mesma fraqueza nas relações
conversacionais entre si e com os gestores de Negócio quando admitem que, entre as áreas, “a
conversa é escassa e de difícil acesso”, apontando, como indicador dessa deficiência, a “falta
de compartilhamento e sincronismo de conhecimento”. Dessa forma, verifica-se que os
gestores dificilmente partilharão suas intenções de forma nivelada, uma vez que a
comunicação entre eles se apresenta como um déficit, se realizando apenas nos momentos em
que não há alternativa para a tomada de decisões, como forma de minimizar problemas já
existentes e não no sentido de avaliar óbices futuros.
Os Gestores de Negócio afirmam que os “gestores de TI não utilizam uma linguagem
comum, o que dificulta o entendimento dos gestores de Negócio”, referindo-se a dificuldade
criada pela utilização de termos técnicos e de uma linguagem muito específica. Heijden
(2009) afirma que uma conversação estratégica efetiva requer uma linguagem comum, mas a
forma de conversa relatada pelos gestores em análise tende a estimular o conceito prévio que
os gestores de Negócio possuem em relação aos gestores de TI, quando dizem
categoricamente que “os gestores de TI possuem certa vaidade em deter o conhecimento que a
área de Negócio não domina”.
Parte das divergências percebidas nas conversas, portanto, é um tipo de obstáculo que
poderia ser sanado com a simples seleção de um vocabulário comum (FLORES, 1997). A
utilização demasiada de termos técnicos pode ser encarada pelos gestores de Negócio como
uma forma de menosprezo em razão de seu menor conhecimento das terminologias de TI.
Kofman (2002, p. 91) afirma que “o conhecimento técnico é condição necessária, mas não
suficiente, para o êxito da empresa”. O autor ainda defende a tese de que “a organização
necessita de pessoas capazes de combinar seu conhecimento técnico com o dos outros de
maneira sinérgica”.
As conversas possuem papel preponderante sobre o Alinhamento Estratégico. A partir
delas é possível estabelecer e traçar os objetivos comuns, o resultado esperado e o papel de
cada área na consecução de um projeto ou fim. A influência do processo conversacional sobre
o alinhamento entre as áreas de TI e Negócio é reconhecida por seus próprios gestores,
conforme dados coletados.
Para que se estabeleça um alinhamento efetivo dos desejos de uma área e de suas
conseqüentes realizações por outra, faz-se necessário o estabelecimento do diálogo entre seus
gestores. Os gestores de TI reafirmam esse entendimento quando sustentam que “as
130
conversações entre os gestores de TI e Negócio são a forma mais eficaz para o atendimento da
TI às implementações solicitadas pelas áreas de Negócio”. Dessa forma, ambos terão
alcançado seus objetivos, seja por meio do correto atendimento das solicitações do Negócio à
TI, seja mediante o entendimento eficaz das necessidades e pré-requisitos que a TI possui para
alcance do resultado desejado.
Os gestores de TI afirmam ainda que “as conversas alinhadas refletem o alinhamento
dos planejamentos estratégicos de TI e Negócio”, ou seja, ratificam a idéia de que as
conversas pautadas no entendimento mútuo refletem o alinhamento dos planejamentos
estratégicos das duas áreas, o que ratifica a construção das questões fechadas do questionário,
conforme apêndice A, sobre o alinhamento dos planejamentos estratégicos de TI e Negócio.
É possível apontar também os fatores indicados pelos respondentes como sendo
impactantes ou mesmo impeditivos para a concretização do processo de conversação e,
conseqüentemente, do Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio. Os gestores mencionam
como questões importantes o desconhecimento da outra área; o isolamento dos gestores e de
suas equipes, conseqüência da falta de diálogo entre a TI e o Negócio; a falta de definição de
prioridades e pré-requisitos comuns, necessários ao bom andamento dos projetos.
O desconhecimento das atribuições e necessidades da outra área é citado tanto pelos
gestores de TI, quanto pelos gestores de Negócio como fator determinante para a dificuldade
no alinhamento entre ambos, o que ratifica os resultados da pesquisa de Reich e Benbasat
(2000) e De Haes e Van Grembergen (2008). A TI sustenta que esta percepção é reforçada
pela “falta de participação da alta administração nos comitês de governança”, ou seja, afirma
categoricamente que o “Negócio não participa em comitês de governança”. Assim, uma vez
que o gestor de Negócio não participa dos bastidores e das definições de parâmetros adotados
para a organização, no que diz respeito à TI, dificilmente poderá compreender os limites aos
quais ela está submetida ou mesmo diferenciar seus pontos norteadores.
Esta atitude de afastamento durante as conversas é mencionada por diversos
respondentes das duas áreas como impeditivo para o alinhamento entre TI e Negócio. Os
gestores de TI citam a “falta de parcerias” (TEO e ANG, 1999; PAULSON, 2001; KEARNS
e LEDERER, 2003; BASSELIER e BENBASAT, 2007; SILVIUS et al., 2009) como um dos
elementos mais prejudiciais ao alinhamento. Como resultado desse contínuo isolamento, os
gestores de TI concluem que as “áreas de TI e Negócio não discutem questões estratégicas”,
declarando que os “requisitos de Negócio são planejados e discutidos sem a presença da TI”.
Nota-se que o não estabelecimento de conversas estratégicas na fase de preparação de um
projeto refletirá em todas as etapas de sua execução, uma vez que os requisitos e premissas do
131
mesmo não foram determinados de forma consensual entre as áreas. Os gestores de Negócio
reafirmam a necessidade de correção deste modelo quando relatam que há “pouca
participação da TI nas decisões de Negócio”
Foram elencados como fatores que levariam ao progresso da conversação entre os
gestores, a capacidade de organização dos processos a serem discutidos pelas áreas, bem
como a formalização dos requisitos e necessidades de cada área; favorecer o processo de
empatia entre as equipes, permitindo que cada uma delas observe a conversação a partir da
perspectiva do outro - procedimento que colaboraria para a compreensão mútua entre seus
gestores -; nortear o relacionamento das áreas através de contextualizações que ultrapassem as
demandas individuais, considerando primordialmente a estratégia organizacional.
Os gestores de TI consideram como peça fundamental para o desenvolvimento de sua
relação com a área de Negócio a “formalização das conversações entre os gestores de TI e
Negócio”, prática que registraria as intenções, os compromissos e as responsabilidades
assumidas por cada área, possibilitando um controle mais efetivo de todo o processo. Assim,
vislumbram na formalização uma proposta para a diminuição dos ruídos encontrados nas
conversas estratégicas estabelecidas entre os gestores e suas equipes, uma vez que estariam
documentados todos os acordos realizados.
A organização dos processos conversacionais também é apontada como importante
auxiliar para as conversações entre TI e Negócio. Os respondentes afirmam que “a atividade
conversacional necessita de organização, pois saber escutar e argumentar torna-se ineficaz no
tempo” e arrematam defendendo a idéia de que é necessário “desenhar um processo
apropriado que dê a sustentação necessária para a eficiência das conversações”. Para
consolidar o papel de organizador e facilitador das conversações entre os gestores, os
respondentes propõem ainda a existência de um profissional que tenha como atribuições
específicas a formalização e tradução, para uma linguagem comum, das necessidades e
responsabilidades de cada área. A TI acredita que “as conversações entre TI e Negócio serão
facilitadas por meio do profissional especialista ‘Analista de Negócio’ com conhecimento e
habilidades necessárias para classificar as necessidades de Negócio e transformá-las em
requisitos de TI”.
Outro aspecto ressaltado pelas áreas é a imperiosa necessidade de relacionamentos que
priorizem a empatia entre os gestores, ou seja, que cada um deles, assim como suas equipes,
adquira a capacidade de se colocar na posição do seu interlocutor, procurando compreender
suas intenções, dificuldades e prerrogativas. A área de TI sustenta que “as conversas entre as
132
áreas de TI e Negócio deveriam ser fundamentadas na busca de parceria e troca”, postura que
resultaria em entendimento mútuo e comprometimento real.
Os respondentes acreditam que “as conversações devem estar pautadas na franqueza e
no conhecimento das necessidades de cada área”, intenção reafirmada pelos gestores de
Negócio ao concluírem que “deveria haver mais conversações entre os gestores de TI e
Negócio”. A parceria é enfatizada como fator essencial para a promoção das conversas entre
as áreas, proposição confirmada pelos gestores de TI que declaram ser “necessária uma
integração recíproca entre os gestores de TI e Negócio”.
A TI acredita que essa integração somente será possível a partir da “busca de parcerias
entre os gestores”, que possui como pré-requisitos a revisão de uma atitude de isolamento e a
busca do conhecimento sobre as necessidades e prioridades do outro. Essa necessidade
também é destacada pelos gestores de Negócio que também vêem na parceria entre as áreas
uma possibilidade de “fomentar a colaboração e o entendimento para se alcançar o
alinhamento”.
Uma sugestão para a melhoria no alinhamento entre a TI e o Negócio que pode ser
depreendida das manifestações dos respondentes é a necessidade de maior conhecimento da
outra área. A não ignorância de aspectos relevantes e impactantes para a decisão do
interlocutor pode ser esclarecedora para o processo de alinhamento, trazendo consigo a
capacidade de resolver diversos conflitos entre as áreas. A relevância desse aspecto é
ressaltada pelos gestores de TI ao mencionarem que é imprescindível “fomentar o
entendimento/alinhamento/conhecimento das áreas envolvidas para atingir a convergência e o
sucesso”. Os gestores de TI corroboram essa tese ao afirmar que para alcançar o alinhamento
entre as áreas é preciso “conscientizar a alta administração da sua participação nos comitês de
governança”. A TI reforça a necessidade de maior participação da alta administração nas
decisões das áreas, papel que pode ser desempenhado no momento de definição do
planejamento estratégico da organização. Tal planejamento consiste numa forma de
direcionamento para as conversas estratégicas a serem empreendidas pelas áreas. Os gestores
de Negócio relatam que “as conversações entre os gestores de TI e Negócio serão consertadas
e alinhadas pela estratégia organizacional que é um fator essencial para o sucesso da
organização”.
Os gestores de Negócio enfatizam ainda uma premissa para a coerência e o equilíbrio
nas conversas entre as áreas. Segundo os respondentes, o Alinhamento Estratégico entre as
áreas de TI e Negócio se faz inicialmente pelo entendimento das regras de Negócio e,
posteriormente, através das conversas que colaborarão para alinhar os objetivos e quais ações
133
serão realizadas pela área de TI. Nessas discussões ficam estabelecidos os compromissos de
cada um, sendo que a habilidade na utilização das competências conversacionais como o
escutar efetivo, o expor e o indagar produtivos são imprescindíveis, pois afetam os
compromissos, as conversas e indiretamente o Alinhamento Estratégico entre os gestores de
TI e Negócio e suas áreas.
5.5.2.2 Compromissos
gestor de Negócio”; credibilidade que somente pode ser alcançada a partir de uma atitude de
colaboração e não de competição entre as áreas.
O elemento prazo também é destacado como agente de impacto sobre os
compromissos. Os gestores de TI mencionam que, por muitas vezes, o tempo determinado
para a execução de um projeto cria “dificuldades da TI em dar suporte adequado ao Negócio,
no cumprimento dos prazos estabelecidos”. Por sua vez, os gestores de Negócio reconhecem
que, em alguns casos, “as áreas de Negócio não demandam prazos mais realistas à TI”. Esse
quadro se deve ao não estabelecimento de compromissos reais e consensuais entre os
gestores, ou seja, a definição de prazos mais realistas e o conseqüente cumprimento destes
prazos dependem diretamente do nível e da freqüência das conversas estratégicas entre as
áreas. Não é possível traçar objetivos comuns sem diálogo franco e sem a abertura mútua para
a exposição das dificuldades e necessidades dos gestores, com o fim de atender
adequadamente às demandas e solicitações realizadas. Esses princípios são primordiais para o
estabelecimento de compromissos realistas e o cumprimento destes é fundamental para o
processo de alinhamento entre a TI e o Negócio.
Os gestores de TI propõem que os compromissos estejam pautados pelo
estabelecimento de metas reais, que sejam compatíveis tanto com os interesses do Negócio,
quanto com as possibilidades de atendimento da TI, ou seja, acreditam que é preciso
“trabalhar com dados, metas e prazos reais reduzindo o risco de não cumprimento pela TI”. O
que se constata, no entanto, é que, nos momentos de conversação, as áreas procuram não se
comprometer abertamente como uma forma de proteção contra possíveis fracassos. Como não
há diálogo e, em muitas ocasiões, o que se verifica é a imposição de opiniões individuais, o
diálogo não ocorre, não há a especificação e clareza dos objetivos, bem como inexiste ou é
pouco freqüente a formalização de metas e compromissos dos envolvidos, restando a
superficialidade como um dos responsáveis pela falta ou deficiência no atingimento das metas
comuns.
Emerge como sugestão para melhoria dos compromissos entre os gestores de TI e
Negócio a necessidade de pautar as relações entre as áreas através da estratégia organizacional
e não apenas de demandas individuais, ou seja, possuir visão do todo em detrimento de
posições particulares. Esse ideal é ratificado pelos gestores de TI quando mencionam que os
“gestores de TI e Negócio devem reconhecer suas próprias limitações e juntos estabelecer
compromissos que devem ser feitos em sintonia com os objetivos estratégicos da
organização”.
135
exposição em verdade absoluta. Essa atitude é percebida em diversas organizações, no que diz
respeito às conversas travadas entre TI e Negócio.
Os gestores de TI contestam a atitude de absolutismo dos gestores de Negócio, os
quais não permitem maior participação da TI nas fases iniciais do planejamento estratégico do
Negócio, permitindo que a TI teça afirmações como a de que os “gestores de TI não
conhecem a área de Negócio”. Essa queixa não é exclusiva da área de TI, mas é reiterada
pelos gestores de Negócio, que alteram apenas o foco da discussão, uma vez que declaram,
praticamente nos mesmos termos, que os “gestores de Negócio não conhecem a TI”,
afirmação repetida exatamente nos mesmos termos pelos gestores de TI. Nota-se que a
sensação de desconhecimento é mútua e a postura de isolamento dos gestores e de suas
equipes é percebida nas duas áreas.
A separação e a falta de questionamento dos parâmetros estabelecidos pelas áreas, em
momentos decisivos para a estratégia, e o planejamento a ser adotado nos processos de uma
organização age como efeito cascata, afetando também a discussão sobre questões prioritárias
e pré-requisitos para o cumprimento dos papéis dos participantes. Cada gestor tem um olhar
voltado apenas para sua área, desprezando, em muitos momentos, as necessidades e
prioridades do outro gestor. Não há consenso (JOHNSON e LEDERER, 2009) e, como
resultado óbvio, não pode haver conversa estratégica, tão pouco alinhamento.
Os gestores de TI afirmam que o “Negócio prioriza suas necessidades, mas não se
preocupa como a TI irá viabilizar suas demandas”, gerando um mal estar entre as áreas e a
impressão de desinteresse no atendimento das solicitações. A competência conversacional do
indagar produtivo é abandonada e não há espaço para discussões e questionamentos
produtivos. A TI admite ser necessário alterar o tom, ora agressivo, ora descomprometido, das
conversas com os Gestores de Negócio e que “o gestor de TI deve adotar uma postura
solidária para com as necessidades do gestor de Negócio, entendendo o problema/demanda”.
Finalmente, propõe a “mudança de postura da TI em compreender as demandas,
especificações e necessidades do Negócio”, fazendo valer desta forma os pressupostos
inerentes à indagação produtiva que deve primar pelo conhecimento da outra área,
possibilitando uma aprendizagem colaborativa e a construção de parcerias entre os gestores,
postura que influenciará diretamente na superação de obstáculos para a comunicação efetiva,
bem como de atitudes defensivas por parte dos gestores (KOFMAN, 2002, p. 103).
138
Escutar é uma capacidade humana que deve ser distinguida do mero ouvir. Ouvir é
apenas um processo biológico de distinção de sons, enquanto escutar requer atenção real e
interessada naquilo que está sendo enunciado. O escutar dirige todo o processo comunicativo,
uma vez que é o escutar que confere sentido ao que é dito, validando a fala do interlocutor
(ECHEVERRIA, 2008, p. 142).
Durante as conversas estratégicas entre os gestores de TI e Negócio – como em muitos
outros momentos de interação entre os falantes -, nota-se a dificuldade em escutar o que o
interlocutor diz, bem como em se fazer escutar e compreender da mesma forma em que foi
pretendido. A comunicação inefetiva, afetada diretamente pela incapacidade de escutar, é uma
das principais causas de conflitos entre as áreas.
O escutar efetivo pressupõe não somente a abertura para que o outro fale, mas também
ações do próprio indivíduo que escuta ao questionar as intenções e os fundamentos da
argumentação do interlocutor, possibilitando compreender os fatos e opiniões apresentados.
Desta forma, a escuta efetiva requer a adoção de uma postura questionadora, de
compartilhamento de opiniões e de consideração dos mais diversos ângulos pelos quais um
fato pode ser analisado, não se satisfazendo com apenas um ponto de vista.
O escutar gera uma gama de possibilidades interpretativas quanto ao que foi dito.
Portanto, para que se chegue ao entendimento real e ao escutar efetivo do que se pretendeu
transmitir, torna-se importante checar se o que foi compreendido condiz realmente com o que
foi apresentado. Devem-se considerar ainda os ruídos e as brechas existentes no processo
comunicativo, sobretudo no momento de escuta (ECHEVERRIA, 2008, p. 145).
Esse processo pode ser afetado por aspectos como o contexto em que determinada
afirmação foi emitida; o estado emocional dos participantes e a interferência de pré-conceitos
e definições pessoais dos próprios ouvintes. A presença de fatores que intervêm no escutar
efetivo entre as áreas é reconhecida pelos respondentes da questão aberta analisada por esta
pesquisa. Os gestores de TI admitem a “existência de ruídos na comunicação provocando
danos quase insuperáveis” para o alinhamento entre as áreas.
O contexto em que as conversas ocorrem pode constituir um grave ruído no
entendimento efetivo daquilo que foi enunciado pela outra área. Se os gestores ou a
organização, por exemplo, propiciam relacionamentos tensos entre as equipes, nos quais
prevalecem a troca de acusações e as cobranças excessivas, certamente a predisposição para a
escuta estará prejudicada. Provavelmente, o que for dito durante este tipo de conversação não
139
estará em sintonia com o que será escutado pelos demais participantes (ECHEVERRIA, 2008,
p. 176).
Outro elemento a ser considerado para o alcance do escutar efetivo é a prevalência do
estado emocional dos interlocutores de uma conversa. A emoção empregada ao enunciar algo
tende a criar uma predisposição positiva ou negativa para a compreensão do que será dito,
trazendo como conseqüência a possibilidade de divergências na interpretação do que foi
efetivamente escutado. Segundo Echeverria (2008, p. 177), “nosso estado emocional tem a
forma em que vemos o mundo e o futuro”. Assim, para o alcance de uma escuta efetiva,
torna-se necessária a observação e a distinção dos estados emocionais, tanto de quem fala,
quanto de quem escuta.
Ao escutar, o ouvinte não apreende apenas palavras, mas também atitudes presentes ou
passadas de quem as pronuncia ou escuta. Assim, a história pessoal dos participantes na
conversação é um elemento fundamental para o efetivo escutar. Os interlocutores escutam o
que é dito segundo suas vivências pessoais (ECHEVERRIA, 2008, p. 148).
O processo de escuta pertence ao domínio dos relacionamentos e se concretiza durante
as interações entre os participantes de uma conversa (ECHEVERRIA, 2008, p. 146). Para se
relacionarem de forma alinhada, a confiança mútua se apresenta como fator relevante para a
credibilidade daquilo que se escuta. De acordo com Echeverria (2008, p. 179), se não há
confiança entre os interlocutores, a brecha crítica para o escutar efetivo é agravada.
O escutar não é um fenômeno simples. Os participantes, no momento de uma
conversa, não percebem apenas palavras, mas gestos, posturas e decisões, ao passo que lhes
atribuem sentido (ECHEVERRIA, 2008, p. 146). Assim sendo, a capacidade conversacional
do escutar efetivo depende em grande medida do comprometimento dos gestores em
promover o compartilhamento de idéias, a checagem do entendimento correto das
informações repassadas, convertendo posições de auto-afirmação e descrédito do outro em
atitudes de convergência e valorização dos pensamentos e manifestações dos demais
participantes da conversa estratégica.
duas competências conversacionais que não foram elencadas nessa pesquisa, mas a análise de
conteúdo poderá corroborar com o entendimento sobre a influência dessas competências nas
conversas estratégicas e Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio.
Os conflitos são inerentes a todas as relações humanas em que existem pontos de vista
diversos (KOFMAN, 2002, p. 139). A forma como se lida com os conflitos é o que diferencia
a produtividade ou não do ate. Na Tabela 21 pode-se verificar a percepção dos respondentes
com relação a resolução de conflitos.
Uma das questões apontadas pelos respondentes como relevantes para a análise das
conversas estratégicas entre TI e Negócio é a capacidade de resolver os conflitos existentes
entre as áreas. Esse tipo de dificuldade foi enfatizada pelos gestores de TI ao avaliar suas
conversas com os gestores de Negócio. A área de TI menciona a “existência de polêmica no
entendimento entre os gestores”, proveniente das diferentes perspectivas utilizadas para a
análise das manifestações das partes durante a conversa.
Pontos de vista divergentes sempre ocorrerão em qualquer tipo de conversa. E esse
aspecto pode ser positivo, desde que os conflitos possam ser resolvidos com consenso e
negociações equilibradas entre as partes. Essa visão é reiterada na análise realizada às
respostas da questão aberta. Os gestores de Negócio reconhecem essa deficiência em sua
relação com a TI quando declaram que “faltam pontos de equilíbrio” na relação entre as áreas.
Os gestores de Negócio relatam que, em suas conversas com os gestores de TI, os
conflitos são provocados por divergências de entendimento que, em diversos casos, não
conseguem ser superadas. Avaliam que a postura da área de TI é, por vezes, inflexível e que a
comunicação se realiza na “base do tudo ou nada”, caracterizando ambientes de competição
cujas conversas são ritualizadas e desidratadas (GRATTON e GOSHAL, 2002). Esse tipo de
relacionamento conflituoso entre os gestores é apontado como uma conseqüência direta da
141
“independência entre as áreas de TI e Negócio”, uma vez que as mesmas “trabalham isoladas,
distantes”. A admissão da co-responsabilidade na resolução dos conflitos entre as áreas
constitui-se como uma importante ferramenta para a dissolução desses entraves
comunicativos (KOFMAN, 2002, p. 161).
5.5.3.2 Juízos
desconhecimento mútuo entre as áreas, bem como de uma postura individualista dos gestores,
que não fomentam a parceria, o diálogo e a discussão entre suas equipes.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 CONCLUSÕES
indaga. O entendimento eficaz das intenções da outra parte ocorre não só pela exposição de
idéias, mas também pela indagação produtiva de suas razões e argumentos.
O estabelecimento de compromissos reais entre as áreas de TI e Negócio, pressupõe a
fixação dos papéis e responsabilidades dos gestores, de modo a enfatizar a participação de
cada um deles na obtenção de uma parceria de sucesso. Além disso, faz-se necessário avaliar
com franqueza a viabilidade de cumprimento dos compromissos estabelecidos, uma vez que a
adoção de compromissos que gerem nas equipes a sensação de seu iminente descumprimento
é lesiva ao relacionamento entre as áreas.
O comprometimento dos gestores com o objetivo proposto deve estar pautado no
empenho de cada um em realizar o que se propôs a fazer. Assim, propicia-se uma relação de
confiança mútua, pressuposto fundamental para que a comunicação ocorra de forma efetiva e
para o bom andamento das conversas estratégicas entre os gestores de TI e Negócio.
Obviamente, nem mesmo todo o empenho demonstrado pelos gestores garantirá o
cumprimento total dos compromissos firmados.
Assim, é preciso estar aberto à revisão de compromissos, quando for perceptível a
possibilidade de descumprimento destes, rediscutindo seus parâmetros, prioridades e
possibilidades de correção. O fundamental é que, nos casos de descumprimento dos mesmos,
adote-se uma postura de reconhecimento das responsabilidades pelo não atingimento das
metas estabelecidas, bem como a tomada de atitudes proativas com o intuito de evitar que os
mesmos danos ocorram novamente.
A parceria entre os gestores de TI e Negócio configura-se como elemento fundamental
para a promoção do alinhamento entre as áreas. Sendo assim, é importante que os gestores
fomentem discussões e ações em grupo, substituindo posturas isoladas e absolutistas, com o
intuito de construir uma visão estratégica conjunta que esteja focada no futuro da organização,
deixando de privilegiar apenas dificuldades e necessidades individuais. Para tanto, é
necessário que os gestores busquem o compartilhamento e o equilíbrio das expectativas
estratégicas das duas áreas.
Ao considerar a relevância dos parâmetros relacionados ao Negócio, o gestor de TI
poderá elaborar um planejamento que esteja em conformidade com as definições
estabelecidas pela organização, minimizando discrepâncias entre o que foi solicitado pelo
Negócio e efetivamente executado pela TI.
Assim, o planejamento de TI deve refletir a missão e os objetivos do Negócio, uma
vez que desse equilíbrio dependerá, em grande medida, o alcance do Planejamento
Estratégico da organização; deve reconhecer que existem forças externas ao Negócio que
149
podem determinar a forma e os parâmetros do que foi solicitado pela outra área; e deve ser
baseado nas restrições orçamentárias do Negócio, não estando alheio à capacidade real de
investimento da organização. Como conseqüência da observação destes requisitos, o
planejamento da TI poderá, finalmente, estar mais próximo do alinhamento com o
planejamento do Negócio.
Assim como o planejamento de TI deve estar pautado em requisitos que considerem a
relevância do Negócio, o planejamento de Negócio também necessita ser elaborado levando
em consideração alguns parâmetros norteadores da TI. O planejamento do Negócio deve fazer
referência ao planejamento de TI, considerando as aplicações específicas e os requisitos
existentes nesta área; deve considerar a capacidade estratégica e estrutural da TI, não
estabelecendo demandas que estejam em descompasso com a realidade da TI de sua
organização; e deve apresentar expectativas moderadas e realistas com relação à TI, com
vistas a não ver frustradas intenções que não condizem com a possibilidade real de
atendimento por parte do gestor de TI. A adoção de um planejamento que não esteja focado
apenas em necessidades e requisitos individuais e que possua como foco a organização como
um todo pode fazer com que o planejamento de Negócio seja alinhado ao planejamento de TI.
As evidências mostraram a validade e a confiabilidade do modelo final da pesquisa
através dos cálculos estatísticos tanto pelos índices de ajuste, quanto pelos cálculos de
confiabilidade que ficaram dentro dos valores recomendados.
São indicadas quatro oportunidades para pesquisas futuras com relação à abordagem
das conversações no Alinhamento Estratégico entre TI e Negócio. A primeira oportunidade é
a criação de um modelo de maturidade das conversas entre os gestores de TI e Negócio com o
objetivo de se alcançar o Alinhamento Estratégico. O modelo poderia contemplar níveis de
maturidade, seguindo como base o modelo de maturidade do alinhamento de Luftman (2000).
A segunda, pesquisar outras competências conversacionais que podem influenciar
diretamente ou indiretamente o Alinhamento Estratégico entre as áreas de TI e Negócio, como
152
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARDIN, L. Análise de Conteúdo. Trad. Luís Antero Reto e Augusto Pinheiro. 4ª e.,
Lisboa: Edições 70 Ltda, 2009.
CRESWELL, J. W. Uma estrutura para projeto. In: ___. Projeto de pesquisa: métodos
qualitativos, quantitativos e misto/ John W. Creswell. Tradução Luciana Oliveira Rocha. 2ª
ed. Porto Alegre: Artmed, 2007, p. 23-42.
FIRESTONE, J. M.; McELROY, M. W. The Knowledge Conundrum. In: ___. Key Issues in
the New Knowledge Management. Burlington-MA, USA:Butterworth Heinemann, 2003.
ITGI (IT Governance Institute). Cobit – Control Objectives for Information and related
Tecnology. Version 4.1. Disponível em http://www.itgi.org. Acesso em: 25.01.2010.
KOFMAN, F. Metamanagement : Como fazer de sua vida profissional uma obra de arte
: A nova consciência dos Negócios. 1ª e., São Paulo: Willis Harman House, v. 1, 2002.
LUFTMAN, J. N.; PAPP, R.; BRIER, T. Enablers and Inhibitors of Business-IT Alignment.
Communications of the Association for Information Systems - AIS, v. 1, n. 11, March
1999.
PALLANT, J. Part One – Getting Started: Preparing a Codebook. In: ___. SPSS Survival
Manual: a step by step guide to data analisys using SPSS for Windows (Version 15). 3ª
e., Austrália: Allen & Unwin, 2007.
157
PAULSON, L. D. The Consultancy approach to aligning business and IT. IT Pro, p. 12-15,
May/June 2001.
SENDIN, T. Governança nos Bancos. Informática Hoje, Caderno Especial, ano 24, p. 21-27,
junho 2009, São Paulo.
APÊNDICES
160
PARTE 1:
A resposta às perguntas opcionais se faz necessária caso o respondente pesquisado deseje receber
informações sobre o resultado desta pesquisa. O sigilo do respondente será mantido.
Nome (Opcional):
E-mail (Opcional):
D1. Sexo: ( )Masculino ( )Feminino
D2. Grau de instrução: ( )Graduação ( )Pós-Graduação
D3. Área de Formação: ( )Ciências Exatas ( )Ciências Humanas
D4. Anos de atuação como gestor:
( )até 5 anos ( )de 5 a 10 anos ( )mais de 10 anos
D5. Anos de trabalho na organização:
( )até 5 anos ( )de 5 a 10 anos ( )mais de 10 anos
D6. Cargo ocupado como gestor:
( )Diretor ( )Assistente ( )Gerente ( )Outro
D7. Sou um gestor da área de:
( )Tecnologia da Informação – TI
( )Negócio – (atividade fim da organização)
( )Negócio – (atividade meio da organização)
D8. A organização em que trabalho se caracteriza por ser:
( )Pública ( )Privada
161
PARTE 2:
Esta parte do instrumento utiliza uma escala com respostas de um a sete para a escolha do
respondente, sendo: 1 – Discordo totalmente (DT); 2 – Discordo (D); 3 – Discordo pouco (DP); 4 –
Neutro (N); 5 – Concordo pouco (CP); 6 – Concordo (C); 7 – Concordo totalmente (CT). Assim,
assinale com um “x” o número da resposta que represente a sua percepção sobre as questões dos
contextos a seguir:
QUESTÕES DT D DP N CP C CT
P1. Utilizo uma linguagem comum, tomando o
cuidado em observar e explicar qualquer termo
que porventura o outro gestor não entendeu, pois 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
assim estarei fomentando a compreensão e o
entendimento dele (a).
P2. Durante nossas conversações, tenho a
preocupação em promover o conhecimento e uma
visão compartilhada, tentando alcançar um 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
objetivo comum com o outro gestor.
P3. Em nossos encontros, a interpretação do que
escuto decorre das minhas experiências pessoais,
interesses, opiniões e possíveis preconceitos. Mas,
reconheço que possam haver outras 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
“interpretações pessoais” diferentes da minha e
que estas devem ser respeitadas.
P4. Ao escutar o outro gestor, mantenho uma postura
de interesse, curiosidade e/ou atenção às suas 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
palavras.
P5. Quando escuto a explanação do outro gestor,
coloco-me à disposição para aceitar a
possibilidade da existência de outras formas de 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
pensar e agir, diferentes da minha.
P6. Ao escutar o outro gestor, procuro perceber
interesses e necessidades que não foram
explicitamente ditas, mas que podem ser 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
importantes para a busca do entendimento.
P7. Quando escuto consigo controlar o meu estado
emocional (alegre, ansioso, triste, decepcionado
etc.), pois sei que o mesmo influencia o meu 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
escutar.
P8. Ao final de uma conversa com o outro gestor,
costumo verificar se estamos alinhados, ou seja,
se o que eu escutei é realmente o que ele desejou 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
transmitir.
162
QUESTÕES DT D DP N CP C CT
P9. Procuro deixar claro nas minhas conversações
com o outro gestor que são minhas as opiniões, as
inferências e as interpretações que eu expresso, 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
reconhecendo que as idéias expostas são “o que eu
penso” e não “a verdade objetiva”.
P10. Admito, implicitamente para mim ou
explicitamente para o outro gestor, que posso estar 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
equivocado na exposição do meu pensamento.
P11. Procuro expor os dados que fundamentam o meu
raciocínio, reconhecendo, no entanto, a
possibilidade de existirem outros dados relevantes
que não foram considerados e que não são do meu 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
conhecimento.
QUESTÕES DT D DP N CP C CT
P22. Antes de estabelecer um compromisso com o
outro gestor, procuro verificar se disponho de
facilidades (pessoas, recursos, capacidades) 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
necessárias para realizá-lo.
P23. Mantenho o comportamento de empenhar o meu
esforço, a minha capacidade e os recursos
disponíveis no cumprimento do compromisso que 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
estabeleço com o outro gestor.
P24. No momento em que percebo que o compromisso
estabelecido com o outro gestor corre o “risco de
descumprimento”, busco avisá-lo de imediato, 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
explicando as razões que alteraram a situação,
buscando maneiras de minimizar prejuízos.
P25. Após a conclusão de um compromisso
estabelecido com o outro gestor, mantenho o
comportamento de verificar com ele se ficou 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
satisfeito com os resultados.
P26. Quando descumpro um compromisso estabelecido
com o outro gestor, busco reconhecer esse
descumprimento, pedindo desculpas e negociando 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
um novo compromisso com ele.
P27. As minhas conversas com o outro gestor têm
como característica uma visão de futuro da
organização através de ações conjuntas entre as 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
nossas áreas.
P28. Nas minhas conversas com o outro gestor, busco
compartilhar a estratégia da minha área (objetivos 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
e metas).
P29. Nas minhas conversas com o outro gestor, busco
entender a estratégia da sua área. 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
QUESTÕES DT D DP N CP C CT
P30. O planejamento da TI reflete a missão do
planejamento do Negócio? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P31. O planejamento da TI reflete os objetivos do
planejamento do Negócio? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P32. O planejamento da TI apóia/suporta as estratégias
do Negócio? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P33. O planejamento da TI reconhece as forças externas
ao ambiente de Negócio? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P34. O planejamento da TI é realizado baseado nas
restrições orçamentárias do Negócio? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P35. O planejamento da TI está alinhado ao
planejamento do Negócio? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
164
QUESTÕES DT D DP N CP C CT
P36. O planejamento do Negócio faz referência ao
planejamento da TI? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P37. O planejamento do Negócio faz referência às
aplicações específicas de TI? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P38. O planejamento do Negócio faz referência aos
requisitos de TI? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P39. O planejamento do Negócio considera a capacidade
estratégica da TI? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P40. O planejamento do Negócio apresenta expectativas
moderadas/razoáveis da TI? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
P41. O planejamento do Negócio está alinhado ao
planejamento da TI? 1( ) 2( ) 3( ) 4( ) 5( ) 6( ) 7( )
PARTE 3:
A1. Abaixo, faça os comentários que você julgue pertinentes sobre as conversações entre os
gestores de TI e Negócio e sua importância no Alinhamento Estratégico entre as duas áreas:
Código de Tipo de
Parte Objetivo Característica Variável
Instruções Variável
Identificação do Número identificador atribuído para
- -
respondente
ID
cada respondente
-
0 = “Masculino”
Sexo D1
1 = “Feminino”
0 = “Graduação”
Grau de Instrução D2
1 = “Pós-graduação”
0 = “Ciências Exatas”
Área de Formação D3 1 = “Ciências Humanas”
Itens
2 = “Ciências Exatas e Humanas”
demográficos
de 0 = “até 5 anos”
Anos de atuação como
informações D4 1 = “de 5 a 10 anos”
gestor
gerais e visa 2 = “mais de 10 anos”
1 avaliar o perfil
do
Anos de trabalho na
organização
D5
0 = “até 5 anos”
1 = “de 5 a 10 anos” Nominal
respondente e 2 = “mais de 10 anos”
da 0 = “Diretor”
Organização Cargo ocupado como 1 = “Assistente”
D6
onde ele gestor 2 = “Gerente”
trabalha. 3 = “Outro”
0 = “TI”
Área de Gestão D7 1 = “Negócio – área fim”
2 = “Negócio – área meio”
0 = “Pública”
Tipo de Organização D8 1 = “Privada”
Utilização de uma
linguagem comum; P1
Alinhamento de idéias.
Promoção do
conhecimento; Escala Likert de 7 níveis
Avaliar a P2
Visão compartilhada. Marcar o número correspondente:
percepção do
1 = “Discordo Totalmente”
2 respondente
sobre as
Discussões/ações
conjuntas com foco no P27
2 = “Discordo”
3 = “Discordo Pouco” Ordinal
conversas
futuro 4 = “Neutro”
estratégicas
5 = “Concordo Pouco”
com o gestor Compartilhamento de
P28 6 = “Concordo”
da outra área expectativas estratégicas 7 = “Concordo Totalmente”
Compreensão das
expectativas estratégicas
P29
da outra área
167
Código de Tipo de
Parte Objetivo Característica Variável
Instruções Variável
Influência dos modelos
mentais no escutar. P3
Demonstração de
interesse e atenção às
P4
argumentações do
Avaliar a interlocutor
percepção do Abertura para um
respondente P5
escutar efetivo
com relação Compreensão dos
ao escutar aspectos implícitos de P6
efetivo uma conversa
Controle emocional ao
P7
escutar
Checagem da escuta
objetivando o P8
alinhamento mútuo
Apropriação das
P9
opiniões
Consciência da
influência dos
P10
modelos mentais no
expor produtivo
Avaliar a
percepção do Conhecimento parcial P11 Escala Likert de 7 níveis
respondente Marcar o número correspondente:
com relação 1 = “Discordo Totalmente”
Exposição de dúvidas e
2 ao expor
produtivo
deduções sobre a outra
área.
P12
2 = “Discordo”
3 = “Discordo Pouco”
4 = “Neutro”
Ordinal
Código de Tipo de
Parte Objetivo Característica Variável
Instruções Variável
Estabelecimento claro
de papéis e P21
compromissos
Análise da viabilidade
do cumprimento do P22
compromisso
Empenho em cumprir
Avaliar a P23
o compromisso
percepção do Atenção aos "riscos
respondente de descumprimento"
com relação de compromissos, P24
aos minimizando
compromissos prejuízos
Avaliação/feedback P25
Postura de
reconhecimento ao
P26
descumprir um
compromisso
Planejamento de TI
reflete missão do P30
Negócio
Planejamento de TI
reflete objetivos do P31
Negócio
Planejamento de TI
Escala Likert de 7 níveis
apóia as estratégias do P32
Avaliar se a Marcar o número correspondente:
Negócio
TI está 1 = “Discordo Totalmente”
Planejamento de TI
2 alinhada ao
Negócio
(TIANE)
reconhece forças
externas ao Negócio
P33
2 = “Discordo”
3 = “Discordo Pouco”
4 = “Neutro”
Ordinal
Código de Tipo de
Parte Objetivo Característica Variável
Instruções Variável
A importância das
conversações entre os
gestores de TI e Negócio
no Alinhamento
Estratégico entre as duas
áreas.
Foram definidas 5
categorizações para a
análise de conteúdo com
Dar foco em realizar recortes
oportunidade das respostas,
que o classificando-as nas
3 respondente
faça os
categorias criadas à
priori:
A1 Discursiva -
comentários
que desejar - Conversas estratégicas;
através de - Expor produtivo;
uma questão - Indagar produtivo;
aberta. - Escutar efetivo; e
- Compromissos.
Distribuição dos respondentes por cargo ocupado pelo gestor em sua organização
Fonte: Dados da pesquisa
176
E – HISTOGRAMAS
Histograma de P1 Histograma de P2
Histograma de P3 Histograma de P4
Histograma de P5 Histograma de P6
Histograma de P7 Histograma de P8
179
Histograma de P41
184
F – ANÁLISE UNIVARIADA
Missing Data
Variável Nº de Casos Média Desvio Padrão
Qtd %
D1 107 ,21 ,406 0 ,9
D2 107 ,91 ,292 0
D3 106 ,40 ,580 1 ,9
D4 107 1,18 ,822 0
D5 107 1,38 ,797 0
D6 107 2,01 ,830 0
D7 107 ,61 ,833 0
D8 107 ,40 ,493 0
P1 107 6,38 ,722 0
P2 107 6,46 ,648 0
P3 106 5,94 1,323 1 ,9
P4 107 6,45 ,618 0
P5 107 6,21 ,765 0
P6 107 6,19 ,881 0
P7 107 5,11 1,254 0
P8 107 5,93 ,997 0
P9 106 5,56 1,512 1 ,9
P10 107 5,64 1,239 0
P11 107 6,06 1,062 0
P12 106 5,42 1,387 1 ,9
P13 106 6,06 ,954 1 ,9
P14 107 5,48 1,262 0
P15 107 5,84 1,011 0
P16 107 5,95 ,946 0
P17 107 5,67 1,219 0
P18 107 5,54 1,223 0
P19 107 6,20 ,818 0
P20 107 5,61 1,188 0
P21 107 6,08 ,912 0
P22 107 6,17 ,976 0
P23 107 6,49 ,692 0
P24 107 6,28 ,899 0
P25 107 5,70 1,126 0
P26 107 6,26 ,917 0
P27 107 6,12 ,855 0
P28 107 5,82 1,062 0
P29 107 5,76 ,940 0
P30 107 4,86 1,740 0
P31 107 5,07 1,576 0
P32 107 5,35 1,381 0
P33 106 4,92 1,590 1 ,9
P34 105 5,27 1,558 2 1,9
P35 107 5,06 1,535 0
P36 106 4,53 1,657 1 ,9
P37 107 4,70 1,462 0
P38 106 4,34 1,447 1 ,9
P39 106 4,30 1,513 1 ,9
P40 106 4,45 1,525 1 ,9
P41 106 4,19 1,634 1 ,9
Fonte: Dados da pesquisa.
185
Aderência à Normalidade
H – MATRIX DE CORRELAÇÃO
187
As respostas são referentes à seguinte questão: “... faça os comentários que você
julgue pertinentes sobre as conversações entre os gestores de TI e Negócio e sua
importância no Alinhamento Estratégico entre as duas áreas”.
ANEXOS
192